Todos dons de Deus, que nos permitem flertar a plenitude do ser, assim são resumidos na Carta de São Paulo aos Romanos: "... o dom de Deus é a Vida Eterna em Cristo Jesus, Nosso Senhor." Rm 6,23
No Evangelho segundo São João, falando sobre o Pai à multidão em Jerusalém depois do Domingo de Ramos, Jesus disse-o com outras palavras: "E sei que Seu Mandamento é Vida Eterna." Jo 12,50a
E ao exaltar a maior virtude teologal, a Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios tratou do dom da ciência, afirmando que não o temos em plenitude: "O amor jamais acabará. As profecias desaparecerão, o dom de línguas cessará, o dom de ciência findará. Nossa ciência é parcial, nossa profecia é imperfeita. Quando chegar o que é perfeito, o imperfeito desaparecerá." 1 Cor 13,8-10
De fato, dado o Pentecostes, Unção do Espírito Santo sobre os membros da Igreja, o Apóstolo dos Gentios listou 9 dons, mas sempre lembrando que todas essas dádivas são dadas para exclusivamente servir à Santa Igreja: "Há diversidade de dons, mas um só Espírito. A cada um é dada a manifestação do Espírito para comum proveito. A um é dada pelo Espírito uma palavra de Sabedoria; a outro, uma palavra de ciência, por esse mesmo Espírito; a outro, a fé, pelo mesmo Espírito; a outro, a Graça de curar as doenças, no mesmo Espírito; a outro, o dom de milagres; a outro, a profecia; a outro, o discernimento dos espíritos; a outro, a variedade de línguas; a outro, por fim, a interpretação das línguas. Mas um e o mesmo Espírito distribui todos estes dons, a cada um repartindo como Lhe apraz." 1 Cor 12,4.7-11E ao exaltar a maior virtude teologal, a Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios tratou do dom da ciência, afirmando que não o temos em plenitude: "O amor jamais acabará. As profecias desaparecerão, o dom de línguas cessará, o dom de ciência findará. Nossa ciência é parcial, nossa profecia é imperfeita. Quando chegar o que é perfeito, o imperfeito desaparecerá." 1 Cor 13,8-10
E em virtude da necessidade de evangelizar, ele dá mais valor ao dom de profetizar, mais uma vez visando o bem da Igreja, quando argumenta: "Empenhai-vos em procurar a caridade. Igualmente aspirai aos dons espirituais, mas sobretudo ao de profecia. Aquele que fala em línguas não fala aos homens, senão a Deus: ninguém o entende, pois fala misteriosas coisas, sob a ação do Espírito. Aquele, porém, que profetiza fala aos homens, para edificá-los, exortá-los e consolá-los. Aquele que fala em línguas edifica-se a si mesmo; mas o que profetiza, edifica a assembleia. Ora, desejo que todos faleis em línguas, porém muito mais desejo que profetizeis. Maior é quem profetiza que quem fala em línguas, a não ser que este as interprete, para que a assembleia receba edificação. Assim, pois, irmãos, aspirai ao dom de profetizar." 1 Cor 14,1-5.39a
Mas diante dos maiores dons espirituais, ele já havia ressaltado a suma importância do amor: "Mesmo que eu tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos mistérios e toda ciência, mesmo que tivesse toda fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver o amor, não sou nada." 1 Cor 13,2
E ao anunciar a Vinda de Cristo, o Livro do Profeta Isaías só havia listado 6 dons, embora mais específicos e relativos a todo e qualquer fiel, entre os quais a Versão dos Setenta e a Vulgata incluíram a piedade: "Um Renovo sairá do tronco de Jessé, e um Rebento brotará de suas raízes. Sobre Ele repousará o Espírito do Senhor, Espírito de Sabedoria e de inteligência, Espírito de conselho e de fortaleza, Espírito de ciência e de piedade, Espírito de temor ao Senhor." Is 11,1-2
Assim, amplamente reconhecidos como mais precisos, o Catecismo da Igreja Católica diz destes 7: "Em plenitude, pertencem a Cristo, Filho de Davi. Completam e levam à perfeição as virtudes daqueles que os recebem. Tornam dóceis os fiéis para prontamente obedecer às divinas inspirações." CIC § 1831
Eles seriam a Sabedoria e inteligência de São José do Egito e Salomão, o dom de conselho dos Juízes, a fortaleza da bravura de Davi, a ciência das revelações feitas aos Profetas, e a religiosidade e o temor a Deus de Abraão, Isaque e Jacó.
Em contraposição aos primeiros 9 apontados por São Paulo, dos quais 6 notadamente são Graças Especiais, de mais proativas e pastorais funções, além, claro, de demonstrações da instauração do Reino de Deus, estes 7 listados por Isaías dizem respeito ao conhecimento e à vivência da vontade de Deus, divinamente encarnados por Jesus como o Catecismo afirma.
De fato, Sabedoria e ciência já estavam na lista dos 7 de Isaías, e a fé é elementar dom, como os discípulos da tradição de São Paulo explicam na Carta aos Hebreus: "Ora, sem fé é impossível agradar a Deus, pois para achegar-se a Ele é necessário que primeiro se creia que Ele existe e que recompensa aqueles que O procuram." Hb 11,6
As 6 Graças especiais, pois, anotadas por São Paulo são:
- Cura e milagres, evidentes carismas;
- Profecia, que tem como razão de ser confirmar a Revelação, ora atestando a Sã Doutrina ora revelando o futuro, mas sempre estritamente segundo os desígnios de Deus;
- Discernimento de espírito, pelo qual se percebe a atual situação das almas em relação ao projeto da Salvação; e,
- Variedade e interpretação de línguas, um instrumento de interpessoal ou comunitária comunicação, relativa a assuntos espirituais, conforme a vontade de Deus e em presente momento. Dá-se sob direta e pessoal moção do Divino Espírito.
Ficam, pois, por essenciais, os '7' listados por Isaías, que são:
- Variedade e interpretação de línguas, um instrumento de interpessoal ou comunitária comunicação, relativa a assuntos espirituais, conforme a vontade de Deus e em presente momento. Dá-se sob direta e pessoal moção do Divino Espírito.
Ficam, pois, por essenciais, os '7' listados por Isaías, que são:
DOM DA SABEDORIA
A Sabedoria mais diz respeito a posturas e atitudes, e menos a informações ou a debates, como de teórico conhecimento. A Carta de São Tiago expressamente vincula-a a comportamento: "Quem dentre vós é sábio e inteligente? Mostre com um bom proceder suas obras repassadas de doçura e de Sabedoria." Tg 3,13
Usando de simples comportamentos e palavras em complexas situações, o sábio vive sua Sabedoria em serenidade e precoce maturidade, por isso demonstra inspirada engenhosidade em resolver emocionais, interpessoais e sociais conflitos. O Livro da Sabedoria descreve os perfeitos atributos do Espírito Santo, que por reflexo dizem do pragmático e equilibrado caráter do próprio sábio: "Com efeito, nela (Sabedoria) há um espírito inteligente, santo, único, múltiplo, sutil, móvel, penetrante, puro, claro, inofensivo, inclinado ao bem, agudo, livre, benéfico, benévolo, estável, seguro, livre de inquietação, que tudo pode, que de tudo cuida, que em todos espíritos penetra, os inteligentes, os puros, os mais sutis." Sb 7,22-23
Enfim, ela é sobrenatural, conforme afirmação de São Paulo: "Entretanto, o que pregamos entre os perfeitos é Sabedoria! Porém não a sabedoria deste mundo nem a dos grandes deste mundo, que aos olhos d'Aquela são desqualificados. Pregamos a Sabedoria de Deus, misteriosa e secreta, que Ele predeterminou antes de existir o tempo, para nossa Glória." 1 Cor 2,6-7
Ela é evidentemente construtiva, contra divisões dentro da Igreja, nas palavras de São Tiago Menor: "A Sabedoria que vem de cima, porém, é primeiramente pura, depois pacífica, condescendente, conciliadora, cheia de Misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, nem fingimento." Tg 3,17
