Filha de colonizadores espanhóis no Peru, Isabel Flores y Oliva praticamente levou toda vida em contemplação. Tamanha era sua disposição, mesmo fazendo os mais humildes trabalhos, que parecia estar em permanente contato com o Reino de Deus. Era mística 'por natureza', desde tenra idade, e tinha o dom de profetizar.
Era menina quando fez voto de virgindade, pois tinha profunda devoção a Santa Catarina de Sena. E já adolescente, enquanto rezava diante da imagem da Virgem Maria, decidiu entregar toda sua vida a Cristo.
Ainda muita jovem, viu o pai, que era rico, perder tudo que tinha. Mas ela não demonstrava abalar-se, a não ser com o sofrimento alheio. Para ajudar a família, intensa e resignadamente trabalhava como agricultora e costureira. Era a terceira de 11 irmãos, e aproveitava o jardim de sua casa para plantar flores, que vendia no mercado. Tão bonita, e por ser exímia florista, sua mãe começou a chamar-lhe de Rosa.
Fazia muito bem todo trabalho de casa, tocava com perfeição viola e harpa, e tinha encantadora voz. Foi pretendida por muitos ricos jovens de Lima, mas rejeitava a todos. Dizia: "O prazer e a felicidade que o mundo pode oferecer-me são simplesmente uma sombra em comparação ao que sinto."
Por esses anos, nossa Santa realizava ativos serviços de caridade, socorrendo pobres, índios e negros em suas enfermidades, e dizia à sua mãe: "Não tenha medo de que meus vestidos se manchem com as chagas dos pobres, pois mais horrivelmente mancharam o rosto de Cristo. Quando servimos aos enfermos, é a Jesus que servimos."
Em 1606, aos 20 anos, ingressou na Ordem Terceira de São Domingos, cujo carisma é anunciar Jesus e viver em mendicância. Seguia, portanto, mais um passo do exemplo de vida de Santa Catarina de Sena. Ao vestir o hábito, adotou o nome Rosa de Santa Maria, por sua grande devoção à Mãe de Deus. E tão exemplar era sua vida que conseguiu permissão para proferir seus votos em casa, não no convento de São Domingos, onde se reuniam os de sua ordem em Lima.
Nos fundos do quintal, havia construído uma rústica cela, onde passou a viver como penitente e de ainda mais humilde modo. Comia muito pouco e quase não bebia água. Para ajudar sua família, fazia rendas e bordados, e conseguiu de seu diretor espiritual e confessor que daí não mais saísse, a não ser para receber a Santa Eucaristia.
Com grande fervor, bordava roupas litúrgicas. Viveu profundas experiências místicas. Sempre tinha consigo uma Cruz, com a qual pedia a Cristo que com ela partilhasse Seus sofrimentos.
Dormia sobre duas tábuas e com frequência usava um aro com farpas, imitando uma coroa de espinhos, para sofrer com Jesus em Suas dores e humilhações. Sobre os tormentos que veio a sentir, disse: "Eu não acreditava que uma criatura pudesse ser acometida de tão grandes sofrimentos." E completou: "Só posso explicá-los com o silêncio." Contudo, da contemplação da Santa Cruz concluiu: "Senhor, Vossa Cruz é muito mais cruel que a minha!"
Além da constante presença de seu Anjo da Guarda, com quem muito conversava, recebia frequentes visitas de Nossa Senhora e do Menino Jesus. Um dia, em lugar do aro de farpas, Ele ofereceu-lhe uma grinalda de rosas, que se tornou um de seus símbolos.
De suas reflexões, ela deixou:
Ainda muita jovem, viu o pai, que era rico, perder tudo que tinha. Mas ela não demonstrava abalar-se, a não ser com o sofrimento alheio. Para ajudar a família, intensa e resignadamente trabalhava como agricultora e costureira. Era a terceira de 11 irmãos, e aproveitava o jardim de sua casa para plantar flores, que vendia no mercado. Tão bonita, e por ser exímia florista, sua mãe começou a chamar-lhe de Rosa.
Fazia muito bem todo trabalho de casa, tocava com perfeição viola e harpa, e tinha encantadora voz. Foi pretendida por muitos ricos jovens de Lima, mas rejeitava a todos. Dizia: "O prazer e a felicidade que o mundo pode oferecer-me são simplesmente uma sombra em comparação ao que sinto."
