Recordando algumas exortações do amado Papa São João Paulo II, temos uma boa ideia de sua Sabedoria, assim como da lucidez de sua fé. Homem de profundas reflexões, ele bem atendia ao concurso da lógica na compreensão da Palavra, pois fielmente seguia a recomendação do Mestre que evocou o Deuteronômio quando posto à prova por um doutor da Lei: "Respondeu Jesus: 'Amarás o Senhor Teu Deus de todo teu coração, de toda tua alma e de todo teu entendimento (Dt 6,5).'" Mt 22,37
Ou a esta recomendação de São Pedro, a quem sucedeu: "Estai sempre prontos a responder, para vossa defesa, a todo aquele que vos pedir a razão de vossa esperança, mas fazei-o com suavidade e respeito." 1 Pd 3,15
Pois como São Paulo registrou a atitude de seu colaborador Epafras, a verdadeira fé só se alcança pela clareza de entendimento: "Ele não cessa de lutar por vós em suas orações, para que, numa perfeita e plena convicção, permaneçais plenamente submissos à divina vontade." Cl 4,12b
Ou a esta recomendação de São Pedro, a quem sucedeu: "Estai sempre prontos a responder, para vossa defesa, a todo aquele que vos pedir a razão de vossa esperança, mas fazei-o com suavidade e respeito." 1 Pd 3,15
Pois como São Paulo registrou a atitude de seu colaborador Epafras, a verdadeira fé só se alcança pela clareza de entendimento: "Ele não cessa de lutar por vós em suas orações, para que, numa perfeita e plena convicção, permaneçais plenamente submissos à divina vontade." Cl 4,12b
O Último Apóstolo fazia uma construtiva crítica que à passional religiosidade dos judeus, que seguiam renegando o Cristo: "Pois lhes dou testemunho de que têm zelo por Deus, mas um zelo sem discernimento." Rm 10,2
Autêntico pastor, ele dizia aos fiéis: "Tudo sofro para que seus corações sejam reconfortados e que, estreitamente unidos pela caridade, sejam enriquecidos de plenitude de inteligência para conhecerem o Mistério de Deus, isto é, Cristo, no Qual estão escondidos todos tesouros da Sabedoria e da ciência." Cl 2,2-3
Até advertia-os de esotéricas especulações: "Vede que ninguém vos engane com falsas e vãs filosofias, fundadas nas humanas tradições, nos elementos do mundo, e não em Cristo." Cl 2,8
Falando em conhecimento, crescimento e maturidade, ele põe nestes termos a Missão de Jesus, logo também da Igreja: "Aquele que desceu também é Aquele que subiu acima de todos Céus, a fim de tornar plenas todas coisas. A uns Ele constituiu Apóstolos; a outros, profetas; a outros, evangelistas, pastores, doutores, para o aperfeiçoamento dos cristãos, para o desempenho da tarefa que visa à construção do Corpo de Cristo, até que todos tenhamos chegado à unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, até atingirmos o estado de homem feito, a estatura da maturidade de Cristo. Para que não continuemos crianças ao sabor das ondas, agitados por qualquer sopro de doutrina, ao capricho da malignidade dos homens e de seus enganadores artifícios. Mas pela sincera prática da caridade, cresçamos em todos sentidos, n'Aquele que é a Cabeça, Cristo." Ef 4,10-15
Também exigia: "Despertai, como convém, e não pequeis! Porque alguns vivem na total ignorância de Deus. Para vossa vergonha digo-o." 1 Cor 15,34
Afirmava que esse entendimento se obtém pelo bem ouvir do autêntico Evangelho: "Logo, a fé provém da pregação, e a pregação exerce-se em razão da Palavra de Cristo." Rm 10,17
Escreveu a São Timóteo: "Toda Escritura é inspirada por Deus, e útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para formar na justiça. Por ela, o homem de Deus torna-se perfeito, capacitado para toda boa obra." 2 Tm 3,16-17
E garantiu-lhe: "Antes é preciso que o lavrador trabalhe com afinco, se quer boa colheita. Entende bem o que eu quero dizer: o Senhor há de dar-te inteligência em tudo." 2 Tm 2,6-7
Pois Jesus determinou a transmissão da Palavra, em sua inteireza, às nações: "Ensinai-as a observar tudo que vos prescrevi." Mt 28,20a
Na fulgurante encíclica 'Fé e Razão', portanto, nosso amado Papa argumentou com singular harmonia sobre essas dois grandes atributos humanos: "Foi Deus quem colocou no coração do homem o desejo de conhecer a Verdade e, em última análise, de conhecê-Lo, para que, conhecendo-O e amando-O, também possa chegar à plena Verdade sobre si próprio."
