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quinta-feira, 18 de setembro de 2025
Perceber Deus
A verdadeira fé vem da espontânea constatação da realidade espiritual descrita nos ensinamentos de Jesus Cristo, guardados pela Santa Igreja Católica. E a razão da convicção de tal conclusão é bem simples: Jesus é Deus. Essa era a esperança do povo judeu, bem como dos samaritanos, como vai dizer a mulher junto ao poço de Jacó em diálogo com o próprio Jesus. Está no no Evangelho Segundo São João: "Respondeu a mulher: 'Sei que deve vir o Messias (que Se chama Cristo). Pois, quando vier, Ele nos fará conhecer todas coisas.'" Jo 4,25
Este Evangelista, de sua mais ampla e profunda Teologia, testemunhou: "Todos nós recebemos da Sua plenitude Graça sobre Graça. Pois a Lei foi dada por Moisés, mas a Graça e a Verdade vieram por Jesus Cristo." Jo 1,16-17
E a Segunda Carta de São Pedro também: "O divino poder deu-nos tudo que contribui para a Vida e a piedade, fazendo-nos conhecer Aquele que nos chamou por Sua Glória e Sua Virtude." 2 Pd 1,3
E a Segunda Carta de São Pedro também: "O divino poder deu-nos tudo que contribui para a Vida e a piedade, fazendo-nos conhecer Aquele que nos chamou por Sua Glória e Sua Virtude." 2 Pd 1,3
Sem dúvida, a sincera vontade de conhecer a Deus e entender as experiências pelas quais passamos, um dia, num momento de Graça e pela inspiração do Espírito Santo, leva-nos a perceber que já estamos vivenciando o Reino dos Céus e sendo conduzidos à eternidade. Foi o que o Príncipe dos Apóstolos atinou, quando Jesus ofereceu Sua Carne como o Pão do Céu e muitos estranharam, chegando a abandoná-Lo: "Respondeu-Lhe Simão Pedro: 'Senhor, a quem iríamos nós? Tu tens as palavras da Vida Eterna. Nós cremos e sabemos que Tu és o Santo de Deus!'" Jo 6,68-69
Esses místicos instantes vão-se repetindo e aumentando a certeza da presença de Deus em nossas vidas, como os seguidores da tradição de São Paulo disseram na Carta aos Hebreus: "A fé é o fundamento da esperança, é uma certeza a respeito do que não se vê." Hb 11,1
Esses místicos instantes vão-se repetindo e aumentando a certeza da presença de Deus em nossas vidas, como os seguidores da tradição de São Paulo disseram na Carta aos Hebreus: "A fé é o fundamento da esperança, é uma certeza a respeito do que não se vê." Hb 11,1
Tão grandiosos são estes êxtases que não há como explicá-los. Simplesmente sentimos e sabemos. E de tão profunda gratidão por essas pessoais revelações, facilmente reconhecemos as demais obras e manifestações de Deus: "Pela fé reconhecemos que o mundo foi formado pela Palavra de Deus, e que as coisas visíveis se originaram do invisível." Hb 11,3
Somos tomados da indizível Paz de Cristo, nas palavras da Carta de São Paulo aos Efésios: "Porque Ele é Nossa Paz..." Ef 2,14
Somos tomados da indizível Paz de Cristo, nas palavras da Carta de São Paulo aos Efésios: "Porque Ele é Nossa Paz..." Ef 2,14
E o Verbo passa a abrasar nossos corações, como aconteceu com os discípulos que partiram para Emaús no Domingo da Ressurreição. O Evangelho Segundo São Lucas apontou: "Diziam então um para o outro: 'Não se nos abrasava o coração, quando Ele (Jesus) nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?'" Lc 24,32
Atestamos, então, essa definição de Jesus: "Deus é Espírito..." Jo 4,24a
Os israelitas foram os primeiros a perceberem-se diante do Deus único. E um inimigo, Aquior, chefe dos amonitas, tratou de alertar Holofernes, marechal do exército assírio, no Livro de Judite: "Esse povo é da raça dos caldeus. Primeiro habitaram em Mesopotâmia, porque recusavam seguir os deuses de seus pais que estavam em Caldeia. Abandonaram os ritos de seus ancestrais, que honravam múltiplas divindades, e passaram a adorar o Deus único do Céu, o Qual lhes ordenou que saíssem daquele país e fossem estabelecer-se na terra de Canaã." Jt 5,6-8
Ora, através de Moisés, Deus mesmo havia-lhes dito no Livro de Êxodo: "Não terás outros deuses diante de Minha face." Êx 20,3
Os israelitas foram os primeiros a perceberem-se diante do Deus único. E um inimigo, Aquior, chefe dos amonitas, tratou de alertar Holofernes, marechal do exército assírio, no Livro de Judite: "Esse povo é da raça dos caldeus. Primeiro habitaram em Mesopotâmia, porque recusavam seguir os deuses de seus pais que estavam em Caldeia. Abandonaram os ritos de seus ancestrais, que honravam múltiplas divindades, e passaram a adorar o Deus único do Céu, o Qual lhes ordenou que saíssem daquele país e fossem estabelecer-se na terra de Canaã." Jt 5,6-8
Ora, através de Moisés, Deus mesmo havia-lhes dito no Livro de Êxodo: "Não terás outros deuses diante de Minha face." Êx 20,3
Assim, não podemos buscar a Deus como a alguém que se submeteria a nossa vontade, mas com o coração desarmado, em prévia obediência a Seus Mandamentos como o Livro do Profeta Sofonias diz: "Buscai o Senhor, vós todos, humildes da Terra, que observais Sua Lei..." Sf 2,3
Pois, de fato, além de Sua manifesta Onipresença, Deus quer dar-Se a conhecer. O Livro do Profeta Isaías pregava: "Buscai o Senhor, já que Ele Se deixa encontrar. Invocai-O, já que Ele está perto." Is 55,6
E um amigo, no Livro de Jó, tratava de adverti-lo em seu desespero: "Pois Deus fala de uma maneira e de outra e não prestas atenção. Por meio de sonhos, de noturnas visões, quando um profundo sono pesa sobre os humanos, enquanto o homem está adormecido em seu leito, então lhe abre o ouvido e o assusta com Suas aparições a fim de desviá-lo do pecado e preservá-lo do orgulho, para salvar-lhe a alma do fosso, e sua vida, da mortífera seta." Jó 33,14-18
Pois, de fato, além de Sua manifesta Onipresença, Deus quer dar-Se a conhecer. O Livro do Profeta Isaías pregava: "Buscai o Senhor, já que Ele Se deixa encontrar. Invocai-O, já que Ele está perto." Is 55,6
E um amigo, no Livro de Jó, tratava de adverti-lo em seu desespero: "Pois Deus fala de uma maneira e de outra e não prestas atenção. Por meio de sonhos, de noturnas visões, quando um profundo sono pesa sobre os humanos, enquanto o homem está adormecido em seu leito, então lhe abre o ouvido e o assusta com Suas aparições a fim de desviá-lo do pecado e preservá-lo do orgulho, para salvar-lhe a alma do fosso, e sua vida, da mortífera seta." Jó 33,14-18
No mesmo sentido, por suas profundas observações, a Carta de São Paulo aos Romanos afirma sobre os não-judeus: "Desde a Criação do mundo, as invisíveis perfeições de Deus, Seu sempiterno poder e divindade tornam-se visíveis à inteligência por Suas obras, de modo que não podem escusar-se." Rm 1,20
E no Livro de Atos dos Apóstolos, ele disse da condição de todos nós, pregando aos gregos em Atenas, no Areópago, e usando palavras de um filósofo local: "A partir de um só homem, Deus fez todo gênero humano para habitar em toda face da Terra. E fixou a sequência dos tempos e os limites para sua habitação, a fim de que os homens procurem a Deus e se esforcem por encontrá-Lo, mesmo que tateando, embora não Se encontre longe de cada um de nós. Porque é n'Ele que temos a vida, o movimento e o ser..." At 17,26-28a
A vida, portanto, só se torna efetivamente plena se viermos a conhecer a Deus, como Ele mesmo falou através do Livro do Profeta Amós: "Eis o que diz o Senhor à casa de Israel: 'Buscai-Me e vivereis!'" Am 5,4
E desde que se busque o bem, Ele estará sempre por perto: "Buscai o bem e não o mal, e vivereis. E o Senhor Deus dos Exércitos estará convosco..." Am 5,14
Jesus também recomendou buscar as Graças de Deus, garantindo que o Pai não nos tratará com indiferença: "E Eu digo-vos: pedi, e dá-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abri-se-vos-á. Pois todo aquele que pede, recebe; aquele que procura, acha; e ao que bater, abri-se-lhe-á." Lc 11,9-10
Ele mesmo afirmou no Livro de Apocalipse de São João: "Eis que estou à porta e bato! Se alguém ouvir Minha voz e Me abrir a porta, entrarei em sua casa e cearemos, Eu com ele e ele Comigo." Ap 3,20
E desde que se busque o bem, Ele estará sempre por perto: "Buscai o bem e não o mal, e vivereis. E o Senhor Deus dos Exércitos estará convosco..." Am 5,14
Jesus também recomendou buscar as Graças de Deus, garantindo que o Pai não nos tratará com indiferença: "E Eu digo-vos: pedi, e dá-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abri-se-vos-á. Pois todo aquele que pede, recebe; aquele que procura, acha; e ao que bater, abri-se-lhe-á." Lc 11,9-10
Ele mesmo afirmou no Livro de Apocalipse de São João: "Eis que estou à porta e bato! Se alguém ouvir Minha voz e Me abrir a porta, entrarei em sua casa e cearemos, Eu com ele e ele Comigo." Ap 3,20
