Embora haja quase dois milênios da fulgurante Manifestação do Cristo, tantíssimos sinais materiais e tamanha nuvem de testemunhas, cresce o número dos que pedem provas da existência de Deus. Sem dúvida, sinal de um tempo, de uma mentalidade! Ao menos, pode-se dizer que raríssimas pessoas permanecem realmente indiferente ao tema!
Sob alguns aspectos, porém, tal postura tem sua pertinência. Mau grado toda cisma, lembremos o próprio São Tomé, ou o desespero de Jó, pois o real problema não é pedir uma prova, mas rejeitá-la.
De fato, à exceção de casos em que a fé se revela quase que inata, ou como formação que se adquire em famílias verdadeiramente católicas, esse questionamento tem revelado efetiva vontade de conhecê-Lo. E geração após geração, Deus tem-Se manisfestado a cada um em função de peculiaridades da pessoa e do momento espiritual da sociedade e da História.
Ele assim age a despeito da Revelação, que é pública, universal, que consta nas Escrituras, bem como de inúmeras Graças corriqueiramente divulgadas, em específico livramentos e curas, de espantosos milagres, ou mesmo de tantos corpos santos e fatos sobrenaturais que se tem notícia neste 'mundo da informação'.
Os fartos relatos e testemunhos ajudam a consolidar impressões, mas sozinhos podem não ser determinantes. Pessoas que vivem em santidade igualmente costumam impressionar, embora também seus exemplos, sem mais próximo convívio e tomados fora das reais circunstâncias, possam não ser bastantes para uma conversão. Muito menos, enfim, a simples argumentação, ainda que quase sempre colabore na 'concepção geral' da ideia de Deus.
De toda forma, como muitos já fizeram, sabe-se que é perfeitamente possível explicar 'como' se chega à fé. E é certo que todas essas informações sobrevêm aos incautos como uma avalanche no momento da Revelação pessoal, no místico instante do 'religar-se'.
Definitivamente, Deus é percebido por Seu poder, ainda que muitas vezes expresso tão somente por Sua invisível presença, que Ele torna 'explícita' a quem houver por bem revelar-Se. Ele não manifesta poder, no entanto, sem um propósito. Seus sinais sempre se dão para a Salvação das almas, ou seja, como recurso de iluminação pessoal, mas necessariamente para incitar à prática da plena caridade, quer dizer, do salvífico amor, ou, ainda, para edificar a Igreja, o Reino de Deus aqui na terra. Ele quer tomar parte em nossa história pessoal, revelando Sua vontade em um conjunto de experiências individuais, porém sem que Seus objetivos aí se encerrem.
É vã, portanto, a ideia de que Deus venha a revelar-Se por mera comprovação. Assim como geralmente é vã a suposição que Ele o faça através de uma simples pregação ou de uma leitura de sagrados textos, ainda que por todas elas também seja factível. Pontualmente servindo-se destes recursos, e na maioria dos casos atestando Sua sutil presença através de vários sinais ao longo de uma vida, o essencial continua sendo Seu projeto de Salvação, cujo foco é a alma, mas que em simultâneo abrange nossos semelhantes e de especial modo a Igreja. Isto é, a Revelação, ainda que instantemente pessoal, sempre tem como foco a Redenção de todo ser humano, e assim ela deve ser testemunhada.
A Igreja e as Sagradas Escrituras, por suas vezes, cumprem papéis de suma importância no feito da Revelação pública, nomeadamente através da proclamação do Evangelho, que dá embasamento à vida cristã, mas também elas não determinam por si sós o acesso ao conhecimento de Deus. A experiência pessoal da Revelação, sim, terá conclusivo, arrebatador valor, pois a manifestação de Deus, como Jesus declarou, é individual, particular.
