quinta-feira, 29 de junho de 2023

São Paulo Apóstolo


    Um radical e religioso jovem ajudou na execução de Santo Estevão, segurando os mantos daqueles que o apedrejavam. Seu nome era Saulo. Tinha assistido ao belíssimo e contundente sermão, no qual este Santo diácono responsabilizava o Sinédrio pela Crucificação de Jesus, mas não lhe deu razão e acabou concordando com sua brutal punição. Na verdade, já havia algum tempo que ele alimentava raiva contra os cristãos, e pouco mais tarde, usando da influência de seu grupo religioso, vai encampar uma verdadeira guerra aos seguidores de Cristo: "... devastava a Igreja. Entrando pelas casas, arrastava para fora homens e mulheres e entregava-os à prisão." At 8,3
    Tamanho era seu ódio, que São Lucas vai dizer dele: "... só respirava ameaças e morte contra os discípulos do Senhor." At 9,1
    Ele mesmo confessou-o perante o rei Agripa quando foi preso, antes de ser levado a Roma: "Que pensais vós? É incrível coisa que Deus ressuscite os mortos? Também eu acreditei que devia fazer a maior oposição ao Nome de Jesus de Nazaré. Assim procedi, de fato, em Jerusalém e tinha encerrado muitos irmãos em cárceres, havendo recebido poder dos sumos sacerdotes para isso. Quando os sentenciavam à morte, eu dava minha plena aprovação. Muitas vezes, perseguindo-os por todas sinagogas, eu maltratava-os para obrigá-los a blasfemar. Enfurecendo-me mais e mais contra eles, eu perseguia-os até no estrangeiro." At 26,8-11
    Numa viagem que fazia para capturar discípulos, porém, ouviu uma voz que o acusava de estar perseguindo não a Igreja, mas o próprio Jesus: "... estando já perto de Damasco, subitamente cercou-o uma resplandecente Luz vinda do Céu. Caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: 'Saulo, Saulo, por que Me persegues?' Saulo disse: 'Quem és, Senhor?' Respondeu Ele: 'Eu sou Jesus, a Quem tu persegues. Levanta-te, entra na cidade. Aí sê-te-á dito o que deves fazer.'" At 9,3-5.6b
    E quando se levantou, percebeu que estava cego. Dias depois, porém, foi miraculosamente curado por um discípulo. Ou seja, apesar da grande importância que São Paulo viria a ter, Jesus, mesmo tendo aparecido a ele, nada lhe revelou, apenas submeteu-o à Igreja: "Ananias foi. Entrou na casa e, impondo-lhe as mãos, disse: 'Saulo, meu irmão, o Senhor, Este Jesus que te apareceu no caminho, enviou-me para que recobres a vista e fiques cheio do Espírito Santo.' No mesmo instante, caíram dos olhos de Saulo umas como escamas, e recuperou a vista. Levantou-se e foi batizado." At 9,17-18
    Eis sua própria versão desse episódio: "Um certo Ananias, piedoso homem e observador da Lei, muito bem conceituado entre todos judeus daquela cidade, veio ter comigo e disse-me: 'Irmão Saulo, recobra tua vista.' Naquela mesma hora pude enxergá-lo. Continuou ele: 'O Deus de nossos pais predestinou-te para que conhecesses Sua vontade, visses o Justo e ouvisses a Palavra da Sua boca, pois sê-Lhe-ás, diante de todos homens, testemunha das coisas que tens visto e ouvido. E agora, por que tardas? Levanta-te! Recebe o Batismo e purifica-te de teus pecados, invocando Seu Nome." At 22,12-16
    De perseguidor, então, passou a ser perseguido, pois pregando com poder demonstrava que Jesus era o Cristo, o que despertou a ira dos judeus. E foi jurado de morte ainda na cidade de Damasco: "Decorridos alguns dias, os judeus deliberaram, em conselho, matá-lo. Estas intenções chegaram ao conhecimento de Saulo. Eles guardavam dia e noite as portas da cidade, para matá-lo. Mas os discípulos, tomando-o de noite, fizeram-no descer pela muralha da cidade dentro de um cesto." At 9,23-25
    Retornando à Cidade Santa, três anos mais tarde, a princípio os Apóstolos e discípulos tinham-lhe medo. Mas sua conversão foi defendida por São Barnabé, respeitado membro da Igreja: "Chegando a Jerusalém, tentava ajuntar-se aos discípulos, mas todos temiam-no, não querendo crer que se tivesse tornado discípulo. Então Barnabé, levando-o consigo, apresentou-o aos Apóstolos e contou-lhes como Saulo vira o Senhor no caminho, e que lhe havia falado, e como em Damasco pregara, com desassombro, o Nome de Jesus. Daí por diante permaneceu com eles, saindo e entrando em Jerusalém, e destemidamente pregando o Nome do Senhor." At 9,26-28