E apontou, no Evangelho Segundo São Mateus, a divina realidade como o mais importante bem em nossas vidas, em comparação a bens materiais: "Antes buscai o Reino de Deus e Sua justiça, e todas estas coisas sê-vos-ão dadas em acréscimo." Mt 6,33
Mas para Nosso Senhor não foi fácil revelar-Se. Muitos recusavam-se a acreditar na nova realidade que Ele apresentava, como ainda acontecia com os religiosos de Jerusalém em Sua última Páscoa entre nós: "Embora tivesse feito tantos milagres na presença deles, não acreditavam n'Ele." Jo 12,37
O próprio São João Batista hesitou, após Jesus começar Sua vida pública. Sem dúvida, não era o fim do mundo, o Juízo Final: "Tendo João, em sua prisão, ouvido falar das obras de Cristo, mandou-Lhe dizer por seus discípulos: 'Sois Vós Aquele que deve vir, ou devemos esperar por outro?'" Mt 11,2-3
Por Sua profunda humanidade, Nosso Salvador muito teve que argumentar, usando de toda simplicidade para com os judeus, e mesmo assim sabemos o que Lhe aconteceu: "Se Eu não faço as obras de Meu Pai, não Me creiais. Mas se as faço, e se não quiserdes crer em Mim, crede em Minhas obras, para que saibais e reconheçais que o Pai está em Mim e Eu no Pai." Jo 10,37-38
De situação em situação, Ele sempre insistia com aqueles que estavam Consigo para que tivessem fé, sem nenhum medo ou dúvida, como disse a Jairo, o chefe de sinagoga de Cafarnaum, quando ele recebeu a notícia da morte de sua filha. É do Evangelho Segundo São Marcos: "Não temas! Apenas crê." Mc 5,36
O próprio São João Batista hesitou, após Jesus começar Sua vida pública. Sem dúvida, não era o fim do mundo, o Juízo Final: "Tendo João, em sua prisão, ouvido falar das obras de Cristo, mandou-Lhe dizer por seus discípulos: 'Sois Vós Aquele que deve vir, ou devemos esperar por outro?'" Mt 11,2-3
Por Sua profunda humanidade, Nosso Salvador muito teve que argumentar, usando de toda simplicidade para com os judeus, e mesmo assim sabemos o que Lhe aconteceu: "Se Eu não faço as obras de Meu Pai, não Me creiais. Mas se as faço, e se não quiserdes crer em Mim, crede em Minhas obras, para que saibais e reconheçais que o Pai está em Mim e Eu no Pai." Jo 10,37-38
De situação em situação, Ele sempre insistia com aqueles que estavam Consigo para que tivessem fé, sem nenhum medo ou dúvida, como disse a Jairo, o chefe de sinagoga de Cafarnaum, quando ele recebeu a notícia da morte de sua filha. É do Evangelho Segundo São Marcos: "Não temas! Apenas crê." Mc 5,36
Sabemos que os Apóstolos e uma multidão O acompanhavam bem de perto, mas, a cada nova situação em que uma cura ou um milagre se ensejavam, logo se estabelecia uma expectativa de demonstração de poder, ou de espetáculo. Por isso, Ele não deixava de jogar-lhes em face: "Se não virdes milagres e prodígios, não credes..." Jo 4,48
E depois de muito persistir, Ele teve que lhes dizer a desconcertante Verdade a respeito da fé. Com razão, antes que libertação, cura ou Salvação da alma, muitos desejam as divinas Graças apenas por seus mundanos efeitos: ou pedem a mera saúde do corpo ou privilégios materiais, ou querem poder, fama e 'novidades'. Ora, Jesus corrigia os próprios líderes judeus de Jerusalém: "Como podeis crer, vós que recebeis a glória uns dos outros, e não buscais a Glória que é só de Deus?" Jo 5,44
São João Batista, como Ele apontou, era um recente exemplo: "João era uma lâmpada que arde e ilumina. Vós, porém, só por uma hora quisestes alegrar-vos com sua luz." Jo 5,35
Por isso, interrogava-os: "Que fostes ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? Que fostes ver? Um homem vestido de finas roupas? Mas aqueles que vestem preciosas roupas e vivem no luxo estão nos palácios dos reis. Enfim, que fostes ver? Um Profeta? Sim, digo-vos, e mais que Profeta." Jo 7,28b-26
Reclamava da falta de espiritualidade dos religiosos, como disse a Nicodemos, chefe dos fariseus, em Sua primeira visita à Cidade Santa em vida pública: "Se vos tenho falado das terrenas coisas e não Me credes, como crereis se vos falar das celestiais?" Jo 3,12
Aliás, dos próprios Apóstolos: "Tomando então a palavra, Pedro disse: 'Explica-nos esta parábola.' Jesus respondeu: 'Também sois vós de tão pouca compreensão?'" Mt 15,15-16
E pouco antes de Sua Paixão, citando um verso do rei Davi no Livro de Salmos, deixou uma grave sentença para aqueles que, mesmo conhecendo Sua obra e Palavra, na prática, preferem viver em pecado, abominando a santidade: "Se Eu não viesse e não lhes tivesse falado, não teriam pecado. Mas agora não há desculpa para seu pecado. Se Eu não tivesse feito entre eles obras, como nenhum outro fez, não teriam pecado. Mas agora as viram e odiaram a Mim e a Meu Pai. Foi, porém, para que se cumpra a Palavra que está escrita em Sua Lei: 'Odiaram-Me sem motivo (Sl 34,19;68,5).'" Jo 15,22.24-25
E depois de muito persistir, Ele teve que lhes dizer a desconcertante Verdade a respeito da fé. Com razão, antes que libertação, cura ou Salvação da alma, muitos desejam as divinas Graças apenas por seus mundanos efeitos: ou pedem a mera saúde do corpo ou privilégios materiais, ou querem poder, fama e 'novidades'. Ora, Jesus corrigia os próprios líderes judeus de Jerusalém: "Como podeis crer, vós que recebeis a glória uns dos outros, e não buscais a Glória que é só de Deus?" Jo 5,44
São João Batista, como Ele apontou, era um recente exemplo: "João era uma lâmpada que arde e ilumina. Vós, porém, só por uma hora quisestes alegrar-vos com sua luz." Jo 5,35
Por isso, interrogava-os: "Que fostes ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? Que fostes ver? Um homem vestido de finas roupas? Mas aqueles que vestem preciosas roupas e vivem no luxo estão nos palácios dos reis. Enfim, que fostes ver? Um Profeta? Sim, digo-vos, e mais que Profeta." Jo 7,28b-26
Reclamava da falta de espiritualidade dos religiosos, como disse a Nicodemos, chefe dos fariseus, em Sua primeira visita à Cidade Santa em vida pública: "Se vos tenho falado das terrenas coisas e não Me credes, como crereis se vos falar das celestiais?" Jo 3,12
Aliás, dos próprios Apóstolos: "Tomando então a palavra, Pedro disse: 'Explica-nos esta parábola.' Jesus respondeu: 'Também sois vós de tão pouca compreensão?'" Mt 15,15-16
E pouco antes de Sua Paixão, citando um verso do rei Davi no Livro de Salmos, deixou uma grave sentença para aqueles que, mesmo conhecendo Sua obra e Palavra, na prática, preferem viver em pecado, abominando a santidade: "Se Eu não viesse e não lhes tivesse falado, não teriam pecado. Mas agora não há desculpa para seu pecado. Se Eu não tivesse feito entre eles obras, como nenhum outro fez, não teriam pecado. Mas agora as viram e odiaram a Mim e a Meu Pai. Foi, porém, para que se cumpra a Palavra que está escrita em Sua Lei: 'Odiaram-Me sem motivo (Sl 34,19;68,5).'" Jo 15,22.24-25
De fato, o pecado, segundo Ele, consiste exatamente em não percebê-Lo como o Salvador, como disse do Espírito Santo a Seus seguidores, após a Santa Ceia: "Entretanto, digo-vos a Verdade: a vós convém que Eu vá! Porque, se Eu não for, o Paráclito não virá a vós. Mas se Eu for, enviá-Lo-ei. Ele convencerá o mundo a respeito do pecado, que consiste em não crer em Mim." Jo 16,7.9
Pois, definitivamente, esta é a grande obra de Deus. Interrogado pelo povo, "Respondeu-lhes Jesus: 'A obra de Deus é esta: que creiais n'Aquele que Ele enviou.'" Jo 6,29
A LINGUAGEM DE DEUS
Por isso, falando sobre Jesus mesmo antes de batizá-Lo, São João Batista avisava aos sacerdotes, levitas e fariseus: "... mas em meio a vós está Quem vós não conheceis." Jo 1,26
E dizia a seus seguidores da plena Unção de que Nosso Senhor era portador: "Com efeito, Aquele que Deus enviou fala a linguagem de Deus, porque Ele concede o Espírito sem medidas." Jo 3,34
O próprio Jesus atestaria esse diferencial, quando questionou os judeus: "Por que não compreendeis Minha linguagem?" Jo 8,43a
Realmente estava diante de um terrível obstáculo, como acusou: "... Minha Palavra não penetra em vós." Jo 8,37b
De fato, essa é a mais grave consequência dos erros do livre arbítrio, e Nosso Senhor não podia deixar de apontar: "Quem é de Deus ouve as palavras de Deus, e se vós não as ouvis é porque não sois de Deus." Jo 8,47
E provocou os religiosos, aludindo a Sua própria Ressurreição: "Se não ouvirem a Moisés e aos Profetas, tampouco se deixarão convencer ainda que algum dos mortos ressuscite." Lc 16,31
O Amado Discípulo, desde o início da narrativa de Sua vida, já informava Seu infortúnio, que ainda hoje acontece: "Veio para o que era Seu, mas os Seus não O receberam." Jo 1,11