E amplamente disponibilizada por Deus: "Se alguém de vós necessita de Sabedoria, peça-a a Deus, que a todos liberalmente dá, com simplicidade e sem recriminação, e sê-lhe-á dada." Tg 1,5
Logo, ela é muito desejável, de acordo com a leitura do Livro de Eclesiástico: "O inteligente homem reflete sobre as palavras dos sábios, e com atento ouvido deseja a Sabedoria." Eclo 3,31
É dado pelo conhecimento formal, logo, racionalista. Vasto acúmulo de informações sobre a natureza, inclusive a humana, como o Livro da Sabedoria diz: "Foi Ele (Deus) Quem me deu o verdadeiro conhecimento de todas coisas, Quem me fez conhecer a constituição do mundo e as virtudes dos elementos, o começo, o fim e o meio dos tempos, a sucessão dos solstícios e as mutações das estações, os ciclos do ano e as posições dos astros, a natureza dos animais e os instintos dos brutos, os poderes dos espíritos e os pensamentos dos homens, a variedade das plantas e as propriedades das raízes." Sb 7,17-21
E dele dependem os bem sucedidos autoridades e poderes. Os Provérbios também replicam a Sabedoria: "... Minha a inteligência, Minha a força. Por Mim reinam os reis e os legisladores decretam a justiça. Por Mim governam os magistrados e os magnatas regem a Terra." Pr 8,14b-16
Liminarmente é o dom da empatia, de ser compreensivo, de aprender com a experiência dos outros: "O insensato não tem propensão para a inteligência, mas para a expansão dos próprios sentimentos." Pr 18,2
A Segunda Carta de São Paulo a São Timóteo prepara-o: "Nenhum atleta será coroado se não tiver lutado segundo as regras. Antes é preciso que o lavrador trabalhe com afinco, se quer boa colheita. Entende bem o que eu quero dizer: o Senhor há de dar-te inteligência em tudo." 2 Tm 2,6-7
E o Divino Mestre reclamou dos discípulos que partiram para Emaús, no Domingo da Ressurreição, apesar de todos testemunhos que ouviram: "Jesus disse-lhes: 'Ó gente sem inteligência! Como sois tardos de coração para crerdes em tudo que os Profetas anunciaram!'" Lc 24,25
Dizia aos Apóstolos, em contraponto aos meros ouvintes de Suas parábolas: "Porque a vós é dado compreender os mistérios do Reino dos Céus, mas a eles não. Ao que tem, dá-se-lhe-á e terá em abundância, mas, ao que não tem, até mesmo o que tem será tirado." Mt 13,12
Cristo, de fato, era esperado como o revelador de todos mistérios, como a samaritana disse junto ao poço de Jacó: "Respondeu a mulher: 'Sei que deve vir o Messias, que se chama Cristo. Pois, quando vier, Ele fá-nos-á conhecer todas coisas.'" Jo 4,25
Mas mesmo os mais inteligentes entre os fariseus demonstravam dificuldades para assimilar o renascer em Cristo. Foi o caso de Nicodemos. Disse-lhe Jesus logo no início de Sua vida pública: "Em Verdade, em Verdade, digo-te: dizemos o que sabemos e damos testemunho do que vimos, mas não recebeis nosso testemunho. Se vos tenho falado das terrenas coisas e não Me credes, como crereis se vos falar das celestiais?" Jo 3,11-12
E ainda vai questionar os líderes judeus em Jerusalém, que se valiam apenas do fato de serem descendentes de Abraão para dizerem-se fiéis a Deus: "Por que não compreendeis Minha linguagem?" Jo 8,43a
Foi mais longe aludindo à Sua divindade, que eles não percebiam: "Quem de vós Me acusará de pecado?" Jo 8,46a
A Primeira Carta de São Pedro falou destas necessárias reflexões: "Esta Salvação tinha sido o objeto das investigações e das meditações dos Profetas, que proferiram oráculos sobre a Graça que vos era destinada. Eles investigaram a época e as circunstâncias indicadas pelo Espírito de Cristo, que neles estava e que profetizava os sofrimentos do mesmo Cristo e as Glórias que deviam segui-los." 1 Pd 1,10-11
E a Segunda Carta de São Pedro denuncia, dizendo das cartas de São Paulo: "Nelas há algumas passagens difíceis de entender, cujo sentido os ignorantes ou pouco fortalecidos espíritos deturpam, para sua própria ruína, como também fazem com as demais Escrituras." 2 Pd 3,16b
DOM DO CONSELHO
Ela é evidentemente construtiva, contra divisões dentro da Igreja, nas palavras de São Tiago Menor: "A Sabedoria que vem de cima, porém, é primeiramente pura, depois pacífica, condescendente, conciliadora, cheia de Misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, nem fingimento." Tg 3,17
E amplamente disponibilizada por Deus: "Se alguém de vós necessita de Sabedoria, peça-a a Deus, que a todos liberalmente dá, com simplicidade e sem recriminação, e sê-lhe-á dada." Tg 1,5
Logo, ela é muito desejável, de acordo com a leitura do Livro de Eclesiástico: "O inteligente homem reflete sobre as palavras dos sábios, e com atento ouvido deseja a Sabedoria." Eclo 3,31
Se é conhecimento informal, não deixa de ser brilhante: "Mas o sólido alimento é para os adultos, para aqueles que a experiência já exercitou na distinção do bem e do mal." Hb 5,14
O Livro dos Provérbios, pois, comemora: "Feliz do homem que encontrou a Sabedoria, daquele que adquiriu o entendimento, porque mais vale este lucro que o da prata, e o fruto que se obtém é melhor que o fino ouro." Pr 3,13-14
E o sagrado autor da Sabedoria, dizendo dela mesma, é categórico: "Ela é um sopro do poder de Deus, uma límpida irradiação da Glória do Todo-poderoso. Assim nenhuma mancha pode insinuar-se nela. É ela uma efusão da eterna Luz, um espelho, sem mancha, da atividade de Deus e uma imagem de Sua bondade." Sb 7,25-26
DOM DO ENTENDIMENTO, DA INTELIGÊNCIA OU DO CONHECIMENTO
Em confronto com mundanos assuntos, Nosso Senhor, no Evangelho segundo São Lucas, apontou-a no triunfante retorno dos Doze após a primeira missão que lhes deu: "Naquele mesma hora, Jesus exultou de alegria no Espírito Santo e disse: 'Pai, Senhor do Céu e da Terra, Eu dou-Te graças porque escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, bendigo-Te porque assim foi de Teu agrado.'" Lc 10,21
E se Jesus e São João Batista, supostos extremistas, seriam rejeitados pelos judeus, Ele diz daqueles que tanto acolheriam a Um como ao outro, no Evangelho segundo São Mateus: "Mas a Sabedoria foi justificada por seus filhos." Mt 11,19b
Nesse sentido, a Carta de São Paulo aos Filipenses revela de suas preces: "Peço, em minha oração, que vossa caridade cada vez mais se enriqueça de compreensão e critério, com que possais discernir o que é mais perfeito e vos torneis puros e irrepreensíveis para o Dia de Cristo..." Fl 1,9-10
E assim ele explica a situação dos pagãos: "Porque diante de Deus não são justos aqueles que ouvem a Lei, mas serão tidos por justos aqueles que praticam a Lei. Os pagãos, que não têm a Lei, fazendo naturalmente as coisas que são da Lei, embora não tenham a lei, a si mesmos servem de Lei." Rm 2,13-14E se Jesus e São João Batista, supostos extremistas, seriam rejeitados pelos judeus, Ele diz daqueles que tanto acolheriam a Um como ao outro, no Evangelho segundo São Mateus: "Mas a Sabedoria foi justificada por seus filhos." Mt 11,19b
Nesse sentido, a Carta de São Paulo aos Filipenses revela de suas preces: "Peço, em minha oração, que vossa caridade cada vez mais se enriqueça de compreensão e critério, com que possais discernir o que é mais perfeito e vos torneis puros e irrepreensíveis para o Dia de Cristo..." Fl 1,9-10
O Livro dos Provérbios, pois, comemora: "Feliz do homem que encontrou a Sabedoria, daquele que adquiriu o entendimento, porque mais vale este lucro que o da prata, e o fruto que se obtém é melhor que o fino ouro." Pr 3,13-14
E o sagrado autor da Sabedoria, dizendo dela mesma, é categórico: "Ela é um sopro do poder de Deus, uma límpida irradiação da Glória do Todo-poderoso. Assim nenhuma mancha pode insinuar-se nela. É ela uma efusão da eterna Luz, um espelho, sem mancha, da atividade de Deus e uma imagem de Sua bondade." Sb 7,25-26
