A despeito de nossas pretensões e depois de tantos e tão grandiosos sinais de Deus, como as Aparições de Lourdes que confirmaram o Dogma da Imaculada Conceição, Nossa Senhora veio a Fátima, dizer a Lúcia, sua vidente, já na primeira aparição: "Jesus quer servir-Se de ti para fazer-me conhecer e amar. Ele quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração. A quem a abraçar, prometo a Salvação. E serão queridas de DEUS estas almas, como flores postas por mim a adornar Seu trono."
Estava em curso a Primeira Guerra Mundial, e as batalhas duravam anos, pareciam não ter fim. O ateísmo espalhava-se pelo mundo, fomentado por governos totalitaristas, pelo racismo científico, pelo cientificismo materialista, pelo capitalismo selvagem, pelo industrialismo desumano e pelo naturalismo e realismo como movimentos culturais, nascidos do humanismo. Mas, na contramão de tudo isso, Nossa Senhora prometia Paz e Salvação às almas: "Se fizerem o que eu vos disser, salvar-se-ão muitas almas e terão a Paz. A guerra vai acabar."
Ainda mais grave, porém, ela avisava do risco de um movimento que estava surgindo na Rússia, exatamente naquele ano, 1917, com a Revolução Bolchevique. E, por falta de obediência e conversão, acabou concretizando-se: era o comunismo, que implantaria a maior máquina mortífera que o mundo já viu. Em nome de igualdade e desenvolvimento social, o totalitarismo e o ateísmo foram impostos a centenas de milhões de pessoas em muitos países. Quem discordasse, ou simplesmente representasse algum empecilho, era sentenciado à morte. E assim mais de cento e dez milhões de pessoas foram cruelmente assassinadas.
Ainda falando sobre a Primeira Guerra, disse a Virgem Maria: "A guerra vai acabar. Mas, se não deixarem de ofender a Deus, no reinado de Pio XI começará outra pior. Quando virdes uma noite iluminada por uma luz desconhecida, sabei que é o grande sinal que Deus vos dá, de que vai punir o mundo por seus crimes, através da guerra, da fome, e de perseguições à Igreja e ao Santo Padre. Para impedir isso, virei pedir a consagração da Rússia ao meu Imaculado Coração, e a Comunhão Reparadora nos Primeiros Sábados. Se atenderem a meus pedidos, a Rússia converter-se-á e terão paz. Se não, espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja. Os bons serão martirizados. O Santo Padre terá muito que sofrer. Várias nações serão aniquiladas."
Quem conhece a História bem sabe de que Nossa Santíssima Mãe falava: depois da bomba atômica, a luz à qual ela se referiu, não se seguiu o fim da guerra. Pelo contrário, começava um longo e tenebroso período de silenciosas atrocidades. Nações foram varridas ou divididas, e a morte grassou pelo mundo em escala muito maior que nas próprias Grandes Guerras, como jamais se viu em toda História. Contudo, noutra profecia, mesmo contra todas probabilidades ela prometeu: "Por fim, meu Imaculado Coração triunfará."
De fato, em 1991 o comunismo soviético acabou, embora seus erros ainda possam ser claramente observados lá mesmo e espalhados pelo mundo. Assumiu o nome de socialismo, propulsionado pelo malicioso e nefasto marxismo cultural, uma onda de suicídio moral em massa, com danosas consequências às mais elementares instituições da civilidade. A própria Igreja foi duramente atingida pelo pernicioso humanismo de clérigos racionalistas e pela demoníaca Teologia da Libertação, cujos efeitos permanecem.
Pelas mãos da Igreja, respondendo a seu pedido, não apenas a Rússia, mas todo o mundo foi consagrado ao Imaculado Coração de Maria. O amado Papa São João Paulo II, que sofreu o atentado por ela previsto, exatamente num dia 13 de Maio, data da primeira aparição de Fátima, realizou esta consagração na Praça de São Pedro, no Vaticano, em 1984.
Isso explica porque a imagem de Fátima agora é feita com seu Imaculado Coração em destaque. Além de obediente à divina proposição, a veneração à aparição tem assim um foco ainda mais afetuoso e espiritual. O sinal de Fátima, de fato, ultrapassou as condições de forma, tempo e lugar. Não apenas pela imagem com que ela apareceu, nem apenas no simbólico dia 13 de maio, nem apenas em Fátima, mas é seu Eternizado Coração, sem nenhuma mancha de pecado, que nos pede veneração. E nós sempre, e de toda parte do mundo, podemos dedicar-lhe nosso amor.