E ao final de seu Evangelho, diz com todas letras a intenção que teve ao relatar Seus milagres: "Mas estes foram escritos, para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais a Vida em Seu Nome." Jo 20,31
Ora, Jesus bem sabia que Sua Paixão seria uma frustração para os próprios Apóstolos, pois citou o Livro do Profeta Zacarias pouco antes do início: "Esta noite serei para todos vós uma ocasião de queda. Porque está escrito: 'Ferirei o Pastor, e as ovelhas do rebanho serão dispersadas (Zc 13,7).' Mas depois de Minha Ressurreição, Eu precedê-vos-ei em Galileia." Mt 26,31-32
Pois, definitivamente, esta é a grande obra de Deus. Interrogado pelo povo, "Respondeu-lhes Jesus: 'A obra de Deus é esta: que creiais n'Aquele que Ele enviou.'" Jo 6,29
A LINGUAGEM DE DEUS
Por isso, falando sobre Jesus mesmo antes de batizá-Lo, São João Batista avisava aos sacerdotes, levitas e fariseus: "... mas em meio a vós está Quem vós não conheceis." Jo 1,26
E dizia a seus seguidores da plena Unção de que Nosso Senhor era portador: "Com efeito, Aquele que Deus enviou fala a linguagem de Deus, porque Ele concede o Espírito sem medidas." Jo 3,34
O próprio Jesus atestaria esse diferencial, quando questionou os judeus: "Por que não compreendeis Minha linguagem?" Jo 8,43a
Realmente estava diante de um terrível obstáculo, como acusou: "... Minha Palavra não penetra em vós." Jo 8,37b
De fato, essa é a mais grave consequência dos erros do livre arbítrio, e Nosso Senhor não podia deixar de apontar: "Quem é de Deus ouve as palavras de Deus, e se vós não as ouvis é porque não sois de Deus." Jo 8,47
E provocou os religiosos, aludindo a Sua própria Ressurreição: "Se não ouvirem a Moisés e aos Profetas, tampouco se deixarão convencer ainda que algum dos mortos ressuscite." Lc 16,31
O Amado Discípulo, desde o início da narrativa de Sua vida, já informava Seu infortúnio, que ainda hoje acontece: "Veio para o que era Seu, mas os Seus não O receberam." Jo 1,11
E ao final de seu Evangelho, diz com todas letras a intenção que teve ao relatar Seus milagres: "Mas estes foram escritos, para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais a Vida em Seu Nome." Jo 20,31
Ora, Jesus bem sabia que Sua Paixão seria uma frustração para os próprios Apóstolos, pois citou o Livro do Profeta Zacarias pouco antes do início: "Esta noite serei para todos vós uma ocasião de queda. Porque está escrito: 'Ferirei o Pastor, e as ovelhas do rebanho serão dispersadas (Zc 13,7).' Mas depois de Minha Ressurreição, Eu precedê-vos-ei em Galileia." Mt 26,31-32
E mesmo após ressuscitar, Ele vai dizer a dois de Seus discípulos, que deixaram Jerusalém no Domingo da Ressurreição apesar dos testemunhos que ouviram: "Jesus disse-lhes: 'Ó gente sem inteligência! Como sois tardos de coração para crerdes em tudo que os Profetas anunciaram! Porventura não era necessário que Cristo sofresse essas coisas e assim entrasse em Sua Glória?'" Lc 24,25-26
A Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios abordou essa importante questão: "Ora, nós não recebemos o espírito do mundo, mas sim o Espírito que vem de Deus, que nos dá a conhecer as Graças que Deus nos prodigalizou e que pregamos numa linguagem que nos foi ensinada não pela sabedoria humana, mas pelo Espírito, que exprime coisas espirituais em termos espirituais." 1 Cor 2,12-13
E também reclamou deles: "A vós, irmãos, não pude falar-vos como a homens espirituais, mas como a carnais, como a criancinhas em Cristo. Eu dei-vos leite a beber, e não sólido alimento porque ainda não podíeis suportar. Nem agora o podeis, porque ainda sois carnais. Com efeito, enquanto houver entre vós ciúmes e contendas, não será porque sois carnais e procedeis de um totalmente humano modo?" 1 Cor 3,1-3
Assim como reclamou dos cristãos de Roma: "Vou servir-me de corrente linguagem entre os homens, por causa da fraqueza de vossa carne." Rm 6,19a
Entretanto, citando o Profeta Isaías, dizia que não se tratava de palavreado, sutileza ou falsos cuidados, mas de interpretação da mais pura realidade: "Cristo não me enviou para batizar, mas para pregar o Evangelho. E isso sem recorrer à habilidade da arte da oratória, para que não se desvirtue a Cruz de Cristo. A linguagem da Cruz é loucura para aqueles que se perdem, mas, para aqueles que foram salvos, para nós, é uma divina força. Está escrito: 'Destruirei a sabedoria dos sábios, e anularei a prudência dos prudentes (Is 29,14).'" 1 Cor 1,17-19
Por isso, a Carta de São Paulo a São Tito vai recomendar, além da Sã Doutrina, total comedimento de palavras: "Igualmente exorta os moços a serem morigerados, e em tudo mostra-te modelo de bom comportamento: pela integridade na Doutrina, gravidade, sã e irrepreensível linguagem, para que o adversário seja confundido, não tendo de nós mal algum a dizer." Tt 2,6-8
Assim como reclamou dos cristãos de Roma: "Vou servir-me de corrente linguagem entre os homens, por causa da fraqueza de vossa carne." Rm 6,19a
Entretanto, citando o Profeta Isaías, dizia que não se tratava de palavreado, sutileza ou falsos cuidados, mas de interpretação da mais pura realidade: "Cristo não me enviou para batizar, mas para pregar o Evangelho. E isso sem recorrer à habilidade da arte da oratória, para que não se desvirtue a Cruz de Cristo. A linguagem da Cruz é loucura para aqueles que se perdem, mas, para aqueles que foram salvos, para nós, é uma divina força. Está escrito: 'Destruirei a sabedoria dos sábios, e anularei a prudência dos prudentes (Is 29,14).'" 1 Cor 1,17-19
Por isso, a Carta de São Paulo a São Tito vai recomendar, além da Sã Doutrina, total comedimento de palavras: "Igualmente exorta os moços a serem morigerados, e em tudo mostra-te modelo de bom comportamento: pela integridade na Doutrina, gravidade, sã e irrepreensível linguagem, para que o adversário seja confundido, não tendo de nós mal algum a dizer." Tt 2,6-8
O mesmo aconteceu com os seguidores de sua tradição, que escreveram aos hebreus: "Teríamos muita coisa a dizer sobre isso, e coisas bem difíceis de explicar dada vossa lentidão em compreender... A julgar pelo tempo, já devíeis ser mestres! Contudo, ainda necessitais que vos ensinem os primeiros rudimentos da Palavra de Deus. E tornastes-vos tais que precisais de leite em vez de sólido alimento! Ora, quem se alimenta de leite não é capaz de compreender uma profunda doutrina, porque é ainda criança. Mas o sólido alimento é para os adultos, para aqueles que a experiência já exercitou na distinção do bem e do mal." Hb 5,11-14
E a Primeira Carta de São Pedro provoca, mencionando um Salmo do rei Davi: "Como recém-nascidos, com ardor desejai o leite espiritual que vos fará crescer para a Salvação, se é que tendes saboreado quão suave é o Senhor (Sl 33,9)." 1 Pd 2,2-3
E a Primeira Carta de São Pedro provoca, mencionando um Salmo do rei Davi: "Como recém-nascidos, com ardor desejai o leite espiritual que vos fará crescer para a Salvação, se é que tendes saboreado quão suave é o Senhor (Sl 33,9)." 1 Pd 2,2-3
Porque tal qual Jesus previu (cf. Lc 18,8), a Segunda Carta de São Paulo a São Timóteo avisa da grande apostasia, durante a qual surgiriam falsos mestres: "Nota bem o seguinte: nos últimos dias haverá um difícil período. Os homens tornar-se-ão egoístas, avarentos, fanfarrões, soberbos, rebeldes aos pais, ingratos, malvados, desalmados, desleais, caluniadores, devassos, cruéis, inimigos dos bons, traidores, insolentes, cegos de orgulho, amigos dos prazeres e não de Deus, ostentarão a aparência de piedade, mas desdenharão de sua autoridade. Dessa gente, afasta-te! Deles fazem parte aqueles que jeitosamente se insinuam pelas casas e enfeitiçam mulherzinhas carregadas de pecados, atormentadas por toda espécie de paixões, sempre a aprender sem nunca chegar ao conhecimento da Verdade." 2 Tm 3,1-7
Falou de futilidades e de religiões de conveniência: "Porque virá tempo em que os homens já não suportarão a Sã Doutrina da Salvação. Levados pelas próprias paixões e pelo prurido de escutar novidades, ajustarão mestres para si. Apartarão os ouvidos da Verdade e atirar-se-ão às fábulas." 2 Tm 4,3-4
E dada a repercussão da Ressurreição do Senhor, bem como a atividade dos Apóstolos e dos cristãos, ele fulminou: "Se nosso Evangelho ainda estiver encoberto, está encoberto para aqueles que se perdem, para os incrédulos, cujas inteligências o deus deste mundo obcecou a tal ponto que não percebem a Luz do Evangelho, onde resplandece a Glória de Cristo, que é a imagem de Deus. De fato, não pregamos a nós mesmos, mas a Jesus Cristo, o Senhor. Quanto a nós, consideramo-nos vossos servos por amor a Jesus. Porque Deus que disse: 'Das trevas brilhe a Luz', também é Aquele que fez brilhar Sua Luz em nossos corações, para que irradiássemos o conhecimento do esplendor de Deus, que se reflete na face de Cristo. Porém, temos este tesouro em vasos de barro, para que claramente transpareça que este extraordinário poder provém de Deus e não de nós." 2 Cor 4,3-7
