terça-feira, 5 de novembro de 2024

Os Juízos: Particular e Final


O JUÍZO FINAL

     Jesus anunciou que, por Seu poder, no Grande Dia de Sua Volta todos ressuscitarão, quer dizer, retomarão seus corpos. Mas deixou igualmente claro que, após o Julgamento Final, nem todos terão o mesmo destino. Foi perante os líderes judeus logo em Sua segunda festa em Jerusalém, após curar um paralítico num sábado, como o Evangelho segundo São João narrou: "Pois como o Pai tem a Vida em Si mesmo, também deu ao Filho ter a Vida em Si mesmo, e conferiu-Lhe o poder de julgar, porque é o Filho do Homem. Não vos maravilheis disso, porque vem a hora em que todos que se acham nos sepulcros sairão deles ao som de Sua voz: aqueles que praticaram o bem, irão para a Ressurreição da Vida, e aqueles que praticaram o mal, ressuscitarão para serem condenados." Jo 5,26-29
    E como era crença entre a maioria dos judeus, São Paulo, após ser preso em Jerusalém, também afirmou perante o governador romano de Cesareia que no Dia do Senhor todos, bons e maus, ressuscitarão. É passagem do Livro dos Atos dos Apóstolos: "Tenho esperança em Deus, como eles (fariseus) também esperam, de que há de haver a Ressurreição dos justos e dos pecadores." At 24,15
    Essa era uma promessa feita por Deus no Livro do Profeta Daniel, quando Ele também o avisou de uma Grande Tribulação: "Naquele tempo, levantar-se-á Miguel, o grande príncipe, defensor dos filhos de teu povo. E será um tempo de angústia, como nunca houve até então, desde que as nações começaram a existir. Mas, nesse tempo, teu povo será salvo, todos que se acharem inscritos no Livro. Muitos dos que dormem no pó da terra despertarão: uns para a Vida Eterna, outros para o eterno opróbrio. Os que tiverem sido sábios, brilharão como o firmamento, e os que tiverem ensinado a muitos homens os caminhos da virtude, brilharão como as estrelas por toda eternidade." Dn 12,1-3
    Conforme a Segunda Carta de São Paulo aos Tessalonicenses, durante esta tribulação haverá inomináveis sacrilégios, quando muitos abandonarão a  e as obras do Diabo se tornarão acintosamente visíveis: "Ninguém vos engane de modo algum. Porque primeiro deve vir a apostasia, e deve manifestar-se o homem da iniquidade, o filho da perdição, o adversário, aquele que se levanta contra tudo que é divino e sagrado, a ponto de tomar lugar no Templo de Deus e apresentar-se como se fosse Deus." 2 Ts 2,3-4
    E revelando a fonte de sua inspiração, a Primeira Carta de São Paulo a São Timóteo dá detalhes da guerra contra a Igreja: "O Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos, alguns hão de apostatar da fé, dando ouvidos a embusteiros espíritos e a diabólicas doutrinas, de hipócritas e impostores, marcados na própria consciência com o ferrete da infâmia..." 1 Tm 4,1-2
    De fato, ao falar de Seu retorno, Jesus, em Suas últimas pregações no Evangelho segundo São Lucas,  também apontou um tempo de grande apostasia: "Mas quando o Filho do Homem vier, acaso achará fé sobre a Terra?" Lc 18,8a
    E noutra passagem, agora já na semana em que seria crucificado, na narrativa do Evangelho segundo São Mateus, Ele mesmo respondeu a essa pergunta: "E ante o crescente progresso da iniquidade, a caridade de muitos esfriará." Mt 24,12
    Antes de falar da Ressurreição, porém, Ele havia dito aos líderes judeus de Jerusalém que Deus Pai não conduziria o Julgamento, mas havia-Lhe incumbido dessa função: "Porque o Pai não julga ninguém, mas ao Filho entregou todo Julgamento." Jo 5,22
    Por isso, São Pedro ensinou na casa do centurião Cornélio, a instantes do 'Pentecostes dos Gentios': "Ele (Jesus) mandou-nos pregar ao povo e testemunhar que é Ele Quem, por Deus, foi constituído Juiz dos vivos e dos mortos. D'Ele todos Profetas dão testemunho, anunciando que todos aqueles que n'Ele creem recebem o perdão dos pecados por meio de Seu Nome." At 10,38-39.42-43
