Em 1936, no dia 6 de agosto, no Sítio Guarda da localidade de Cimbres, a 18 km da cidade de Pesqueira, Pernambuco, Nossa Senhora apareceu a duas adolescentes: Maria da Luz, de 13 anos, e Maria da Conceição, de 15 para 16.
Maria da Luz Teixeira de Carvalho era filha do Sr. Artur Teixeira de Carvalho e Dona Auta Monteiro de Carvalho, donos do sítio, e Maria da Conceição da Silva morava com eles, tratada como mais uma filha, pois era muito pobre, vivia num casebre perto do Sítio, e a própria Maria da Luz, quando a conheceu, pediu a seus pais para que fosse viver em sua casa: sentia-se responsável por ela.
Era uma enevoada manhã e elas estavam colhendo mamona no terreno do sítio, aos pés de um penhasco. Falavam sobre os cangaceiros que haviam estado na Serra de Cimbres. quando Maria da Luz perguntou à amiga: "Que farias tu, se os cangaceiros viessem de novo e se demorassem aqui na Serra?" Ficando ela calada, Maria da Luz mesmo respondeu que se esconderiam no mato, "no meio dos rochedos" e que "Nossa Senhora haveria de proteger-nos."
Após essas palavras, Maria da Luz levantou a cabeça e viu na parede do rochedo a linda e radiante figura vestida de branco, e disse: "Parece que lá está Ele, para proteger-nos!" Maria da Conceição olhou e também viu a aparição.
Não se sabe se a 'Santa' (como a chamavam) lhes falou, pois não relataram. Mas, impressionadas, as meninas quase esqueceram a hora do almoço e, quando voltavam à casa, Dona Auta veio-lhes ao encontro, reclamando a hora certa para almoçar. Acanhadas, elas sorriram e ficaram caladas. Chegando à casa, sentaram-se num banco do lado de fora, quando a mãe, que foi pôr o almoço, as ouviu dizer: "Depois vamos de novo ver a 'Santa bonita', e ouvir o que vai dizer-nos." E como estivera inquieta e angustiada, disse-lhes que elas tinham que dizer o que houve. Obediente, Maria da Luz contou-lhe tudo, e ela comentou: "Qual! Isto é imaginação, ilusão." Mas elas insistiam: "A gente não mente. É tudo verdade, como dissemos!"
Após o almoço, Dona Auta outra vez mandou as meninas quebrar mamonas, e seguiu-as sem ser vista. E logo que chegaram ao lugar, as maninas novamente viram a 'Santa' e começaram a falar com ela. A mãe apresentou-se, pediu explicações e, como seguia não acreditando, mandou perguntá-la por seu filhinho de apenas três meses de idade, que havia falecido em junho daquele ano. E resposta foi positiva, que Lídio havia dado o recado a Jesus e Maria, pedindo socorro da aflição que a família padecia por causa dos crimes dos cangaceiros na região. Mas, ao voltarem para casa, depois de terem rezado, seu pai e uma irmã mais velha não acreditaram em nada. Ele até chegou a trancar as duas videntes num quarto para que não falassem com os moradores da Serra, pois os relatos rapidamente se espalharam.
Mas na região logo se formaram verdadeiras romarias ao local. Às tardes, rezava-se o Terço e o Ofício de Nossa Senhora, e no terceiro dia o povo instou as meninas para que lhe pedissem um sinal. Cedinho, na manhã seguinte, as meninas subiram o penhasco e viram que no lugar da aparição havia surgido uma fonte. Nossa Senhora apareceu-lhes e disse-lhes que era para curar as doenças daqueles que realmente acreditam. E quando Maria da Luz perguntou a que se devia a aparição, ela respondeu: "Vim avisar que hão de vir três castigos mandados por Deus. Diga ao povo que reze muito e faça penitências."
Chamados à cidade pelo vigário, para que se apresentassem ao bispo de Pesqueira, Dom Hadalberto Sobral, no dia 15 de agosto Senhor Artur e Maria da Luz compareceram e contaram tudo, mas como o ele ainda tinha obrigações e ia viajar no dia seguinte, encarregou José Kehrle, um recém-chegado Sacerdote alemão, que tomasse nota de cada detalhe e lhe relatasse. Depois de ouvi-los, este padre pediu ao pai que não deixasse as meninas acompanharem o povo que acorria ao local da aparição, e entregou-lhe um papel com algumas perguntas para que Maria da Luz fosse sozinha fazer à 'Santa', e escrevesse as respostas.