Pedia, portanto, sincera condescendência, pois bem sabia que a fé é um dom de Deus: "Em virtude da Graça que me foi dada, recomendo a todos e a cada um: não façam de si próprios uma opinião maior que convém, mas um razoavelmente modesto conceito, de acordo com o grau de fé que Deus lhes distribuiu." Rm 12,3
Pois ele e seus companheiros sempre perceberam Quem estava à frente do anúncio do Evangelho: "Dali embarcaram para Antioquia, de onde tinham saído, entregues à Graça de Deus, para o trabalho que haviam realizado. Chegando ali, reuniram a comunidade. Contaram-lhe tudo que Deus fizera por meio deles, e como havia aberto a porta da fé aos pagãos." At 14,26-27
E dada a repercussão da Ressurreição do Senhor, bem como a atividade dos Apóstolos e dos cristãos, ele fulminou: "Se nosso Evangelho ainda estiver encoberto, está encoberto para aqueles que se perdem, para os incrédulos, cujas inteligências o deus deste mundo obcecou a tal ponto que não percebem a Luz do Evangelho, onde resplandece a Glória de Cristo, que é a imagem de Deus. De fato, não pregamos a nós mesmos, mas a Jesus Cristo, o Senhor. Quanto a nós, consideramo-nos vossos servos por amor a Jesus. Porque Deus que disse: 'Das trevas brilhe a Luz', também é Aquele que fez brilhar Sua Luz em nossos corações, para que irradiássemos o conhecimento do esplendor de Deus, que se reflete na face de Cristo. Porém, temos este tesouro em vasos de barro, para que claramente transpareça que este extraordinário poder provém de Deus e não de nós." 2 Cor 4,3-7
Pedia, portanto, sincera condescendência, pois bem sabia que a fé é um dom de Deus: "Em virtude da Graça que me foi dada, recomendo a todos e a cada um: não façam de si próprios uma opinião maior que convém, mas um razoavelmente modesto conceito, de acordo com o grau de fé que Deus lhes distribuiu." Rm 12,3
Pois ele e seus companheiros sempre perceberam Quem estava à frente do anúncio do Evangelho: "Dali embarcaram para Antioquia, de onde tinham saído, entregues à Graça de Deus, para o trabalho que haviam realizado. Chegando ali, reuniram a comunidade. Contaram-lhe tudo que Deus fizera por meio deles, e como havia aberto a porta da fé aos pagãos." At 14,26-27
Também viu o que aconteceu em Filipo, com a primeira pessoa daí a acolher o Evangelho, Lídia de Tiatira, como o Amado Médico anotou: "O Senhor abriu-lhe o coração para atender às coisas que Paulo dizia." At 16,14b
E isso era uma constante, segundo o próprio São Paulo: "Quando cheguei a Trôade para pregar o Evangelho de Cristo, apesar da porta que o Senhor me abriu... Mas graças sejam dadas a Deus, que sempre nos concede triunfar em Cristo, e que por nosso meio difunde o perfume de Seu conhecimento em todo lugar." 2 Cor 2,12.14
Atestando essa obra de Deus através da Igreja Católica, que é o Corpo Místico de Cristo, ele dizia daqueles que não perseveram na Comunhão: "Desencaminham-se estas pessoas em suas próprias visões e, cheias do vão orgulho de seu materialista espírito, não se mantêm unidas à Cabeça, da qual todo o Corpo, pela união das junturas e articulações, se alimenta e cresce conforme um crescimento disposto por Deus." Cl 2,18b-19
Ora, o próprio Jesus usou deste recurso quando apareceu aos Apóstolos logo após ressuscitar: "Abriu-lhes então o espírito para que compreendessem as Escrituras..." Lc 24,45
Isso já havia sido percebido desde o Primeiro Livro de Reis, quando da oração do Profeta Elias no Monte Carmelo: "Ouvi-me, Senhor, ouvi-me: que este povo reconheça que Vós, Senhor, sois Deus, e que sois Vós que converteis seus corações!" 1 Rs 18,37
Isaías, cantando pelo Servo Sofredor, o próprio Cristo, reconhecia: "O Senhor abriu-Me os ouvidos. Não Lhe resisti nem voltei atrás." Is 50,5
E o Segundo Livro de Macabeus rogou pelos judeus que estavam em Egito: "Que Deus vos acumule de bens, e que Ele Se lembre de Sua Aliança com Abraão, Isaac e Jacó, Seus fiéis servidores. Que Ele disponha vossa alma à piedade e à observância de Seus Mandamentos com um generoso coração e uma fervente submissão! Que Ele abra vosso coração a Sua Lei e a Seus preceitos, e que vos estabeleça na Paz!" 2 Mc 1,2-4
Por isso, São Paulo dava exemplo no exercício de seu Ministério: "Fiz-me fraco com os fracos, a fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, a fim de salvar a todos." 1 Cor 9,22
Porque, conforme a Carta de São Paulo aos Filipenses, a meta é sempre continuar no crescimento espiritual: "Contudo, seja qual for o grau a que chegamos, o que importa é decididamente prosseguir." Fl 3,16
Porque, conforme a Carta de São Paulo aos Filipenses, a meta é sempre continuar no crescimento espiritual: "Contudo, seja qual for o grau a que chegamos, o que importa é decididamente prosseguir." Fl 3,16
São Pedro exorta no mesmo sentido:"Mas progredi na Graça e no conhecimento de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo." 2 Pd 3,18a
E o Apóstolo dos Gentios exalta a importância de ouvir a pregação: "Logo, a fé provém da pregação, e a pregação exerce-se em razão da Palavra de Cristo." Rm 10,17
Jesus, aliás, vai recomendar aos próprios membros da diocese de Laodiceia, uma das sete da 'Ásia' de então: "Pois dizes: 'Sou rico, faço bons negócios, de nada necessito', e não sabes que és infeliz, miserável, pobre, cego e nu. Aconselho-te que de Mim compres ouro provado ao fogo, para ficares rico; alvas roupas para vestir-te, a fim de que a vergonha de tua nudez não apareça; e um colírio para ungir os olhos, de modo que possas ver claro." Ap 3,17-18
A Primeira Carta de São João, pois, distinguia: "Nisto reconhece-se o Espírito de Deus: todo espírito que proclama que o Cristo encarnou em Jesus é de Deus; todo espírito que não proclama Jesus, esse não é de Deus, mas é o espírito do Anticristo, de cuja vinda tendes ouvido e agora já está no mundo." 1 Jo 4,2-3
A Primeira Carta de São João, pois, distinguia: "Nisto reconhece-se o Espírito de Deus: todo espírito que proclama que o Cristo encarnou em Jesus é de Deus; todo espírito que não proclama Jesus, esse não é de Deus, mas é o espírito do Anticristo, de cuja vinda tendes ouvido e agora já está no mundo." 1 Jo 4,2-3
E falando sobre o Pai, ele diz que o próprio Jesus é Seu principal testemunho: "Aquele que não crê em Deus, d'Ele faz mentiroso, porque não crê no testemunho que Ele deu em favor de Seu Filho." 1 Jo 5,10b
DEUS JESUS
São Filipe, um dos Doze Apóstolos, diante de tantos milagres ainda insistia em ver o Pai, como Jesus chamava Deus, quando foi compelido a mais profundamente refletir sobre Quem era Aquele que estava a sua frente. Disse-lhe o Senhor: "Há tanto tempo que estou convosco e não Me conheceste, Filipe! Aquele que Me viu, também viu o Pai. Como dizes, pois: 'Mostra-nos o Pai...'?" Jo 14,9
E ao afirmar que Ele mesmo ressuscitaria quem comungasse do Santíssimo Sacramento, deixou implícito que Ele é Deus: "Quem come Minha Carne e bebe Meu Sangue tem a Vida Eterna. E Eu ressuscitá-lo-ei no Último Dia." Jo 6,54
A Carta de São Paulo aos Colossenses, de sua singular inspiração, confirma Sua divindade: "Ele é a imagem de Deus invisível, o Primogênito de toda Criação. N'Ele foram criadas todas coisas nos Céus e na Terra, as criaturas visíveis e as invisíveis. Ele existe antes de todas coisas, e todas coisas subsistem n'Ele. Ele é a Cabeça do Corpo, da Igreja. Porque aprouve a Deus fazer n'Ele habitar toda plenitude..." Cl 1,15-17.18a.19
DEUS JESUS
São Filipe, um dos Doze Apóstolos, diante de tantos milagres ainda insistia em ver o Pai, como Jesus chamava Deus, quando foi compelido a mais profundamente refletir sobre Quem era Aquele que estava a sua frente. Disse-lhe o Senhor: "Há tanto tempo que estou convosco e não Me conheceste, Filipe! Aquele que Me viu, também viu o Pai. Como dizes, pois: 'Mostra-nos o Pai...'?" Jo 14,9
E ao afirmar que Ele mesmo ressuscitaria quem comungasse do Santíssimo Sacramento, deixou implícito que Ele é Deus: "Quem come Minha Carne e bebe Meu Sangue tem a Vida Eterna. E Eu ressuscitá-lo-ei no Último Dia." Jo 6,54