É dado pelo conhecimento formal, logo, racionalista. Vasto acúmulo de informações sobre a natureza, inclusive a humana, como o Livro da Sabedoria diz: "Foi Ele (Deus) Quem me deu o verdadeiro conhecimento de todas coisas, Quem me fez conhecer a constituição do mundo e as virtudes dos elementos, o começo, o fim e o meio dos tempos, a sucessão dos solstícios e as mutações das estações, os ciclos do ano e as posições dos astros, a natureza dos animais e os instintos dos brutos, os poderes dos espíritos e os pensamentos dos homens, a variedade das plantas e as propriedades das raízes." Sb 7,17-21
E dele dependem os bem sucedidos autoridades e poderes. Os Provérbios também replicam a Sabedoria: "... Minha a inteligência, Minha a força. Por Mim reinam os reis e os legisladores decretam a justiça. Por Mim governam os magistrados e os magnatas regem a Terra." Pr 8,14b-16
Liminarmente é o dom da empatia, de ser compreensivo, de aprender com a experiência dos outros: "O insensato não tem propensão para a inteligência, mas para a expansão dos próprios sentimentos." Pr 18,2
Mais conjeturalmente é reconhecer a grandiosidade de Deus, e humildemente dizer: "Eu fatiguei-me por Deus, estou esgotado por Deus, eis-me entregue. Porque eu sou o mais insensato dos homens, não tenho a inteligência de um homem. Não aprendi a Sabedoria e não conheci a ciência do Santo." Pr 30,1b-3
É entendimento e compreensão da imanência dos divinos mistérios, apreender a Revelação e suas nuances segundo um amigo no Livro de Jó: "... mas é o Espírito de Deus no homem, e um sopro do Todo-poderoso que o torna inteligente." Jó 32,8A Segunda Carta de São Paulo a São Timóteo prepara-o: "Nenhum atleta será coroado se não tiver lutado segundo as regras. Antes é preciso que o lavrador trabalhe com afinco, se quer boa colheita. Entende bem o que eu quero dizer: o Senhor há de dar-te inteligência em tudo." 2 Tm 2,6-7
E o Divino Mestre reclamou dos discípulos que partiram para Emaús, no Domingo da Ressurreição, apesar de todos testemunhos que ouviram: "Jesus disse-lhes: 'Ó gente sem inteligência! Como sois tardos de coração para crerdes em tudo que os Profetas anunciaram!'" Lc 24,25
Dizia aos Apóstolos, em contraponto aos meros ouvintes de Suas parábolas: "Porque a vós é dado compreender os mistérios do Reino dos Céus, mas a eles não. Ao que tem, dá-se-lhe-á e terá em abundância, mas, ao que não tem, até mesmo o que tem será tirado." Mt 13,12
Cristo, de fato, era esperado como o revelador de todos mistérios, como a samaritana disse junto ao poço de Jacó: "Respondeu a mulher: 'Sei que deve vir o Messias, que se chama Cristo. Pois, quando vier, Ele fá-nos-á conhecer todas coisas.'" Jo 4,25
Mas mesmo os mais inteligentes entre os fariseus demonstravam dificuldades para assimilar o renascer em Cristo. Foi o caso de Nicodemos. Disse-lhe Jesus logo no início de Sua vida pública: "Em Verdade, em Verdade, digo-te: dizemos o que sabemos e damos testemunho do que vimos, mas não recebeis nosso testemunho. Se vos tenho falado das terrenas coisas e não Me credes, como crereis se vos falar das celestiais?" Jo 3,11-12
E ainda vai questionar os líderes judeus em Jerusalém, que se valiam apenas do fato de serem descendentes de Abraão para dizerem-se fiéis a Deus: "Por que não compreendeis Minha linguagem?" Jo 8,43a
Foi mais longe aludindo à Sua divindade, que eles não percebiam: "Quem de vós Me acusará de pecado?" Jo 8,46a
A Primeira Carta de São Pedro falou destas necessárias reflexões: "Esta Salvação tinha sido o objeto das investigações e das meditações dos Profetas, que proferiram oráculos sobre a Graça que vos era destinada. Eles investigaram a época e as circunstâncias indicadas pelo Espírito de Cristo, que neles estava e que profetizava os sofrimentos do mesmo Cristo e as Glórias que deviam segui-los." 1 Pd 1,10-11
E a Segunda Carta de São Pedro denuncia, dizendo das cartas de São Paulo: "Nelas há algumas passagens difíceis de entender, cujo sentido os ignorantes ou pouco fortalecidos espíritos deturpam, para sua própria ruína, como também fazem com as demais Escrituras." 2 Pd 3,16b
DOM DO CONSELHO
Não são Mandamentos, mas não deixam de serem inspirados por Deus e têm validade para específicas situações. É o caminho e a solução apontados pelo Criador, e dado pela voz de Seus conselheiros. O Profeta Isaías diz do conhecimento do simples homem do campo: "É preciso triturar o trigo? Não, não se bate indefinidamente. Uma vez que sobre ele passe a roda do carro, joeira-se sem triturá-lo. Isso também vem do Senhor: admirável é Seu conselho e alta, Sua Sabedoria." Is 28,28-29
Aliás, diz do próprio Jesus: "... porque um Menino nos nasceu, um Filho nos foi dado. A soberania repousa sobre Seus ombros, e Ele chama-Se: Admirável Conselheiro, Deus Forte..." Is 9,5a
E Nosso Senhor reclamou logo após o 'Sermão Inaugural' de Sua Missão: "Por que Me chamais: 'Senhor, Senhor...' e não fazeis o que digo? Todo aquele que vem a Mim, ouve Minhas palavras e as pratica, Eu mostrá-vos-ei a quem é semelhante. É semelhante ao homem que, edificando uma casa, cavou bem fundo e pôs os alicerces sobre a rocha. As águas transbordaram, precipitaram-se as torrentes contra aquela casa e não a puderam abalar, porque ela estava bem construída." Lc 6,46-48
No Livro de Salmos, Deus mesmo mesmo havia prometido a Davi: "Vou instruir-te, indicando o caminho a seguir. Com os olhos sobre ti, Eu serei teu conselho." Sl 32,8
O próprio salmista dizia das Escrituras: "Vossos testemunhos são minhas delícias, Vossos estatutos são meus conselheiros." Sl 119,24
Esse dom requer obediência a Deus, pois excede nossa compreensão. O Eclesiástico diz d'Ele: "Seu pensamento é mais vasto que o mar, e Seu conselho, mais profundo que o grande abismo." Eclo 24,39
Quem possui tal dom, tem natural ascendência perante os que o cercam: "Quão belo é para a velhice o saber julgar, e para os anciãos o saber aconselhar!" Eclo 25,6
É valiosíssimo: "O ouro e a prata são efetiva garantia. Um bom conselho, porém, supera um e outra." Eclo 40,25
Fez grandes mensageiros de Deus: "Alguns exerceram autoridade de rei e ganharam fama por seus feitos. Outros, por sua inteligência, tornaram-se conselheiros e fizeram proféticas revelações." Eclo 44,3
Ora, os reis de Israel sempre tiveram conselheiros, como se vê no Segundo Livro de Samuel: "Enquanto fazia os sacrifícios, Absalão mandou buscar. na cidade de Gilo, o gilonita Aquitofel, que era conselheiro de Davi." 2 Sm 15,12a
O Livro de Eclesiastes até provocou: "Mais vale um pobre adolescente, mas sábio, que um velho rei, mas insensato, que já não aceita conselhos..." Ecl 4,13
Por isso, os Provérbios anotaram: "Os projetos fracassam por falta de consulta, mas têm sucesso quando há muitos conselheiros." Pr 15,22
Também conforme o Primeiro Livro de Reis, os governantes de Israel buscavam-no: "O rei Roboão consultou os anciãos que tinham servido a seu pai Salomão durante toda sua vida. Disse-lhes: 'Que me aconselhais responder a esse povo?'" 1 Rs 12,6
No Primeiro Livro de Macabeus, o sacerdote Matatias demonstrou conhecê-lo e procurou mantê-lo: "Quanto a vós, meus filhos, sede corajosos e destemidos em observar a Lei, porque por ela chegareis à Glória. Aqui tendes Simão, irmão vosso, e eu sei que ele é homem de conselho. Ouvi-o sempre e será para vós um pai." 1 Mc 2,64-65
Reconhecê-los é sinal de Sabedoria, segundo o autor dos Provérbios: "O orgulho só causa disputas; a Sabedoria acha-se com aqueles que procuram aconselhar-se." Pr 13,10
Eles dizem: "Água profunda é o conselho no íntimo do homem; o homem inteligente sabe haurir dela." Pr 20,5