Padre Kehrle, cuja irmã desenganada pelos médicos tinha sido curada de acessos de loucura por um milagre de Nossa Senhora, numa peregrinação que fizeram a Lourdes, na França, viera ao Brasil como médico, pensando em doutorar-se em doenças tropicais, e assim servir à mais pobre gente. Mas, em convívio com os beneditinos em Olinda, acabou resolvendo tornar-se Sacerdote. E uma vez ordenado em 1914, foi designado pelo saudoso Dom Leme, futuramente Cardeal, para servir no sertão de como era seu desejo. Em 1915 foi para o Ceará, à cidade de Quixadá, onde conheceu o Padre Cícero. Depois foi para Floresta, no sertão de Pernambuco, e 4 anos mais tarde foi designado como primeiro pároco de Rio Branco, atual Arcoverde. Também respondeu pela paróquia de São José do Belmonte, quando era pároco em Vila Bela, atual Serra Talhada, onde era admirado por ninguém menos que Lampião, assim como por seus cangaceiros, que lhe beijavam a mão, pediam a bênção e quando podiam, pois já faziam seus ataques, assistiam às suas Santas Missas, como atesta registro de 1923.
Dois dias depois da entrevista, portanto, a 17 de agosto, o Senhor Artur foi à cidade e trouxe uma carta de Maria da Luz com as respostas. E no dia 20 de agosto, pois antes não pôde ir, o próprio padre foi ao Sítio Guarda, pois Nossa Senhora havia dito em resposta a Maria da Luz que gostaria de ter como interlocutor, dentre os vários membros da igreja local, "aquele que escreveu as perguntas." E pediu-lhes que, quando viesse, enfeitassem a casa para bem recebê-lo.
Subindo o penhasco a pés descalços, pois era muito íngreme, a 'Santa' logo se manifestou às meninas. Mais tarde, o próprio padre registrou: "Tive um sentimento singular, porém não consegui ver a referida imagem." E inquerida por ele, Maria da Luz assim a descreveu: "Ela é como a imagem de Nossa Senhora do Carmo na Catedral de Pesqueira, porém o manto é azul e o vestido cor branca creme, e tem uma faixa. Tem um Menino no braço esquerdo e ambos têm uma coroa muito bonita na cabeça. Vejo seus pezinhos. O Menino tem o bracinho direito no pescoço da Santa." Ou seja, tal qual foram vistos no dia da última Aparição de Fátima, que se deu a 13 de outubro de 1917. Em seguida, num gesto que viram do Menino Jesus, as adolescentes acrescentaram, dizendo ao padre: "Ele estende para o senhor os dois bracinhos."
E logo o padre tratou de separar as meninas, para verificar se elas se contradiziam a respeito de detalhes da aparição ou do lugar onde a estavam vendo. Tentou induzi-las a erro, mas percebeu que elas não mentiam nem sequer vacilavam: descreviam a mesma figura e indicavam o mesmo lugar.
Pediu o padre a Maria da Luz para perguntar à 'Santa' seu nome, e ela disse: "Eu sou a Graça."
Então ele instou que lhe indagasse se ele mesmo poderia fazer-lhe algumas perguntas, e em outras línguas, ao que ela e o Menino Jesus sorriram, parecendo já esperar que ele usasse de mais esse recurso de investigação, e a 'Santa' respondeu que sim.
Então ele instou que lhe indagasse se ele mesmo poderia fazer-lhe algumas perguntas, e em outras línguas, ao que ela e o Menino Jesus sorriram, parecendo já esperar que ele usasse de mais esse recurso de investigação, e a 'Santa' respondeu que sim.
Dirigiu-se a ela, pois, com perguntas em latim e alemão, que as adolescentes sequer entendiam, mas, conforme Nossa Senhora respondia em português às videntes, elas retransmitiam-nas ao padre. E todas respostas deixaram claro que ela realmente era a Mãe de Deus. Disse que o comunismo tomaria as capitais do país, se não houvesse muita reza e penitência. Perguntada se queria que se pregasse a devoção à Nossa Senhora das Montanhas, como na igreja de Cimbres, ela foi sucinta e direta: "Da Graça." Ademais, ela disse que sua aparição ali era a repetição de Salette, embora não revelasse os castigos, como fez lá. E foram ao todo mais de 80 perguntas que Nossa Senhora solícita e pacientemente respondeu, como nunca antes se deixando interrogar por um Sacerdote. Tudo, enfim, deixou o padre muito impressionado, que chegando à Pesqueira tratou de escrever e contou tudo ao seu amigo Frei Estevão Röttger, também alemão, franciscano do Convento de São Francisco de Pesqueira e padre da cidade de Alagoinhas, nas cercanias.