A Comunhão Reparadora nos Primeiros Sábados que pediu que adotássemos, ela explicou mostrando seu Imaculado Coração a Lúcia: "Olha, minha filha, meu Coração cercado de espinhos que os homens ingratos a todos momentos me cravam com blasfêmias e ingratidões. Tu, ao menos, procura consolar-me e diz que prometo assistir na hora da morte, com todas Graças necessárias para a Salvação, a todos que, no primeiro sábado de cinco meses seguidos, se confessarem, receberem a Sagrada Comunhão, rezarem um terço e me fizerem companhia durante quinze minutos, meditando nos 15 mistérios do Rosário com o fim de desagravar-me."
A Irmã Lúcia argumentou com o Menino Jesus, que lhe apareceu mais tarde, da dificuldade de confessar no mesmo sábado, e pediu para aceitar uma confissão feita até oito dias atrás. Ao que Ele respondeu: "Sim, pode ser de ainda muitos mais dias, contanto que, quando Me receberem, estejam em Estado de Graça e tenham a intenção de desagravar o Imaculado Coração de Maria."
Ainda através de Lúcia, Nossa Senhora fez-nos mais um pedido, no qual revela seus misericordiosos cuidados para com todos seus filhos: "Quando rezardes o terço, dizei depois de cada mistério: 'Ó Meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno, levai as almas todas para o Céu, principalmente aquelas que mais precisarem.'"
São Lucas, o Evangelista do Espírito Santo, por duas vezes mencionou seu Imaculado Coração. Se Nossa Mãe Celeste é chamada de Nova Arca da Aliança (cf. Ap 11,19), por trazer-nos Jesus em seu ventre, seu Imaculado Coração não era menos sagrado, pois também aí ela guardava o Divino Verbo, pronunciado por Jesus. Os registros deste evangelista são: primeiro, na ocasião em que os pastores de Belém vieram contemplar o Menino Jesus, recém-nascido, testemunhando que foram ali enviados por uma linda aparição de anjos: "Maria conservava todas estas palavras, meditando-as em seu Coração." Lc 1,19
E o segundo, quando Jesus, aos 12 anos, ficou no Templo de Jerusalém depois da Páscoa, dizendo que deveria estar na Casa de Seu Pai: "Sua mãe guardava todas estas coisas em seu Coração." Lc 2,51b
São Lucas, o Evangelista do Espírito Santo, por duas vezes mencionou seu Imaculado Coração. Se Nossa Mãe Celeste é chamada de Nova Arca da Aliança (cf. Ap 11,19), por trazer-nos Jesus em seu ventre, seu Imaculado Coração não era menos sagrado, pois também aí ela guardava o Divino Verbo, pronunciado por Jesus. Os registros deste evangelista são: primeiro, na ocasião em que os pastores de Belém vieram contemplar o Menino Jesus, recém-nascido, testemunhando que foram ali enviados por uma linda aparição de anjos: "Maria conservava todas estas palavras, meditando-as em seu Coração." Lc 1,19
E o segundo, quando Jesus, aos 12 anos, ficou no Templo de Jerusalém depois da Páscoa, dizendo que deveria estar na Casa de Seu Pai: "Sua mãe guardava todas estas coisas em seu Coração." Lc 2,51b
Por fim, temos esta belíssima revelação da Santíssima Virgem a Santa Brígida, dizendo de Jesus: "Ele foi para mim como meu próprio coração e, por isso, quando dei à luz, senti que a metade de meu coração havia nascido e saído de mim. Quando Ele sofria, eu sentia como se sofresse meu próprio coração. Quando algo está metade fora e metade dentro, se a parte de fora está ferida, a parte de dentro sente uma dor parecida. Da mesma maneira, quando Meu Filho foi açoitado e ferido, era como se meu próprio coração estivesse sendo açoitado e ferido. Eu era a pessoa mais próxima a Ele em Sua Paixão e nunca me separei d'Ele. Estive ao lado de Sua Cruz e, como quem está mais próximo da dor sofre-a mais, assim Sua dor foi pior para mim que para os demais. Quando Ele me olhou da Cruz e eu O olhei, minhas lágrimas brotaram de meus olhos como sangue das veias. Quando Ele me viu assoberbada de dor, sentiu-Se tão angustiado por minha dor que toda dor de Suas próprias feridas se atenuou, ao ver a dor em mim. Por isso, posso dizer que Sua dor era minha dor e que Seu Coração era meu coração. Da mesma forma como Adão e Eva venderam o mundo por um simples fruto, podemos dizer que Meu Filho e eu recuperamos o mundo com um só coração." (Livro I, Capítulo XXXV)
"Coração de Maria, concebido sem pecado, rogai por nós."
"Coração de Maria, concebido sem pecado, rogai por nós."