Era sobrinha de Santo Estevão, que foi rei de Hungria, além de neta de Edmundo II, filha de Eduardo, o exilado, e irmã de Edgar Atheling, todos reis de Inglaterra. Pertencia, portanto, a Casa de Wessex, um dos reinos anglo-saxões .
Sua mãe, Ágata, era sobrinha do sacro imperador romano-germânico Santo Henrique II e irmã da rainha Gisela, esposa do rei Santo Estevão.
Sua mãe, Ágata, era sobrinha do sacro imperador romano-germânico Santo Henrique II e irmã da rainha Gisela, esposa do rei Santo Estevão.
Nasceu em 1045, na Hungria, para onde seu pai e seu tio, Edmundo III, fugiram para protegerem-se dos normandos. Retornaram a Inglaterra em 1054, durante o reinado de Santo Eduardo III, que mandou chamá-los. Criada à sombra de Santo Estêvão, desde cedo Santa Margarida já mostrava sua forte vocação religiosa através de frequentes orações, de assiduidade à Santa Missa e de compaixão pelos pobres.
Com o falecimento de seu pai, seu irmão passou a ser o primeiro da linha de sucessão para o trono da Inglaterra. Dez anos depois, porém, os normandos, liderados por Guilherme, o conquistador, invadiram o país, e Santa Margarida, seu irmão e sua mãe tiveram que fugir em 1068.
Com o falecimento de seu pai, seu irmão passou a ser o primeiro da linha de sucessão para o trono da Inglaterra. Dez anos depois, porém, os normandos, liderados por Guilherme, o conquistador, invadiram o país, e Santa Margarida, seu irmão e sua mãe tiveram que fugir em 1068.
O navio, porém, levado por uma tempestade, rumou para as terras da Escócia, onde foram muito bem acolhidos pelo rei Malcon III. O local em que eles aportaram ainda é preservado pelo povo escocês, conhecido como St Margaret's Hope. Santa Margarida queria ser freira, vocação que havia sido abraçada por sua irmã, Cristina, mas, convencida por seus familiares, terminou casando-se com o rei escocês aos 23 anos, mesmo contra sua mais íntima vontade. Era considerada a mais bonita princesa da Europa.
Viu naquele Matrimônio, contudo, a vontade de Deus: era uma privilegiada oportunidade para evangelizar o povo escocês. Percebeu que poderia contar com ajuda do marido, pois realmente tinha muito boa índole. E de fato, sob a influência de nossa Santa, ele tornou-se um dos mais virtuosos reis da Escócia.
Santa Margarida viveu seu reinado em profunda religiosidade, pois por exemplo seu e do marido sabia que poderia transformar os costumes daquela nação. E assim fez: proibiu a exagerada distribuição de bebida na corte, reeducando ou afastando os nobres beberrões, estimulou as forças de trabalho e o comércio com outros países, e, sua principal marca, trabalhou ativamente pelos mais pobres, abrindo hospitais, visitando-os com frequência e dando-lhes comida e abrigo em situações de necessidade.
Tinha especial cuidado para com os órfãos, viúvas e idosos abandonados, que levava para sua mesa e com eles ceava. Estimulou todo país ao hábito de participar da Santa Missa. Mandou construir muitas igrejas e mosteiros, assim como restaurar a Abadia da Ilha de Iona, cuja fundação por São Columba data do século VI, além edificar a famosa Abadia de Dunfermline, que vieram a abrigar relíquias da Santa Cruz.
Ela exitosamente convidou a Ordem Beneditina para estabelecer um mosteiro em Dunfermline, o que ocorreu no ano de 1072. E levantava-se todo dia à meia-noite para assistir à liturgia. Usava uma caverna nas margens do Tower Burn em Dunfermline como local de devoção e oração, que ainda hoje é preservada para a visitação de fiéis. Também estabeleceu uma balsa cruzando o estuário de Forth para os peregrinos que viajavam para Saint Andrews, cujo itinerário deu nomes às cidades de South Queensferry e North Queensferry, que a homenageiam como rainha. Respeitada até no exterior, conseguiu a liberdade de ingleses capturados como servos por Guilherme, o conquistador, que invadiu a Inglaterra.
Dedicou muito especial atenção aos Sacerdotes e religiosos de seu país. Criou dioceses, convocou sínodos, proibiu ilícitos casamentos e difundiu os jejuns na Quaresma e a Santíssima Comunhão na Páscoa. E como era de esperar, converteu o marido e sobremaneira refinou seus modos, pois era analfabeto e um tanto rude. Teve 8 filhos, quatro deles tornaram-se reis de Escócia, e instruiu-os nas leis de Deus, afastando-os da vaidade e dos pecados mortais.
Sua filha, também chamada Margarida, casada com o rei de Inglaterra, e seu filho Davi I, rei de Escócia, também são venerados pela Igreja. Ela mesma manteve por toda vida suas práticas de penitências, no que findou sendo seguida pelo marido. O próprio povo chamava-a de 'Rainha Santa'. Mais tarde foi nomeada 'Pérola da Escócia'.
Seu reinado nunca mais foi esquecido. Foi um tempo de justiça e felicidade para toda gente, e ela procurava servir a todos segmentos sociais. Dizia-se que era uma rainha "piedosa e de forte pulso ao mesmo tempo. Gentilmente cavalgava entre os magnatas, tecia e bordava entre as damas, rezava entre os monges, discutia entre os sábios, e entre os artistas planejava projetos de catedrais e de mosteiros."
Aos 46 anos contraiu um grave enfermidade, mas procurava resistir com todas forças. No entanto, enfraqueceu ainda mais com a notícia da morte de seu marido e de seu filho mais velho na Batalha de Alnwick, para libertar a Inglaterra, em 13 de novembro de 1093. Foram 6 meses de sofrimentos, que enfrentava com grande resignação, até sua morte em 1093, aos 48 anos, no castelo de Edinburgo. Foi canonizada em 1250, por Inocêncio IV. Muitas igrejas e instituições no país honram seu nome. Também é tida como Santa pela igreja anglicana.
Uma capela do século XII, construída em sua homenagem no castelo de Edimburgo, ainda pode ser vista.
Uma capela do século XII, construída em sua homenagem no castelo de Edimburgo, ainda pode ser vista.
Seu corpo foi sepultado diante do altar na Abadia de Dunfermline, até a heresia protestante varrer o país em 1560. Neste mesmo ano, a rainha Maria da Escócia levou seu crânio para o castelo de Edinburgo, como relíquia para assisti-la durante o parto.
Conforme registros, em 1597 seu crânio encontrava-se com os jesuítas no Colégio Escocês em Douai, na França, onde no início de 1600 São João Roberts, que era inglês e tentava retornar a Inglaterra tomada pelo protestantismo, fundaria um mosteiro beneditino. Mas aí só permaneceu até a bestial Revolução Francesa.
Felipe II, rei de Espanha, que era católico, recebeu outras de suas relíquias e depositou-as no mosteiro que ele havia recém-construído, El Escorial, em homenagem a São Raimundo Nonato.
Santa Margarida da Escócia, rogai por nós!