No dia 22 de agosto, dia da oitava da Assunção de Nossa Senhora, a 'Santa' disse que se ia embora no dia seguinte, pelas 5 da manhã, que só voltaria a aparecer no dia 31 de agosto, e pediu: "Naturalmente me farão uma festinha." As meninas responderam que eram pobres, não tinham como fazer uma festa, mas ela explicou: "Meu Filho dará um jeito. Chamem muita gente, mas gente boa!" No dia 23, um domingo, eles foram ao local às 5 horas e as videntes viram Nossa Senhora "já de saída", com "duas fileiras de anjos até lá em cima." Todos presentes rezaram o pequeno Ofício da Imaculada Conceição, e ela esperou até que terminassem. Depois lhes deu a bênçãos e seguiu para o Céu. Neste mesmo dia, contou o Senhor Artur, vieram várias pessoas prometendo enfeitar o lugar todo, e outras deram dinheiro para preparar a "festinha."
No dia 31 de agosto, quando lá estava o Padre Kehrle com seu irmão, também padre, Luiz Kehrle, da freguesia de São Gonçalo, na cidade de Petrolina, compareceu muita gente, umas 3 mil pessoas. Assim que as meninas afirmaram estar vendo a 'Santa', o Padre Kehrle pediu a todos que rezassem o Ato de Contrição. Nossa Senhora mostrou-se sem o Menino Jesus, com as mãos abertas e estendidas para baixo, dos dedos saindo raios, gesto parecido à imagem de Nossa Senhora das Graças, da Medalha Milagrosa. Uma multidão de anjos rodeavam--na, e ela confirmou ser a "Mãe da Divina Graça", garantindo: "Meu Filho recompensará o sacrifício que fizerem por mim!" O Padre ainda perguntou a seu irmão se notou diferença no rosto das meninas à chegada da 'Santa', e ele respondeu que sim.
E no dia 10 de setembro, quando o Padre Kehrle não pôde estar presente, à pergunta formulada pelo Frei Estevão, que teve o auxílio de seu Anjo da Guarda, Nossa Senhora confirmou que é a Medianeira de todas as Graças, como há séculos já defendiam vários Santos e doutores da Igreja. Ela apareceu logo após todos rezarem o Ato de Contrição. Recusou, porém, apesar de sua aparência do dia 20 de agosto, a invocação de Nossa Senhora do Carmo neste local. Também lhe perguntaram se queria que se deixasse uma imagem ali no lugar da aparição, ao que respondeu que sim, e qualquer pessoa podia fazê-lo. Em alvoroço, várias pessoas candidataram-se, mas o frei achou por bem esperar a autorização do sr. bispo.
Como já vinha acontecendo, frotas inteiras de caminhões eram fretadas em datas de aparição previamente anunciadas, romeiros em grupos, ou separados, a pé subiam a Serra vindo de todas partes em peregrinação, penitência ou pagando promessa todos dias nas madrugadas, congregações de oração de outras freguesias faziam vigílias, e os milagres com a Água da fonte multiplicavam-se. Inclusive o do próprio Frei Estevão, mais uma vez com a sugestão de seu Anjo da Guarda, que tinha terríveis dores no joelho esquerdo, quase o impedindo até de ajoelhar-se na Santa Missa. Inicialmente, Nossa Senhora queria que apenas as duas videntes da Água recolhessem para distribuir, mas depois, com o crescente número de pessoas, permitiu que as "boas pessoas" a recolhessem. Alguns inescrupulosos, porém, que pagavam jovens locais para subir o rochedo, começaram a recolher da Água em grande quantidade para negociá-la, e assim na pequena bacia de pedra já não se juntava uma gota para atender aos peregrinos. Foi quando o Senhor Artur mandou construir uma cerca ao pé do rochedo para proteger a fonte, afastando os vendilhões e garantindo acesso apenas aos peregrinos.
Dois soldados da polícia do Recife, porém, subiram a Serra, derrubaram a cerca, destruíram a fonte e ficaram de sentinela, para impedir a aproximação do povo. Depois prenderam o Sr. Artur, levaram-no a Pesqueira e disseram que ele tinha que ir ao Recife, responder à justiça. Mas por intervenção de bons cidadãos, ele foi solto. Contudo, nenhuma explicação surgiu para justificar o incidente, embora Nossa Senhora mesma tenha revelado, em aparição, o nome do Sacerdote que fez este pedido às autoridades da capital.
Dois soldados da polícia do Recife, porém, subiram a Serra, derrubaram a cerca, destruíram a fonte e ficaram de sentinela, para impedir a aproximação do povo. Depois prenderam o Sr. Artur, levaram-no a Pesqueira e disseram que ele tinha que ir ao Recife, responder à justiça. Mas por intervenção de bons cidadãos, ele foi solto. Contudo, nenhuma explicação surgiu para justificar o incidente, embora Nossa Senhora mesma tenha revelado, em aparição, o nome do Sacerdote que fez este pedido às autoridades da capital.
