Aquele que São Francisco de Sales apontou como o "padre mais Santo do século" (referia-se ao XVII), era de muito pobre família do sul da França, nascido em 1581. Algumas das provas de sua excepcional inteligência estão nos fatos: tornou-se professor na cidade de Dax com apenas 4 anos de estudos, chegou à Universidade de Toulouse, e foi ordenado padre ainda aos 19 anos.
Numa viagem de navio, foi feito prisioneiro por piratas e vendido como escravo no norte da África, onde por 2 anos foi submetido a trabalhos forçados. Passou por vários senhores até ser vendido a um fazendeiro que havia sido católico, mas convertera-se ao islamismo. Uma noite, ao ouvir seus religiosos cânticos, uma de suas esposas quis conhecê-lo. Ao expor-lhes o Evangelho, o dono arrependeu-se de sua apostasia e durante 10 meses preparou a fuga com ele para a França, que realizaram numa pequena embarcação. O fazendeiro sabia que, após a reconversão, não seria poupado entre os muçulmanos.
Na França, o ex-fazendeiro passou a viver na companhia de São Vicente, que foi enviado para a importante cidade de Avignon. Aí nosso padre foi apresentado ao Vice-Legado do Papa, que ficou profundamente impressionado com sua Sabedoria e o convidou a Roma, onde estudou Direito Canônico. E o ex-fazendeiro, nesse breve convívio com tão inspirada alma, obteve Luz o bastante para tornar-se monge católico.
São Vicente logo ganhou a confiança do Papa, que o incumbiu de levar sigilosos assuntos ao rei de França, Henrique IV. O rei também ficou muito admirado com sua habilidade com as palavras e com sua humildade: nomeou-o capelão da rainha Margarida de Valois e ministro da caridade, que era encarregado da distribuição de esmolas aos pobres em toda França. Em obediência à determinação de Jesus (cf. Mt 25,40), e em nome da rainha, fazia constantes visitas aos enfermos no Hospital de Caridade.
Após a morte do rei, foi enviado para a Sociedade do Oratório, fundada por São Felipe Néri e difundida na França pelo Cardeal Bérulle, que em nosso Santo viu a pessoa ideal para conduzi-la. Após um ano, foi indicado vigário de Clichy, um subúrbio de Paris, onde fundou a Confraria do Rosário e todo dia visitava os enfermos.
Após a morte do rei, foi enviado para a Sociedade do Oratório, fundada por São Felipe Néri e difundida na França pelo Cardeal Bérulle, que em nosso Santo viu a pessoa ideal para conduzi-la. Após um ano, foi indicado vigário de Clichy, um subúrbio de Paris, onde fundou a Confraria do Rosário e todo dia visitava os enfermos.
Sua atenção aos menos favorecidos, bem como seu total empenho em oferecer o Sacramento da Confissão e da Comunhão a todo povo, deram-lhe o título de Capelão Geral e Real de França. Mas, para ele, mais elevado cargo significava apenas mais serviços e maiores responsabilidades. Foi quando fundou, em 1625, a Congregação dos Padres da Missão, chamados de Padres Lazaristas, reconhecida em 1633 pelo Papa Urbano VIII e cujo carisma é evangelizar os mais pobres onde eles estiverem.
Em 1643, o rei Luís XIII, cognominado o Justo, que tivera a difícil missão de apaziguar as guerras entre católicos e protestantes, pediu para ser assistido em seu leito de morte por São Vicente, e acabou morrendo em seus braços. A rainha Ana de Áustria, que se confessava com ele, nomeou-o para tratar de todos assuntos religiosos durante sua regência.
Mesmo tão frequentemente vivendo entre os mais ricos, jamais esquecia os mais pobres. Por força de um de seus sermões, fundou em 1617 a Confraria das Damas da Caridade, hoje com o nome de Associação Internacional da Caridade, cuja primeira irmã era uma camponesa, Margarida Nasseau. Ela obteve a ajuda daquela que viria a ser Santa Luísa de Marillac, a qual, em 1633, com nosso Santo estabeleceria a Companhia das Filhas da Caridade.
Mesmo tão frequentemente vivendo entre os mais ricos, jamais esquecia os mais pobres. Por força de um de seus sermões, fundou em 1617 a Confraria das Damas da Caridade, hoje com o nome de Associação Internacional da Caridade, cuja primeira irmã era uma camponesa, Margarida Nasseau. Ela obteve a ajuda daquela que viria a ser Santa Luísa de Marillac, a qual, em 1633, com nosso Santo estabeleceria a Companhia das Filhas da Caridade.
Conhecendo o poder da ação do Espírito de Deus entre os que se recolhem, São Vicente organizou retiros espirituais para leigos e, por fim, para Sacerdotes, tomando como base as conferências que ele organizava nas terças-feiras, chamadas de Confraria de Caridade para homens.
Em 1833, inspirados por seus exemplos, sete jovens da Universidade de Sorbonne, liderados por Frédéric Antoine Ozanam, fundaram a Sociedade de São Vicente de Paulo, também chamada de Conferências Vicentinas, cuja missão é aliviar o sofrimento dos mais necessitados. Animada por seu espírito de servir, bem como por suas intercessões lá do Céu, essa ordem hoje se encontra espalhada no mundo todo.
"É preciso dar teu coração, para em troca obter o dos outros."