A Carta de São Paulo a São Tito via-o entre os atributos das bem amadurecidas mulheres da Igreja: "Assim as mulheres de mais idade também mostrem em seu exterior uma santa compostura, não sejam maldizentes nem intemperantes, mas mestras de bons conselhos." Tt 2,3
No Primeiro Livro de Macabeus, o sacerdote Matatias demonstrou conhecê-lo e procurou mantê-lo: "Quanto a vós, meus filhos, sede corajosos e destemidos em observar a Lei, porque por ela chegareis à Glória. Aqui tendes Simão, irmão vosso, e eu sei que ele é homem de conselho. Ouvi-o sempre e será para vós um pai." 1 Mc 2,64-65
O povo de então reconhecia-o como uma instituição entre seus líderes, como esta carta para renovar acordo de paz atesta: "Jônatas, sumo sacerdote, o conselho da nação, os sacerdotes e todo povo judeu, a seus irmãos espartanos, saúde!"1 Mc 12,6
Um Salmo, aqui em versos do próprio rei Davi, diz que desde sempre os ouvia como mensagens de Deus: "Bendigo o Senhor porque me deu conselho, porque mesmo de noite o coração me exorta." Sl 15,7Reconhecê-los é sinal de Sabedoria, segundo o autor dos Provérbios: "O orgulho só causa disputas; a Sabedoria acha-se com aqueles que procuram aconselhar-se." Pr 13,10
Eles dizem: "Água profunda é o conselho no íntimo do homem; o homem inteligente sabe haurir dela." Pr 20,5
A Carta de São Paulo a São Tito via-o entre os atributos das bem amadurecidas mulheres da Igreja: "Assim as mulheres de mais idade também mostrem em seu exterior uma santa compostura, não sejam maldizentes nem intemperantes, mas mestras de bons conselhos." Tt 2,3
E a Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios diz do poder da Palavra para catequizar: "Nós aniquilamos todo raciocínio e todo orgulho que se levanta contra o conhecimento de Deus, e cativamos todo pensamento e reduzimo-lo à obediência a Cristo." 2 Cor 10,5
DOM DA FORTALEZA
Preparando-nos para os verdadeiros combates, Jesus exortou na última noite entre os Apóstolos: "No mundo haveis de ter aflições. Coragem! Eu venci o mundo." Jo 16,33b
Foi claro sobre o necessário engajamento para a Salvação, como está no Evangelho segundo São Marcos: "Porque quem que quiser salvar sua vida, perdê-la-á. Mas quem perder sua vida por amor a Mim e ao Evangelho, salvá-la-á." Mc 8,35
Preparando-nos para os verdadeiros combates, Jesus exortou na última noite entre os Apóstolos: "No mundo haveis de ter aflições. Coragem! Eu venci o mundo." Jo 16,33b
Disse: "Portanto, quem der testemunho de Mim diante dos homens, Eu também darei testemunho dele diante de Meu Pai que está nos Céus. Aquele, porém, que Me negar diante dos homens, Eu também o negarei diante de Meu Pai que está nos Céus." Mt 10,32-33
Sua Paz, Ele só oferece à Igreja, não ao mundo, como disse em despedida: "Deixo-vos a Paz, dou-vos Minha Paz. Não a dou como o mundo a dá." Jo 14,27a
Ao mundo, mesmo em seio familiar, Ele advertiu de confrontos: "Não julgueis que vim trazer a Paz à Terra. Vim trazer não a Paz, mas a espada. Eu vim trazer a divisão entre o filho e o pai, entre a filha e a mãe, entre a nora e a sogra, e os inimigos do homem serão as pessoas de sua própria casa. Quem ama seu pai ou sua mãe mais que a Mim, não é digno de Mim. Quem ama seu filho mais que a Mim, não é digno de Mim." Mt 10,34-37
Os Apóstolos, pois, corresponderam a esse chamado, como os vemos diante do Conselho dos judeus, que havia muto não ouvia a Deus. Está no Livro dos Atos dos Apóstolos: "Responderam-lhes Pedro e João: 'Julgai-o vós mesmos se é justo diante de Deus obedecermos a vós mais que a Deus. Não podemos deixar de falar das coisas que temos visto e ouvido.'" At 4,19-20
A Carta de São Paulo aos Gálatas fala da loucura de deixar-se levar pelos pecados alheios: "Irmãos, se alguém for surpreendido numa falta, vós, que sois animados pelo Espírito, admoestai-o em espírito de mansidão. E tem cuidado de ti mesmo, para que também não caias em tentação!" Gl 6,1
São Tiago Menor recomenda, pois, suma obediência: "Sede submissos a Deus. Resisti ao Demônio, e ele fugirá para longe de vós." Tg 4,7
São Paulo assegura a São Timóteo: "Pois Deus não nos deu um espírito de medo, mas de fortaleza, de amor e de Sabedoria." 2 Tm 1,7
Sua Paz, Ele só oferece à Igreja, não ao mundo, como disse em despedida: "Deixo-vos a Paz, dou-vos Minha Paz. Não a dou como o mundo a dá." Jo 14,27a
Ao mundo, mesmo em seio familiar, Ele advertiu de confrontos: "Não julgueis que vim trazer a Paz à Terra. Vim trazer não a Paz, mas a espada. Eu vim trazer a divisão entre o filho e o pai, entre a filha e a mãe, entre a nora e a sogra, e os inimigos do homem serão as pessoas de sua própria casa. Quem ama seu pai ou sua mãe mais que a Mim, não é digno de Mim. Quem ama seu filho mais que a Mim, não é digno de Mim." Mt 10,34-37
Os Apóstolos, pois, corresponderam a esse chamado, como os vemos diante do Conselho dos judeus, que havia muto não ouvia a Deus. Está no Livro dos Atos dos Apóstolos: "Responderam-lhes Pedro e João: 'Julgai-o vós mesmos se é justo diante de Deus obedecermos a vós mais que a Deus. Não podemos deixar de falar das coisas que temos visto e ouvido.'" At 4,19-20
O Príncipe dos Apóstolos pregava resistência às tentações do inimigo: "Sede sóbrios e vigiai. Vosso adversário, o Demônio, anda ao redor de vós como o leão que ruge, buscando a quem devorar. Resisti-lhe fortes na fé." 1 Pd 5,8-9a
Exortou contra os ensinamentos dos falsos mestres: "Vós, pois, caríssimos, advertidos de antemão, tomai cuidado para que não caiais de vossa firmeza, levados pelo erro destes ímpios homens. Mas crescei na Graça e no conhecimento de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo." 2 Pd 3,17-18aA Carta de São Paulo aos Gálatas fala da loucura de deixar-se levar pelos pecados alheios: "Irmãos, se alguém for surpreendido numa falta, vós, que sois animados pelo Espírito, admoestai-o em espírito de mansidão. E tem cuidado de ti mesmo, para que também não caias em tentação!" Gl 6,1
São Tiago Menor recomenda, pois, suma obediência: "Sede submissos a Deus. Resisti ao Demônio, e ele fugirá para longe de vós." Tg 4,7
Prega aos romanos: "Porquanto não recebestes um espírito de escravidão para ainda viverdes no temor, mas recebestes o Espírito de Adoção pelo qual clamamos: Aba! Pai!" Rm 8,15
Por isso, a Carta de São Paulo aos Efésio também nos preparou para uma guerra: "Revesti-vos da armadura de Deus, para que possais resistir às ciladas do Demônio." Ef 6,11
Por prudência: "O temor do Senhor é uma fonte de Vida, para escapar aos laços da morte." Pr 14,27
Também é sinal de Sabedoria: "O princípio da Sabedoria é o temor ao Senhor!" Pr 9,10
De fé: "Que teu coração não inveje os pecadores, mas sempre permaneça no temor do Senhor.'" Pr 23,17
De vida espiritual, segundo o Eclesiástico: "Quem teme o Senhor sentir-se-á bem no derradeiro instante, no dia da morte será abençoado. O temor do Senhor é a coroa da Sabedoria: dá uma plenitude de Paz e de frutos de Salvação." Eclo 1,13.22
De perseverança: "Põe tua Glória no temor de Deus. Que o pensamento de Deus ocupe teu espírito, e os preceitos do Altíssimo sejam tua conversa." Eclo 9,22a-23
Requer ponderação e maturidade: "Não sejas rebelde ao temor do Senhor, não vás a Ele com um fingido coração." Eclo 1,36
É o dom da clarevidência, isto é, de conhecer a realidade das coisas sem o uso dos sentidos. É propriamente participar da própria Onisciência de Deus. São circunstanciais revelações referentes ao dia-a-dia dos cristãos, corriqueiros assuntos e momentos nos quais são revelados ocultos ou futuros fatos que dizem respeito ao aperfeiçoamento da Igreja, à vida dos cristãos.