    Sem dúvida, assim havia sido a visão de Deus Pai e Deus Filho, que Daniel teve: "Continuei a olhar, até o momento em que foram colocados os tronos e um Ancião chegou e Se sentou. Brancas como a neve eram Suas vestes, e tal como a pura lã era Sua cabeleira. Seu trono era feito de chamas, com rodas de ardente fogo. Saído de diante d'Ele, corria um rio de fogo. Milhares e milhares serviam-nO, dezenas de milhares assistiam-nO! O tribunal deu audiência e os Livros foram abertos. Sempre olhando a noturna visão, vi um Ser, semelhante ao Filho do Homem, vir sobre as nuvens do Céu: dirigiu-Se para o lado do Ancião, diante de Quem foi conduzido. A Ele foram dados império, Glória e realeza, e todos povos, nações e línguas serviram-nO. Seu domínio será eterno, nunca cessará, e Seu Reino jamais será destruído." Dn 7,9-10.13-14
    Nosso Senhor reafirmava, no entanto, Sua total submissão ao Pai, ainda falando aos líderes da Cidade Santa: "De Mim mesmo não posso fazer coisa alguma. Julgo como ouço. E Meu Julgamento é justo, porque não busco Minha vontade, mas a vontade d'Aquele que Me enviou." Jo 5,30
    E após o Domingo de Ramos, quando causou divisão entre chefes do povo e fariseus de Jerusalém, disse que Sua Palavra é estritamente a Palavra do Pai: "Em Verdade, não falei por Mim mesmo, mas o Pai, que Me enviou, Ele mesmo Me prescreveu o que devo dizer e o que devo ensinar. E sei que Seu Mandamento é Vida Eterna. Portanto, o que digo, digo-o segundo Me falou o Pai." Jo 12,49-50
    Com efeito, ainda no Livro do Deuteronômio e falando sobre Nosso Salvador, Deus Pai havia prometido aos israelitas através de Moisés: "Porei Minhas Palavras em Sua boca, e Ele comunicá-lhes-á tudo que Eu Lhe ordenar. Eu mesmo pedirei contas a quem não escutar as Palavras que Ele pronunciar em Meu Nome." Dt 18,18-19
    E Jesus havia dito, igualmente aos líderes judeus em Sua segunda festa em Jerusalém, que nesse tribunal não Lhe caberia o papel de acusador, mas a Moisés, que das mãos de Deus recebeu a Lei: "Não julgueis que hei de acusar-vos diante do Pai. Há quem vos acusa: Moisés, no qual colocais vossa esperança." Jo 5,45
    Aliás, essa era a advertência de São João Batista desde o começo de sua pregação, pois o Antigo Testamento, então amplamente divulgado, é chamado de Lei: "O machado já está posto à raiz das árvores. E toda árvore que não der bom fruto, será cortada e lançada ao fogo." Lc 3,9
    E a Carta de São Paulo aos Romanos corrobora Jesus, o Verbo Encarnado, como o próprio objetivo da Antiga Aliança, dizendo dos judeus: "Desconhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer sua própria justiça, eles não se sujeitaram à justiça de Deus. Porque a finalidade da Lei é Cristo..." Rm 10,4a
    Havia mais um acusador, o inimigo, mas esse já foi vencido por Jesus quando Ele voltou ao Pai, como uma voz gritou nos Céus em registro do Livro do Apocalipse de São João: "Agora chegou a Salvação, o poder e a realeza de Nosso Deus, assim como a autoridade de Seu Cristo, porque foi precipitado o acusador de nossos irmãos, que dia a noite os acusava diante do Nosso Deus." Ap 12,10
    Jesus ainda explicou em Jerusalém nos Seus últimos dias que, como Salvador, também não condenaria ninguém. Seu Julgamento dar-se-ia pela Palavra que Ele estava anunciando. Ou seja, quem rejeita Sua Palavra, automaticamente se condena: "Se alguém ouve Minhas Palavras e não as guarda, Eu não o condenarei, porque não vim para condenar o mundo, mas para salvá-lo. Quem Me despreza e não recebe Minhas Palavras, tem quem o julgue: a Palavra que anunciei julgá-lo-á no Último Dia." Jo 12,47-48
    Ora, Ele já havia dito a São Tiago Maior e a São João Evangelista, quando estes Apóstolos quiseram rogar por fogo dos Céus contra uma aldeia de samaritanos que não os acolheram: "Não sabeis de que Espírito sois animados. O Filho do Homem não veio para perder as vidas dos homens, mas para salvá-las." Lc 9,55-56
    Também disse a Nicodemos, um chefe e notável dos fariseus, durante Sua primeira Páscoa em Jerusalém em vida pública: "Pois Deus não enviou o Filho ao mundo para condená-lo, mas para que por Ele o mundo seja salvo. Quem n'Ele crê, não é condenado, mas quem não crê já está condenado. Porque não crê no Nome do Único Filho de Deus." Jo 3,17-18
    E assim Ele encarregou os Apóstolos em últimas palavras antes de Sua Ascensão, no Evangelho segundo São Marcos: "E disse-lhes: 'Ide por todo mundo e pregai o Evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado.'" Mc 16,15-16
