Eram o pai e a mãe de Nossa Senhora, logo avós de Jesus, o que fez dessa data o dia dos avós.
Foi no ventre de Santa Ana, portanto, que aconteceu a Imaculada Concepção de Maria, que lhe deu o título de Nossa Senhora da Conceição. E seus pais foram uma das maravilhas que Deus fez por Nossa Mãe do Céu, como ela mesma declarou no Magnificat: "... o Todo-poderoso realizou grandes obras em meu favor. Seu Nome é santo..." Lc 1,49
Fora as revelações pessoais, as informações que temos sobre São Joaquim e Santa Ana estão em três apócrifos, livros que a Igreja não reconhece com totalmente inspirados. Um desses é uma muita antiga obra, talvez até mesmo anterior aos Evangelhos Canônicos, e por isso é chamado de Proto-Evangelho. Ele trata de importantes detalhes que antecedem a vida pública de Jesus, mas impropriamente aponta São Tiago Menor como autor. Outro apócrifo é um 'evangelho' falsamente atribuído ao Apóstolo que era publicano, por isso chamado de Pseudo-Mateus, que pretende ser a história da infância de Jesus e da origem de Nossa Senhora, embora reconhecidamente tenha sido escrito muitos séculos mais tarde. O último deles é o chamado 'Evangelho' da Infância de Jesus, cujos evidentes devaneios afastam qualquer possibilidade de consideração.
Não obstante, a Igreja estuda-os, neles buscando possíveis indícios de fatos reais que contribuam para o melhor conhecimento dos sinais de Deus. Os fatos levantados da vida de São Joaquim e Santa Ana servem de exemplo desses estudos. No Proto-evangelho de 'São Tiago', nominalmente, temos informações da ascendência de Jesus, afirmando que, por parte da Santíssima Virgem, Seu avô era da Galileia e Sua vó, de Belém. Eles teriam concebido Maria pela Graça, pois já eram idosos, e Santa Ana, estéril. Também conta que São Joaquim era rico pastor e que eles foram morar em Jerusalém, onde Nossa Senhora nasceu, fato que foi atestado por São Sofrônio, Bispo de Jerusalém no século VII.
Nesse apócrifo também está registrado que Nossa Senhora foi consagrada ao Templo de Jerusalém quando tinha apenas 3 anos de idade, e aí estudou até os 12, só então retornando à casa dos pais. Esses anos de estudo explicam seu conhecimento das Escrituras, e daí sua capacidade para compor cânticos religiosos, como o Magnificat, que declamou na casa de Santa Isabel, glorificando o Pai Celeste pela Vinda do Messias e agradecendo por ter sido a escolhida para trazê-Lo à Luz.
Mas, como o próprio Jesus, Maria perdeu seu pai muito cedo, logo após acabar os estudos. Por isso, muitas pinturas retratam apenas a Senhora Sant'Ana estudando com ela as Sagradas Escrituras.
Mesmo extraídas de um 'evangelho' não reconhecido, essas informações nunca foram contestadas pelos Primeiros Padres. Ao contrário, vivendo no mesmo contexto sócio-cultural e ainda respirando dos ares da passagem do Messias e do Nascimento da Igreja, vários Papas e Santos fizeram muitas e importantes citações de algumas de suas passagens, o que é mais um forte indício de que tais escritos atestem, ao menos em parte, a realidade. Assim se deduz plausível que, como Deus escolheu muito bem Maria para ser a mãe de Seu Amado Filho, com idêntica propriedade escolheu o casal em cujo seio ela seria concebida sem pecado. Sem dúvida, trata-se de um homem e uma mulher absolutamente fiéis aos planos de Deus, e que piamente acreditavam na Vinda do Salvador.
São João Damasceno, Padre e Doutor da Igreja do século VII, de quem se tem os mais antigos registros da Imaculada Conceição e que escreveu uma linda homilia em homenagem ao Nascimento de Nossa Senhora, rendeu inspirados louvores também aos seus pais: "Oh Joaquim e Ana, venturoso casal! Toda Criação está em dívida para convosco, porque através de vós pôde ela oferecer ao Criador o dom – entre todos o mais excelso – de uma venerável Mãe, a única digna d’Aquele que a criou. Ditosos os rins de Joaquim, de onde saiu uma semente totalmente imaculada, e admirável o seio de Ana, graças ao qual se desenvolveu lentamente, onde se formou e de onde nasceu tão santa criança! Oh seio que aleitaste aquela que alimentou Aquele que alimenta o mundo!"
