Em 429, quando passava por Nanterre, cidade perto de Paris, um dos bispos que viajavam em missão a Grã-Bretanha reconheceu um prodígio da cristandade numa menina de 6 anos. O bispo era São Germano de Auxerre, que ia em companhia de São Lupus de Troyes, e a menina era Santa Genoveva.
Aos 15 anos ela fez votos de castidade, pois já fazia parte de uma irmandade que prestava serviços religiosos e de caridade à população. Por compaixão pelos mais pobres, trabalhava muito para ajudar os moradores do campo.
Sua fé mostrou-se ainda maior quando Átila e seus guerreiros estavam prestes a invadir Paris, e ela convocou a população a não abandonar a cidade, mas para rezar a Deus implorando por Sua proteção, na certeza que Ele lhes atenderia. Enquanto tentava exortar a multidão em pânico, porém, muitos pais e mães fugiam com crianças nos braços e ela quase foi linchada pelos mais assustados, que a viam como uma louca. A maioria, no entanto, deixou-se convencer pela pureza da fé daquela devota camponesa e não abandonou a cidade. E, de fato, o rei dos hunos, apelidado pelos conformistas como o 'flagelo de Deus', desfez seus planos de invadir Paris e até retirou suas tropas das cidades vizinhas, que já havia ocupado.
Anos mais tarde, quando foi invadida por Childerico I, que estabeleceu o Império Merovíngio, Paris passou por uma grande fome porque os camponeses tinham medo de aproximar-se, além de recusarem-se a sustentar o novo rei. Mas Santa Genoveva andava pelas províncias pedindo aos camponeses que fossem à cidade ajudar seus patrícios, e assim, usando de seu prestígio, evitou a morte de muitos dos parisienses.
Ela também intercedeu pela liberdade e pela vida de muitos presos e inimigos de guerra, do rei Childerico I e de seu filho Clóvis I, pois ambos a ouviam com atenção. Com igual sucesso defendeu muitos prisioneiros políticos, conseguindo-lhes a anistia.
Cuidando da religiosidade do seu povo, liderou a construção da belíssima Basílica de São Dionísio (Saint Denis) e também conseguiu de Clóvis I que erguesse a Igreja de São Pedro e São Paulo. Foi ela a grande inspiradora da conversão deste rei, que também contou com relevante ajuda de sua própria esposa, Santa Clotilde. Todos esses fatos fizeram de Santa Genoveva a Padroeira de Paris. A ela é atribuída o milagre da extinção de uma praga em 1129, que assolava a cidade, quando o povo, em súplicas por sua intercessão, fez uma procissão carregando suas relíquias.
Morreu em 502, por volta de 80 anos, e sob seu túmulo foi erguida uma abadia. No século XVII, o rei Luis XV foi curado de uma grave enfermidade e, agradecido pela intercessão de Santa Genoveva, mandou construir uma grandiosa basílica em sua homenagem. Durante a bestial Revolução Francesa, porém, em ato de deliberada profanação, seu corpo foi exumado e queimado, e suas cinzas foram jogadas no rio Sena para fazer desaparecer a devoção a ela. Por fim, a Basílica de Santa Genoveva foi transformada no atual Panteão de Paris, um mausoléu de 'heróis' franceses.
Tempos mais tarde, seu túmulo foi reconstituído na Igreja de Santo Estevão do Monte (Saint Etienne), no centro de Paris, e nele foram depositadas algumas de suas relíquias, resgatadas por valorosos cristãos. Aí seus devotos continuam a venerá-las, e através delas obter Graças.
Em sua imagem mais conhecida, nossa Santa traz consigo uma ovelha, para simbolizar tanto sua humilde infância quanto sua vida de pastora de almas.