A Carta de São Paulo aos Colossenses, de sua singular inspiração, confirma Sua divindade: "Ele é a imagem de Deus invisível, o Primogênito de toda Criação. N'Ele foram criadas todas coisas nos Céus e na Terra, as criaturas visíveis e as invisíveis. Ele existe antes de todas coisas, e todas coisas subsistem n'Ele. Ele é a Cabeça do Corpo, da Igreja. Porque aprouve a Deus fazer n'Ele habitar toda plenitude..." Cl 1,15-17.18a.19
Mas as dúvidas dos Apóstolos não se sanaram com a resposta dada a Filipe. Antes da primeira aparição de Jesus depois da crucificação, lá estavam os Apóstolos afundados em tristeza, apesar do testemunho de São Pedro (cf. Lc 24,34), Santa Maria Madalena, Santa Maria de Cleófas e dos discípulos que O viram em Emaús. E mais uma vez Jesus vai reclamar-lhes da falta de fé, além da recusa dos testemunhos (cf. 1 Jo 5,9): "Por fim, apareceu aos Onze, quando estavam sentados à mesa, e censurou-lhes a incredulidade e dureza de coração, por não acreditarem naqueles que O tinham visto ressuscitado." Mc 16,14
Muitos deles ainda desprezavam a inspiração como meio de perceber a divina realidade, mas havia sido exatamente esse o motivo da primazia de São Pedro sobre os demais Apóstolos. Ao declarar que Jesus era o Cristo, ele ouviu essa resposta: "Feliz és, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que te revelou isto, mas Meu Pai que está nos Céus." Mt 16,17
De fato, Ele vai categoricamente afirmar: "Ninguém pode vir a Mim se o Pai, que Me enviou, não o atrair..." Jo 6,44a
E falando à samaritana próximo ao poço de Jacó, disse que isso é um dom: "Se conhecesses o dom de Deus e Quem é que te diz: 'Dá-Me de beber', certamente pedirias tu mesma e Ele dá-te-ia Água Viva." Jo 4,10
Propunha, aos hesitantes, um prático exame de Seus ensinamentos, alegando sua divina origem: "Se alguém quiser cumprir a Vontade de Deus, distinguirá se Minha Doutrina é de Deus ou se falo de Mim mesmo." Jo 7,17
Àqueles que teimam e cultuam espúrias doutrinas, os prognósticos não eram nada interessante: "Então aproximaram-se d'Ele Seus discípulos e disseram-Lhe: 'Sabes que os fariseus se escandalizaram com as palavras que ouviram?' Jesus respondeu: 'Toda planta que Meu Pai Celeste não plantou será arrancada pela raiz. Deixai-os. São cegos e guias de cegos. Ora, se um cego conduz a outro, tombarão ambos na mesma vala.'" Mt 15,12-14
E por força de Sua divindade, em Si mesmo detém o próprio acesso a Deus: "... ninguém vem ao Pai senão por Mim." Jo 14,6b
Aliás, falava de Sua Comunhão com o Pai como absolutamente hermética: "Todas coisas foram-Me dadas por Meu Pai. Ninguém conhece o Filho, senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho quiser revelá-Lo." Mt 11,27
Rezando ao Pai, voltou a mencionar o estritamente pessoal caráter da Revelação: "Manifestei Teu Nome aos homens que do mundo Me deste. Agora eles reconheceram que todas coisas que Me deste procedem de Ti." Jo 17,6a.7
Já havia dito da pessoalidade dessa relação: "Se alguém Me ama, guardará Minha Palavra e Meu Pai amá-lo-á, e Nós viremos a ele e nele faremos Nossa morada." Jo 14,23b
Muitos deles ainda desprezavam a inspiração como meio de perceber a divina realidade, mas havia sido exatamente esse o motivo da primazia de São Pedro sobre os demais Apóstolos. Ao declarar que Jesus era o Cristo, ele ouviu essa resposta: "Feliz és, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que te revelou isto, mas Meu Pai que está nos Céus." Mt 16,17
De fato, Ele vai categoricamente afirmar: "Ninguém pode vir a Mim se o Pai, que Me enviou, não o atrair..." Jo 6,44a
E falando à samaritana próximo ao poço de Jacó, disse que isso é um dom: "Se conhecesses o dom de Deus e Quem é que te diz: 'Dá-Me de beber', certamente pedirias tu mesma e Ele dá-te-ia Água Viva." Jo 4,10
Propunha, aos hesitantes, um prático exame de Seus ensinamentos, alegando sua divina origem: "Se alguém quiser cumprir a Vontade de Deus, distinguirá se Minha Doutrina é de Deus ou se falo de Mim mesmo." Jo 7,17
Àqueles que teimam e cultuam espúrias doutrinas, os prognósticos não eram nada interessante: "Então aproximaram-se d'Ele Seus discípulos e disseram-Lhe: 'Sabes que os fariseus se escandalizaram com as palavras que ouviram?' Jesus respondeu: 'Toda planta que Meu Pai Celeste não plantou será arrancada pela raiz. Deixai-os. São cegos e guias de cegos. Ora, se um cego conduz a outro, tombarão ambos na mesma vala.'" Mt 15,12-14
E por força de Sua divindade, em Si mesmo detém o próprio acesso a Deus: "... ninguém vem ao Pai senão por Mim." Jo 14,6b
Aliás, falava de Sua Comunhão com o Pai como absolutamente hermética: "Todas coisas foram-Me dadas por Meu Pai. Ninguém conhece o Filho, senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho quiser revelá-Lo." Mt 11,27
Rezando ao Pai, voltou a mencionar o estritamente pessoal caráter da Revelação: "Manifestei Teu Nome aos homens que do mundo Me deste. Agora eles reconheceram que todas coisas que Me deste procedem de Ti." Jo 17,6a.7
Já havia dito da pessoalidade dessa relação: "Se alguém Me ama, guardará Minha Palavra e Meu Pai amá-lo-á, e Nós viremos a ele e nele faremos Nossa morada." Jo 14,23b
São João Apóstolo testemunha esse feito: "Sabemos que o Filho de Deus veio e nos deu entendimento para conhecermos o Verdadeiro. E estamos no Verdadeiro, nós que estamos em Seu Filho Jesus Cristo. Este é o Verdadeiro Deus e a Vida Eterna." 1 Jo 5,20
E ao anunciar Seu poder para ressuscitar os mortos, sobre Sua unidade com o Pai, Jesus sentenciou: "Desse modo, todos honrarão o Filho, bem como honram o Pai. Aquele que não honra o Filho, não honra o Pai, que O enviou." Jo 5,23
E ao anunciar Seu poder para ressuscitar os mortos, sobre Sua unidade com o Pai, Jesus sentenciou: "Desse modo, todos honrarão o Filho, bem como honram o Pai. Aquele que não honra o Filho, não honra o Pai, que O enviou." Jo 5,23
O destino dos Apóstolos, portanto, assim como de todo cristão, não podia ser muito diferente do de Cristo, e pelo mesmo motivo. Ele advertiu-lhes: "Lembrai-vos da Palavra que vos disse: 'O servo não é maior que Seu Senhor.' Se Me perseguiram, também hão de perseguir-vos. Mas tudo isso fá-vos-ão por causa de Meu Nome, porque não conhecem Aquele que Me enviou. Aquele que Me odeia, também odeia a Meu Pai." Jo 15,20-21.23
E deu essa breve explicação: "Procederão deste modo porque não conheceram o Pai, nem a Mim." Jo 16,3
Enfim, São Tomé, ao persistir em duvidar da Ressurreição mesmo diante de tantos relatos, também teve que ser corrigido por Jesus, em Sua segunda aparição ao Colégio dos Apóstolos: "Creste, porque Me viste. Felizes aqueles que creem sem ter visto!" Jo 20,29
E São Paulo vai atestar a imprescindível participação do Divino Paráclito neste feito: "... ninguém pode dizer: Jesus é o Senhor, senão sob a ação do Espírito Santo." 1 Cor 12,3b
Jesus até admitia que Sua Encarnação fosse incompreendida, pois o conceito da Santíssima Trindade seria posterior capítulo, mas não a moção do Espírito de Deus, que se blasfemada não terá automático perdão pela Divina Misericórdia. Ou seja, carece de arrependimento: "Por isso, Eu digo-vos: todo pecado e toda blasfêmia serão perdoados aos homens, mas a blasfêmia contra o Espírito não lhes será perdoada. Todo aquele que tiver falado contra o Filho do Homem, será perdoado. Se, porém, falar contra o Espírito Santo, não alcançará perdão nem neste nem no vindouro século." Mt 12,32
E deu essa breve explicação: "Procederão deste modo porque não conheceram o Pai, nem a Mim." Jo 16,3
Enfim, São Tomé, ao persistir em duvidar da Ressurreição mesmo diante de tantos relatos, também teve que ser corrigido por Jesus, em Sua segunda aparição ao Colégio dos Apóstolos: "Creste, porque Me viste. Felizes aqueles que creem sem ter visto!" Jo 20,29
E São Paulo vai atestar a imprescindível participação do Divino Paráclito neste feito: "... ninguém pode dizer: Jesus é o Senhor, senão sob a ação do Espírito Santo." 1 Cor 12,3b
Jesus até admitia que Sua Encarnação fosse incompreendida, pois o conceito da Santíssima Trindade seria posterior capítulo, mas não a moção do Espírito de Deus, que se blasfemada não terá automático perdão pela Divina Misericórdia. Ou seja, carece de arrependimento: "Por isso, Eu digo-vos: todo pecado e toda blasfêmia serão perdoados aos homens, mas a blasfêmia contra o Espírito não lhes será perdoada. Todo aquele que tiver falado contra o Filho do Homem, será perdoado. Se, porém, falar contra o Espírito Santo, não alcançará perdão nem neste nem no vindouro século." Mt 12,32