    Ele evitou condenar a mulher flagrada em adultério, bem como os escribas e fariseus que queriam apedrejá-la. Ora, este episódio deu-se no próprio Templo de Jerusalém: "Então Ele Se ergueu e vendo ali apenas a mulher, perguntou-lhe: 'Mulher, onde estão os que te acusavam? Ninguém te condenou?' Respondeu ela: 'Ninguém, Senhor.' Disse-lhe então Jesus: 'Nem Eu te condeno. Vai e não tornes a pecar.'" Jo 8,10-11
    E sequer aceitou, enquanto abertamente ensinava aos israelitas, mediar entre dois irmãos: "Disse-Lhe, então, alguém do meio do povo: 'Mestre, dize a meu irmão que reparta comigo a herança.' Jesus respondeu-lhe: 'Meu amigo, quem Me constituiu juiz ou árbitro entre vós?'" Lc 12,13-14
    Sua Palavra, portanto, é Perene Juízo, que já está em curso, como o Amado Discípulo apontou no Livro do Apocalipse das últimas revelações que teve: "De Sua boca sai uma afiada espada, para com ela ferir as pagãs nações. Porque Ele deve governá-las com cetro de ferro, e pisar o lagar do vinho da ardente ira do Deus Dominador." Ap 19,15-16
    E com toda paciência, neste Livro Jesus pede arrependimento à diocese de Pérgamo, uma das sete da Ásia de então: "Arrepende-te, pois! Senão em breve virei a ti e contra eles combaterei com a espada de Minha boca." Ap 2,16
    São João Evangelista até viu o Juízo Final, que se dará em três breves atos: "Mas a Fera foi presa, e com ela o falso profeta que realizara prodígios sob seu controle, com os quais seduzira aqueles que tinham recebido o sinal da Fera e se tinham prostrado diante de sua imagem. Ambos foram lançados vivos no lago de sulfuroso fogo. Os demais foram mortos pelo Cavaleiro, com a espada que Lhe saía da boca." Ap 19,20-21a
    Deus mesmo havia-Se pronunciado 400 antas antes de Cristo, no Livro do Profeta Malaquias, falando de patentes pecados de Israel: "Virei ter convosco para o Julgamento, e serei pronta testemunha contra os mágicos, os adúlteros, os perjuros, contra os que retêm o salário do operário, que oprimem a viúva e o órfão, que maltratam o estrangeiro e não Me temem,' diz o Senhor. 'Porque Eu sou o Senhor e não mudo. E vós, ó filhos de Jacó, ainda não sois um extinto povo. Desde os dias de vossos pais, apartaste-vos de Meus Mandamentos e não os guardastes. Voltai a Mim, e Eu voltar-Me-ei para vós,' diz o Senhor dos Exércitos." Ml 3,5-7a
    E versando sobre bons e maus, havia 200 anos, Ele argumentou no Livro do Profeta Ezequiel: "'Terei Eu prazer com a morte do malvado?' Oráculo do Senhor Javé. 'Não desejo Eu, antes, que ele mude de proceder e viva? E se um justo abandonar sua justiça, se praticar o mal e imitar todas abominações cometidas pelo malvado, viverá ele? Não será tido em conta qualquer dos bons atos que houver praticado. É em razão da infidelidade, da qual se tornou culpado, e dos pecados que tiver cometido que deverá morrer.'" Ez 18,23-24
    A condenação final, pois, é patente, como no Livro da Sabedoria, de cinco décadas antes de Jesus, já expressava: "Depois disso serão cadáveres sem honra, desterrados entre os mortos, numa eterna ignomínia, porque Ele (Deus) os ferirá, sem voz os precipitará, em suas bases os abaterá e na última desolação os mergulhará. Eles serão entregues à dor, e a memória deles desaparecerá. Aterrorizados comparecerão com a lembrança de seus pecados, e suas iniquidades levantar-se-ão contra eles para confundi-los." Sb 4,19-20
    Seu autor até revela este detalhe: "... porque os filhos nascidos de ilícitas uniões serão, no Dia do Juízo, testemunhas a deporem contra seus pais." Sb 4,6
    Ora, na Carta aos Hebreus, os seguidores da tradição de São Paulo afirmaram: "Porque a Palavra de Deus é viva, eficaz, mais penetrante que uma espada de dois gumes, e atinge até a divisão da alma e do corpo, das juntas e medulas, e discerne os pensamentos e intenções do coração. Nenhuma criatura Lhe é invisível. Tudo é nu e descoberto aos olhos d'Aquele a Quem havemos de prestar contas." Hb 4,12-13
    E Jesus já proferiu Seu veredicto. A poucos dias de Sua Páscoa, pregando Seu Mandamento de amor ao próximo, Ele revelou o critério pelo qual será concedida a Salvação: "Estes também Lhe perguntarão: 'Senhor, quando foi que Te vimos com fome, com sede, peregrino, nu, enfermo, ou na prisão e não Te socorremos?' E Ele responderá: 'Em Verdade, Eu declaro-vos: todas vezes que deixastes de fazer isso a um destes pequeninos, foi a Mim que deixastes de fazê-lo. E estes irão para o eterno castigo, e os justos, para a Vida Eterna.'" Mt 25,44-46