Falando sobre a inteligência, ele registrou que a busca da Verdade chegou a "resultados que levaram à elaboração de verdadeiros sistemas de pensamento... uma espécie de patrimônio espiritual da humanidade." Por isso, a Igreja "considera a filosofia uma indispensável ajuda para aprofundar a compreensão da fé."Autêntico pastor, ele dizia aos fiéis: "Tudo sofro para que seus corações sejam reconfortados e que, estreitamente unidos pela caridade, sejam enriquecidos de plenitude de inteligência para conhecerem o Mistério de Deus, isto é, Cristo, no Qual estão escondidos todos tesouros da Sabedoria e da ciência." Cl 2,2-3
Até advertia-os de esotéricas especulações: "Vede que ninguém vos engane com falsas e vãs filosofias, fundadas nas humanas tradições, nos elementos do mundo, e não em Cristo." Cl 2,8
Falando em conhecimento, crescimento e maturidade, ele põe nestes termos a Missão de Jesus, logo também da Igreja: "Aquele que desceu também é Aquele que subiu acima de todos Céus, a fim de tornar plenas todas coisas. A uns Ele constituiu Apóstolos; a outros, profetas; a outros, evangelistas, pastores, doutores, para o aperfeiçoamento dos cristãos, para o desempenho da tarefa que visa à construção do Corpo de Cristo, até que todos tenhamos chegado à unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, até atingirmos o estado de homem feito, a estatura da maturidade de Cristo. Para que não continuemos crianças ao sabor das ondas, agitados por qualquer sopro de doutrina, ao capricho da malignidade dos homens e de seus enganadores artifícios. Mas pela sincera prática da caridade, cresçamos em todos sentidos, n'Aquele que é a Cabeça, Cristo." Ef 4,10-15
Também exigia: "Despertai, como convém, e não pequeis! Porque alguns vivem na total ignorância de Deus. Para vossa vergonha digo-o." 1 Cor 15,34
Afirmava que esse entendimento se obtém pelo bem ouvir do autêntico Evangelho: "Logo, a fé provém da pregação, e a pregação exerce-se em razão da Palavra de Cristo." Rm 10,17
Escreveu a São Timóteo: "Toda Escritura é inspirada por Deus, e útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para formar na justiça. Por ela, o homem de Deus torna-se perfeito, capacitado para toda boa obra." 2 Tm 3,16-17
E garantiu-lhe: "Antes é preciso que o lavrador trabalhe com afinco, se quer boa colheita. Entende bem o que eu quero dizer: o Senhor há de dar-te inteligência em tudo." 2 Tm 2,6-7
Pois Jesus determinou a transmissão da Palavra, em sua inteireza, às nações: "Ensinai-as a observar tudo que vos prescrevi." Mt 28,20a
Na fulgurante encíclica 'Fé e Razão', portanto, nosso amado Papa argumentou com singular harmonia sobre essas dois grandes atributos humanos: "Foi Deus quem colocou no coração do homem o desejo de conhecer a Verdade e, em última análise, de conhecê-Lo, para que, conhecendo-O e amando-O, também possa chegar à plena Verdade sobre si próprio."
Lamenta, no entanto, o atual estágio em que ela se encontra: "... a busca da Verdade última muitas vezes aparece ofuscada. A filosofia moderna possui, sem dúvida, o grande mérito de ter concentrado sua atenção sobre o homem...", mas "... parece ter-se esquecido de que este sempre é chamado a também voltar-se a uma realidade que o transcende..."
E apontou que o engano está em esquecer o ser humano e apegar-se a "... pragmáticos critérios essencialmente baseados sobre o dado experimental, na errada convicção de que tudo deve ser dominado pela técnica..." Pois não há como separar o homem daquilo que ele conhece, como fez a atual filosofia, que, em erro ainda mais grave, "esquecendo-se de orientar sua pesquisa para o ser, concentrou a investigação sobre o próprio conhecimento humano. Daí provieram várias formas de agnosticismo e relativismo, que levaram a investigação filosófica a perder-se nas movediças areias de um generalizado ceticismo."
Deu, pois, este acurado diagnóstico da atualidade: "A legítima pluralidade de posições cedeu o lugar a um indefinido pluralismo, fundado no pressuposto de que todas posições são equivalentes: trata-se de um dos mais difusos sintomas, no contexto atual, de desconfiança na Verdade."
Deu, pois, este acurado diagnóstico da atualidade: "A legítima pluralidade de posições cedeu o lugar a um indefinido pluralismo, fundado no pressuposto de que todas posições são equivalentes: trata-se de um dos mais difusos sintomas, no contexto atual, de desconfiança na Verdade."
Nesse conjunto de interdependentes assuntos, ele usou algumas palavras do Concílio Vaticano I para sustentar que precisamos da ajuda do próprio Deus para compreender Seus mistérios: "... além das verdades que a razão natural pode compreender, é-nos proposto ver os mistérios escondidos em Deus, que só podem ser conhecidos se nos forem revelados do Alto." E afirma: "A fé... conta com a sobrenatural ajuda da Graça..."