Por esses anos, nossa Santa realizava ativos serviços de caridade, socorrendo pobres, índios e negros em suas enfermidades, e dizia à sua mãe: "Não tenha medo de que meus vestidos se manchem com as chagas dos pobres, pois mais horrivelmente mancharam o rosto de Cristo. Quando servimos aos enfermos, é a Jesus que servimos."
Em 1606, aos 20 anos, ingressou na Ordem Terceira de São Domingos, cujo carisma é anunciar Jesus e viver em mendicância. Seguia, portanto, mais um passo do exemplo de vida de Santa Catarina de Sena. Ao vestir o hábito, adotou o nome Rosa de Santa Maria, por sua grande devoção à Mãe de Deus. E tão exemplar era sua vida que conseguiu permissão para proferir seus votos em casa, não no convento de São Domingos, onde se reuniam os de sua ordem em Lima.
Nos fundos do quintal, havia construído uma rústica cela, onde passou a viver como penitente e de ainda mais humilde modo. Comia muito pouco e quase não bebia água. Para ajudar sua família, fazia rendas e bordados, e conseguiu de seu diretor espiritual e confessor que daí não mais saísse, a não ser para receber a Santa Eucaristia.
Com grande fervor, bordava roupas litúrgicas. Viveu profundas experiências místicas. Sempre tinha consigo uma Cruz, com a qual pedia a Cristo que com ela partilhasse Seus sofrimentos.
Dormia sobre duas tábuas e com frequência usava um aro com farpas, imitando uma coroa de espinhos, para sofrer com Jesus em Suas dores e humilhações. Sobre os tormentos que veio a sentir, disse: "Eu não acreditava que uma criatura pudesse ser acometida de tão grandes sofrimentos." E completou: "Só posso explicá-los com o silêncio." Contudo, da contemplação da Santa Cruz concluiu: "Senhor, Vossa Cruz é muito mais cruel que a minha!"
Além da constante presença de seu Anjo da Guarda, com quem muito conversava, recebia frequentes visitas de Nossa Senhora e do Menino Jesus. Um dia, em lugar do aro de farpas, Ele ofereceu-lhe uma grinalda de rosas, que se tornou um de seus símbolos.
De suas reflexões, ela deixou:
"O amor é difícil, mas é nossa essência. É isso que nos eleva acima das demais criaturas."
"Se não posso fazer as grandes coisas, então farei as pequenas, mas bem feitas."
"Quando servimos os pobres e os doentes, servimos a Jesus. Não devemos deixar de ajudar nossos próximos, porque neles servimos a Jesus."
"Não quero, Esposo Meu, mais riquezas que te adorar; nem outro desejo senão servir-te! Mas como o farei sem Teu amparo?"
"O Rosário contém todo mérito da oração vocal e toda virtude da oração mental."
"Se os homens soubessem o que é viver a Graça, não se assustariam com nenhum sofrimento e de bom grado padeceriam qualquer pena, porque a Graça é fruto da paciência."
"Se vós soubésseis a beleza que á uma alma sem pecado, estaríeis dispostos a sofrer qualquer martírio para manter a alma na Graça de Deus!"
"Olhe a cruz que hoje tu tens nos ombros, seja qual for. Busque nela a vontade de Deus, não para atormentar, senão para elevar-te acima de tuas debilidades e quedas. Pensa se não é esta a Graça que Deus pôs hoje em ti."
"Oh, que daria eu por anunciar o Evangelho! Atravessaria cidades pregando a penitência, com os pés descalços, o crucifixo na mão e o corpo envolvido num espantoso cilício. Caminharia durante a noite gritando: 'Deixai vossas iniquidades! Até quando sereis como aturdidos rebanhos diante dos demônios? Fugi dos eternos castigos! Pensai que há um só instante entre a vida e o inferno!'"
"O Senhor Salvador levantou a voz e com incomparável majestade disse: 'Saibam todos que depois da tribulação se seguirá a Graça; reconheçam que sem o peso das aflições não se pode chegar ao cimo da Graça; entendam que a medida dos carismas aumenta em proporção da intensificação dos trabalhos. Acautelem-se os homens contra o erro e o engano; é esta a única e verdadeira escada do paraíso, e sem a cruz não há caminho que leve ao Céu.'