    Ele assim havia explicado a Nicodemos esse perene e automático Julgamento: "Ora, este é o Julgamento: a Luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais as trevas que a Luz, pois suas obras eram más." Jo 3,19
    Com razão, numa passagem por Jerusalém antes da Páscoa de Sua Paixão, Jesus apresentou-Se exatamente nesses termos: "Eu sou a Luz do mundo. Aquele que Me segue não andará em trevas, mas terá a Luz da Vida." Jo 8,12
    Assim, por patente força da Palavra de Deus, o Último Apóstolo diz a São Timóteo que o Julgamento de muitas pessoas não trará nenhuma novidade, ao passo que sobre outras pouco resta por ser descoberto: "Os pecados dos homens às vezes são conhecidos já antes de levados a Juízo. Outras vezes sê-lo-ão depois. Da mesma forma, as boas obras: ou já são manifestas ou não poderão permanecer ocultas." 1 Tm 5,24-25
    O Juízo, segundo ele quando se endereçou à igreja de Roma, tratará pontualmente destes casos: "Isso claramente aparecerá no Dia em que, segundo meu Evangelho, Deus julgar as secretas ações dos homens, por Jesus Cristo." Rm 2,16
    E na Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios, ele, apesar de prudente, mostrava-se confiante: "É verdade que minha consciência em nada me acusa, mas não é por isso que posso ser considerado justo. Quem me julga é o Senhor! Portanto, não queirais julgar antes do tempo. Aguardai que venha o Senhor. Ele iluminará o que estiver escondido nas trevas e manifestará os projetos dos corações. Então, cada um receberá de Deus o louvor que tiver merecido." 1 Cor 4,4-5
    Da autocondenação, ao falar dos hereges dentro da Igreja, também tratou a Carta de São Paulo a São Tito: "O homem que assim fomenta divisões, depois de advertido a primeira e a segunda vez, evita-o, visto que esse tal é um perverso que, perseverando em seu pecado, condena-se a si próprio." Tt 3,10-11
    Assim como ao falar do respeito que se deve ao Santíssimo Sacramento, ainda quando escreveu pela primeira vez aos coríntios: "Portanto, todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será culpável do Corpo e do Sangue do Senhor. Que cada um se examine a si mesmo, e assim coma desse pão e beba desse cálice. Aquele que O come e bebe-O sem distinguir o Corpo do Senhor, come e bebe sua própria condenação." 1 Cor 11,27-29
    Isso explica porque ele comemora por antecipação, como os romanos, a Salvação dos que verdadeiramente amam o Evangelho: "De agora em diante, portanto, já não há nenhuma condenação para aqueles que estão em Jesus Cristo." Rm 8,1
    A Primeira Carta de São João diz o mesmo: "Nisto é perfeito em nós o amor: que tenhamos confiança no Dia do Julgamento, pois, como Deus é, assim nós também o somos neste mundo. No amor não há temor. Antes, o perfeito amor lança fora o temor, porque o temor envolve castigo, e quem teme não é perfeito no amor." 1 Jo 4,17-18
    Segundo Jesus, em palavras que se seguiram à Santa Ceia, o convencimento do pecado é feito pelo Espírito Santo. E revelando o pecado, Ele também mostra o divino caminho da justiça, assim como a condenação que já penaliza quem não Lhe obedece, como aconteceu o próprio Diabo: "Entretanto, digo-vos a Verdade: a vós convém que Eu vá! Porque se Eu não for, o Paráclito não virá a vós, mas se Eu for, enviá-Lo-ei. E quando Ele vier, convencerá o mundo a respeito do pecado, da justiça e do Juízo. Convencerá o mundo a respeito do pecado, que consiste em não crer em Mim. Ele convencê-lo-á a respeito da justiça, porque vou para junto de Meu Pai, e vós já não Me vereis. Ele convencê-lo-á a respeito do Juízo, que consiste em que o príncipe deste mundo já está julgado e condenado." Jo 16,7-11
    Assim, a passagem do Cristo entre nós, por revelar o poder de Deus e trazer-nos o Espírito Santo, já desmascarou as maquinações do inimigo, que desde então perdeu definitivamente a influência sobre os que guardam Sua Palavra. Foi o que Ele proclamou à multidão em Jerusalém, dias antes de Sua crucificação: "Agora é o Juízo deste mundo! Agora será lançado fora o príncipe deste mundo! E quando Eu for levantado da terra, a Mim atrairei todos homens." Jo 12,31-32