Resta evidente, contudo, que Deus antecipadamente requer 'alguma simpatia', como vemos no diálogo de Jesus com São Judas Tadeu: "Pergunta-Lhe Judas, não o Iscariotes: 'Senhor, por que razão hás de manifestar-Te a nós e não ao mundo?' Respondeu-lhe Jesus: 'Se alguém Me ama, guardará Minha Palavra e Meu Pai amá-lo-á. E Nós viremos a ele e nele faremos Nossa morada.'" Jo 14,22-23
Em geral, pois, as experiências espirituais que em foro íntimo arrematam a convicção religiosa são:
A Igreja e as Sagradas Escrituras, por suas vezes, cumprem papéis de suma importância no feito da Revelação pública, nomeadamente através da proclamação do Evangelho, que dá embasamento à vida cristã, mas também elas não determinam por si sós o acesso ao conhecimento de Deus. A experiência pessoal da Revelação, sim, terá conclusivo, arrebatador valor, pois a manifestação de Deus, como Jesus declarou, é individual, particular.
Resta evidente, contudo, que Deus antecipadamente requer 'alguma simpatia', como vemos no diálogo de Jesus com São Judas Tadeu: "Pergunta-Lhe Judas, não o Iscariotes: 'Senhor, por que razão hás de manifestar-Te a nós e não ao mundo?' Respondeu-lhe Jesus: 'Se alguém Me ama, guardará Minha Palavra e Meu Pai amá-lo-á. E Nós viremos a ele e nele faremos Nossa morada.'" Jo 14,22-23
Em geral, pois, as experiências espirituais que em foro íntimo arrematam a convicção religiosa são:
a) Divina Providência - são aparentemente simples acontecimentos, mas impossíveis de serem interpretados como meras casualidades. Jung chamou-os de 'coincidências significativas', isto é, intrigantes fatos que em si trazem importantes mensagens, de especial significado para a história de quem os percebe. Eles representam claras interferências dos anjos da guarda, dos Santos, da Mãe Celeste ou do próprio Deus em nosso cotidiano. São as mais frequentes manifestações ao longo da vida.
b) Milagres - evidentes e inexplicáveis Graças, livramentos, prodígios e curas. Ao longo de uma vida, são ocorrências mais esparsas que os cuidados da Divina Providência, mas muito frequentes se observadas no grupo de pessoas à nossa volta.
c) Aparições - privilegiados videntes dão testemunhos e exibem provas de sobrenaturais contatos, seja por profecias ou por revelação de mistérios que se harmonizam com a Doutrina da Igreja. Em alguns casos, reconhece-se a pessoal ação do Espírito de Deus em particulares assuntos do Magistério. São mais raras ocorrências, mas todas nações têm seus relatos.
d) Demais religiões - todos grupos religiosos preservam centelhas da Revelação de Deus, que culmina na Manifestação de Cristo, e assim supostos deuses lares, da natureza, da mitologia e divindades podem ser mais propriamente entendidos como meros anjos, santos e antepassados, e seus rituais seriam rudimentos da Paixão de Cristo e da Santa Missa.
Assim, em contraposição ao individualismo, a sincera pergunta a ser feita é: "Só eu sou sério e capaz de perceber a Verdade?"
Ou em contraposição à cultuada soberba: "Os religiosos foram enganados por suas 'impressões'?"
Ou ainda em contraposição à presunção: "Minhas convicções seriam mais criteriosas e realistas que as da maioria da humanidade?"
Ou mais grave, em contraposição ao pessimismo: "Será que decepções me levaram a um vazio existencial que me impede de examinar apropriadamente tantas evidências?"
Porque, para mais de 2 bilhões de pessoas, Jesus é a mais gritante prova da existência de Deus. Aliás, Ele é o próprio Deus, e toda Sua vida foi um ato perfeito:
- As profecias a Seu respeito, e as sequentes realizações, são inegáveis;
- Ele revelou-Se aos Apóstolos a ponto de que eles dessem a vida para testemunhá-Lo;
- Esse testemunho tem sido perpetuado, inclusive através de martírio, por Todos os Santos;
- Muitíssimos milagres continuam sendo atribuídos a Seu poder;
- A absoluta pertinência de Seus ensinamentos e a divina condução da Igreja ao longo dos séculos são impactantes realidades;
- As aparições pelo mundo confirmam com clareza e coerência a História da Igreja; e,
- Seu poder tem-se mostrado sempre presente.
Inquestionavelmente, Sua vida iluminou a humanidade.
"Vosso Filho permaneça entre nós!"