É, pois, sobrenatural ciência, específicos conhecimentos de assuntos, fatos e pessoas. Sem dúvida, um grande auxílio para a elucidação da Verdade. Foi o que se viu em Cesareia de Filipe, como São Lucas narrou: "Já estávamos aí fazia alguns dias, quando de Judeia chegou um profeta chamado Ágabo. Veio ter conosco, tomou o cinto de Paulo e, amarrando-se com ele pés e mãos, disse: 'Isto diz o Espírito Santo: assim os judeus em Jerusalém ligarão o homem a quem pertence este cinto, e entregá-lo-ão às mãos dos pagãos.'" At 21,11-12
São Paulo, no mesmo sentido, aponta essa mística instrução, mas em muito mais larga escala: "Asseguro-vos, irmãos, que o Evangelho por mim pregado nada tem de humano. Não o recebi nem o aprendi de homem algum, mas mediante uma revelação de Jesus Cristo." Gl 1,11-13
E dela falou como de um mistério: "Foi por revelação que me foi manifestado o Mistério que acabo de esboçar. Lendo-me, podereis entender a compreensão que me foi concedida do Mistério de Cristo, que em outras gerações não foi manifestado aos homens da maneira como agora tem sido revelado pelo Espírito a Seus Santos Apóstolos e profetas." Ef 2,3-5
A Carta de São Paulo aos Colossenses diz de Jesus, referindo-se aos que não conheciam este Apóstolo: "Tudo sofro para que seus corações sejam reconfortados e que, estreitamente unidos pela caridade, sejam enriquecidos de uma plenitude de inteligência para conhecerem o Mistério de Deus, isto é, Cristo, em Quem todos tesouros da Sabedoria e da ciência estão escondidos." Cl 2,2-3
Pois o próprio Cristo é uma revelação: "Àquele (Deus Pai) que é poderoso para confirmar-vos, segundo meu Evangelho, na pregação de Jesus Cristo, conforme a revelação do Mistério durante séculos guardado em segredo..." Rm 16,25
Ao exultar com as maravilhas de Deus, outra vez o Apóstolo dos Gentios deixou claro que o dom da ciência é distinto do da Sabedoria: "Ó abismo de riqueza, de Sabedoria e de ciência em Deus! Quão impenetráveis são Seus juízos e inexploráveis Seus caminhos!" Rm 11,33
Alguns religiosos daquele tempo, por sinal, tentavam apossar-se dessa inspiração, omitindo e detendo para si o conhecimento contido nas Escrituras. Jesus denunciava-os: "Ai de vós, doutores da Lei, que tomastes a chave da ciência, e vós mesmos não entrastes e impedistes aos que vinham para entrar." Lc 11,52
O Livro do Profeta Malaquias apontava-a entre os antigos sacerdotes: "Porque os lábios do sacerdote guardam a ciência, e é de sua boca que se espera a Doutrina, pois ele é o mensageiro do Senhor dos Exércitos." Ml 2,7
E Isaías viu-a em plenitude na Renovação do Céu e da Terra: "'Não se fará mal nem dano em todo Meu Santo Monte!' Porque a Terra estará cheia de ciência do Senhor, assim como as águas recobrem o fundo do mar." Is 11,9
Entre os Provérbios, diz a Sabedoria: "Todas palavras de minha boca são justas, nelas nada há de falso nem de tortuoso. São claras para aqueles que as entendem, e retas para aquele que chegou à ciência. Recebei a instrução e não o dinheiro. Preferi a ciência ao fino ouro, pois a Sabedoria mais vale que as pérolas, e joia alguma pode igualá-la. Eu, a Sabedoria, sou amiga da prudência, possuo uma profunda ciência." Pr 8,8-12
Um claro exemplo desse dom foi dado pelo próprio Jesus ao convocar São Bartolomeu. Dos três principais atributos de Deus, que são a Onipotência, a Onipresença e a Onisciência, Nosso Salvador manifestou este último logo nos primeiros dias entre os Apóstolos, demonstrando conhecer e ter visto São Bartolomeu sem qualquer contato físico com ele: "Jesus vê Natanael, que Lhe vem ao encontro, e diz: 'Eis um verdadeiro israelita, no qual não há falsidade.' Natanael pergunta-Lhe: 'De onde me conheces?' Respondeu Jesus: 'Antes que Filipe te chamasse, Eu vi-te quando estavas debaixo da figueira.' Falou-Lhe Natanael: 'Mestre, Tu és o Filho de Deus, Tu és o Rei de Israel.' Jesus replicou-lhe: 'Por que Eu te disse que te vi debaixo da figueira, crês? Verás coisas maiores que esta.'" Jo 1,47-50
E é por profundas e místicas reflexões que se obtém o dom da ciência. Podemos vir a saber um fato real sem conhecer nenhuma profecia, ou a saber o destino da humanidade sem conhecer as Escrituras. Ainda no Paraíso, Deus disse a Adão: "Deu-lhe este preceito: 'Podes comer do fruto de todas árvores do jardim, mas não comas do fruto da árvore da ciência do bem e do mal. Porque no dia em que dele comeres, indubitavelmente morrerás.'" Gn 2,16-17
Porque esse dom inexoravelmente tem comum proveito, como São Paulo diz, falando sobre revelação: "Em suma, que dizer, irmãos? Quando vos reunis, quem dentre vós tem um cântico, um ensinamento, uma revelação, um discurso em línguas, uma interpretação a fazer... Que isto se faça de modo a edificar!" 1 Cor 14,26
Pois ele confirmava as comunidades agraciadas com todos demais dons como dotadas de inspiração, plena consciência ou Comunhão com Deus: "Não cesso de agradecer a Deus por vós, pela Divina Graça que vos foi dada em Jesus Cristo. N'Ele ricamente fostes contemplados com todos dons, com os da Palavra e os da ciência, tão solidamente em vós foi confirmado o testemunho de Cristo. Assim, enquanto aguardais a Manifestação de Nosso Senhor Jesus Cristo, não vos falta dom algum. Ele há de confirmar-vos até o fim, para que sejais irrepreensíveis no Dia de Nosso Senhor Jesus Cristo." 1 Cor 1,4-8
Mas nem toda revelação, inspiração ou erudição é verdadeira, adverte ele: "Ó, Timóteo, guarda o bem que te foi confiado! Evita as frívolas e mundanas conversas, assim como as contradições de pretensa ciência." 1 Tm 6,20
E nos Céus, como vimos, dada a absoluta intimidade com Deus, esse dom desaparecerá, pois não é eterno, e a plenitude do saber será dada a todos junto a Deus: "A caridade jamais acabará. As profecias desaparecerão, o dom das línguas cessará, o dom da ciência findará." 1 Cor 13,8
Por isso, a Carta de São Paulo aos Efésio também nos preparou para uma guerra: "Revesti-vos da armadura de Deus, para que possais resistir às ciladas do Demônio." Ef 6,11
E seus discípulos não viam limites: "Ainda não tendes resistido até o sangue na luta contra o pecado." Hb 12,4
Sobre as revelações que teve, o Livro do Apocalipse de São João apontou o definitivo inferno: "Os covardes, os infiéis, os depravados, os homicidas, os impuros, os maléficos, os idólatras e todos mentirosos terão como quinhão o ardente tanque de fogo e enxofre, a segunda morte." Ap 21,8
Sobre reais guerras e tribulações, o Segundo Livro de Crônicas anotou: "O Espírito do Senhor apoderou-Se de Azarias, filho de Obed. Este saiu ao encontro de Asa, e disse-lhe: 'Escutai-me, Asa, com todo Judá e Benjamim: O Senhor está convosco assim como vós estais com Ele. Se vós O procurais, Ele manifestar-Se-á a vós, mas se vós O abandonais, Ele abandoná-vos-rá. As nações e as cidades combateram umas contra as outras, porque Deus as agitava com toda espécie de tribulações. Quanto a vós, sede fortes, não vos acovardeis, pois vosso labor terá sua recompensa.'" 2 Crô 15,1-2.6-7
Sobre reais guerras e tribulações, o Segundo Livro de Crônicas anotou: "O Espírito do Senhor apoderou-Se de Azarias, filho de Obed. Este saiu ao encontro de Asa, e disse-lhe: 'Escutai-me, Asa, com todo Judá e Benjamim: O Senhor está convosco assim como vós estais com Ele. Se vós O procurais, Ele manifestar-Se-á a vós, mas se vós O abandonais, Ele abandoná-vos-rá. As nações e as cidades combateram umas contra as outras, porque Deus as agitava com toda espécie de tribulações. Quanto a vós, sede fortes, não vos acovardeis, pois vosso labor terá sua recompensa.'" 2 Crô 15,1-2.6-7
E o Eclesiástico admoestou o fiel: "Combate pela justiça a fim de salvares tua vida. Até a morte, combate pela justiça, e Deus combaterá por ti contra teus inimigos. Não sejas precipitado em palavras, e covarde e negligente em tuas ações." Eclo 4,33-34
DOM DA PIEDADE
É a genuína religiosidade. A Primeira Carta de São Paulo a São Timóteo recomenda-a: "Exercita-te na piedade. Se o corporal exercício traz algum proveito, a piedade, esta sim, é útil para tudo, porque tem a promessa da presente e da futura Vida. Eis uma verdade absolutamente certa e digna de fé: se nos afadigamos e sofremos ultrajes, é porque pusemos nossa esperança em Deus Vivo, que é o Salvador de todos homens, sobretudo dos fiéis." 1 Tm 4,8-10
DOM DA PIEDADE
É a genuína religiosidade. A Primeira Carta de São Paulo a São Timóteo recomenda-a: "Exercita-te na piedade. Se o corporal exercício traz algum proveito, a piedade, esta sim, é útil para tudo, porque tem a promessa da presente e da futura Vida. Eis uma verdade absolutamente certa e digna de fé: se nos afadigamos e sofremos ultrajes, é porque pusemos nossa esperança em Deus Vivo, que é o Salvador de todos homens, sobretudo dos fiéis." 1 Tm 4,8-10