    E assim, desde a Vinda de Jesus, se tem o atual inferno, à espera do Juízo Final. Diz o Livro do Profeta Isaías, de 700 anos antes de Cristo, que versou sobre essas coisas: "Nesse Dia, Javé julgará, no Céu, o Exército do Céu, e na Terra, os reis da Terra. Todos serão reunidos e presos em correntes, ficarão fechados na prisão, e só depois de muito tempo é que serão devidamente condenados." Is 24,21-22


DEUS DE MISERICÓRDIA, MAS TAMBÉM DE JUSTIÇA

    No Último Dia, entretanto, Jesus, o Justo Juiz, prometeu recompensar todo e qualquer pequeno gesto de caridade feito nessa vida. Ele garantiu após escolher os Doze Apóstolos: "Todo aquele que der ainda que seja somente um copo de água fresca a um destes pequeninos, porque é Meu discípulo, em Verdade Eu digo-vos: não perderá sua recompensa." Mt 10,42
    Mas com a mesma acuidade prometeu que cada vã palavra terá um preço a ser pago. Ou seja, caso delas não nos arrependamos, seremos cobrados: "Eu digo-vos: no Dia do Juízo os homens prestarão contas de toda vã palavra que tiverem proferido. É por tuas palavras que serás justificado ou condenado." Mt 12,36-37
    É o mesmo que nos diz a Carta de São Tiago: "Se alguém não cair por palavra, este é um homem perfeito, capaz de refrear todo seu corpo. Considerai como uma pequena chama pode incendiar uma grande floresta! A língua também é um fogo, um mundo de iniquidade. A língua está entre nossos membros e contamina todo corpo. E sendo inflamada pelo inferno, incendeia o curso de nossa vida." Tg 3,2.5-6
    De fato, as palavras são reflexos do que acontece em nossos corações, como Jesus disse no inaugural Sermão das Bem-Aventuranças: "O bom homem tira boas coisas do bom tesouro de seu coração, e o mau homem tira más coisas de seu mau tesouro, porque a boca fala daquilo de que o coração está cheio." Lc 6,45
    E Deus tem a chave de nossos corações, como vemos no Livro dos Provérbios: "A habitação dos mortos e o abismo estão abertos diante do Senhor; quanto mais os corações dos filhos dos homens!" Pr 15,11
    Por isso, em Sua última subida a Jerusalém, Jesus assegurou que no Grande Dia do Juízo tudo será revelado: "Porque nada há oculto que não venha a descobrir-se, e nada há escondido que não venha a ser conhecido." Lc 12,2
    Ora, desde a Apresentação de Jesus no Templo de Jerusalém, o religioso Simeão já havia dito a Nossa Senhora qual seria a Missão de Jesus: "Eis que este Menino está destinado a ser causa de queda e de soerguimento para muitos homens em Israel, a ser um sinal que provocará contradições, a fim de serem revelados os pensamentos de muitos corações." Lc 2,34a-35b
    Esse Dia assim foi descrito por Jesus, em Seus últimos ensinamentos: "Quando o Filho do Homem voltar em Sua Glória e com Ele todos anjos, sentar-Se-á em Seu glorioso trono. Todas nações reunir-se-ão diante d'Ele, e Ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. E estes irão para o eterno castigo, e os justos, para a Vida Eterna." Mt 25,31-32.46
    Ou seja, cada um será recompensado ou punido estritamente por sua própria conduta. Vale dizer: pensamentos e palavras, atos e omissões. Nosso Senhor já havia anunciado: "Porque o Filho do Homem há de vir na Glória de Seu Pai com Seus anjos, e então recompensará a cada um segundo suas obras." Mt 16,27
    E ainda ao Mar da Galileia, Ele abertamente referia-Se ao inferno: "Assim será no fim do mundo: os anjos virão separar os maus do meio dos justos, e arrojá-los-ão na fornalha, onde haverá choro e ranger de dentes." Mt 13,49-50
    Nas revelações que teve, São João Apóstolo viu-o em detalhes: "Eu ainda vi uma branca nuvem, sobre a qual Se sentava como que um Filho do Homem, com a cabeça cingida de coroa de ouro e na mão uma afiada foice. Outro anjo saiu do Templo, gritando em alta voz para Aquele que estava assentado na nuvem: 'Lança tua foice e ceifa. É chegada a hora de ceifar, pois está madura a seara da Terra.' O Ser que estava assentado na nuvem então lançou a foice à Terra, e a Terra foi ceifada.' Outro anjo saiu do Templo do Céu. Também tinha uma afiada foice. E outro anjo, aquele que tem poder sobre o fogo, saiu do Altar e bradou em alta voz para aquele que tinha a foice afiada: 'Lança a afiada foice e vindima os cachos da vinha da Terra, porque estão maduras suas uvas.' O anjo lançou sua foice à Terra e vindimou a vinha da Terra, e atirou os cachos no grande lagar da ira de Deus. O lagar foi pisado fora da cidade, e dele saiu sangue que atingiu até o nível dos freios dos cavalos, pelo espaço de mil e seiscentos estádios." Ap 14,14-20