     Mas logo os judeus nascidos no exterior também decidiram matá-lo, pois sua devoção e Sabedoria chamavam atenção, e ele foi levado pelos cristãos à sua terra natal: "Também falava e discutia com os helenistas. Mas estes procuravam matá-lo. Os irmãos, informados disso, acompanharam-no até Cesareia e dali fizeram-no partir para Tarso." Ap 9,29-30
    Segundo o próprio São Paulo, ainda em Jerusalém Jesus apareceu-lhe outra vez, dizendo que permanecia a resistência por parte dos cristãos e indicando o campo de missão que o faria o 'Apóstolo dos Gentios': "Voltei para Jerusalém e, orando no Templo, fui arrebatado em êxtase. E vi Jesus, que me dizia: 'Apressa-te e sai logo de Jerusalém, porque não receberão teu testemunho a Meu respeito.' Eu repliquei: 'Senhor, eles sabem que eu encarcerava e açoitava com varas nas sinagogas aqueles que creem em Ti. E quando se derramou o sangue de Estêvão, Tua testemunha, eu estava presente, consentia nisso e guardava os mantos dos que o matavam.' Mas Ele respondeu-me: 'Vai, porque Eu te enviarei para longe, às nações...'" At 22,17-21
    Antioquia era a maior cidade da região, e no Império Romano menor apenas que Roma e Alexandria, e Saulo vai ser levado para lá por São Barnabé, quando o próprio Espírito Santo vai destacá-los para outras missões: "Em seguida, partiu Barnabé para Tarso, à procura de Saulo. Achou-o e levou-o para Antioquia. Durante um ano inteiro eles tomaram parte nas reuniões da comunidade e instruíram grande multidão, de maneira que em Antioquia é que os discípulos, pela primeira vez, foram chamados pelo nome de cristãos. Enquanto celebravam o culto do Senhor, depois de terem jejuado, disse-lhes o Espírito Santo: 'Separai-Me Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho destinado.'" At 11,25-26;13,2
    E com grande poder de argumentação, ele saiu visitando cidades e convertendo multidões. No Chipre, também tendo a companhia de São Marcos Evangelista, Paulo, como começava a ser conhecido, amaldiçoou um mago e falso profeta judeu que iludia o procônsul: "Então Saulo, também chamado Paulo, cheio do Espírito Santo, cravou nele os olhos e disse-lhe: 'Filho do Demônio, cheio de todo engano e de toda astúcia, inimigo de toda justiça! Não cessas de perverter os retos caminhos do Senhor! Eis que agora está sobre ti a mão do Senhor, e ficarás cego. Não verás o sol até nova ordem!' Logo caíram sobre ele a escuridão e as trevas, e, andando em voltas, buscava quem lhe desse a mão." At 13,9-11
    Voltando a Antioquia, suas pregações atraiam quase toda cidade, porém como os judeus não aceitavam a Encarnação do Cristo na Pessoa de Jesus, ele declarou-lhes: "Era a vós que em primeiro lugar se devia anunciar a Palavra de Deus. Mas, porque a rejeitam e julgam-se indignos da Vida Eterna, eis que, a partir de agora, voltamo-nos para os não judeus." At 13,46


    Em Listra, um aleijado de nascença foi curado por ele. A cidade então entrou em convulsão: seriam Paulo e Barnabé deuses gregos? Paulo tentou explicar-se, mas judeus de outras cidades incitaram a população a matá-lo como a um farsante: "Sobrevieram, porém, alguns judeus de Antioquia e de Icônio que persuadiram a multidão. Apedrejaram Paulo e, dando-o por morto, arrastaram-no para fora da cidade. Os discípulos rodearam-no, ele levantou-se e entrou na cidade." At 14,19-20
    Fundando comunidades por onde passava, Paulo seguiu fazendo viagens e em cada lugar instituía Anciãos como líderes, que junto a bispos e diáconos viriam a ser nossos Sacerdotes. Era a nascente hierarquia da Igreja, que é fundamental à fidelidade e à autenticidade da mensagem de Deus. E essa vai ser a instrução que ele vai dar a São Tito: "Eu deixei-te em Creta para acabares de organizar tudo e estabeleceres Anciãos em cada cidade, de acordo com as normas que te indiquei." Tt 1,5
    Também a São Timóteo: "O que de mim ouviste em presença de muitas testemunhas, confia-o a homens fiéis que, por sua vez, sejam capazes de instruir a outros." 2 Tm 2,2
    No entanto, pedia prudência ao ordenar alguém: "A ninguém inconsideradamente imponhas as mãos, para que não venhas a tornar-te cúmplice dos pecados alheios." 1 Tm 5,22a
    E exatamente por respeitar a hierarquia, ainda que incipiente à época, ele admitiu ter procurado conhecer São Pedro, logo que pôde após converter-se, distintivamente a ele referindo-se pelo nome de ofício: "Três anos depois subi a Jerusalém para conhecer Cefas, e com ele fiquei quinze dias." Gl 1,8
