Nasceu em Roma em 304, mais sangrento ano das perseguições perpetradas por Diocleciano, que em seu quarto 'Édito contra os cristãos' os obrigava a prestar sacrifícios públicos aos deuses pagãos, com punição de execução sumária para quem se recusasse.
Aos 13 anos, foi pedida em casamento pelo filho de Semprônio, prefeito de Roma. Após várias insistências, porém, e sempre a mesma respeitosa mas firme recusa em resposta, pois ela não se escondia atrás de seus pais, foi denunciada sob a suspeita de ser cristã, e para testá-la o prefeito obrigou-a a prestar culto a Vesta, a deusa romana do lar e do fogo. Sábia apesar da pouca idade, Santa Inês prontamente objetou: "Se recusei seu filho, que é um homem vivo, como pode pensar que eu aceite prestar honras a uma estátua que nada significa para mim? Meu esposo não é desta terra."
Diante de tão veemente testemunho, mas em consideração à sua família, e principalmente a seu apaixonado filho, Semprônio tentou argumentar com ela, dizendo que era ainda muito jovem, tinha toda vida pela frente e estaria apenas iludida com aquela nova religião. Porém, como logo percebeu que não conseguiria fazê-la prestar o sacrifício pagão, lembrou-lhe das execuções de que padeciam os cristãos e veladamente ameaçou-a de morte, alegando que os deuses poderiam ficar furiosos com sua recusa.
Santa Inês, no entanto, não era nem despreparada nem inconstante. E diante de todos presentes demonstrou impressionante maturidade espiritual ao defender sua fé: "Sou jovem, é verdade, mas a fé não se mede pelos anos e sim pelos sentimentos. Deus mede a alma, não a idade. Quanto aos deuses, podem até ficar furiosos, que eu não os temo. Meu Deus é amor."
Calado por uma adolescente ainda em seus rebentos, o prefeito irritou-se e ordenou que a levassem ao prostíbulo do Circo Agnolo, lugar de diversões públicas, para que fosse abusada. Mas quando foi apresentada naquele imundo ambiente, e retiraram-lhe as roupas diante dos homens, seus cabelos, instantaneamente crescidos, foram vistos longos até os pés, recobrindo todo seu corpo. E tão forte e celestial Luz irradiava à sua volta que ninguém ousou aproximar-se dela.
Enquanto ela saia do prostíbulo, totalmente transtornado e contrariando a vontade do pai, o filho do prefeito correu em sua direção e tentou abraçá-la. Mas, como chovia, ele foi atingido por um raio e ali mesmo morreu. Ao ser informado da tragédia, e imaginando que havia sido um castigo, Semprônio desesperadamente correu ao lugar e implorou a Santa Inês que pedisse a Deus pela vida de seu filho. Sinceramente comovida, ela pôs-se a rezar e logo o rapaz ressuscitou.
Começava, naquele instante, a conversão de Semprônio e de seu filho ao Catolicismo. Agradecido e profundamente tocado, mandou que dali se retirassem todos que haviam sido encarregados de levá-la ao prostíbulo.
Contudo, mesmo ouvindo tão impressionantes relatos, o vice-prefeito Aspásio não se deu por convencido. Incrédulo e sem atender aos apelos de Semprônio, que temia ser descoberto pelo imperador, invocou Santa Inês para um novo interrogatório, quando mais uma vez e destemidamente nossa Santa afirmou sua fé. Sentindo-se ultrajado por suas convictas declarações, mas demonstrando indiferença e a costumeira arrogância da corte romana, Aspásio sucintamente ordenou que fosse queimada viva.
Começava, naquele instante, a conversão de Semprônio e de seu filho ao Catolicismo. Agradecido e profundamente tocado, mandou que dali se retirassem todos que haviam sido encarregados de levá-la ao prostíbulo.
Contudo, mesmo ouvindo tão impressionantes relatos, o vice-prefeito Aspásio não se deu por convencido. Incrédulo e sem atender aos apelos de Semprônio, que temia ser descoberto pelo imperador, invocou Santa Inês para um novo interrogatório, quando mais uma vez e destemidamente nossa Santa afirmou sua fé. Sentindo-se ultrajado por suas convictas declarações, mas demonstrando indiferença e a costumeira arrogância da corte romana, Aspásio sucintamente ordenou que fosse queimada viva.
Desejando testemunhar Jesus pelo martírio, como os demais cristãos de seu tempo, ela serenamente caminhou ao ser conduzida à fogueira. Quando a acenderam, porém, as chamas abriam-se em sua volta e não lhe queimavam nem mesmo as roupas, mas voltavam-se na direção dos carrascos em grandes línguas de fogo.
Exasperado e querendo vê-la de qualquer maneira morta, mas já duvidando se isso seria possível, com medo de passar novo vexame o vice-prefeito desistiu de fazê-la sofrer aos poucos, naqueles corriqueiros espetáculos de barbárie para intimidar os cristãos, e ordenou que dali fosse retirada para o calabouço, onde Santa Inês foi sumariamente decapitada. Graças à influência de sua família, seu corpo não foi jogado no rio Tibre, como Aspásio havia mandado. Levaram-no para sepultar na Via Nomento.
Desconsolados, seus pais diariamente iam rezar junto ao túmulo, até que, 8 dias depois do martírio, ela apareceu-lhes segurando um Branco Cordeiro, ou seja, o próprio Jesus, e na outra mão a palma que representa a vitória dos Santos. Estava rodeada de anjos, e na Glória de Deus. Por conta das perseguições do imperador, o lugar tornou-se um discreto santuário para os cristãos, que por visitas e peregrinações alcançavam grandes milagres.
Em 354, Constantina, neta de Santa Helena e filha de Constantino, imperador que se convertera, mandou desenterrar suas relíquias e no mesmo lugar mandou erguer uma linda basílica em sua homenagem, uma das mais antigas igrejas de Roma.
Aí, no dia de sua veneração é realizada uma Santa Missa Solene na qual se benze dois cordeirinhos, para mais tarde serem apresentados ao Papa e entregues às Irmãs de Santa Cecília, que os tosquiam e com a lã confeccionam pálios. Esses pálios são apresentados no altar da Basílica de São Pedro, na noite da vigília de São Pedro e São Paulo, e depois enviados aos novos arcebispos pelo mundo como um sinal da pureza da Igreja, representada por Santa Inês, e de sua fidelidade a Cristo, representado pelo Bispo de Roma.
Agnes, em grego, de onde vem nosso 'Inês', significa pura, casta. Em latim, Agnus, significa cordeiro.
A devoção a Santa Inês é uma das mais antigas da Igreja.
Exames forenses, recentemente realizados no crânio guardado em seu túmulo, atestaram que se trata de uma menina de 13 anos do século IV.