Quando o Bispo de Pesqueira voltou de Belo Horizonte, onde atendeu ao Congresso Eucarístico Nacional, vários membros da Igreja, inclusive um declarado desafeto do Padre Kehrle, apressaram-se em negar a autenticidade da aparição. E ele sequer quis ouvir o relatório preparado por aquele que ele mesmo designou. Quando lhe surgiu uma ocasião, e tentou falar sobre o assunto, o bispo interrompeu-lhe: "É ilusão e fantasia do Padre José!" Também proibiu o Frei Estevão, que se havia interessado bastante pelos ocorridos, logo no primeiro encontro, exaltando-se: "Não sabe que a Igreja é tão reservada e cautelosa em tais assuntos?" Noutro dia, quando se mostrava em boas disposições, este frei deu-lhe um livro sobre fatos da aparição de Fátima, e ele atalhou: "Fique V. Revma. sabendo que o Bispo de Lourdes esperou três anos, e o Bispo de Fátima dez anos antes de dar sua opinião. Assim eu também quero esperar!" Não era nenhuma novidade, no entanto, para o Padre Kehrle, pois, logo na primeira vez que ele arguiu Nossa Senhora, d'ela ouviu que só mais tarde as autoridades eclesiásticas iriam dar licença para divulgar das aparições.
O sr. bispo, dias depois, até pediu ao Frei Estevão que mandasse dizer à Nossa Senhora que lhe alcançasse uma Graça particular que estava pedindo, e de que muito precisava, afirmando que, se ele a conseguisse, acreditaria. Mas Nossa Senhora respondeu a Maria da Luz mandando dizer que ele não receberia essa Graça, "já recebeu bastantes sinais para crer que minhas aparições aqui em Guarda são verdadeiras e não enganos ou ilusões."
Na última aparição anunciada, enfim,, Maria da Luz viu uma longa escada que subia até aos Céus, repleta de anjos em toda sua extensão, e por ela desceu Nossa Senhora. Não foi por acaso. Essa escada foi vista em sonho por Jacó, quando Deus lhe apontou o lugar onde estava como a Terra Santa (cf. Gn 28,12s). Também foi a promessa feita por Jesus a São Bartolomeu para atestar Sua Divindade (cf. Jo 1,51). Ou seja, esta aparição sinalizava o lugar e o momento em que os Céus e a Terra se encontravam. Ao despedir-se, Nossa Senhora subiu pela mesma escada, que, após sua completa ascensão, riscou o céu formando um brilhante traço e desapareceu.
Guardando o silêncio imposto a ele e ao Frei Estevão, mas em troca de correspondência com estudiosos e teólogos da Alemanha e da França, o que não lhe havia sido proibido, Padre Kehrle obteve várias confirmações, assim como detalhes das características das pessoas a quem Nossa Senhora escolhe para apresentar-se. Invariavelmente são virgens, às vezes acompanhadas de meninos, mas sempre adolescentes ou muito jovens, de modesta origem e pouca escolaridade. Assim havia sido nas mais importantes aparições, como as de Paris, Salette, Lourdes, Fátima, Garabandal, Medjugorje e Kibeho.
Meses depois, Padre Kehrle foi enviado para a cidade de Pedra, onde já estava no início de 1938, depois outras cidades e, em 1947, para Buíque, a 68 km de Pesqueira, onde levou uma vida santa. Aí Nossa Senhora lhe apareceu em sonho e indicou onde deveria cavar um poço, num terreno afastado da casa paroquial, que havia sido doado à igreja local, ao que ele atendeu e com sua Água irrigou uma horta, árvores e, ao lado dele, construiu a casa na qual viveu até o dia de sua morte. Aí, além de gratuitamente atender a população como médico, ainda ergueu uma pequena Capela em honra de Nossa Senhora das Graças, onde foi sepultado. Também construiu uma escola e uma maternidade na cidade, sempre com o nome de Nossa Senhora das Graças. Ele recebeu as honras de Monsenhor em 1964, quando completou 50 anos de ordenação sacerdotal, e faleceu no dia 6 de agosto de 1978, exatamente o dia da primeira aparição, também dia da Transfiguração do Senhor e mesmo dia de falecimento do Papa São Paulo VI. Ora, Nossa Senhora avisou que ele não subiria sozinho! Uma hora antes, pediu a presença de um padre, para confessar-se e, no momento de sua passagem, a Irmã Adélia segurava uma de suas mãos. Tinha chegado havia dois dias. Antes de calmamente falecer, ele cantou o Magnificat e em seguida: "Com Minha Mãe estarei/ No Céu/ No Céu/ Com Minha Mãe estarei." Na hora de seu sepultamento, Irmã Adélia disse às freiras que tinha visto Nossa Senhora de pé, próxima ao caixão. Em seu diário, ela ainda anotou que Nossa Senhora se referiu a ele como "O Sacerdote da Graça."