    Quando isso acontecerá, porém, como Jesus disse aos Apóstolos na última aparição após Sua Ressurreição, não nos foi revelado: "Não pertence a vós saber os tempos nem os momentos que o Pai fixou em Seu poder..." At 1,7
    Mas Ele mesmo prescreveu alguns sinais, entre as profecias sobre os últimos tempos, como o anúncio do Evangelho ao mundo: "Este Evangelho do Reino será pregado pelo mundo inteiro, para servir de testemunho a todas nações, e então chegará o fim." Mt 24,14
    Também falou do tempo limite das dominações das nações sobre Israel, que se iniciaria com a destruição da Cidade Santa pelos romanos, no ano 70 de nossa era: "Cairão (os judeus) ao fio de espada e serão levados cativos para todas nações, e Jerusalém será pisada pelos pagãos, até completarem-se os tempos das pagãs nações." Lc 21,24
    Tal notação foi repetida pelo Apóstolo dos Gentios, quando se referiu à conversão dos judeus: "Não quero, irmãos, que ignoreis este mistério, para que não vos gabeis de vossa sabedoria: esta cegueira de uma parte de Israel só durará até que haja entrado a totalidade dos pagãos." Rm 11,25
    Nosso Senhor, por fim, mencionou grandes e cósmicos sinais: "Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na Terra, a aflição e a angústia apoderar-se-ão das nações pelo bramido do mar e das ondas. Os homens definharão de medo, na expectativa dos males que sobrevirão a toda Terra. As próprias forças dos céus serão abaladas. Então verão o Filho do Homem vir sobre uma nuvem, com grande Glória e majestade." Lc 21,25-27
    Sabemos por certo que, seja no Juízo Final seja no Particular, Jesus pegará de surpresa os impenitentes, como Ele mesmo mandou São João Evangelista avisar ao anjo da igreja de Sardes: "Lembra-te de como recebeste e ouviste a Doutrina. Observa-a e arrepende-te. Se não vigiares, virei a ti como um ladrão, e não saberás a que horas te surpreenderei." Ap 3,3
    A Primeira Carta de São Paulo aos Tessalonicenses também vaticinou: "A respeito da época e do momento, não há necessidade, irmãos, de que vos escrevamos. Pois vós mesmos sabeis muito bem que o Dia do Senhor virá como um ladrão de noite. Quando os homens disserem: 'Paz e segurança!', então repentinamente lhes sobrevirá a destruição, como as dores à mulher grávida. E não escaparão!" 1 Ts 5,1-3
    Portanto, não nos enganemos com a aparente vitória da maldade, ou com a suposta inoperância de Deus. A Segunda Carta de São Pedro pondera: "O Senhor não retarda o cumprimento de Sua promessa, como alguns pensam, mas usa de paciência para convosco. Não quer que alguém pereça. Ao contrário, quer que todos se arrependam." 2 Pd 3,9
    De fato, são muitos os que se iludem, como o Livro do Eclesiástico já registrava: "Porque a sentença contra os maus atos não é imediatamente executada, o coração dos homens enche-se de desejo de fazer o mal..." Eclo 8,11
    Mas, segundo o Príncipe dos Apóstolos, Jesus começará pela Igreja a exigir o cumprimento de Sua Palavra. Está na Primeira Carta de São Pedro: "Porque vem o momento em que se começará o Julgamento pela Casa de Deus. Ora, se Ele começa por nós, qual será a sorte daqueles que são infiéis ao Evangelho de Deus?" 1 Pd 4,17
    Para conscientizar-nos da gravidade desse momento, ele lembrou do destino dado por Deus aos anjos caídos: "Pois se Deus não poupou os anjos que pecaram, mas precipitou-os nos tenebrosos abismos do inferno, onde os reserva para o Julgamento... é porque o Senhor sabe livrar das provações os piedosos e reservar os ímpios para serem castigados no Dia do Juízo, principalmente aqueles que correm com impuros desejos atrás dos prazeres da carne e desprezam a autoridade. Audaciosos, arrogantes, não temem falar injuriosamente das Glórias..." 2 Pd 2,4.9-11
    A Carta de São Judas também diz: "Os anjos que não tinham guardado a dignidade de sua classe, mas abandonado os seus tronos, Ele guardou-os com eternas cadeias nas trevas, para o julgamento do Grande Dia." Jd 6
    E tão grandioso será esse Dia que os céus e a Terra serão refeitos, como São Pedro reafirmou: "Mas os céus e a Terra, que agora existem, são guardados pela mesma Divina Palavra, e reservados para o fogo no Dia do Juízo e da perdição dos ímpios." 2 Pd 3,7