    Até expressamente afirmou a liderança de Pedro entre os Doze, ainda que 'dividindo' a Igreja entre judeus e não-judeus: "... Aquele cuja ação fez de Pedro o Apóstolo dos judeus, também fez de mim o Apóstolo dos não judeus." Gl 2,8
    Realmente zeloso da integridade do Evangelho, mais tarde tratou de fazer uma nova conferência em Jerusalém, onde encontraria as 'colunas da Igreja': "Catorze anos mais tarde, subi outra vez a Jerusalém com Barnabé, também levando Tito comigo. E subi em consequência de uma revelação. Expus-lhes o Evangelho que prego entre os pagãos, e isso particularmente aos que eram de maior consideração, a fim de não correr ou de não ter corrido em vão. Tiago, Cefas e João, que são considerados as colunas, reconhecendo a Graça que me foi dada, deram as mãos a mim e a Barnabé em sinal de pleno acordo: iríamos aos pagãos, e eles aos circuncidados. Recomendaram-nos apenas que nos lembrássemos dos pobres, o que era precisamente minha intenção." Gl 2,1-2.9-10
    Voluntarioso defensor da Sã Doutrina, nosso Santo chegou a inquirir São Pedro, que por prudência tentava não acirrar os ânimos entre os cristãos vindos do judaísmo e aqueles vindos do paganismo, pois já haviam entrado em acalorado debate sobre a circuncisão. São Paulo exigia que o Príncipe dos Apóstolos confrontasse os enviados de São Tiago Menor, levando-os a abandonar de imediato os hábitos judeus de alimentação: "Quando, porém, Cefas veio a Antioquia, francamente resisti-lhe porque era censurável. Pois, antes de chegarem alguns homens da parte de Tiago, ele comia com os pagãos convertidos. Mas, quando aqueles vieram, retraiu-se e separou-se destes, temendo os circuncidados." Gl 2,11-12
    Mas o próprio São Paulo iria simular cumprimento de votos judeus para escapar de perseguições, acolhendo uma sugestão de São Tiago Menor: "Toma-os contigo, faze com eles os ritos da purificação e paga por eles a obrigatória oferta, para que rapem a cabeça. Então, todos saberão que é falso quanto de ti ouviram, mas que tu também guardas a Lei." At 21,24
    E tempos depois até vai exaltar esse sábio procedimento de São Pedro, por vezes adequado ao ofício pastoral: "Para os que não têm Lei, fiz-me como se eu não tivesse Lei, ainda que eu não esteja isento da Lei de Deus, porquanto estou sob a Lei de Cristo, a fim de ganhar os que não têm Lei. Fiz-me fraco com os fracos, a fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, a fim de salvar a todos." 1 Cor 9,21-22

OPERANDO MILAGRES E ZELANDO PELA UNIDADE DA IGREJA

    Estando em Trôade, num domingo, dia já largamente acolhido para celebrar a Santa Missa, enquanto fazia um longo sermão antes da Comunhão um jovem adormeceu, caiu do terceiro andar e morreu. Mas Paulo ressuscitou-o: "No primeiro dia da semana, estando nós reunidos para partir o Pão, Paulo, que havia de viajar no dia seguinte, conversava com os discípulos e prolongou a palestra até a meia-noite. Havia muitas lâmpadas no quarto, onde nos achávamos reunidos. Acontece que um moço, chamado Êutico, que estava sentado numa janela, foi tomado de profundo sono, enquanto Paulo ia prolongando seu discurso. Vencido pelo sono, caiu do terceiro andar abaixo, e foi levantado morto. Paulo desceu, debruçou-se sobre ele, tomou-o nos braços e disse: 'Não vos perturbeis, porque sua alma está nele.' Então subiu, partiu o Pão, comeu e falou-lhes largamente até o romper do dia. Depois partiu. Quanto ao moço, levaram-no dali vivo, cheios de consolação." At 20,7-12
    São Lucas atestou até mesmo o valor de suas relíquias: "Deus fazia extraordinários milagres por intermédio de Paulo, de modo que lenços e outros panos que tinham tocado seu corpo eram levados aos enfermos. E afastavam-se deles as doenças e retiravam-se os malignos espíritos." At 19,11-12
    Nosso Santo era natural de Tarso, mas foi criado em Jerusalém, como o vemos afirmar quando na Cidade Santa foi preso pela primeira vez: "'Irmãos e pais, ouvi o que vos tenho a dizer em minha defesa.' Quando ouviram que lhes falava em língua hebraica, escutaram-no com maior atenção. Continuou ele: 'Eu sou judeu, nasci em Tarso da Cilícia, mas criei-me nesta cidade, instruí-me aos pés de Gamaliel, em toda observância da Lei de nossos pais, entusiasta partidário da causa de Deus como todos vós também sois no dia de hoje.'" At 22,2-3