E Santa Brígida da Suécia, mística que viveu entre 1303 e 1373, recebeu em visão essa revelação da própria Nossa Senhora: "Vou contar-te como foi maravilhoso Seu amor por meu corpo e minha alma, e quanta honra deu ao meu nome. Ele, Meu Filho, amou-me antes que eu O amasse, pois é Meu Criador. Ele uniu meu pai e minha mãe em tão casto matrimônio que não se pode encontrar mais casto casal. Nunca desejaram unir-se, exceto, de acordo com a Lei, para terem descendência. Quando o anjo lhes anunciou que gerariam uma Virgem, pela qual viria a Salvação do mundo, antes desejariam morrer que se unir em carnal amor, pois neles estava extinta a luxúria. Asseguro-te que, pela divina caridade e devido à mensagem do anjo, eles se uniram na carne. Não por concupiscência, mas contra sua vontade e por amor a Deus. Dessa forma, minha carne foi gerada de suas sementes e através do divino amor." (Livro I, capítulo IX)
Na Galileia teria ela ao menos uma prima, que os judeus chamavam de irmã, como vemos durante a crucificação: "Junto à Cruz de Jesus estavam de pé Sua mãe, a irmã de Sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena." Jo 19,25
Essa prima é a verdadeira a mãe dos chamados 'irmãos de Jesus': "Também se achavam ali umas mulheres, observando de longe, entre as quais Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, o Menor, e de José, e Salomé, que O tinham seguido e O haviam assistido quando estava na Galileia." Mc 15,40-41a
São Lucas, que teve contato com a comunidade cristã que cultuava veneração a Nossa Senhora, menciona esses parentes de Maria, pois São José era apenas pai adotivo de Jesus, ainda na infância d'Ele: "Tendo Ele atingido doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume da festa. Acabados os dias da festa, quando voltavam, ficou o Menino Jesus em Jerusalém sem que Seus pais o percebessem. Pensando que Ele estivesse com Seus companheiros de comitiva, andaram caminho de um dia e buscaram-nO entre os parentes e conhecidos." Lc 2,42-44
O próprio Jesus vai apontá-los, após iniciada Sua vida pública. Está no Evangelho de São Marcos: "Depois, Ele partiu dali e foi para Sua pátria, seguido de Seus discípulos. Quando chegou o dia de sábado, começou a ensinar na sinagoga. E ficaram perplexos a Seu respeito. Mas Jesus disse-lhes: 'Um Profeta só é desprezado em sua pátria, entre seus parentes e em sua própria casa.' Ali não pôde fazer milagre algum. Apenas curou alguns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos. E admirou-Se da desconfiança deles." Mc 6,1-2.3b-6a
Só mais um parentesco de Nossa Senhora, e de idade já avançada, é apontado pelas Escrituras: na Judeia, quando o Arcanjo São Gabriel lhe faz a Anunciação: "'Também Isabel, tua parenta, até ela concebeu um filho na sua velhice. E já está no sexto mês aquela que é tida por estéril, porque a Deus nenhuma coisa é impossível.' Naqueles dias, Maria levantou-se e foi às pressas às montanhas, a uma cidade de Judá. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel." Lc 1,36-37.39-40
A casa de Santa Ana e São Joaquim em Jerusalém, sobre a qual se ergueu uma basílica, como dizíamos, ficava perto das ruínas da Porta das Ovelhas, próximo ao tanque de Betesda, de cinco pórticos (cf. Jo 5,2), onde Jesus curou um homem que estava paralítico havia 38 anos. A cripta da casa, uma das dependências à época, foi originalmente preservada.