Nesse sentido, as súplicas de São Paulo eram para que Deus nos concedesse aprofundamento no conhecimento de Si mesmo, pela Graça de Seu Santo Espírito, pois assim Suas manifestações em nosso favor seriam cada vez mais evidentes: "... não cesso de dar graças por vós, sempre lembrando-me de vós, em minhas orações, suplicando ao Deus de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Glorioso Pai, que vos dê o Espírito da Sabedoria e da Revelação para que O conheçais de Verdade. Que Ele ilumine os olhos de vosso coração para que conheçais a esperança à qual Ele vos chama, a riqueza da Glória que Ele nos dá em herança entre os santos, e a extraordinária grandeza do poder que Ele exerce, segundo o vigor de Sua poderosa força, em favor de nós, que cremos." Ef 1,16-19
Pregava mesmo uma radical mudança de vida: "Porque o desejo da carne é hostil a Deus, pois a carne não se submete à Lei de Deus, e nem o pode. Aqueles que vivem segundo a carne não podem agradar a Deus. Vós, porém, não viveis segundo a carne, mas segundo o espírito, se o Espírito de Deus realmente habita em vós. Se alguém não possui o Espírito de Cristo, este não é d'Ele." Rm 8,7-9
Sabia a longa distância que ia do incauto ao ungido: "Mas o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, pois para ele são loucuras. Nem pode compreendê-las, porque é pelo Espírito que devem ponderá-las." 1 Cor 2,14
E chega a questionar a fé dos cristãos da cidade de Éfeso: "Portanto, eis o que digo e conjuro no Senhor: não persistais em viver como os pagãos, que andam à mercê de suas frívolas ideias. Têm o entendimento obscurecido. Sua ignorância e o endurecimento de seu coração mantêm-nos afastados da Vida de Deus. Vós, porém, não foi para isto que vos tornastes discípulos de Cristo, se é que O ouvistes e d'Ele aprendestes, como convém à Verdade em Jesus." Ef 4,17-18.20-21
E chega a questionar a fé dos cristãos da cidade de Éfeso: "Portanto, eis o que digo e conjuro no Senhor: não persistais em viver como os pagãos, que andam à mercê de suas frívolas ideias. Têm o entendimento obscurecido. Sua ignorância e o endurecimento de seu coração mantêm-nos afastados da Vida de Deus. Vós, porém, não foi para isto que vos tornastes discípulos de Cristo, se é que O ouvistes e d'Ele aprendestes, como convém à Verdade em Jesus." Ef 4,17-18.20-21
Ele reza para que conheçamos a vontade de Deus e que permanentemente façamos apenas o que Lhe agrada, assim demonstrando a nossos irmãos Sua presença em nós: "... não cessamos de rezar por vós e de suplicar para que chegueis a conhecer plenamente a vontade de Deus, com toda Sabedoria e espiritual discernimento. Assim, levareis uma vida digna do Senhor, agradando-Lhe em tudo, frutificando em toda boa obra e crescendo no conhecimento de Deus. Também suplicamos a Deus que vos fortifique com todo vigor por Seu glorioso poder, para que vos firmeis na constância e na paciência." Cl 1,9-11
Pois a vontade de Deus, bem conhecida ou não, será o critério do Juízo, definindo como destino o Céu, o inferno ou as intermediárias punições do Purgatório. Jesus explicou: "Aquele servo que conheceu a vontade de Seu Senhor, mas não se preparou e não agiu conforme Sua vontade, será açoitado muitas vezes. Todavia, aquele que não a conheceu e tiver feito coisas dignas de chicotadas, será açoitado poucas vezes. Àquele a quem muito se deu, muito será pedido, e a quem muito se houver confiado, mais será reclamado." Lc 12,47-48
Por fim, temos uma preciosa garantia de Nosso Salvador, quando disse que Se manifestaria àqueles que O amam, reafirmando as revelações pessoa a pessoa: "Aquele que tem Meus Mandamentos e os guarda, esse é que Me ama. E aquele que Me ama será amado por Meu Pai, e Eu amá-lo-ei e manifestar-Me-ei a ele." Jo 14,21
Cabe a nós, portanto, movidos por Seu Espírito, amá-Lo guardando Seus Mandamentos, para cada vez mais perceber Suas manifestações e testemunhá-las com a mais serena e absoluta convicção. São Pedro recomendava: "Estai sempre prontos a responder para vossa defesa a todo aquele que vos pedir a razão de vossa esperança, mas fazei-o com suavidade e respeito." 1 Pd 3,15
"Tornai viva nossa fé, nossa esperança!"
Pois a vontade de Deus, bem conhecida ou não, será o critério do Juízo, definindo como destino o Céu, o inferno ou as intermediárias punições do Purgatório. Jesus explicou: "Aquele servo que conheceu a vontade de Seu Senhor, mas não se preparou e não agiu conforme Sua vontade, será açoitado muitas vezes. Todavia, aquele que não a conheceu e tiver feito coisas dignas de chicotadas, será açoitado poucas vezes. Àquele a quem muito se deu, muito será pedido, e a quem muito se houver confiado, mais será reclamado." Lc 12,47-48
Por fim, temos uma preciosa garantia de Nosso Salvador, quando disse que Se manifestaria àqueles que O amam, reafirmando as revelações pessoa a pessoa: "Aquele que tem Meus Mandamentos e os guarda, esse é que Me ama. E aquele que Me ama será amado por Meu Pai, e Eu amá-lo-ei e manifestar-Me-ei a ele." Jo 14,21
Cabe a nós, portanto, movidos por Seu Espírito, amá-Lo guardando Seus Mandamentos, para cada vez mais perceber Suas manifestações e testemunhá-las com a mais serena e absoluta convicção. São Pedro recomendava: "Estai sempre prontos a responder para vossa defesa a todo aquele que vos pedir a razão de vossa esperança, mas fazei-o com suavidade e respeito." 1 Pd 3,15
"Tornai viva nossa fé, nossa esperança!"
quarta-feira, 17 de setembro de 2025
Santa Hildegarda
Doutra da Igreja, foi uma polímata, pessoa de profundo conhecimento em diversas áreas. Hildegard von Bingen nasceu na cidade de Bermersheim vor der Höhe, do atual estado de Renânia-Palatinado, centro oeste de Alemanha, em desconhecida data do verão de 1098. Seus pais eram Hildebrecht von Hosenbach e Mechtild von Merxheim, da pequena nobreza, e assim teve privilegiada infância, a não ser por uma doença que a deixava acamada.
Nessa condição de fraqueza e dor, começou a ter esplendorosas visões de incomuns imagens, luzes e sons ainda aos 3 anos, e mais intensamente dos 8 aos 15, que relatava com impressionante compreensão e deixava todos muito admirados. Ela descrevia-as como 'lux vivens', luz vivificante. Aos oito anos, por seus pais foi apresentada como oblata, costume à época, e recebeu sólida instrução religiosa de Jutta von Sponheim, anacoreta que vivia em clausura numa cela de pedra do pequeno e feminino eremitério, 'inclusorium', junto ao Mosteiro Beneditino de Disibodenberg, hoje em ruínas. Nossa Santa sempre foi muito carismática e, por força de suas constantes visões, tocada pela mística, pela transcendental percepção da realidade.
Aí rezou, estudou e trabalhou por trinta anos. Muitas outras moças juntaram-se a elas, e quando Jutta morreu em 1136, por unanimidade Hildegarda foi escolhida superiora. Há muito poucas informações sobre esse período, exceto que sua enfermidade e as visões continuaram. Sobre visões, só falava com Jutta, que como superiora teve que reportar-se a um monge, Volmar, cujo encargo era supervisioná-las e ministrar-lhes os Sacramentos.
À frente do eremitério, Santa Hildegarda houve por bem moderar a prática do ascetismo, essencial princípio do monasticismo. Entre outras coisas, flexibilizou as regras alimentares e encurtou os longos períodos de oração e culto. Observava maior progresso ao estimular a espontânea espiritualidade, mas atentamente acompanhando a piedade de cada irmã.
Em 1141, uma voz, que mais tarde ela identificou como do Espírito Santo, deu-lhe ordem para escrever suas visões e audições, como registrou em sua obra Liber Sci Vias, ou Sci Vias Domini, 'Conheça os Caminhos do Senhor': "Mas eu, embora ouvisse essas coisas, recusei-me por muito tempo a escrevê-las, por dúvida e descrença, e por causa da variedade de palavras humanas. Não por teimosia, mas porque segui a humildade, e isso continuou até que o flagelo de Deus me atingiu e eu caí num leito de enfermo. Então, finalmente, movida por várias doenças (...), dediquei-me à escrita. Ao fazê-lo, senti (...) o profundo significado da Sagrada Escritura, e assim me ergui da doença pela força que recebi e levei esta obra a sua conclusão, exatamente assim, em dez anos. (...) E falei e escrevi essas coisas não por invenção de meu coração ou de qualquer outra pessoa, mas através dos secretos mistérios de Deus, conforme os ouvi e recebi dos celestiais lugares. E novamente ouvi uma voz do Céu, e ela disse-me: 'Levanta tua voz e assim escreve!'"
Eram visões e ideias teológicas e antropológicas, que se tornaram muito mais consistentes. Não eram mais luzes, imagens, sons e esparsas palavras, mas inspiração, infusão de entendimento dos assuntos da Sã Doutrina. Ainda hesitou sobre sua origem divina, e escreveu a São Bernardo de Claraval, que a tranquilizou mas igualmente recomendou cautela.