Nas mensagens de Cimbres, em conformidade com as profecias de Quito, e mais tarde as de Akita, Nossa Senhora avisa que sem conversão a humanidade passaria por uma grande catástrofe, um banho de sangue. Com efeito, o mundo estava às vésperas da Segunda Grande Guerra Mundial, e a bomba de Hiroshima iria explodir exatamente no dia 6 de agosto, no ano de 1945.
Para o Brasil, especificamente, ela previu difíceis tempos sob as assassinas políticas do comunismo. E se isso não se cumpriu, como explicar a alienante ideologia que devassa escolas e universidades públicas, além dos meios culturais, a desfaçatez e o parasitismo de zumbis que infestam as instituições publicas, a roubalheira e a destruição dos órgãos estatais, as 70 mil mortes anuais por violência, a alta criminalidade politicamente cultuada como instrumento de revolução, a máfia gay na Igreja e a diabólica 'teologia' da libertação no ministério de tantos bispos, padres e frades? Essas revelações, mais claramente, deram-se em duas ocasiões, em mensagens dadas a Irmã Adélia já no ano 1985, em 9 de março e 31 de agosto. Na primeira, em peregrinação de religiosas ao Sítio Guarda, quando a Santíssima Virgem pediu que rezássemos e fizéssemos penitências sobretudo pelos jovens, para que se livrassem do comunismo e do materialismo. Na segunda, ela expressamente pediu, e em primeiro lugar, penitência e oração para livrar o Brasil do comunismo, e em seguida pelos jovens desajustados e drogados e pelos sacerdotes transviados. De fato, acontece aqui como em muitos outros países, o que Nossa Senhora já havia advertido na Aparição de Fátima: "... a Rússia espalhará seus erros pelo mundo."
Para o Brasil, especificamente, ela previu difíceis tempos sob as assassinas políticas do comunismo. E se isso não se cumpriu, como explicar a alienante ideologia que devassa escolas e universidades públicas, além dos meios culturais, a desfaçatez e o parasitismo de zumbis que infestam as instituições publicas, a roubalheira e a destruição dos órgãos estatais, as 70 mil mortes anuais por violência, a alta criminalidade politicamente cultuada como instrumento de revolução, a máfia gay na Igreja e a diabólica 'teologia' da libertação no ministério de tantos bispos, padres e frades? Essas revelações, mais claramente, deram-se em duas ocasiões, em mensagens dadas a Irmã Adélia já no ano 1985, em 9 de março e 31 de agosto. Na primeira, em peregrinação de religiosas ao Sítio Guarda, quando a Santíssima Virgem pediu que rezássemos e fizéssemos penitências sobretudo pelos jovens, para que se livrassem do comunismo e do materialismo. Na segunda, ela expressamente pediu, e em primeiro lugar, penitência e oração para livrar o Brasil do comunismo, e em seguida pelos jovens desajustados e drogados e pelos sacerdotes transviados. De fato, acontece aqui como em muitos outros países, o que Nossa Senhora já havia advertido na Aparição de Fátima: "... a Rússia espalhará seus erros pelo mundo."
Ora, o Padre Cícero do Juazeiro, em entrevista ao jornal O Povo, de Fortaleza, no ano de 1931, foi escarnecido por imbecis jornalistas (isso não é de hoje!) quando afirmou: "O comunismo foi fundado pelo Demônio. Lúcifer é seu chefe e a disseminação de sua doutrina é a guerra do Diabo contra Deus. Conheço o comunismo e sei que é diabólico. É a continuação da guerra dos maus anjos contra o Criador e seus filhos."
Ainda no início de 1937, a Presidente da Pia União das Filhas de Maria da freguesia de Alagoinhas, que esteve no Sítio Guarda, perseverantemente acompanhou algumas aparições e bem conheceu Maria da Luz, recomendou ao Frei Estevão o Colégio Damas da Iniciação Cristã, em Garanhuns, cuja Madre Superiora ela conhecia, como lugar ideal para que a vidente pudesse seguir sua vocação, pois já havia sido rejeitada pelo Colégio das Irmãs Doroteia de Pesqueira, e exatamente por ser a vidente de Cimbres, como Nossa Senhora tinha avisado ao Padre Kehrle. E lá ela foi aceita, mas o Senhor Artur, mesmo com a ajuda de benfeitores, só pôde pagar a pensão por um ano. Ela voltou para casa, pois, onde preparava crianças para a primeira Comunhão. Como Nossa Senhora não quis uma capela no lugar das aparições, respondendo à pergunta do próprio Padre Kehrle no dia 20 de agosto, o Sr. Artur construiu uma pequena sala, de onde se podia avistar o venturoso rochedo, e aí Maria da Luz alfabetizava as crianças locais e se reunia com os devotos para rezar e cantar, preparando novenas para os dias 31 de agosto.