Foi no ventre de Santa Ana, portanto, que aconteceu a Imaculada Concepção de Maria, que lhe deu o título de Nossa Senhora da Conceição. E seus pais foram uma das maravilhas que Deus fez por Nossa Mãe do Céu, como ela mesma declarou no Magnificat: "... o Todo-poderoso realizou grandes obras em meu favor. Seu Nome é santo..." Lc 1,49
Fora as revelações pessoais, as informações que temos sobre São Joaquim e Santa Ana estão em três apócrifos, livros que a Igreja não reconhece com totalmente inspirados. Um desses é uma muita antiga obra, talvez até mesmo anterior aos Evangelhos Canônicos, e por isso é chamado de Proto-Evangelho. Ele trata de importantes detalhes que antecedem a vida pública de Jesus, mas impropriamente aponta São Tiago Menor como autor. Outro apócrifo é um 'evangelho' falsamente atribuído ao Apóstolo que era publicano, por isso chamado de Pseudo-Mateus, que pretende ser a história da infância de Jesus e da origem de Nossa Senhora, embora reconhecidamente tenha sido escrito muitos séculos mais tarde. O último deles é o chamado 'Evangelho' da Infância de Jesus, cujos evidentes devaneios afastam qualquer possibilidade de consideração.
Não obstante, a Igreja estuda-os, neles buscando possíveis indícios de fatos reais que contribuam para o melhor conhecimento dos sinais de Deus. Os fatos levantados da vida de São Joaquim e Santa Ana servem de exemplo desses estudos. No Proto-evangelho de 'São Tiago', nominalmente, temos informações da ascendência de Jesus, afirmando que, por parte da Santíssima Virgem, Seu avô era da Galileia e Sua vó, de Belém. Eles teriam concebido Maria pela Graça, pois já eram idosos, e Santa Ana, estéril. Também conta que São Joaquim era rico pastor e que eles foram morar em Jerusalém, onde Nossa Senhora nasceu, fato que foi atestado por São Sofrônio, Bispo de Jerusalém no século VII.
Nesse apócrifo também está registrado que Nossa Senhora foi consagrada ao Templo de Jerusalém quando tinha apenas 3 anos de idade, e aí estudou até os 12, só então retornando à casa dos pais. Esses anos de estudo explicam seu conhecimento das Escrituras, e daí sua capacidade para compor cânticos religiosos, como o Magnificat, que declamou na casa de Santa Isabel, glorificando o Pai Celeste pela Vinda do Messias e agradecendo por ter sido a escolhida para trazê-Lo à Luz.
Mas, como o próprio Jesus, Maria perdeu seu pai muito cedo, logo após acabar os estudos. Por isso, muitas pinturas retratam apenas a Senhora Sant'Ana estudando com ela as Sagradas Escrituras.
Mesmo extraídas de um 'evangelho' não reconhecido, essas informações nunca foram contestadas pelos Primeiros Padres. Ao contrário, vivendo no mesmo contexto sócio-cultural e ainda respirando dos ares da passagem do Messias e do Nascimento da Igreja, vários Papas e Santos fizeram muitas e importantes citações de algumas de suas passagens, o que é mais um forte indício de que tais escritos atestem, ao menos em parte, a realidade. Assim se deduz plausível que, como Deus escolheu muito bem Maria para ser a mãe de Seu Amado Filho, com idêntica propriedade escolheu o casal em cujo seio ela seria concebida sem pecado. Sem dúvida, trata-se de um homem e uma mulher absolutamente fiéis aos planos de Deus, e que piamente acreditavam na Vinda do Salvador.
São João Damasceno, Padre e Doutor da Igreja do século VII, de quem se tem os mais antigos registros da Imaculada Conceição e que escreveu uma linda homilia em homenagem ao Nascimento de Nossa Senhora, rendeu inspirados louvores também aos seus pais: "Oh Joaquim e Ana, venturoso casal! Toda Criação está em dívida para convosco, porque através de vós pôde ela oferecer ao Criador o dom – entre todos o mais excelso – de uma venerável Mãe, a única digna d’Aquele que a criou. Ditosos os rins de Joaquim, de onde saiu uma semente totalmente imaculada, e admirável o seio de Ana, graças ao qual se desenvolveu lentamente, onde se formou e de onde nasceu tão santa criança! Oh seio que aleitaste aquela que alimentou Aquele que alimenta o mundo!"