    Antes de converter-se, era fariseu, como declarou em seu julgamento perante o Rei Agripa, já na cidade de Cesareia: "Minha vida, desde minha primeira juventude, tem decorrido no meio de minha pátria e em Jerusalém, e é conhecida dos judeus. Sabem eles, desde longa data, e se quiserem poderão testemunhá-lo, que vivi segundo a mais rigorosa seita de nossa religião, isto é, como fariseu." At 26,4,5
    Na Carta aos Filipenses, apontou sua origem sanguínea: "... circuncidado ao oitavo dia, da raça de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu e filho de hebreus." Fl 3,5b
    Também tinha cidadania romana, e vai declará-lo logo que foi preso em Jerusalém: "Quando o iam amarrando com a correia, Paulo perguntou a um centurião que estava presente: 'É permitido açoitar um cidadão romano que nem sequer foi julgado?' Ao ouvir isso, o centurião foi ter com o tribuno e avisou-o: 'Que vais fazer? Este homem é cidadão romano.' Veio o tribuno e perguntou-lhe: 'Dize-me, és romano?' 'Sim', respondeu-lhe. O tribuno replicou: 'Eu adquiri este direito de cidadão por grande soma de dinheiro.' Paulo respondeu: 'Pois eu sou-o de nascimento.'" At 22,25-28
    Tinha irmã e sobrinho em Jerusalém, que o ajudou desbaratando o plano dos judeus para matá-lo antes de ser levado a Roma: "Mas um filho da irmã de Paulo, inteirado da cilada, dirigiu-se à cidadela e comunicou-o a Paulo." At 23,16
    Tinha parentes em Roma, onde havia muitos judeus e a nova sede da Igreja seria fundada sob o túmulo de São Pedro, após a destruição de Jerusalém pelos romanos no ano 70 de nossa era. Ele escreve na Carta aos Romanos: "Saudai Andrônico e Júnias, meus parentes e companheiros de prisão, os quais são muito estimados entre os Apóstolos e tornaram-se discípulos de Cristo antes de mim." Rm 16,7
    Com efeito, na introdução desta carta ele refere-se aos cristãos de lá com a várias comunidades: "... a fim de levar, em Seu Nome, todas pagãs nações à obediência da fé, entre as quais também vós sois os eleitos de Jesus Cristo. A todos que estão em Roma, queridos de Deus, chamados a serem Santos..." Rm 1,5b-7a
    Além de outros parentes, como três que eram seus colaboradores e com ele estavam em Corinto: "Saúdam-vos Timóteo, meu cooperador, Lúcio, Jasão e Sosípatro, meus parentes." Rm 16,21
    Ele adotava o celibato e recomendava-o até aos leigos, como um dom superior: "Pois quereria que todos fossem como eu. Mas cada um tem de Deus um dom particular: uns este, outros aquele. Aos solteiros e às viúvas, digo que lhes é bom se permanecerem assim, como eu. Mas eis o que vos digo, irmãos: o tempo é breve. O que importa é que os que têm mulher vivam como se não a tivessem. O solteiro cuida das coisas que são do Senhor, de como agradar ao Senhor. O casado preocupa-se com as coisas do mundo, procurando agradar à sua esposa. A mesma diferença existe com a mulher solteira ou a virgem. Aquela que não é casada, cuida das coisas do Senhor, para ser santa no corpo e no espírito, mas a casada cuida das coisas do mundo, procurando agradar ao marido. Em suma, aquele que casa sua filha faz bem, e aquele que não a casa, faz ainda melhor. A mulher está ligada ao marido enquanto ele viver. Mas, se morrer o marido, ela fica livre e poderá casar-se com quem quiser, contanto que seja no Senhor. Contudo, na minha opinião, ela será mais feliz se permanecer como está. E creio que eu também tenho o Espírito de Deus." 1 Cor 7,7-8.29-30.32b-34.38-40
    Em casos de mais graves faltas contra a integridade da Igreja, ele era a favor da excomunhão: "Repito aqui o que acabamos de dizer: se alguém pregar doutrina diferente da que recebestes, seja ele excomungado!" Gl 1,9
    Pois, a despeito do que parecia radicalidade, ele visava a Salvação das almas: "Ouve-se constantemente dizer que se comete, em vosso meio, a luxúria, e tão grave luxúria que não se costuma encontrar nem mesmo entre os pagãos: há entre vós quem vive com a mulher de seu pai!... seja esse homem entregue a Satanás, para mortificação de seu corpo, a fim de que sua alma seja salva no Dia do Senhor Jesus." 1 Cor 5,1.5
    E este não foi o único caso. Ele vai citar: "É o caso de Himeneu e Alexandre, que entreguei a Satanás para que aprendam a não blasfemar." 1 Tm 1,20
    Também inquiriu os coríntios: "Porque o Reino de Deus não consiste em palavras, mas em atos. Que preferis? Que eu vá visitar-vos com a vara, ou com caridade e espírito de mansidão?" 1 Cor 4,20