É o resultado de uma verdadeira conversão, como este Apóstolo se apresenta na epístola a São Tito: "Paulo, servo de Deus, Apóstolo de Jesus Cristo para aos eleitos de Deus levar a fé e o profundo conhecimento da Verdade, que conduz à piedade..." Tt 1,1
Requer, pois, a evangélica pobreza: "Sem dúvida, grande é o valor da piedade, porém quando acompanhada de espírito de desprendimento. Porque nada trouxemos ao mundo, tampouco nada poderemos levar. Tendo alimento e vestuário, contentemo-nos com isto." 1 Tm 6,6-8
Ele ensina: "Porque a raiz de todos males é o amor ao dinheiro. Acossados pela cobiça, alguns desviaram-se da fé e enredaram-se em muitas aflições. Mas tu, ó homem de Deus, foge desses vícios e com todo empenho procura a piedade, a fé, a caridade, a paciência, a mansidão. Combate o bom combate da fé. Conquista a Vida Eterna, para a qual foste chamado..." 1 Tm 6,10-11.12b
E denuncia: "Quem ensina de outra forma e discorda das salutares Palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo, bem como da Doutrina conforme à piedade, é cego, nada entende, é doente à procura de discussões e brigas de palavras." 1 Tm 6,3-4a
Segundo São Tiago Menor, a verdadeira piedade consiste, em essência, de contrição, vigilância, caridade e castidade: "Se alguém pensa ser piedoso, mas não refreia sua língua e engana seu coração, então é vã sua religião. A pura e sem mácula religião aos olhos de Deus e Nosso Pai é esta: visitar os órfãos e as viúvas em suas aflições, e conservar-se puro da corrupção deste mundo." Tg 1,26-27
São Pedro, com toda propriedade, coloca-a entre as duas principais dádivas de Deus em Cristo: "O divino poder deu-nos tudo que contribui para a Vida e a piedade, fazendo-nos conhecer Àquele que nos chamou por Sua Glória e Sua virtude." 2 Pd 1,3
E assim aponta o agir de Deus: "... é porque o Senhor sabe livrar das provações os piedosos homens, e reservar os ímpios para serem castigados no Dia do Juízo..." 2 Pd 2,9
Àquele tempo havia muitos exemplos de vida piedosa. Durante a Apresentação do Senhor no Templo de Jerusalém vimos este: "Também havia uma profetisa chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de avançada idade. Depois de ter vivido sete anos com seu marido desde a sua virgindade, ficara viúva, e agora com oitenta e quatro anos não se apartava do Templo, servindo a Deus noite e dia em jejuns e orações." Lc 2,36-37
Assim como o veterano São Simeão, neste mesmo dia: "Ora, havia em Jerusalém um homem chamado Simeão. Este homem, justo e piedoso, esperava a consolação de Israel, e o Espírito Santo estava nele. Fora-lhe revelado pelo Espírito Santo que não morreria sem primeiro ver o Cristo do Senhor." Lc 2,25-26
DOM DO TEMOR A DEUS
Esta foi uma recomendação do próprio Jesus: "Não temais aqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma. Antes temei Aquele que pode precipitar a alma e o corpo na geena." Mt 10,28
E no Primeiro Livro de Samuel, este Profeta, sacerdote e juiz já rezava perante o povo: "Esteja em vós o temor ao Senhor, para servirdes-Lo e obedecerdes à Sua voz, e não vos rebelardes contra Suas vontades!" 1 Sm 12,14
Requer, pois, a evangélica pobreza: "Sem dúvida, grande é o valor da piedade, porém quando acompanhada de espírito de desprendimento. Porque nada trouxemos ao mundo, tampouco nada poderemos levar. Tendo alimento e vestuário, contentemo-nos com isto." 1 Tm 6,6-8
Ele ensina: "Porque a raiz de todos males é o amor ao dinheiro. Acossados pela cobiça, alguns desviaram-se da fé e enredaram-se em muitas aflições. Mas tu, ó homem de Deus, foge desses vícios e com todo empenho procura a piedade, a fé, a caridade, a paciência, a mansidão. Combate o bom combate da fé. Conquista a Vida Eterna, para a qual foste chamado..." 1 Tm 6,10-11.12b
E denuncia: "Quem ensina de outra forma e discorda das salutares Palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo, bem como da Doutrina conforme à piedade, é cego, nada entende, é doente à procura de discussões e brigas de palavras." 1 Tm 6,3-4a
Segundo São Tiago Menor, a verdadeira piedade consiste, em essência, de contrição, vigilância, caridade e castidade: "Se alguém pensa ser piedoso, mas não refreia sua língua e engana seu coração, então é vã sua religião. A pura e sem mácula religião aos olhos de Deus e Nosso Pai é esta: visitar os órfãos e as viúvas em suas aflições, e conservar-se puro da corrupção deste mundo." Tg 1,26-27
São Pedro, com toda propriedade, coloca-a entre as duas principais dádivas de Deus em Cristo: "O divino poder deu-nos tudo que contribui para a Vida e a piedade, fazendo-nos conhecer Àquele que nos chamou por Sua Glória e Sua virtude." 2 Pd 1,3
E assim aponta o agir de Deus: "... é porque o Senhor sabe livrar das provações os piedosos homens, e reservar os ímpios para serem castigados no Dia do Juízo..." 2 Pd 2,9
Àquele tempo havia muitos exemplos de vida piedosa. Durante a Apresentação do Senhor no Templo de Jerusalém vimos este: "Também havia uma profetisa chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de avançada idade. Depois de ter vivido sete anos com seu marido desde a sua virgindade, ficara viúva, e agora com oitenta e quatro anos não se apartava do Templo, servindo a Deus noite e dia em jejuns e orações." Lc 2,36-37
Assim como o veterano São Simeão, neste mesmo dia: "Ora, havia em Jerusalém um homem chamado Simeão. Este homem, justo e piedoso, esperava a consolação de Israel, e o Espírito Santo estava nele. Fora-lhe revelado pelo Espírito Santo que não morreria sem primeiro ver o Cristo do Senhor." Lc 2,25-26
DOM DO TEMOR A DEUS
Esta foi uma recomendação do próprio Jesus: "Não temais aqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma. Antes temei Aquele que pode precipitar a alma e o corpo na geena." Mt 10,28
E no Primeiro Livro de Samuel, este Profeta, sacerdote e juiz já rezava perante o povo: "Esteja em vós o temor ao Senhor, para servirdes-Lo e obedecerdes à Sua voz, e não vos rebelardes contra Suas vontades!" 1 Sm 12,14
Isso significa abominar o pecado, como os Provérbios ensinam: "O temor do Senhor é o ódio ao Mal. 'Orgulho, arrogância, perverso caminho, boca mentirosa: eis o que Eu detesto.'" Pr 8,13
E por mera sensatez: "Pelo temor do Senhor, evita-se o Mal." Pr 16,6bPor prudência: "O temor do Senhor é uma fonte de Vida, para escapar aos laços da morte." Pr 14,27
Também é sinal de Sabedoria: "O princípio da Sabedoria é o temor ao Senhor!" Pr 9,10
De fé: "Que teu coração não inveje os pecadores, mas sempre permaneça no temor do Senhor.'" Pr 23,17
De vida espiritual, segundo o Eclesiástico: "Quem teme o Senhor sentir-se-á bem no derradeiro instante, no dia da morte será abençoado. O temor do Senhor é a coroa da Sabedoria: dá uma plenitude de Paz e de frutos de Salvação." Eclo 1,13.22
De perseverança: "Põe tua Glória no temor de Deus. Que o pensamento de Deus ocupe teu espírito, e os preceitos do Altíssimo sejam tua conversa." Eclo 9,22a-23
Requer ponderação e maturidade: "Não sejas rebelde ao temor do Senhor, não vás a Ele com um fingido coração." Eclo 1,36
É um precioso trunfo: "Mais vale o homem que tem pouca Sabedoria, e a quem falta o senso, mas que tem temor a Deus, que o homem que possui uma grande inteligência, e transgride a Lei do Altíssimo." Eclo 19,21
É distintivo, segundo São Pedro: "Sede educados para com todos: amai os irmãos, temei a Deus e respeitai o rei." 1 Pd 2,17
São Paulo fazia penitências: "Ao contrário, castigo meu corpo e mantenho-o em servidão, de medo de vir eu mesmo a ser excluído depois de eu ter pregado aos outros." 1 Cor 9,27
Ele pode e deve ser aprendido, como um Salmo canta: "O anjo do Senhor acampa em redor dos que O temem, e salva-os. 'Vinde, meus filhos, ouvi-me! Eu ensiná-vos-ei o temor do Senhor. Guarda tua língua do Mal, e teus lábios das enganosas palavras. Aparta-te do Mal e faze o bem, busca a Paz e vai ao seu encalço.'" Sl 33,8.12.14-15
DOM DA CIÊNCIAÉ distintivo, segundo São Pedro: "Sede educados para com todos: amai os irmãos, temei a Deus e respeitai o rei." 1 Pd 2,17
São Paulo fazia penitências: "Ao contrário, castigo meu corpo e mantenho-o em servidão, de medo de vir eu mesmo a ser excluído depois de eu ter pregado aos outros." 1 Cor 9,27
Ele pode e deve ser aprendido, como um Salmo canta: "O anjo do Senhor acampa em redor dos que O temem, e salva-os. 'Vinde, meus filhos, ouvi-me! Eu ensiná-vos-ei o temor do Senhor. Guarda tua língua do Mal, e teus lábios das enganosas palavras. Aparta-te do Mal e faze o bem, busca a Paz e vai ao seu encalço.'" Sl 33,8.12.14-15
É o dom da clarevidência, isto é, de conhecer a realidade das coisas sem o uso dos sentidos. É propriamente participar da própria Onisciência de Deus. São circunstanciais revelações referentes ao dia-a-dia dos cristãos, corriqueiros assuntos e momentos nos quais são revelados ocultos ou futuros fatos que dizem respeito ao aperfeiçoamento da Igreja, à vida dos cristãos.