E Santa Brígida da Suécia, mística que viveu entre 1303 e 1373, recebeu em visão essa revelação da própria Nossa Senhora: "Vou contar-te como foi maravilhoso Seu amor por meu corpo e minha alma, e quanta honra deu ao meu nome. Ele, Meu Filho, amou-me antes que eu O amasse, pois é Meu Criador. Ele uniu meu pai e minha mãe em tão casto matrimônio que não se pode encontrar mais casto casal. Nunca desejaram unir-se, exceto, de acordo com a Lei, para terem descendência. Quando o anjo lhes anunciou que gerariam uma Virgem, pela qual viria a Salvação do mundo, antes desejariam morrer que se unir em carnal amor, pois neles estava extinta a luxúria. Asseguro-te que, pela divina caridade e devido à mensagem do anjo, eles se uniram na carne. Não por concupiscência, mas contra sua vontade e por amor a Deus. Dessa forma, minha carne foi gerada de suas sementes e através do divino amor." (Livro I, capítulo IX)
Em Jerusalém, sobre o lugar da casa onde eles moravam e nasceu Nossa Senhora, foi erguida a Basílica de Sant'Ana, que ficou muito conhecida por sua prodigiosa caridade para com os mais pobres após a morte de São Joaquim. Não que ele não fosse caridoso, mas porque ela realmente o excedeu, a ponto de desfazer-se de quase todos bens deixados, notadamente entre parentes. Isso leva-nos à parentela de Nossa Senhora que vivia na modesta Nazaré, onde ela foi morar com Santa Ana depois que São Joaquim faleceu.
E na Santa Casa de Nazaré viveu ela com São José, após a Anunciação. São Lucas assim a narrou: "No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um homem que se chamava José, da casa de Davi, e o nome da virgem era Maria." Lc 1,26-27Na Galileia teria ela ao menos uma prima, que os judeus chamavam de irmã, como vemos durante a crucificação: "Junto à Cruz de Jesus estavam de pé Sua mãe, a irmã de Sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena." Jo 19,25
Essa prima é a verdadeira a mãe dos chamados 'irmãos de Jesus': "Também se achavam ali umas mulheres, observando de longe, entre as quais Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, o Menor, e de José, e Salomé, que O tinham seguido e O haviam assistido quando estava na Galileia." Mc 15,40-41a
São Lucas, que teve contato com a comunidade cristã que cultuava veneração a Nossa Senhora, menciona esses parentes de Maria, pois São José era apenas pai adotivo de Jesus, ainda na infância d'Ele: "Tendo Ele atingido doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume da festa. Acabados os dias da festa, quando voltavam, ficou o Menino Jesus em Jerusalém sem que Seus pais o percebessem. Pensando que Ele estivesse com Seus companheiros de comitiva, andaram caminho de um dia e buscaram-nO entre os parentes e conhecidos." Lc 2,42-44
O próprio Jesus vai apontá-los, após iniciada Sua vida pública. Está no Evangelho de São Marcos: "Depois, Ele partiu dali e foi para Sua pátria, seguido de Seus discípulos. Quando chegou o dia de sábado, começou a ensinar na sinagoga. E ficaram perplexos a Seu respeito. Mas Jesus disse-lhes: 'Um Profeta só é desprezado em sua pátria, entre seus parentes e em sua própria casa.' Ali não pôde fazer milagre algum. Apenas curou alguns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos. E admirou-Se da desconfiança deles." Mc 6,1-2.3b-6a
Só mais um parentesco de Nossa Senhora, e de idade já avançada, é apontado pelas Escrituras: na Judeia, quando o Arcanjo São Gabriel lhe faz a Anunciação: "'Também Isabel, tua parenta, até ela concebeu um filho na sua velhice. E já está no sexto mês aquela que é tida por estéril, porque a Deus nenhuma coisa é impossível.' Naqueles dias, Maria levantou-se e foi às pressas às montanhas, a uma cidade de Judá. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel." Lc 1,36-37.39-40
A casa de Santa Ana e São Joaquim em Jerusalém, sobre a qual se ergueu uma basílica, como dizíamos, ficava perto das ruínas da Porta das Ovelhas, próximo ao tanque de Betesda, de cinco pórticos (cf. Jo 5,2), onde Jesus curou um homem que estava paralítico havia 38 anos. A cripta da casa, uma das dependências à época, foi originalmente preservada.
Outra propriedade de São Joaquim em Jerusalém, também dotada de gruta, é tratada pelos 'ortodoxos' como local de nascimento da Santíssima Virgem.
São Joaquim e Sant'Ana, rogai por nós!