    Por esta lógica, como está no Antigo Testamento e a própria Igreja por vários séculos defendeu, ele também era a favor da pena de morte. Foi o que alegou quando acusado pelos judeus em Cesareia, e acabou invocando seu direito, enquanto cidadão romano, de ser julgado em Roma: "Se tenho-lhes feito algum mal ou coisa digna de morte, não recuso morrer. Mas, se nada há daquilo de que estes me acusam, ninguém tem o direito de entregar-me a eles. Apelo para César!" At 25,11
    E até menciona tais condenações como justas: "A ira de Deus manifesta-se do alto do Céu contra toda impiedade e perversidade dos homens, que pela injustiça aprisionam a Verdade. Apesar de conhecerem o justo decreto de Deus que considera dignos de morte aqueles que fazem tais coisas, não somente as praticam, como também aplaudem os que as cometem." Rm 1,18.32
    Seus seguidores iam no mesmo sentido: "Se alguém transgredir a Lei de Moisés, e isto provado com duas ou três testemunhas, deverá ser morto sem misericórdia." Hb 10,28
    Mas nem sempre tão cerebral, ele demonstra fraterno apego a seus colaboradores, como a São Tito: "Quando cheguei a Trôade para pregar o Evangelho de Cristo, apesar da porta que o Senhor me abriu, meu espírito não teve sossego porque aí não achei meu irmão Tito. Despedi-me deles e parti para a Macedônia." 2 Cor 2,12-13
    A São Timóteo: "Não continues a beber só água, mas toma também um pouco de vinho, por causa de teu estômago e de tuas freqüentes indisposições." 1 Tm 5,23
    Ou a São Lucas: "Saúda-vos Lucas, o amado médico..." Cl 4,14a
    Era um homem de vasta cultura: "Sou devedor a gregos e a bárbaros, a sábios e a simples." Rm 1,14
    Além do hebraico e do aramaico, falava e escrevia perfeitamente em grego, que era o idioma internacional de então: "Quando estava para ser introduzido na fortaleza, Paulo perguntou ao tribuno: 'É-me permitido dizer duas palavras?' Este respondeu: 'Sabes o grego?'" At 21,37
    Assim como outros idiomas, talvez latim, siríaco e turco. Ele disse aos coríntios: "Dous Graças a Deus por falar em línguas mais que todos vós." 1 Cor 14,18
    Apesar de seus fortes argumentos, porém, não tinha o dom da oratória: "... embora eu seja frágil no falar..." 2 Cor 11,6
    Mas enfrentou francamente o Areópago em Atenas, que era o tribunal e conselho de senadores, aristocratas e grandes filósofos: "Alguns filósofos epicureus e estoicos conversaram com ele. Diziam uns: 'Que quer dizer esse tagarela?' Outros: 'Parece que é pregador de novos deuses.' Pois anunciava-lhes Jesus e a Ressurreição. Tomaram-no consigo e levaram-no ao Areópago, e perguntaram-lhe: 'Podemos saber que nova doutrina é essa que pregas?'" At 17,18-19
    Não escreveu todas cartas a ele atribuídas. Algumas ditou, como a aos romanos: "Eu, Tércio, que escrevi esta carta, saúdo-vos no Senhor." Rm 16,22
    Outras apenas assinou, como a Primeira aos Coríntios: "Esta saudação escrevo-a de próprio punho: PAULO." 1 Cor 16,22
    E a Segunda aos Tessalonicenses: "A saudação vai de meu próprio punho: PAULO. É esta minha assinatura em todas minhas cartas. É assim que eu escrevo." 2 Ts 3,17
    Aos gálatas, pediu que observassem sua caligrafia: "Vede com que tamanho de letras vos escrevo, de próprio punho!" Gl 6,11
    E também a Filemon: "Eu, Paulo, escrevo de próprio punho: eu pagarei. Para não te dizer que tu mesmo te deves inteiramente a mim!" Fl 1,19
    Pedia que suas cartas fossem lidas entre todos irmãos das comunidades: "Encarecidamente peço-vos, no Senhor, que esta carta seja lida a todos irmãos." 1 Ts 5,27
    Por elas dirigia-se não só à igreja local, mas a outras comunidades: "Uma vez lida esta carta entre vós, fazei com que ela o seja também na igreja dos laodicenses. E vós, lede a de Laodiceia." Cl 4,16
    Assim como a toda região: "Paulo, Apóstolo de Jesus Cristo pela vontade de Deus, e o irmão Timóteo, à Igreja de Deus que está em Corinto, e a todos santos irmãos que estão em toda Acaia." 2 Cor 1,1
    Escreveu talvez o mais belo texto sobre o amor, reconhecido em todo mundo. Eis um dos trechos: "Ainda que distribuísse todos meus bens em sustento dos pobres, e ainda que entregasse meu corpo para ser queimado, se não tivesse amor, de nada valeria!" 1 Cor 13,3