Também citou a Carta de São Paulo aos Efésios, para tratar da patente realidade que é a Divina Revelação: "Aprouve a Deus, em Sua bondade e Sabedoria, revelar-Se a Si mesmo e dar a conhecer o mistério da Sua vontade." Ef 1,9
E completa: "Pela fé, o homem presta assentimento a este divino testemunho. Isto significa que plena e integralmente reconhece a Verdade de tudo que foi revelado, porque é o próprio Deus que o garante..."
Porque a fé é a mais elevada capacidade humana: "No acreditar é que a pessoa realiza o mais significativo ato da sua existência..."
Lembra, contudo, que o ser humano não está sozinho nessa busca: "Em auxílio da razão, que procura a compreensão do mistério, também vêm os sinais presentes na Revelação... esses sinais dão maior força à razão, porque lhe permitem pesquisar dentro do mistério com seus próprios meios, de que ela justamente se sente ciosa; por outro lado, impelem-na a transcender sua realidade de sinais para apreender o ulterior significado de que eles são portadores. Portanto, já há neles uma verdade escondida..."
E completa: "Pela fé, o homem presta assentimento a este divino testemunho. Isto significa que plena e integralmente reconhece a Verdade de tudo que foi revelado, porque é o próprio Deus que o garante..."
Porque a fé é a mais elevada capacidade humana: "No acreditar é que a pessoa realiza o mais significativo ato da sua existência..."
Lembra, contudo, que o ser humano não está sozinho nessa busca: "Em auxílio da razão, que procura a compreensão do mistério, também vêm os sinais presentes na Revelação... esses sinais dão maior força à razão, porque lhe permitem pesquisar dentro do mistério com seus próprios meios, de que ela justamente se sente ciosa; por outro lado, impelem-na a transcender sua realidade de sinais para apreender o ulterior significado de que eles são portadores. Portanto, já há neles uma verdade escondida..."
Pois uma vez iniciada à busca do divino conhecimento, o ser humano não pode confranger-se aos limites da razão: "Sente-se isso mesmo, por exemplo, nas palavras com que o livro dos Provérbios denuncia o cansaço provado ao tentar compreender os misteriosos desígnios de Deus: 'Eu fatiguei-me por Deus, estou esgotado por Deus, eis-me entregue.'" Pr 30,1
Para que se chegue ao auto-conhecimento, então, ao qual a própria Revelação abre caminho, ele viu e resumiu o processo em três passos: "A primeira regra é ter em conta que o conhecimento do homem é um caminho que não permite descanso; a segunda nasce da consciência de que não se pode percorrer tal caminho com o orgulho de quem pensa que tudo seja fruto de conquista pessoal; a terceira regra funda-se no 'temor de Deus', de Quem a razão deve reconhecer tanto a soberana transcendência como o solícito amor no governo do mundo."
Sem isso, diz, seríamos apenas insensatos: "É que o insensato se ilude pensando que conhece muitas coisas, mas, de fato, não é capaz de fixar o olhar nas essenciais realidades..."
E vai buscar as origens dos erros do racionalismo, ou seja, do excessivo e distorcido uso da razão na busca de tudo entender, que implica em arrogante despeito para com a fé: "O livro do Gênesis descreve de figurada maneira esta condição do homem, quando narra que Deus o colocou no jardim do Éden, tendo no centro 'a árvore da ciência do bem e do mal' (Gn 2,17). O símbolo é claro: o homem não era capaz de discernir e decidir, por si só, aquilo que era bem e o que era mal, mas devia apelar-se a um princípio superior..." Esse erro foi o que este nosso Santo chamou de a "desobediência original."
Ao falar da insuficiência da razão, nosso amado Papa mais uma vez cita São Paulo, quando este parafraseou Aristóteles: "Deus escolheu, no mundo, aquelas coisas que nada são, para anular as que são." 1 Cor 1,28
Por fim, também mencionou o discurso do Areópago, onde o Apóstolo dos Gentios afirma o sentido da vida de todo ser humano, enquanto obra de Deus: "A partir de um só homem fez todo gênero humano, para habitar em toda face da Terra; e fixou a sequência dos tempos e os limites para sua habitação, a fim de que os homens procurem a Deus e esforcem-se por encontrá-Lo, mesmo tateando, embora não Se encontre longe de cada um de nós." At 17,26-27
São Tomé Apóstolo, de fato, após teimar durante uma semana se recusando a acreditar na Ressurreição de Jesus, ao vê-Lo diante de si e tocar Suas feridas, foi ainda mais longe e reconheceu Sua divindade: "Meu Senhor e Meu Deus!" Jo 20,28
São Tomé Apóstolo, de fato, após teimar durante uma semana se recusando a acreditar na Ressurreição de Jesus, ao vê-Lo diante de si e tocar Suas feridas, foi ainda mais longe e reconheceu Sua divindade: "Meu Senhor e Meu Deus!" Jo 20,28