Também foi estimulada e auxiliada por Volmar para que escrevesse, pois o abade do mosteiro deu-lhes autorização. Liber Sci Vias trata sobre Deus e toda Criação, a Igreja, o Demônio e toda história da Salvação. O primeiro a ler partes desta obra foi o Abade de Disibodenberg, depois o Arcebispo de Mainz seguido de São Bernardo, e enfim o próprio Papa Beato Eugênio III, que solenemente leu trechos durante Sínodo de Reims, cidade de Alemanha. Um ano antes, em 1147, dele já havia recebido permissão para publicar suas inúmeras visões.
Entre 1147 e 1150, Santa Hildegarda fundou o Mosteiro de Rupertsberg, na cidade de Bingen am Rhein, nas ruínas de um mosteiro erguido sobre a tumba de São Ruperto de Bingen, destruído no século IX. Aí também foi eleita mestra. E como o número de freiras cresceu, em 1165 adquiriu o Mosteiro Agostiniano de Eibingen, que estava vazio, e fundou um mosteiro-filha. Ela sempre se fazia presente em ambos mosteiros, e o povo local também ia ouvi-la e obter tratamento de enfermidades.
Seu destaque, sem autoridade acadêmica, causaram-lhe problemas. Alguns acusavam-na de estar louca. Por volta de sessenta anos, realizou quatro longas viagens pela área rural, pregando tanto para o clero como para os leigos, com aprovação do próprio Papa, apesar do que diz a Primeira Carta de São Paulo a São Timóteo, pois proíbe as mulheres de ensinar, ainda que se referindo aos cultos (cf. 1 Tm 2,12)! Assim, ela foi a primeira freira a pregar publicamente ao povo em importantes cidades como Mainz, Wurzburgo, Bamberg, Trier, Metz, Bonn e Colônia. E apesar da idade, continuou pregando em vários mosteiros.
Papas, cardeais, arcebispos, bispos, abades, abadessas, sacerdotes, religiosas, imperadores, reis príncipes e membros da nobreza queriam ouvir seus conselhos, pedir explicações das Escrituras, teológicos esclarecimentos dos divinos mistérios e questões sobre o futuro. Solicitações que muitas vezes atendeu por meio de. correspondência. Mais de 300 cartas foram preservadas. Oportunamente também dava claras advertências. Sempre fiel à ortodoxia do Catolicismo, suas francas palavras e até admoestações a papas e reis não tinham paralelo na história, e eram notáveis. Abertamente pregou contra heresias e a corrupção do clero, por usurpar a Igreja Católica, vender ofícios, viver em luxo e até prazeres sexuais, que ela pelo dom da ciência sabia. Seus ensinamentos morais fascinavam não apenas as freiras, mas também monges e leigos, mesmo entre os nobres. Ainda em vida, muitos tratavam-na como Santa, mas ela, consciente da infinita grandeza das obras de Deus, humildemente descrevia-se como 'ignorante'.
Suas obras, várias e extensas, em síntese tratam de religião, cosmologia, medicina, ética e música. Apresentam uma mística concepção do Universo, revelando os mistérios do homem e da natureza. Três obras teológicas deram-lhe grande autoridade. A primeira, como dissemos, e a principal, Liber Sci Vias Domini, é doutrina de fé cuja cosmovisão e visão do ser humano se mostram inseparáveis da concepção de Deus. Filosófica e teologicamente corresponde à Doutrina da Santa Igreja e é apresentada em 26 visões. Após terminada, o Papa Eugênio III aprovou-a, o que fez dela a primeira mulher a receber a confirmação papal como autoridade em assuntos teológicos.
A segunda, Liber Vitae Meritorum, 'Livro dos Méritos da Vida', trata de ética sob místico aspecto, contrastando 35 vícios e virtudes para que conscientemente participemos das celestes Paz e Glória. Baseada em sua própria experiência como diretora espiritual, discorre sobre psicologia moral e penitência em abrangente visão Cristológica. A terceira, Liber Divinorum Operum, 'Livro das Divinas Obras', retrata sua visão do mundo e da humanidade. Descreve a Criação sob o medieval conceito de microcosmo e macrocosmo, em que o Livre Arbítrio dispõe de natureza e Graça, mundo e Igreja, corpo e alma. Nossa Santa une visão e doutrina, religião e ciência, carismática exultação e profética indignação.
Também escreveu duas obras sobre história natural e medicina, entre 1150 e 1160, e é considerada a primeira médica de Alemanha a escrever, embora fosse leiga em medicina. Liber Simplicis Medicinae, ou Physica, e Liber Compositae Medicinae, ou Causae et Curae, são um grande tratado sobre muitas doenças e o modo de curá-las com o uso de plantas, ervas, partes de animais e preciosas pedras. São observações da natureza com científica objetividade até então desconhecida, especialmente sobre as plantas medicinais. Na obra Physica, sobre botânica descreveu as funções de mais de 200 plantas. Em toda sua obra, foram estudadas 485 plantas.
Escreveu outro tratado médico, Liber Subtilitatum Diversarum Naturarum Creaturarum, 'O Livro dos Segredos das Várias Naturezas das Criaturas', onde figura a inovadora e brilhante ideia de acrescentar o lúpulo ao processo de produção de cerveja, desde então adotado em todo mundo, descrevendo-o como ingrediente de qualidades conservantes e capacidade calmante, ótimo para o sono e o relaxamento do sistema nervoso. Teve as primeiras ideias hoje chamadas de 'detox', cuidando da saúde com o reforço da imunidade e a desintoxicação regular. Ensinava que todo excesso alimentar intoxica o organismo e produz tristeza.
Escrevia peças de teatro para entretenimento das monjas e para encenar suas visões. Compôs muitas canções, que foram entoadas em muitos lugares de Europa. Cantica Exstasis, 'Cânticos de Êxtase' tem um espectro de músicas vocais que inclui antífonas, responsórios, hinos, sequências um Kyrie, um Aleluia e duas sinfonias. Symphonia Armonie Celestium Revelationum, 'Sinfonia da Harmonia das Celestiais Revelações', contém 77 cantos litúrgicos. Ordo virtutum, 'Jogo de Forças', é uma alegórica luta entre as virtudes e os vícios por meio de cantos. Sua música tem uma especial lugar no Canto Gregoriano. Para ela, a alma humana é 'sinfônica'. A música faz parte da profunda natureza do espírito, pela qual um ser humano pode recordar a harmonia celestial e os "divinos doçura e louvor pelos quais Adão estava com os anjos."
Ademais, Santa Hildegarda de Bingen inventou a Lingua Ignota, com um alfabeto de 23 letras e 1011 palavras, que era secreta, mística, para falar com as religiosas no mosteiro e exprimir divinas visões, pois as palavras em latim lhe eram insuficientes para descrever suas celestiais experiências.
São palavras suas, que não devem ser lidas com as hodiernas objetividade e precipitação:
"... meus pais consagraram-me a Deus com suspiros, e em meu terceiro ano vi uma tão grande Luz que minha alma estremeceu..."
"Essas visões que vi não foram durante o sono nem em sonhos, nem em minha imaginação, nem através dos olhos corporais ou ouvidos externos, nem em um lugar escondido. Mas em consciente observação, com os puros olhos da mente e o interno ouvido do coração.""O que não vejo, não sei. Simultaneamente vejo, ouço e sei, e aprendo o que sei como se fosse num instante."
"E vi um Homem cheio de Luz emergir da mencionada aurora e derramar Seu brilho sobre a mencionada escuridão. Ela repeliu-o. Ele ficou vermelho-sangue e pálido, mas revidou contra a escuridão com tanta força que o homem que estava deitado na escuridão tornou-se visível e resplandecente."
"O mesmo Senhor que perdeu Sua ovelha, mas tão gloriosamente restaurou-a à Vida, também possuía uma cara pérola. O mesmo novamente aconteceu: a pérola foi perdida e caiu na feia terra. Mas Ele não a deixou caída na terra. Ele cuidadosamente retirou-a e limpou-a da lama em que havia caído, como ouro purificado na fornalha. Ele restaurou sua antiga beleza, até que brilhasse ainda mais que antes."
"Escutem: era uma vez um Rei sentado em Seu trono. A seu redor, erguiam-se grandes e maravilhosamente belas colunas, ornamentadas com marfim, ostentando com grande honra as bandeiras do Rei. Então, aprouve ao Rei levantar uma pequena pena do chão e ordenou que voasse. A pena voou, não por algo em si mesma, mas porque o ar a carregava. Assim sou eu, uma pena no Sopro de Deus."
"Eu recebo todas criaturas do mundo com Graça."
"Todas vivas criaturas são centelhas da radiação do brilho de Deus, emergindo de Deus como os raios do sol."
"Cada criatura é um brilhante e cintilante espelho da Divindade." "Despertaremos de nossa inércia e vigorosamente ergueremo-nos em direção à justiça. Se nos apaixonarmos cada vez mais pela Criação, responderemos a seu perigo com paixão."
"Humanidade, olha bem para ti mesma. Dentro de ti, tu tens o céu e a Terra, e toda Criação. Tu és um mundo, tudo está escondido em ti."
"Com a ajuda da natureza, a humanidade pode colocar na Criação tudo que é necessário e sustentável para a vida."
"A Terra é, ao mesmo tempo, mãe. Ela é mãe de tudo que é natural, mãe de tudo que é humano. Ela é mãe de tudo, pois nela estão contidas as sementes de tudo. A terra da humanidade contém toda umidade, toda vegetação, todo germinativo poder. Ela é, de muitas maneiras, fecunda. Toda Criação provém dela. No entanto, ela constitui não apenas a matéria-prima básica para a humanidade, mas também a substância da Encarnação do Filho de Deus."