    Penitente, pela vida afora aprendeu a carregar um 'espinho na carne': "Ademais, para que a grandeza das revelações não me levasse ao orgulho, foi-me dado um espinho na carne, um anjo de Satanás para esbofetear-me e livrar-me do perigo da vaidade. Três vezes roguei ao Senhor que o apartasse de mim. Mas Ele disse-me: 'Basta-te Minha Graça, porque é na fraqueza que se revela totalmente Minha força.' Portanto, prefiro gloriar-me de minhas fraquezas, para que em mim habite a força de Cristo." 2 Cor 12,7-9
    Tudo fazia por Cristo, mostrando total desapego material: "Sei viver na penúria, e sei também viver na abundância. Estou acostumado a todas vicissitudes: a ter fartura e a passar fome, a ter abundância e a padecer necessidade." Fl 4,12
    E pelos fiéis: "Tudo sofro para que seus corações sejam reconfortados e que, estreitamente unidos pela caridade, sejam enriquecidos de uma plenitude de inteligência, para conhecerem o mistério de Deus, isto é, Cristo, no qual estão escondidos todos tesouros da Sabedoria e da ciência." Cl 2,2-3


"CRISTO VIVE EM MIM"

    Depois da conversão, dedicou toda sua vida à causa da Igreja: "Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim." Gl 2,20
    Teve intensa vida pastoral: "Paulo permaneceu ali em Corinto ainda algum tempo. Depois, despediu-se dos irmãos e navegou para a Síria, e com ele Priscila e Áquila. Antes, porém, cortara o cabelo em Cêncris, porque terminara um voto. Chegaram a Éfeso, onde os deixou. Ele entrou na sinagoga e entretinha-se com os judeus. Pediram-lhe estes que ficasse com eles ali por mais tempo, mas ele não quis. Ao despedir-se, disse: 'Voltarei a vós, se Deus quiser.' E partiu de Éfeso. Viajou até Cesareia, subiu a Jerusalém e saudou a comunidade, e logo em seguida desceu a Antioquia. Aí demorou-se apenas por algum tempo, partiu de novo e atravessou sucessivamente as regiões da Galácia e da Frígia, fortalecendo todos discípulos." At 18,18-23
    Em modelar testemunho de vida, mostrou-se visceralmente unido à Igreja: "São ministros de Cristo? Falo como menos sábio: eu, ainda mais. Muito mais pelos trabalhos, muito mais pelos cárceres, pelos açoites sem medida. Muitas vezes vi a morte de perto. Cinco vezes recebi dos judeus os quarenta açoites menos um, três vezes fui flagelado com varas, uma vez apedrejado, três vezes naufraguei, uma noite e um dia passei no abismo. Viagens sem conta, exposto a perigos nos rios, perigos de salteadores, perigos da parte de meus concidadãos, perigos da parte dos pagãos, perigos na cidade, perigos no deserto, perigos no mar, perigos entre falsos irmãos! Trabalhos e fadigas, repetidas vigílias, com fome e sede, frequentes jejuns, frio e nudez! Além de outras coisas, minha cotidiana preocupação, a solicitude por todas igrejas! Quem é fraco, que eu não seja fraco? Quem sofre escândalo, que eu não me consuma de dor?" 2 Cor 11,23-29
    Bem sabia reconhecer a presença do Espírito Santo, e por isso ministrava o Sacramento da Crisma: "Enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo atravessou as províncias superiores e chegou a Éfeso, onde achou alguns discípulos e indagou deles: 'Recebestes o Espírito Santo, quando abraçastes a ?' Responderam-lhe: 'Não, nem sequer ouvimos dizer que há um Espírito Santo!' 'Então em que batismo fostes batizados?', perguntou Paulo. Disseram: 'No batismo de João.' Paulo então replicou: 'João só dava um batismo de penitência, dizendo ao povo que cresse n'Aquele que havia de vir depois dele, isto é, em Jesus.' Ouvindo isso, foram batizados em Nome do Senhor Jesus. E quando Paulo lhes impôs as mãos, o Espírito Santo desceu sobre eles, e falavam em línguas estranhas e profetizavam." At 19,1-6
    De fato, só ocasionalmente batizava: "Cristo não me enviou para batizar, mas para pregar o Evangelho. E isso sem recorrer à habilidade da arte oratória, para que não se desvirtue a Cruz de Cristo." 1 Cor 1,17
    Assim até tratava de apresentar-se: "Paulo, servo de Jesus Cristo, escolhido para ser Apóstolo, reservado para anunciar o Evangelho de Deus." Rm 1,1
    E quando o fazia, batizava toda família, isto é, inclusive as crianças. São Lucas registrou na cidade de Filipos: "Uma mulher, chamada Lídia, da cidade dos tiatirenos, vendedora de púrpura, temente a Deus, escutava-nos. O Senhor abriu-lhe o coração para atender às coisas que Paulo dizia. Foi batizada juntamente com sua família e fez-nos este pedido: 'Se julgais que tenho fé no Senhor, entrai em minha casa e ficai comigo.' E obrigou-nos a isso." At 16,14-15