    Pois Deus já havia prometido através do Profeta Isaías: "Pois Eu vou criar novos céus e nova Terra..." Is 65,17a
    Jesus também sentenciou, alegando a perenidade da Sua Palavra: "O céu e a Terra passarão, mas Minhas Palavras não passarão." Mt 24,35
    São Tiago Menor, porém, garante que quem usa de Misericórdia para com seu semelhante já tem um grande trunfo no Dia do Juízo: "Haverá Juízo sem Misericórdia para aquele que não usou de Misericórdia. A Misericórdia triunfa sobre o Julgamento." Tg 2,13
    E vale lembrar uma já antiga revelação, citada no Livro dos Provérbios: "... a caridade cobre uma multidão dos pecados." Pr 10,12


O JUÍZO PARTICULAR

    O Juízo Particular é aquele que se dá logo após à morte, e cuja sentença é aplicada tão somente à alma, ou seja, é o que está acontecendo desde a Ascensão de Jesus aos Céus e vai acontecer até o Dia do Juízo Final, quando se dará a Ressurreição da Carne. Os discípulos de São Paulo registraram-no: "Como está determinado que os homens morram uma só vez, e logo em seguida vem o Juízo..." Hb 9,27
    É nesse sentido que se entende as palavras de Jesus, ao final do Livro do Apocalipse, quando falou que logo voltaria: "Eis que venho em breve, e Minha recompensa está Comigo para dar a cada um conforme suas obras." Ap 22,12
    Ou como disse perante o Sinédrio, quando foi julgado e questionado pelos líderes judeus se era o Cristo: "Sim. Além disso, Eu declaro-vos que de agora em diante vereis o Filho do Homem sentar-Se à direita do Todo-poderoso, e voltar sobre as nuvens do Céu.'" Mt 26,64b
    Ou esta exortação na Carta aos Hebreus, pedindo pela assiduidade à Santa Missa, que impropriamente nã vê o perdão em caso de apostasia: "Não abandonemos nossa assembleia, como é costume de alguns, mas mutuamente admoestemo-nos, e tanto mais quando vedes aproximar-se o Grande Dia. Depois de termos recebido e conhecido a Verdade, se voluntariamente a abandonarmos, já não haverá sacrifício para expiar este pecado. Só teremos que esperar um tremendo Juízo e o ardente fogo, que há de devorar os rebeldes." Hb 10,25-27
    A Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios diz algo parecido, mencionando uma individualizada e imediata recompensa: "Estamos, repito, cheios de confiança, preferindo ausentar-nos deste corpo para ir habitar junto ao Senhor. Porque teremos de comparecer diante do Tribunal de Cristo: ali cada um receberá o que mereceu, conforme o bem ou o mal que tiver feito enquanto estava no corpo." 2 Cor 5,8.10
    Ou, quanto à individualização, ainda mais expressamente ele diz nesta passagem, que escreveu aos romanos: "Assim, pois, cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus." Rm 14,12
    E Jesus deu a entender que nos dois Julgamentos, por Ele mencionados como 'séculos', há oportunidade para o perdão, embora aí também tenha dito que há pecados que em hipótese alguma terão o perdão automático, isto é, por Graça da Divina Misericórdia, pois carecem do devido arrependimento: "Por isso, Eu digo-vos: todo pecado e toda blasfêmia serão perdoados aos homens, mas a blasfêmia contra o Espírito não lhes será perdoada. Todo aquele que tiver falado contra o Filho do Homem, será perdoado. Se, porém, falar contra o Espírito Santo, não alcançará perdão nem neste século nem no vindouro." Mt 12,32
    Tal passagem evidencia a existência do Purgatório, pois só após a expiação de todos pecados é que as almas são efetivamente perdoadas. E este é o perdão do vindouro século, pois mesmo após a absolvição da culpa permanece a pena a ser cumprida, também chamada de penitência. Neste 'lugar', ou melhor, neste estado de purificação tem-se o fogo purificador de que São Paulo fala aos coríntios: "Quanto ao fundamento, ninguém pode pôr outro diverso daquele que já foi posto: Jesus Cristo. Agora, se alguém edifica sobre este fundamento, com ouro ou prata ou pedras preciosas, com madeira ou feno ou palha, a obra de cada um aparecerá. O Dia do Julgamento demonstrá-lo-á. Será descoberto pelo fogo! O fogo provará o que vale o trabalho de cada um. Se a construção resistir, o construtor receberá a recompensa. Se pegar fogo, arcará com os danos. Ele será salvo, porém de alguma maneira passando através do fogo." 1 Cor 3,11-15