É, pois, sobrenatural ciência, específicos conhecimentos de assuntos, fatos e pessoas. Sem dúvida, um grande auxílio para a elucidação da Verdade. Foi o que se viu em Cesareia de Filipe, como São Lucas narrou: "Já estávamos aí fazia alguns dias, quando de Judeia chegou um profeta chamado Ágabo. Veio ter conosco, tomou o cinto de Paulo e, amarrando-se com ele pés e mãos, disse: 'Isto diz o Espírito Santo: assim os judeus em Jerusalém ligarão o homem a quem pertence este cinto, e entregá-lo-ão às mãos dos pagãos.'" At 21,11-12
Também foi o que aconteceu ao piedoso Simeão por ocasião da Apresentação do Senhor: "Fora-lhe revelado pelo Espírito Santo que não morreria sem primeiro ver o Cristo do Senhor. Impelido pelo Espírito Santo, foi ao Templo. E tendo os pais apresentado o Menino Jesus, para cumprirem a respeito d'Ele os preceitos da Lei, tomou-O em seus braços e louvou a Deus..." Lc 2,26-28
Ora, por esse dom capta-se lampejos ou plena vidência de circunstâncias para que se compreenda a verdadeira realidade à nossa volta, e assim o que Deus quer de nós. São Pedro manifestou esse dom ao tratar com um recém-convertido, que com avareza queria fazer parte da nascente comunidade de Jerusalém: "Pedro, porém, disse: 'Ananias, por que Satanás tomou conta de teu coração para que mentisses ao Espírito Santo e enganasses acerca do valor do campo?'" At 5,3
Aliás, manifestou-o logo quando proclamou Jesus como o Cristo: "Jesus então lhe disse: 'Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que te revelou isto, mas Meu Pai que está nos Céus.'" Mt 16,17
Mas não só nestas vezes. Fez mais contundente pronunciamento quando Jesus prometeu Seu Corpo como alimento da Vida Eterna: "Senhor, a quem iríamos nós? Tu tens as palavras da Vida Eterna. E nós cremos e sabemos que Tu és o Santo de Deus!" Jo 6,38b-39Ora, por esse dom capta-se lampejos ou plena vidência de circunstâncias para que se compreenda a verdadeira realidade à nossa volta, e assim o que Deus quer de nós. São Pedro manifestou esse dom ao tratar com um recém-convertido, que com avareza queria fazer parte da nascente comunidade de Jerusalém: "Pedro, porém, disse: 'Ananias, por que Satanás tomou conta de teu coração para que mentisses ao Espírito Santo e enganasses acerca do valor do campo?'" At 5,3
Aliás, manifestou-o logo quando proclamou Jesus como o Cristo: "Jesus então lhe disse: 'Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que te revelou isto, mas Meu Pai que está nos Céus.'" Mt 16,17
São Paulo, no mesmo sentido, aponta essa mística instrução, mas em muito mais larga escala: "Asseguro-vos, irmãos, que o Evangelho por mim pregado nada tem de humano. Não o recebi nem o aprendi de homem algum, mas mediante uma revelação de Jesus Cristo." Gl 1,11-13
E dela falou como de um mistério: "Foi por revelação que me foi manifestado o Mistério que acabo de esboçar. Lendo-me, podereis entender a compreensão que me foi concedida do Mistério de Cristo, que em outras gerações não foi manifestado aos homens da maneira como agora tem sido revelado pelo Espírito a Seus Santos Apóstolos e profetas." Ef 2,3-5
A Carta de São Paulo aos Colossenses diz de Jesus, referindo-se aos que não conheciam este Apóstolo: "Tudo sofro para que seus corações sejam reconfortados e que, estreitamente unidos pela caridade, sejam enriquecidos de uma plenitude de inteligência para conhecerem o Mistério de Deus, isto é, Cristo, em Quem todos tesouros da Sabedoria e da ciência estão escondidos." Cl 2,2-3
Pois o próprio Cristo é uma revelação: "Àquele (Deus Pai) que é poderoso para confirmar-vos, segundo meu Evangelho, na pregação de Jesus Cristo, conforme a revelação do Mistério durante séculos guardado em segredo..." Rm 16,25
Ao exultar com as maravilhas de Deus, outra vez o Apóstolo dos Gentios deixou claro que o dom da ciência é distinto do da Sabedoria: "Ó abismo de riqueza, de Sabedoria e de ciência em Deus! Quão impenetráveis são Seus juízos e inexploráveis Seus caminhos!" Rm 11,33
Tais riquezas têm o próprio Deus como exclusiva fonte, como ele escreveu aos cristãos da cidade de Colosso: "... em Quem estão escondidos todos tesouros da Sabedoria e da ciência." Cl 2,3
Não por acaso, porque este era um de seus dons: "Pois, embora eu seja de pouca eloquência, não acontece o mesmo quanto à ciência: é o que em tudo e a cada passo vos temos manifestado." 2 Cor 11,6
Ele distinguiu-as, de fato, ao falar dos dons do Espírito de Deus, como vimos: "A um é dada pelo Espírito uma palavra de Sabedoria; a outro, uma palavra de ciência, por esse mesmo Espírito." 1 Cor 12,8
Também distinguia-a da Verdade Revelada: "... encontras na Lei a regra da ciência e da Verdade..." Rm 2,20Alguns religiosos daquele tempo, por sinal, tentavam apossar-se dessa inspiração, omitindo e detendo para si o conhecimento contido nas Escrituras. Jesus denunciava-os: "Ai de vós, doutores da Lei, que tomastes a chave da ciência, e vós mesmos não entrastes e impedistes aos que vinham para entrar." Lc 11,52
Com os Apóstolos, entretanto, seria diferente. Falando dos que os perseguiriam, Jesus disse-lhes: "Não os temais, pois, porque nada há de escondido que não venha à Luz, nada de secreto que não venha a saber-se. O que vos digo na escuridão, dizei-o às claras. O que vos é dito ao ouvido, publicai-o de cima dos telhados." Mt 10,26-27
Ora, Ele expressamente prometeu a São Pedro: "Eu dá-te-ei as chaves do Reino dos Céus. Tudo que ligares na Terra será ligado nos Céus, e tudo que desligares na Terra será desligado nos Céus." Mt 16,19
Ora, Ele expressamente prometeu a São Pedro: "Eu dá-te-ei as chaves do Reino dos Céus. Tudo que ligares na Terra será ligado nos Céus, e tudo que desligares na Terra será desligado nos Céus." Mt 16,19
E assim, à exceção das chaves do Reino dos Céus, também aos demais Apóstolos: "Em Verdade, digo-vos: tudo que ligardes sobre a Terra será ligado no Céu, e tudo que desligardes sobre a Terra será também desligado no Céu." Mt 18,18
Eis que numa lista de etapas da plena vida espiritual, São Pedro fez menção a ela: "Por estes motivos, esforçai-vos quanto possível por unir à vossa fé a virtude, à virtude a ciência, à ciência a temperança, à temperança a paciência, à paciência a piedade, à piedade o fraterno amor, e ao fraterno amor a caridade." 2 Pd 1,5-7O Livro do Profeta Malaquias apontava-a entre os antigos sacerdotes: "Porque os lábios do sacerdote guardam a ciência, e é de sua boca que se espera a Doutrina, pois ele é o mensageiro do Senhor dos Exércitos." Ml 2,7
E Isaías viu-a em plenitude na Renovação do Céu e da Terra: "'Não se fará mal nem dano em todo Meu Santo Monte!' Porque a Terra estará cheia de ciência do Senhor, assim como as águas recobrem o fundo do mar." Is 11,9
Entre os Provérbios, diz a Sabedoria: "Todas palavras de minha boca são justas, nelas nada há de falso nem de tortuoso. São claras para aqueles que as entendem, e retas para aquele que chegou à ciência. Recebei a instrução e não o dinheiro. Preferi a ciência ao fino ouro, pois a Sabedoria mais vale que as pérolas, e joia alguma pode igualá-la. Eu, a Sabedoria, sou amiga da prudência, possuo uma profunda ciência." Pr 8,8-12
Um claro exemplo desse dom foi dado pelo próprio Jesus ao convocar São Bartolomeu. Dos três principais atributos de Deus, que são a Onipotência, a Onipresença e a Onisciência, Nosso Salvador manifestou este último logo nos primeiros dias entre os Apóstolos, demonstrando conhecer e ter visto São Bartolomeu sem qualquer contato físico com ele: "Jesus vê Natanael, que Lhe vem ao encontro, e diz: 'Eis um verdadeiro israelita, no qual não há falsidade.' Natanael pergunta-Lhe: 'De onde me conheces?' Respondeu Jesus: 'Antes que Filipe te chamasse, Eu vi-te quando estavas debaixo da figueira.' Falou-Lhe Natanael: 'Mestre, Tu és o Filho de Deus, Tu és o Rei de Israel.' Jesus replicou-lhe: 'Por que Eu te disse que te vi debaixo da figueira, crês? Verás coisas maiores que esta.'" Jo 1,47-50
Também se deu quando Ele definiu onde eles comeriam a Santa Ceia, dizendo São Pedro e a São João: "Ide à cidade, e saí-vos-á ao encontro um homem, carregando um cântaro de água. Segui-o, e, onde ele entrar, dizei ao dono da casa: 'O Mestre pergunta: Onde está a sala em que devo comer a Páscoa com Meus discípulos?' E ele mostrá-vos-á uma grande sala no andar superior, mobiliada e pronta. Fazei lá os preparativos." Mc 14,13-15
E assim o Amado Discípulo trata de registrar esse poder de Jesus: "Enquanto Jesus celebrava em Jerusalém a festa da Páscoa, muitos creram em Seu Nome, à vista dos milagres que fazia. Mas Jesus mesmo não Se fiava neles, porque conhecia a todos. Ele não necessitava que alguém desse testemunho de nenhum homem, pois Ele bem sabia o que havia no homem." Jo 2,23-25