    Também com um carcereiro desta cidade: "Anunciaram-lhe a Palavra de Deus, a ele e a todos que estavam em sua casa. Então, naquela mesma hora da noite, ele cuidou deles e lavou-lhes as chagas. Imediatamente foi batizado, ele e toda sua família." At 16,32-33
    E em Corinto: "Aliás, também batizei a família de Estéfanas." 1 Cor 1,16a
    Foi o primeiro a receber os estigmas de Cristo: "... porque trago em meu corpo as marcas de Jesus." Gl 6,17
    Continuou recebendo recomendações pessoais de Jesus, como em Corinto: "Numa noite, o Senhor disse a Paulo em visão: 'Não temas! Fala, e não te cales. Porque Eu estou contigo. Ninguém se aproximará de ti para fazer-te mal, pois tenho um numeroso povo nesta cidade.'" At 18,9-10
    Numa aparição em Jerusalém, após ser preso e julgado pelo Sinédrio, Ele mandou-o pregar em Roma, o que faria mesmo acorrentado: "Na noite seguinte, apareceu-lhe o Senhor e disse-lhe: 'Coragem! Assim como tu destes testemunho de mim em Jerusalém, é preciso que também testemunhes em Roma.'" At 23,11
    Mas por conta da perseguição dos judeus, só em Cesareia ficaria preso por anos: "Decorridos dois anos, Félix teve por sucessor a Pórcio Festo. Querendo, porém, agradar aos judeus, manteve Paulo na prisão." At 24,27
    Fidelíssimo à hierarquia, e assim atento às perversões contra o Evangelho, preparou a Igreja para depois de sua partida, como disse aos Anciãos de Éfeso: "Cuidai de vós mesmos e de todo rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos para pastorear a Igreja de Deus, que Ele adquiriu com Seu próprio Sangue. Sei que depois da minha partida entre vós introduzir-se-ão cruéis lobos, que não pouparão o rebanho. Mesmo dentre vós surgirão homens que hão de proferir perversas doutrinas, com o intento de arrebatarem após si os discípulos. Vigiai! Lembrai-vos, portanto, de que por três anos não cessei, noite e dia, de admoestar, com lágrimas, a cada um de vós. Agora eu encomendo-vos a Deus e à Palavra de Sua Graça, Àquele que é poderoso para edificar e dar a herança com os santificados. De ninguém cobicei prata, nem ouro, nem vestes. Vós mesmos sabeis: estas mãos proveram minhas necessidades e as de meus companheiros. Em tudo, tenho-vos mostrado que assim, trabalhando, convém acudir os fracos e lembrar-se das palavras do Senhor Jesus, porquanto Ele mesmo disse: 'É maior felicidade dar que receber!' A essas palavras, ele pôs-se de joelhos a orar. Derramaram-se em lágrimas e lançaram-se ao pescoço de Paulo para abraçá-lo, aflitos, sobretudo pela palavra que tinha dito: 'Já não vereis minha face.' Em seguida, acompanharam-no até o navio." At 20,16-38
    Demonstrando intimidade a São Timóteo, advertiu-o dos semeadores de heresias e intrigas, apontando-lhe sua própria vida como modelo: "Nota bem o seguinte: nos últimos dias haverá um difícil período. Os homens tornar-se-ão egoístas, avarentos, fanfarrões, soberbos, rebeldes aos pais, ingratos, malvados, desalmados, desleais, caluniadores, devassos, cruéis, inimigos dos bons, traidores, insolentes, cegos de orgulho, amigos dos prazeres e não de Deus, ostentarão a aparência de piedade, mas desdenharão de sua autoridade. Dessa gente, afasta-te! Deles fazem parte os que jeitosamente se insinuam pelas casas e enfeitiçam mulherzinhas carregadas de pecados, atormentadas por toda espécie de paixões, sempre a aprender sem nunca chegar ao conhecimento da Verdade. Tu, pelo contrário, aplicaste-te a seguir-me de perto em minha doutrina, em meu modo de vida, em meus planos, em minha fé, em minha paciência, em minha caridade, em minha constância, em minhas perseguições, em provações que me sobrevieram em Antioquia, em Icônio, em Listra. Pois todos que quiserem viver piedosamente em Jesus Cristo, terão de sofrer a perseguição." 2 Tm 3,1-7.10-11a.12
    Em defesa da hierarquia, ele não admitia rasteiras acusações contra um Sacerdote: "Não recebas acusação contra um presbítero, senão por duas ou três testemunhas." 1 Tm 5,19
    Pedia amor por eles: "Suplicamo-vos, irmãos, que reconheçais aqueles que entre vós arduamente trabalham para dirigir-vos e admoestar-vos no Senhor. Tende para com eles singular amor, em vista do cargo que exercem. Conservai a Paz entre vós." 1 Ts 5,12-13