    E referindo-se à constante e necessária adoração a Deus, seja nessa vida ou no Purgatório, ele disse: "Também é por isso que, vivos ou mortos, esforçamo-nos por agradar-Lhe." 2 Cor 5,9
    O Livro dos Salmos igualmente falou desse fogo que precede a definitiva aproximação ao Pai: "... Nosso Deus vem vindo e não Se calará. Um abrasador fogo precede-O... Do alto, Ele convoca os Céus e a Terra para julgar Seu povo: 'Escutai, ó Meu povo, que Eu vou falar: Israel, vou testemunhar contra ti. Deus, Teu Deus, sou Eu.'" Sl 49,3a.4.7
    De fato, nem todos pecados são mortais, como São João Apóstolo ensina: "Toda iniquidade é pecado, mas há pecado que não leva à morte." 1 Jo 5,17
    Por isso, logo após o Juízo Particular, além da possibilidade de punição total, que é o inferno, e da total absolvição, que é o Céu e só cabe aos Santos, também podem ocorrer as intermediárias punições que Jesus asseverou: "Aquele servo que conheceu a vontade de Seu Senhor, mas não se preparou e não agiu conforme Sua vontade, será açoitado muitas vezes. Todavia, aquele que não a conheceu, e tiver feito coisas dignas de chicotadas, será açoitado poucas vezes. Àquele a quem muito se deu, muito será pedido, e a quem muito se houver confiado, mais será reclamado." Lc 12,47-48
    Quem realmente pratica a Palavra de Deus, porém, já tem de Jesus a garantia da imediata Vida Eterna, que até o dia do Juízo Final será usufruída pelas almas: "Em Verdade, em Verdade, digo-vos: quem ouve Minha Palavra e crê n'Aquele que Me enviou, tem a Vida Eterna e não incorre na condenação, mas passou da morte para a Vida." Jo 5,24
    Não por acaso, das revelações que teve, São João Evangelista assim se referiu aos Santos, ou seja, aos que passam com louvor pelo Juízo Particular e não têm mais que temer o Juízo Final: "Feliz e Santo é aquele que toma parte na primeira ressurreição! Sobre eles a segunda morte não tem poder, mas serão Sacerdotes de Deus e de Cristo: com Ele reinarão durante os mil anos." Ap 20,6
    A Carta de São Paulo aos Colossenses menciona a santidade chamando-a de perfeito conhecimento, que se alcança ainda nesta vida como a completa restauração, em nós, da imagem de Deus: "Vós despiste-vos do velho homem com seus vícios, e revestiste-vos do novo, que constantemente vai restaurando-se à imagem d'Aquele que o criou, até atingir o perfeito conhecimento. Aí não haverá mais grego nem judeu, nem bárbaro nem cita, nem escravo nem livre, mas somente Cristo, que será tudo em todos." Cl 3,9b-11
    Esse era o objetivo de sua missão! A Carta de São Paulo aos Gálatas exclama: "Filhinhos meus, por quem de novo sinto dores de parto até que Cristo seja formado em vós..." Gl 4,19
    E após o Juízo Final, Jesus submeterá tudo ao Pai: "E quando tudo Lhe estiver sujeito, então o próprio Filho também renderá homenagem Àquele que Lhe sujeitou todas coisas, a fim de que Deus seja tudo em todos." 1 Cor 15,28
    Isso será logo depois da Grande Batalha, que o inimigo e seus anjos levantarão contra o Senhor: "Em seguida virá o fim, quando Ele entregar o Reino a Deus, ao Pai, depois de haver destruído todo principado, toda potestade e toda dominação. Porque é necessário que Ele reine, até que ponha todos inimigos debaixo de Seus pés. O último inimigo a derrotar será a morte, porque Deus sujeitou tudo debaixo de Seus pés." 1 Cor 15,24-26
    Foi nesse sentido o conselho de Gamaliel aos judeus do Sinédrio a respeito dos Apóstolos, quando estes começaram a pregar no Templo de Jerusalém, contrariando as ordens do sumo sacerdote: "Vós arriscar-vos-íeis a entrar em luta contra o próprio Deus." Ap 5,29
    E também da instrução de São Judas Tadeu, citando o apócrifo livro de Henoc: "Eis que veio o Senhor entre milhares de Seus Santos para julgar a todos e confundir todos ímpios, por causa das obras de impiedade que praticaram e de todas injuriosas palavras que têm proferido contra Deus." Jd 14b-15
    Eis porque Jesus enfaticamente tratou de avisar do risco da maior condenação nos casos de pecados mortais, quando a alma é severamente punida logo após a morte, e, após o Juízo Final, por conta da Ressurreição de toda carne, também o corpo: "Não tenhais medo daqueles que matam o corpo, mas são incapazes de matar a alma! Pelo contrário, temei Aquele que pode destruir a alma e o corpo no inferno!" Mt 10,28

    "Esperamos entrar na Vida Eterna!"