O discernimento de espírito, portanto, é manifestação do dom da ciência, como Nosso Senhor demonstrou em várias situações: "Eis que Lhe apresentaram um paralítico estendido numa padiola. Jesus, vendo a fé daquela gente, disse ao paralítico: 'Meu filho, coragem! Teus pecados são-te perdoados.' Ouvindo isto, alguns escribas murmuraram entre si: 'Este homem blasfema.' Jesus, penetrando-lhes os pensamentos, perguntou-lhes: 'Por que pensais mal em vossos corações?" Mt 9,2-4
Até corrigia Seus seguidores, que não entenderam quando Ele denunciou o 'fermento dos fariseus': "Jesus, penetrando em seus pensamentos, disse-lhes: 'Homens de pouca fé! Por que julgais que vos falei por não terdes pão?'" Mt 16,8
Também a demonstrou quando disse aos judeus em Jerusalém: "Não espero Minha Glória dos homens, mas sei que não tendes em vós o amor de Deus." Jo 5,41
Ela é uma das funções do Espírito Santo. Ensinar-nos, como Jesus disse: "Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em Meu Nome, ensiná-vos-á todas coisas e recordá-vos-á tudo que vos tenho dito." Jo 14,26
É o Divino Espírito, ainda segundo Ele, Quem nos anunciaria as coisas por vir, após Sua Ascensão: "Muitas coisas ainda tenho a dizer-vos, mas agora não podeis suportá-las. Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensiná-vos-á toda Verdade, porque não falará por Si mesmo, mas dirá o que ouvir e anunciá-vos-á as coisas que virão." Jo 16,12-13
Sobre certo aspecto, em relação ao Filho, é um dom até 'comum' entre o povo realmente de Deus: "Eu sou o Bom Pastor. Conheço Minhas ovelhas e Minhas ovelhas conhecem a Mim, como Meu Pai Me conhece e Eu conheço o Pai." Jo 10,14-15a
A Primeira Carta de São João atestou-o, referindo-se à Unção do Santo Espírito, nosso Sacramento da Crisma. Ele afirma: "Vós, porém, tendes a Unção do Santo e sabeis todas coisas." 1 Jo 2,20E assim o Amado Discípulo trata de registrar esse poder de Jesus: "Enquanto Jesus celebrava em Jerusalém a festa da Páscoa, muitos creram em Seu Nome, à vista dos milagres que fazia. Mas Jesus mesmo não Se fiava neles, porque conhecia a todos. Ele não necessitava que alguém desse testemunho de nenhum homem, pois Ele bem sabia o que havia no homem." Jo 2,23-25
O discernimento de espírito, portanto, é manifestação do dom da ciência, como Nosso Senhor demonstrou em várias situações: "Eis que Lhe apresentaram um paralítico estendido numa padiola. Jesus, vendo a fé daquela gente, disse ao paralítico: 'Meu filho, coragem! Teus pecados são-te perdoados.' Ouvindo isto, alguns escribas murmuraram entre si: 'Este homem blasfema.' Jesus, penetrando-lhes os pensamentos, perguntou-lhes: 'Por que pensais mal em vossos corações?" Mt 9,2-4
Até corrigia Seus seguidores, que não entenderam quando Ele denunciou o 'fermento dos fariseus': "Jesus, penetrando em seus pensamentos, disse-lhes: 'Homens de pouca fé! Por que julgais que vos falei por não terdes pão?'" Mt 16,8
Também a demonstrou quando disse aos judeus em Jerusalém: "Não espero Minha Glória dos homens, mas sei que não tendes em vós o amor de Deus." Jo 5,41
Ela é uma das funções do Espírito Santo. Ensinar-nos, como Jesus disse: "Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em Meu Nome, ensiná-vos-á todas coisas e recordá-vos-á tudo que vos tenho dito." Jo 14,26
É o Divino Espírito, ainda segundo Ele, Quem nos anunciaria as coisas por vir, após Sua Ascensão: "Muitas coisas ainda tenho a dizer-vos, mas agora não podeis suportá-las. Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensiná-vos-á toda Verdade, porque não falará por Si mesmo, mas dirá o que ouvir e anunciá-vos-á as coisas que virão." Jo 16,12-13
Sobre certo aspecto, em relação ao Filho, é um dom até 'comum' entre o povo realmente de Deus: "Eu sou o Bom Pastor. Conheço Minhas ovelhas e Minhas ovelhas conhecem a Mim, como Meu Pai Me conhece e Eu conheço o Pai." Jo 10,14-15a
E é por profundas e místicas reflexões que se obtém o dom da ciência. Podemos vir a saber um fato real sem conhecer nenhuma profecia, ou a saber o destino da humanidade sem conhecer as Escrituras. Ainda no Paraíso, Deus disse a Adão: "Deu-lhe este preceito: 'Podes comer do fruto de todas árvores do jardim, mas não comas do fruto da árvore da ciência do bem e do mal. Porque no dia em que dele comeres, indubitavelmente morrerás.'" Gn 2,16-17
Esse dom fez de Adão 'Um de Nós', segundo Deus mesmo: "E o Senhor Deus disse: 'Eis que o homem se tornou como Um de Nós, conhecedor do bem e do mal.'" Gn 3,22a
E embora a ciência hoje seja entendida apenas como técnico conhecimento, o que também é objeto de divinas deliberações, é, na verdade, um dom, e por vezes confundido com o da inteligência, do entendimento, do conhecimento ou da Sabedoria, como o próprio Livro da Sabedoria versa. Mas é preciso distingui-la mais propriamente como pura inspiração, sobrenatural saber, o perfeito conhecimento da vontade de Deus, pois sem as devidas orações e religiosas práticas o desvio de tal dom leva à soberba, exatamente o inverso de seu objetivo que é cativar. São Paulo argumenta perante os cristãos da cidade de Corinto: "Quanto às carnes oferecidas aos ídolos, somos esclarecidos, todos possuímos a exata ciência. Porém, a exata ciência incha, a caridade constrói. E assim por tua ciência vai perder-se quem é fraco, um irmão, pelo qual Cristo morreu!" 1 Cor 8,1.11Porque esse dom inexoravelmente tem comum proveito, como São Paulo diz, falando sobre revelação: "Em suma, que dizer, irmãos? Quando vos reunis, quem dentre vós tem um cântico, um ensinamento, uma revelação, um discurso em línguas, uma interpretação a fazer... Que isto se faça de modo a edificar!" 1 Cor 14,26
E entre outros dons, ele exortava pela ciência nos cultos: "Suponhamos, irmãos, que eu fosse ter convosco falando em línguas: de que vos aproveitaria, se minha palavra não vos desse revelação, nem ciência, nem profecia ou doutrina?" 1 Cor 14,6
Ora, percebemos apenas lampejos dos feitos e dos planos de Deus, como visto acima: "Nossa ciência é parcial, nossa profecia é imperfeita." 1 Cor 13,9
O Eclesiástico, nesse sentido, confirma sua validade neste mundo, dizendo da Sabedoria: "Seus ramos são de longa duração. A inteligência e a religião da ciência acham-se nos tesouros da Sabedoria, mas a Sabedoria é abominada pelos pecadores." Eclo 1,25-26
Porém, os dons não são dados sem o devido contrapeso da responsabilidade, pois significa ter plena consciência sobre fatos ao nosso redor, segundo o Eclesiastes: "Porque no acúmulo de Sabedoria, acumula-se tristeza, e que aumenta a ciência, aumenta a dor." Ecl 1,18
E só se chega a esse dom através da Comunhão com Jesus, como foi feito por Ele em Sua primeira aparição ao Colégio dos Apóstolos no Domingo da Ressurreição: "Então Ele lhes abriu o espírito para que compreendessem as Escrituras..." Lc 24,45a
Ou pelo próprio Pai: "Uma mulher, chamada Lídia, da cidade dos tiatirenos, vendedora de púrpura, temente a Deus, escutava-nos. O Senhor abriu-lhe o coração, para atender às coisas que Paulo dizia." At 16,14
Era isso que pedia em prece a carta aos judeus em Egito, que consta do Segundo Livro de Macabeus: "Que Ele (Deus) disponha vossa alma à piedade e à observância de Seus Mandamentos com um generoso coração e uma fervente submissão! Que Ele abra vosso coração à Sua Lei e a Seus preceitos, e que vos estabeleça na Paz!" 2 Mc 1,3-4
O Eclesiastes, pois, via esse dom entre as verdadeiras riquezas desta vida: "Àquele que Lhe é agradável, Deus dá Sabedoria, ciência e alegria. Mas ao pecador, Ele dá a tarefa de recolher e acumular bens, que depois passará a quem Lhe agradar. Isto ainda é vaidade e vento que passa." Ecl 2,25
O Livro do Profeta Daniel, por exemplo, diz que ele tinha esse dom com específicas inclinações: "A esses quatro jovens, Deus concedeu talento e saber no domínio da Sabedoria e da ciência. Daniel era particularmente entendido na interpretação de visões e sonhos." Dn 1,17
Santo Agostinho e São Tomás de Aquino julgam que ao dom da ciência infusa de Adão estava associado o dom da imunidade ao erro (cf. S. Tomas, S. Teol. 194,4; De verit. 18,6); e erro é, sim, o mal da inteligência.
Santo Agostinho e São Tomás de Aquino julgam que ao dom da ciência infusa de Adão estava associado o dom da imunidade ao erro (cf. S. Tomas, S. Teol. 194,4; De verit. 18,6); e erro é, sim, o mal da inteligência.
"A todos saciai com Vossa Glória!"