    Mas, em caso de desvios, ordenava que se usasse de toda autoridade: "Aos que faltam às suas obrigações, repreende-os diante de todos, para que também os demais se atemorizem." 1 Tm 5,20
    E pedia-lhe absoluto zelo pela Sã Doutrina: "Toma por modelo os salutares ensinamentos que de mim recebeste sobre a fé e o amor a Jesus Cristo. Guarda o Precioso Depósito, pela virtude do Espírito Santo que em nós habita." 2 Tm 1,13-14
    Ressaltando a importância da centralização do corpo doutrinário, instituiu dominicais coletas para o socorro da sede da Igreja à época, que era Jerusalém: "Quanto à coleta em benefício dos santos, segui também vós as diretrizes que eu tracei às igrejas da Galácia. No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte o que tiver podido poupar, para que não esperem minha chegada para fazer as coletas. Quando chegar, enviarei, com uma carta, aqueles que tiverdes escolhido para levar a Jerusalém vossa oferta." 1 Cor 16,1-3
    Aliás, ele e São Timóteo devotavam patente obediência à sede da Igreja, então em Jerusalém, o que a fazia crescer na Unidade: "Nas cidades pelas quais passavam, ensinavam que observassem as decisões que haviam sido tomadas pelos Apóstolos e Anciãos em Jerusalém. Assim as igrejas eram confirmadas na fé, e cresciam em número dia a dia." At 16,4-5
    Segundo ele mesmo, já seria um idoso, na verdade, entre 50 e 55, quando pediu acolhida a Filemon: "Eu, Paulo, o velho, e agora preso por Jesus Cristo... Ao mesmo tempo, prepara-me pousada, porque espero, pelas vossas orações, em breve ser-vos restituído." Fm 1,9b.22
    Mas muito mais inclinado a crer no próprio martírio, que se daria poucos anos depois, deixou uma marcante frase em carta a São Timóteo: "Quanto a mim, estou a ponto de ser imolado e o instante de minha libertação aproxima-se. Combati o bom combate, terminei minha carreira, guardei a fé. Resta-me agora receber a coroa da justiça, que o Senhor, Justo Juiz, dá-me-á n'Aquele Dia. E não somente a mim, mas a todos aqueles que com amor aguardam Sua Aparição." 2 Tm 4,6-8
    Realmente humilde, assim resumiu sua conversão à vida cristã: "Dou graças àquele que me deu forças, Jesus Cristo, Nosso Senhor, porque me julgou digno de confiança e chamou-me ao ministério, justamente a mim que outrora era blasfemo, perseguidor e injuriador. Se encontrei Misericórdia, foi para que primeiro em mim Jesus Cristo manifestasse toda Sua longanimidade, e eu servisse de exemplo para todos aqueles que, a seguir, n'Ele crerem, para a Vida Eterna." 1 Tm 1,16
    Dizia-se, e de fato seria, o Último Apóstolo, pois a mais ninguém Jesus apareceria e pessoalmente enviaria. Referindo-se ao Colégio como a um grupo definido, diz de Sua Aparição: "E, por último de todos, apareceu também a mim, como a um abortivo. Porque eu sou o menor dos Apóstolos, e não sou digno de ser chamado Apóstolo, porque persegui a Igreja de Deus." 1 Cor 15,8-9
    Jesus, porém, a São Pedro e a ele referiu-Se como a duas Oliveiras que fariam de Roma uma cidade apostólica, pois deu-lhes pleno poder da Palavra, assim como os poderes dados a Elias e Moisés. São João Evangelista registrou no livro do Apocalipse: "Mas incumbirei às Minhas duas testemunhas, vestidas de saco, que profetizem por mil duzentos e sessenta dias. São eles as duas oliveiras e os dois candelabros que se mantêm diante do Senhor da terra. Se alguém quiser causar-lhes dano, sairá fogo de suas bocas e devorará seus inimigos. Esses homens têm o poder de fechar o céu, para que não caia chuva durante os dias de sua profecia. Têm poder sobre as águas, para transformá-las em sangue, e de ferir a terra, sempre que quiserem, com toda sorte de flagelos. Mas, depois de terem integralmente terminado seu testemunho, a Fera que sobe do abismo lhes fará guerra, irá vencê-los e matá-los." Ap 11,3-5a.6-7
    A Sagrada Tradição conta que São Paulo foi decapitado por um golpe de espada, que é retratada em suas imagens. Mas assim como na morte de São Pedro, acontecida pouco antes, em prantos pela perda de tão importante líder, e, ainda pior, pelo pânico instalado com a perseguição aos cristãos que o imperador Nero iniciava, não se fez nenhum registro escrito imediatamente após sua morte.


    Sob o local de sua sepultura, foi erguida a Basílica de São Paulo Fora dos Muros, assim chamada por ficar fora da Muralha Aureliana, e aí encontram-se seu sarcófago e as correntes com as quais o prenderam.


    São Paulo, rogai por nós!