Em 1941, porém, um rapaz foi pedir-lhe em casamento a seu pai, mas ela respondeu que queria ser religiosa. E assim saiu de casa, caminhou descalça até Pesqueira, pois as sandálias arrebentaram no caminho, tomou o primeiro ônibus para o Recife, pediu o dinheiro da passagem aos próprios passageiros, lá chegando ligou para o Colégio Damas e as irmãs foram buscá-la. Mais tarde, ela assim explicou este 'feito': "Deus quis que eu fosse religiosa, e não do mundo." Com efeito, como era conhecida das irmãs por ter estudado na Congregação em Garanhuns, foi aceita, adotou o nome de Irmã Adélia, tornou-se professora e religiosamente viveu até 13 de outubro de 2013, aos 91 anos. Mas, como o Bispo de Pesqueira havia determinado ao Padre Kehrle e ao Frei Estevão, ela também se calou sobre as aparições. Assim como o Padre Kehrle, ela morreu cantando baixinho: "Com Minha Mãe estarei/ No Céu/ No Céu/ Com Minha Mãe estarei."
Ainda em 1985, acometida de câncer, Irmã Adélia só não faleceu, segundo ela própria e confirmado por diagnósticos médicos, por miraculosa intercessão de Nossa Senhora. Depois de curada, porém, decidiu não mais se calar e passou a intensamente divulgar os detalhes e as mensagens da aparição. Com permissão da Madre Provincial, dado o respeito que naturalmente adquiriu por 50 anos de humildade e silêncio sobre as aparições (voto que ela mesma pediu!), além de notória e profunda contemplação, reuniu as irmãs de sua ordem no refeitório, contou-lhes toda História numa noite, memorável para muitas delas, que lhe chamavam de Adelinha, e depois as convidou a Cimbres, quando aproveitou para rezar e dar mais detalhes dos acontecidos, pois seguia recebendo revelações. Ora, só em Cimbres haviam sido por volta de 40 aparições.
Nesta mesma viagem seguiu para encontrar Maria da Conceição em Arcoverde, com quem trocava alguma correspondência. Mostrando forte cumplicidade, quase nada falaram, logo se trancaram em seu humilde quarto, puxada pela própria Maria da Conceição, e passaram quase todo resto do dia em oração. Antes de partir, Irmã Adélia deu-lhe uma imagem de Nossa Senhora das Graças, o que veio a ser seu único bem em vida, e já é tida como miraculosa relíquia.
Maria da Conceição tinha voltado à casa dos pais ainda nos primeiros meses das aparições, em tocante simplicidade, atordoada com todo assédio, pró e contra, que se deu. Chegou a casar-se, mas logo foi abandonada, e passou a viver com a irmã, ajudando-lhe a criar os filhos. Discretamente religiosa, mesmo sem ter recebido ordem do bispo ou informação do Padre Kehrle ou de Maria da Luz, também guardou silêncio sobre as aparições. Apenas dizia que não queria falar, dava-lhe um aperto no peito. E serenamente faleceu em 1999, de causas naturais.
Apesar da imposição de silêncio, a repercussão que se deu naqueles dias foi suficiente para manter vivas as peregrinações, ainda que irregulares, assim como os relatos da Aparição de Cimbres através dos tempos. Nesse sentido, também cabe registrar a importância dos escritos, na forma de diários, sabia e prudentemente deixados por Padre Kehrle, Frei Estevão e a própria Maria da Luz, como lhe pediu o Sacerdote alemão, seu amado diretor espiritual, com quem manteve relevante contato por correspondência até sua morte. Ademais, as centenas ou milhares de milagres alcançados pelos que visitam o santuário, bem como a fé de católicos que tomaram conhecimento da história, sobremaneira fortaleceram essa devoção.