Ouvindo estas palavras, penetrou-me um forte ímpeto de colocar-me no meio da praça e bradar a todos, de qualquer idade, sexo e condição: 'Ouvi, povos! Ouvi, gentes! A mandado de Cristo, repetindo as palavras saídas de Seus lábios, quero exortar-vos: Não podemos obter a Graça, se não sofrermos aflições; cumpre acumular trabalhos sobre trabalhos, para alcançar a íntima participação da divina natureza, a Glória dos filhos de Deus e a perfeita felicidade da alma.'
O mesmo aguilhão impelia-me a publicar a beleza da Divina Graça; isto oprimia-me de angústia e fazia-me transpirar e ansiar. Parecia-me não poder mais conter a alma na prisão do corpo, sem que, quebradas as cadeias, livre, só e com a maior agilidade fosse pelo mundo, dizendo: 'Quem dera que os mortais conhecessem o valor da Divina Graça, como é bela, nobre, preciosa; quantas riquezas esconde em si, quantos tesouros, quanto júbilo e delícia!' Sem dúvida, eles então empregariam todo empenho e cuidado para encontrar penas e aflições! Iriam todos pela Terra a procurar, em vez de fortunas, os embaraços, moléstias e tormentos, a fim de possuir o inestimável tesouro da Graça. É esta a compra e o lucro final da paciência. Ninguém se queixaria da cruz nem dos sofrimentos que talvez lhe adviriam, se conhecessem a balança, onde são pesados para serem distribuídos aos homens."
Acometida de grave enfermidade aos 31 anos, foi recolhida à casa de sua benfeitora, Maria de Uzátegui, que mais tarde se tornaria o Mosteiro de Santa Rosa, e aí se cumpriu a profecia que ela mesma fez de sua morte. De fato, todos anos passava em oração o dia de São Bartolomeu, pois dizia: "Este é o dia de minhas eternas núpcias." E assim perseverou até morrer, exatamente no dia 24 de agosto, no ano de 1617. Mas como deferência à sua vida de notória santidade, a Igreja estabeleceu sua festa liturgia no dia anterior.
Foi incompreendida e até perseguida pela mais importante gente da sociedade, mas, na inabalável fé que viveu, deu testemunho até o último momento, quando disse: "Jesus está comigo!"
A começar pelos mais pobres, seu sepultamento foi muito concorrido, uma grande comoção popular, o que terminou pondo de joelho todo Vice-Reino do Peru, como seu país era chamado. À sua intercessão, logo em seguida, foram atribuídos muitos milagres, curas e conversões, Aliás, como já aconteciam em vida, e profusamente. Relata-se que os protestantes holandeses não invadiram o Peru em 1615 graças à sua intercessão. Era grande amiga de São Martinho de Porres, humilde frade dominicano que cuidava da enfermaria do convento.
Foi a primeira Santa das Américas, e por isso recebeu uma bela homenagem na forma de um altar, na Catedral de São Patrício, em Nova Iorque.
. É a Padroeira da América Latina, das Índias Ocidentais, atuais Ilhas do Caribe, e das Filipinas, bem como dos jardineiros e dos floristas.
A partir do crânio, seu rosto foi reconstituído por recentes técnicas forenses.
Em 1986, o então Cardeal Ratzinger disse sobre ela: "De certa forma, essa mulher é uma personificação da Igreja da América Latina: imersa em sofrimentos, desprovida de significativos meios materiais e de um poder, mas tomada pelo íntimo ardor causado pela proximidade de Jesus Cristo."
Suas relíquias são veneradas na Basílica de Nossa Senhora do Rosário, em Lima.
"Se não posso fazer as grandes coisas, então farei as pequenas, mas bem feitas."
"Quando servimos os pobres e os doentes, servimos a Jesus. Não devemos deixar de ajudar nossos próximos, porque neles servimos a Jesus."
"Não quero, Esposo Meu, mais riquezas que te adorar; nem outro desejo senão servir-te! Mas como o farei sem Teu amparo?"
"O Rosário contém todo mérito da oração vocal e toda virtude da oração mental."
"Se os homens soubessem o que é viver a Graça, não se assustariam com nenhum sofrimento e de bom grado padeceriam qualquer pena, porque a Graça é fruto da paciência."
"Se vós soubésseis a beleza que á uma alma sem pecado, estaríeis dispostos a sofrer qualquer martírio para manter a alma na Graça de Deus!"