"É preciso unir-se ao próximo para unir-se a Deus.""Não me basta amar a Deus, se meu próximo também não O ama."
"Uma ótima maneira de exercitar-se no amor a Cristo, é acostumar-se a tê-Lo sempre presente em si."
"Amemos a Deus, meus irmãos, amemos a Deus! Mas que isto seja à custa de nossos braços, que isto seja com o suor de nossos rostos."
"Convém amar os pobres com especial afeto, vendo neles a própria Pessoa do Cristo, e dando-lhes a importância que Ele mesmo dá."
"Ó Deus, como é belo ver os pobres se os consideramos em Deus e com a estima de Jesus Cristo tem por eles! Mas, se os vemos segundo os sentimentos da carne e do mundano espírito, parecerão desprezíveis."
"Não sei quem é mais carente: se o pobre que pede pão ou o rico que pede amor."
"Como ser cristão e ver seu irmão aflito, sem chorar com ele! É permanecer sem caridade, é ser cristão de pintura, é não possuir nada de humanidade, é ser pior que os animais."
"Dez vezes irão aos pobres, dez vezes encontrarão a Deus."
"Os pobres abrem-nos a Porta para a eternidade."
"Minhas filhas, dai-vos a Deus para servi-los (os pobres) com grande caridade e mansidão, tomai o costume de neles ver Deus e de servi-los em Deus e por Seu amor. Que forte é este motivo, minhas filhas! Deveis, por isso, concluir que Deus fica muito contente ao ver os serviços que lhes prestais."
"A perfeição não consiste na multiplicidade das coisas feitas, mas no fato de serem bem feitas."
"A perfeição não consiste nos êxtases, mas em bem fazer a vontade de Deus."
"A humildade é a origem de todo bem que fazemos."
"Tenhamos sempre presente aquilo que há de humano e de imperfeito em nós, e haveremos de encontrar muitas coisas para humilharmo-nos, não só diante de Deus, mas também diante dos homens."
"Temos que atribuir a Deus qualquer bem que resulte de nossas ações. Do contrário, a nós deveríamos atribuir todo mal que ocorre na comunidade."
"Os que desejam realmente seguir as máximas de Cristo, devem ter em grande conta a simplicidade."
"As humanas ações tornam-se ações de Deus, pois se fazem n'Ele e por meio d'Ele."
"Ainda que a firmeza seja necessária para atingir o fim a que nos propomos em nossas obras, é contudo necessário empregar muita ternura nos meios."
"Sim, senhores, devemos ser todos de Deus e estar ao serviço dos outros; devemos dar-nos a Deus para isto, dar nossa vida por isto, despojar-nos de nós, por assim dizer, para revestir-nos d'Ele..."
"É preciso que vós e eu tomemos a resolução de jamais faltar à diária oração. Digo: diária, minhas Filhas, mas se pudesse, diria: não a deixemos nunca."
"De onde vem que uma pobre moça do campo, que ainda rude vem às senhoras, ignorante das letras e dos mistérios, depois em pouco tempo muda e torna-se modesta, recolhida, cheia de amor de Deus? E o que a muda assim, se não a oração?"
"A oração, minhas filhas, é uma elevação do espírito a Deus, com que a alma se desapega de si para buscar a Deus n'Ele mesmo..."
"Há duas espécies de oração: a mental e a vocal. A vocal é a que se faz com palavras; a mental faz-se sem palavras, mas com o coração e o espírito."
"Renovemos esta oração e o propósito de trabalhar para isto quando baterem as horas e ainda mais especialmente durante a Santa Missa, instituída para soberanamente reconhecer a Suprema Divina Majestade e obter-nos as necessárias Graças para viver e morrer sob o glorioso Reino de Seu Eterno Filho. Amém!"
"Se procurardes a Deus, encontrá-Lo-eis por toda parte."
"Só as eternas Verdades podem encher nosso coração."
"Não sou daqui nem dali, mas de qualquer lugar onde Deus quer que eu esteja."
"Consideremos que as enfermidades e as aflições vêm da parte de Deus. A morte, a vida, a saúde, a doença, tudo vem por ordem de Sua Providência, e qualquer que seja Seu modo, é sempre para o bem e a Salvação do homem."
"Nunca se tem Deus como Pai, se não se tem Maria como Mãe."
"Os grandes propósitos sempre são atravessados por diversos obstáculos e dificuldades."
"Os sofrimentos são um estado de felicidade, e santificam as almas."
"Ó Meu Deus! Quantas vezes (o Cristo) Se prostrava por terra! Com quanta humildade Se punha na presença de Deus, Seu Pai, carregado dos pecados dos homens."
"Ó Meu Salvador Jesus Cristo, que Vos santificastes para que os homens também se santificassem, que fugistes dos reinos da Terra, de suas riquezas e de sua glória, não Vos preocupando senão com o Reino de Vosso Pai sobre as almas."
"Ah! Senhor, atraí-nos para Vós, dai-nos a Graça de imitar Vosso exemplo e seguir nossa regra, que nos induz a buscar o Reino de Deus e Sua justiça, e a abandonar-nos a ele em relação a tudo mais."
São Vicente é considerado o patrono de todas obras de caridade da Igreja Católica.
Morreu em 27 de Setembro de 1660, mas seu corpo permanece incorrupto.