Enfim, conforme registros de Frei Estevão, aparições da Santíssima Virgem também se deram em Lagadiço, a meia légua de Genipapinho, ambos na cidade de Alagoinhas, atualmente Alagoinha, que fica a 16 km de Pesqueira, onde ele era padre. Foram de julho de 1937 até fim de janeiro de 1938, umas vinte vezes ao todo. Apareceu a um menino de 12 anos e às suas irmãs menores. Era José, Maria das Neves, de 10 anos, Severina, de 9, e Maria de Lourdes, de 7. Todos filhos de Francisco Rodrigues Wanderley e Maria Guilhermina da Conceição, pobre casal, morador de um casebre no meio de uma serrota. José havia estado em Guarda com sua mãe no dia 31 de agosto de 1936, e também viu a Santíssima Virgem. Estas crianças apelidaram o lugar das aparições em Lagadiço de Monte de Nossa Senhora. Ela pedia as mesmas coisas que em Guarda: rezar, fazer penitência, deixar modas indecorosas e danças para livrar-se de castigos, ou mitigá-los, e também se livrar do comunismo. São Francisco igualmente apareceu e pediu muita caridade para obter a Salvação.
Enfim, conforme registros de Frei Estevão, aparições da Santíssima Virgem também se deram em Lagadiço, a meia légua de Genipapinho, ambos na cidade de Alagoinhas, atualmente Alagoinha, que fica a 16 km de Pesqueira, onde ele era padre. Foram de julho de 1937 até fim de janeiro de 1938, umas vinte vezes ao todo. Apareceu a um menino de 12 anos e às suas irmãs menores. Era José, Maria das Neves, de 10 anos, Severina, de 9, e Maria de Lourdes, de 7. Todos filhos de Francisco Rodrigues Wanderley e Maria Guilhermina da Conceição, pobre casal, morador de um casebre no meio de uma serrota. José havia estado em Guarda com sua mãe no dia 31 de agosto de 1936, e também viu a Santíssima Virgem. Estas crianças apelidaram o lugar das aparições em Lagadiço de Monte de Nossa Senhora. Ela pedia as mesmas coisas que em Guarda: rezar, fazer penitência, deixar modas indecorosas e danças para livrar-se de castigos, ou mitigá-los, e também se livrar do comunismo. São Francisco igualmente apareceu e pediu muita caridade para obter a Salvação.
A senhora Maria Guilhermina, José e Maria das Neves estiveram várias vezes na casa do curato, para contar-lhe as novidades de Lagadiço e convidá-lo para ir lá. Mas, em respeito à posição do sr. bispo, ele só resolveu ir quando, em início de janeiro de 1938, saiu sua transferência para a Vila de São Francisco, no Recôncavo da Bahia, pois queria prestar contas a Dom Hadalberto de seu ministério, e ainda assim foi discretamente. Lá chegando, a mãe das crianças veio logo dizendo: "Nós sabíamos que o sr. Padre queria vir. Nossa Senhora disse-nos pelas crianças. Não sabíamos o dia, por isso hoje o terreiro não está bem varrido!" No Monte havia pequenas cruzes, com bandeirinhas brancas, que eram os lugares das aparições, e um cruzeiro de mais de 2 metros, que São Francisco havia mandado colocar, pois "Ele pediu uma capela neste lugar!", como José lhe disse. Aí as crianças e moradores do lugar, umas 6 pessoas que os seguiam, por si mesmos se ajoelharam e rezaram baixinho.
Depois subiram uns lajeiros e mais à frente todos ficaram de joelhos outra vez, diante de um arbusto de boa altura, mas quase sem folhas, e rezaram um pouquinho. O frei perguntou: "O que é isso?" E José respondeu: "Aqui passou Nossa Senhora subindo e tocou com a mão neste arbusto, e o povo tirou as folhas que servem de remédio." Mais tarde, o próprio frei escreveu sobre esse dia: "Vi bem a devoção e o recolhimento dessas crianças. Não era fingimento, pelo contrário, era edificante vê-los." Subindo ainda mais, chegaram a uma parte bem íngreme, onde o frei desistiu. José então pediu que ele esperasse, porque ia ao "Salão de São Francisco" para trazer-lhe umas bonitas flores. E, de fato, eram "bonitas e cheirosas, cor-de-rosa, de nome desconhecido." José ainda relatou ao frei: "Nossa Senhora apareceu muitas vezes com o Rosário nas mãos ou no braço, e ensinou-nos com devemos persignar-nos, benzer-nos, rezar o Creio em Deus Pai, o Pai Nosso, a Ave Maria e a Santa Maria!" Falou que um dia ouviu de São Francisco: "Meu filho, evite cair em faltas. Reze e reze muito, reze de joelhos." E a dona de casa de uma boa família de Genipapinho, aonde o frei foi neste mesmo em vistoria, pois havia iniciado a construção de uma capela, à qual recomendou como padroeira Nossa Senhora das Graças, disse-lhe: "Frei Estevão, nós aqui vamos quase todos dias à tardinha ao Monte de Nossa Senhora, para cantar e rezar o Terço e a ladainha."