"Olhe a cruz que hoje tu tens nos ombros, seja qual for. Busque nela a vontade de Deus, não para atormentar, senão para elevar-te acima de tuas debilidades e quedas. Pensa se não é esta a Graça que Deus pôs hoje em ti."
"Oh, que daria eu por anunciar o Evangelho! Atravessaria cidades pregando a penitência, com os pés descalços, o crucifixo na mão e o corpo envolvido num espantoso cilício. Caminharia durante a noite gritando: 'Deixai vossas iniquidades! Até quando sereis como aturdidos rebanhos diante dos demônios? Fugi dos eternos castigos! Pensai que há um só instante entre a vida e o inferno!'"
"O Senhor Salvador levantou a voz e com incomparável majestade disse: 'Saibam todos que depois da tribulação se seguirá a Graça; reconheçam que sem o peso das aflições não se pode chegar ao cimo da Graça; entendam que a medida dos carismas aumenta em proporção da intensificação dos trabalhos. Acautelem-se os homens contra o erro e o engano; é esta a única e verdadeira escada do paraíso, e sem a cruz não há caminho que leve ao Céu.'
Ouvindo estas palavras, penetrou-me um forte ímpeto de colocar-me no meio da praça e bradar a todos, de qualquer idade, sexo e condição: 'Ouvi, povos! Ouvi, gentes! A mandado de Cristo, repetindo as palavras saídas de Seus lábios, quero exortar-vos: Não podemos obter a Graça, se não sofrermos aflições; cumpre acumular trabalhos sobre trabalhos, para alcançar a íntima participação da divina natureza, a Glória dos filhos de Deus e a perfeita felicidade da alma.'
O mesmo aguilhão impelia-me a publicar a beleza da Divina Graça; isto oprimia-me de angústia e fazia-me transpirar e ansiar. Parecia-me não poder mais conter a alma na prisão do corpo, sem que, quebradas as cadeias, livre, só e com a maior agilidade fosse pelo mundo, dizendo: 'Quem dera que os mortais conhecessem o valor da Divina Graça, como é bela, nobre, preciosa; quantas riquezas esconde em si, quantos tesouros, quanto júbilo e delícia!' Sem dúvida, eles então empregariam todo empenho e cuidado para encontrar penas e aflições! Iriam todos pela Terra a procurar, em vez de fortunas, os embaraços, moléstias e tormentos, a fim de possuir o inestimável tesouro da Graça. É esta a compra e o lucro final da paciência. Ninguém se queixaria da cruz nem dos sofrimentos que talvez lhe adviriam, se conhecessem a balança, onde são pesados para serem distribuídos aos homens."
Acometida de grave enfermidade aos 31 anos, foi recolhida à casa de sua benfeitora, Maria de Uzátegui, que mais tarde se tornaria o Mosteiro de Santa Rosa, e aí se cumpriu a profecia que ela mesma fez de sua morte. De fato, todos anos passava em oração o dia de São Bartolomeu, pois dizia: "Este é o dia de minhas eternas núpcias." E assim perseverou até morrer, exatamente no dia 24 de agosto, no ano de 1617. Mas como deferência à sua vida de notória santidade, a Igreja estabeleceu sua festa liturgia no dia anterior.
Foi incompreendida e até perseguida pela mais importante gente da sociedade, mas, na inabalável fé que viveu, deu testemunho até o último momento, quando disse: "Jesus está comigo!"
A começar pelos mais pobres, seu sepultamento foi muito concorrido, uma grande comoção popular, o que terminou pondo de joelho todo Vice-Reino do Peru, como seu país era chamado. À sua intercessão, logo em seguida, foram atribuídos muitos milagres, curas e conversões, Aliás, como já aconteciam em vida, e profusamente. Relata-se que os protestantes holandeses não invadiram o Peru em 1615 graças à sua intercessão. Era grande amiga de São Martinho de Porres, humilde frade dominicano que cuidava da enfermaria do convento.
Foi a primeira Santa das Américas, e por isso recebeu uma bela homenagem na forma de um altar, na Catedral de São Patrício, em Nova Iorque.
A partir do crânio, seu rosto foi reconstituído por recentes técnicas forenses.
Suas relíquias são veneradas na Basílica de Nossa Senhora do Rosário, em Lima.
Santa Rosa, rogai por nós!