As correspondências entre o Padre Kehrle e Maria da Luza, de fato, atestam que ele lhe pediu que fosse a Alagoinhas confirmar as aparições e fazer-lhes umas perguntas, ao que ela atendeu, em dezembro de 1937, viajando na garupa, que disse ter sido uma mortificação pois era muito longe. E tendo perguntado o porquê destas novas aparições, Nossa Senhora respondeu: "Filho, é porque eu só ando procurando a conversão de todos pecadores." Outra pergunta era como poderia o Bispo de Pesqueira convencer-se, e ela disse: "Filho, ele esta quase convencido, mas não quer publicar." E ajuntou: "Eu quero assim mesmo." Perguntado se ele poderia colocar uma imagem no local de sua aparição em Guarda, mesmo sem expressa autorização, ela foi terminativa: "Não." Ensinou: "Para tudo é preciso ter paciência." E repetiu, explicando: "Eu quero assim mesmo. Assim é que está bom."
As correspondências entre o Padre Kehrle e Maria da Luza, de fato, atestam que ele lhe pediu que fosse a Alagoinhas confirmar as aparições e fazer-lhes umas perguntas, ao que ela atendeu, em dezembro de 1937, viajando na garupa, que disse ter sido uma mortificação pois era muito longe. E tendo perguntado o porquê destas novas aparições, Nossa Senhora respondeu: "Filho, é porque eu só ando procurando a conversão de todos pecadores." Outra pergunta era como poderia o Bispo de Pesqueira convencer-se, e ela disse: "Filho, ele esta quase convencido, mas não quer publicar." E ajuntou: "Eu quero assim mesmo." Perguntado se ele poderia colocar uma imagem no local de sua aparição em Guarda, mesmo sem expressa autorização, ela foi terminativa: "Não." Ensinou: "Para tudo é preciso ter paciência." E repetiu, explicando: "Eu quero assim mesmo. Assim é que está bom."
Cimbres é muito antigo lugarejo, da época das primeiras incursões dos colonizadores no Nordeste, partindo do litoral e seguindo, entre outros rios, as margens do Ipojuca, que banha a cidade de Pesqueira. Como mostra esse mapa de 1811, feito por padres oratorianos, fica nas encostas do planalto da Borborema, na Serra do Ororubá. Foi a primeira Vila, como eram chamadas as cidades, do interior do Brasil a ter um Senado, equivalente às atuais câmaras municipais, prédio que ainda hoje é preservado.
Segundo alguns documentos, a Matriz de Nossa Senhora das Montanhas, em Cimbres, já estava erguida em 1762. Também há informações de que ela foi construída por descendentes do feitor de João Fernandes Vieira, herói da Insurreição Pernambucana, combatente da Batalha dos Guararapes, que viveu entre 1610 e 1681. O próprio Bernardo Vieira de Melo, militar e sertanista que viria a ser governador da Capitania do Rio Grande do Norte, e o primeiro a gritar 'República' no Brasil, numa sessão do senado de Olinda, estivera na Serra do Ororubá em 1690, em combate para rechaçar ameaças de indígenas.
Quanto ao nome da Vila, não há dúvidas que se trata de uma homenagem à Freguesia de Cimbres, em Portugal, ao norte do Distrito de Viseu, que era paragem de uma antiga via romana, portanto da época do Império dos Césares, e possuía uma densa floresta da qual se retirava madeira para construção de 'arcos de pedra', daí seu nome. O nome do sítio do senhor Artur, Guarda, também é nome de um distrito português, na fronteira com a Espanha, vizinho ao Distrito de Viseu. Outro grande sinal de Deus é que a padroeira da Cimbres portuguesa é Nossa Senhora da Graça, assim, no singular, como é da tradição portuguesa, e exatamente como ela se apresentou às adolescentes aqui no Brasil. A capela de lá data do século XVII.
Quanto ao nome da Vila, não há dúvidas que se trata de uma homenagem à Freguesia de Cimbres, em Portugal, ao norte do Distrito de Viseu, que era paragem de uma antiga via romana, portanto da época do Império dos Césares, e possuía uma densa floresta da qual se retirava madeira para construção de 'arcos de pedra', daí seu nome. O nome do sítio do senhor Artur, Guarda, também é nome de um distrito português, na fronteira com a Espanha, vizinho ao Distrito de Viseu. Outro grande sinal de Deus é que a padroeira da Cimbres portuguesa é Nossa Senhora da Graça, assim, no singular, como é da tradição portuguesa, e exatamente como ela se apresentou às adolescentes aqui no Brasil. A capela de lá data do século XVII.
Na Vila de Cimbres, a brasileira, em 1850 nasceu Joaquim Arcoverde, aquele que viria a ser o Cardeal Arcoverde, primeiro Cardeal da América Latina, consagrado em 1905.