"A Terra é, ao mesmo tempo, mãe. Ela é mãe de tudo que é natural, mãe de tudo que é humano. Ela é mãe de tudo, pois nela estão contidas as sementes de tudo. A terra da humanidade contém toda umidade, toda vegetação, todo germinativo poder. Ela é, de muitas maneiras, fecunda. Toda Criação provém dela. No entanto, ela constitui não apenas a matéria-prima básica para a humanidade, mas também a substância da Encarnação do Filho de Deus."
"A Terra que sustenta a humanidade não deve ser ferida. Não deve ser destruída! Assim como os elementos, os elementos do mundo são violados por maus-tratos. Deus purificá-los-á por meio dos sofrimentos, por meio das dificuldades da humanidade."
"A humanidade encontra-se em meio ao mundo. Entre todas outras criaturas, a humanidade é a mais significativa e, ainda assim, a mais dependente das demais."
"O amor abunda em todas coisas, transcende das profundezas até além das estrelas, amorosamente está disposto a todas coisas. Ele deu ao Rei nas alturas o beijo da Paz."
"Tudo que está nos céus, na Terra e sob a terra é penetrado pela conexão, penetrado pela relação."
"Deus organizou tudo no Universo considerando todo resto."
"Não podemos viver num mundo que não é o nosso, num mundo que é interpretado para nós por outros. Um mundo interpretado não é um lar. Parte do terror é retomar nossa própria escuta, usar nossa própria voz, ver nossa própria luz."
"A pessoa verdadeiramente Santa acolhe tudo que é terreno."
"Tu és a montanha e o vale."
"Ousa declarar quem tu és. Não estás longe das margens do silêncio até os limites da fala. O caminho não é longo, mas é profundo. Tu não deves apenas caminhar por lá, deves estar preparado para saltar."
"O mistério de Deus abraça-te em Seus abrangentes braços."
"É mais fácil contemplar o sol que a face do mistério de Deus. Tamanha é Sua beleza e Seu esplendor."
"A alma é um sopro de Vivo Espírito que, com excelente sensibilidade, permeia todo corpo para dar-lhe vida. Da mesma forma, o sopro do ar torna fértil a terra. Assim, o ar é a alma da terra, umedecendo-a e tornando-a verde."
"A alma é a vital e verdejante força da carne, pois o corpo cresce e prospera por meio dela, assim como a terra se torna frutífera quando umedecida. A alma umedece o corpo para que ele não seque, assim como a chuva que penetra na Terra."
"Assim como um espelho, que reflete todas coisas, está colocado em seu próprio recipiente, também a alma racional está colocada no frágil recipiente do corpo. Dessa forma, o corpo é governado em sua vida terrena pela alma, e a alma contempla as celestiais coisas por meio da fé."
"Nossas almas devem ser como um transparente cristal através do qual Deus pode ser percebido."
"O ser humano é um vaso que Deus construiu para Si, e encheu com Sua inspiração para que suas obras sejam aperfeiçoadas n'Ele."
"O homem que se dispõe a imitar a justiça de Seu Criador, quando se aparta da irracionalidade própria dos animais, começa a brilhar com o resplendor da divina naturalidade."
"Uma pessoa que não tem a verdura da justiça é seca, totalmente desprovida de terna bondade, totalmente desprovida de iluminadora virtude."
"Quando os pensamentos de alguém não são nem frívolos nem levianos, quando os pensamentos de alguém não são nem obstinados nem estúpidos, mas sim harmoniosos, eles habitualmente proporcionam calma física e profunda percepção."
"Todas artes (ciências acadêmicas) que atendem aos humanos desejos e necessidades são derivadas do Sopro que Deus enviou ao corpo humano."
"Rios de Água Viva serão derramados sobre o mundo inteiro, para garantir que as pessoas, como peixes capturados em uma rede, possam ser restauradas à totalidade."
"A Palavra é viva, é ser, é espírito, é toda verdejante vegetação, é toda criatividade. Esta Palavra manifesta-se em cada criatura."
"A Divindade é, em sua onisciência e onipotência, como uma roda, um círculo, um todo, que não pode ser compreendido, nem dividido, nem começado, nem terminado."
"Assim como um círculo abrange tudo que está dentro dele, a Divindade abrange tudo. Ninguém tem o poder de dividir este círculo, ultrapassá-lo ou limitá-lo."
"Pois a eternidade é chamada de ‘Pai’, o Verbo é chamado de “Filho”, e o Sopro que Os une é chamado de ‘Espírito Santo’."
"O Pai, que é justiça, não está sem o Filho nem sem o Espírito Santo. E o Espírito Santo, que acende o coração dos fiéis, não está sem o Pai e o Filho. E o Filho, que é a plenitude da fruição, não está sem o Pai nem sem o Espírito Santo. Eles são inseparáveis na Divina Majestade."
"O Pai, que é justiça, não está sem o Filho nem sem o Espírito Santo. E o Espírito Santo, que acende o coração dos fiéis, não está sem o Pai e o Filho. E o Filho, que é a plenitude da fruição, não está sem o Pai nem sem o Espírito Santo. Eles são inseparáveis na Divina Majestade."
"Ó Eterno Deus, agora Vos apraz arder em amor para que nos tornemos os membros moldados no amor que sentistes quando gerastes Vosso Filho na primeira aurora, antes de toda Criação. E considerai esta necessidade que nos sobrevém, tirai-a de nós por amor a Vosso Filho e conduzi-nos à alegria de Vossa Salvação."
"Vós sois um terror para a ilícita loucura do mundo..."
"Espírito Santo, Vida que dá Vida. Vós sois a causa de todo movimento. Vós sois o Sopro de todas criaturas. Vós sois o bálsamo que purifica nossas almas. Vós sois o unguento que cura nossas feridas. Vós sois o fogo que aquece nossos corações. Vós sois a Luz que guia nossos pés. Que o mundo inteiro Vos louve."
"Ó, Vós que sempre dais Vida a toda vida, move todas criaturas, raiz de todas coisas, lavando-as, apagando seus erros, curando suas feridas, Vós sois nossa verdadeira Vida, luminosa, maravilhosa, despertando o coração de seu antigo sono."
"Eu, Deus, estou no meio de ti. Quem Me conhece jamais cairá. Nem nas alturas, nem nas profundezas, nem nas larguras. Pois Eu sou o amor, que as vastas extensões do mal jamais poderão silenciar."
"Eu, a ígnea vida da divina Sabedoria, Eu acendo a beleza das planícies."
"Eu sou a ígnea vida da essência de Deus, Eu sou a chama acima da beleza dos campos, Eu brilho nas águas, Eu queimo no sol, na lua e nas estrelas. E com o arejado vento, eu vitalmente vivo todas coisas por meio de uma invisível e onisciente vida."
"Eu, a ígnea vida da divina Sabedoria, Eu acendo a beleza das planícies."
"Eu sou a ígnea vida da essência de Deus, Eu sou a chama acima da beleza dos campos, Eu brilho nas águas, Eu queimo no sol, na lua e nas estrelas. E com o arejado vento, eu vitalmente vivo todas coisas por meio de uma invisível e onisciente vida."
"Porque uma mulher trouxe a morte, uma brilhante Donzela superou-a, e assim a maior bênção em toda Criação está na forma de uma mulher, já que Deus Se tornou Homem em uma doce e abençoada Virgem."
"Ela é tão brilhante e gloriosa que não se pode olhar para seu rosto ou para suas vestes devido ao esplendor com que brilha. Pois ela é terrível com o terror do vingador e gentil relâmpago, com a bondade do brilhante sol, e tanto seu terror quanto sua gentileza são incompreensíveis para os humanos... Mas ela está com todos e em todos, e tão belo é seu segredo que ninguém pode conhecer a doçura com que ela sustenta as pessoas e as poupa com uma inescrutável misericórdia."
"Anjos, mais gloriosa viva luz! Sob a Divindade, em ardente desejo, na escuridão e no mistério da criação, vós contemplais o olhar de Vosso Deus, que nunca vos sacia. Que gloriosos prazeres tomam forma dentro de vós!"
"Há a música do Céu em todas coisas."
"Toda criação é um cântico de louvor a Deus."
"A razão é a raiz através da qual a ressonante palavra floresce."
"Quando as palavras surgem, são apenas vazias conchas sem a música. Elas vivem enquanto são cantadas, pois as palavras são o corpo e a música, o espírito."
"A palavra representa o corpo, mas a sinfonia representa o espírito."
"Cada elemento tem um som, um original som da ordem de Deus. Todos esses sons unem-se como a harmonia das harpas e das cítaras."
"Às vezes, quando ouvimos uma canção, profundamente respiramos e suspiramos. Isso lembra ao Profeta que a alma surge da celestial harmonia. Ao refletir sobre isso, ele percebeu que a própria alma possui algo dessa música."
"Mas a alma humana também tem uma sinfonia dentro de si e é uma sinfonista, da qual frequentemente também produz plantas quando ouve a sinfonia, pois se lembra de que foi enviada para o exílio de sua terra natal."
"Não te esqueças de que a Graça de Deus recompensa não apenas aqueles que nunca tropeçam, mas também aqueles que se curvam e caem. Então canta! O cântico de júbilo amolece os endurecidos corações. Faz com que lágrimas de piedosa tristeza fluam deles. Cantar invoca o Espírito Santo. Alegres louvores oferecidos com simplicidade e amor conduzem os fiéis à completa harmonia, sem discórdia. Não pares de cantar."
"Essas vozes que tu ouves são como a voz de uma multidão, que eleva seu som ao alto (...) e fazem aqueles que ainda vivem na Terra sinalizarem com o coração e a voz pela celestial recompensa."
"Por baixo de todos textos, de todos Salmos e sagrados cânticos, essas aquosas variedades de sons e silêncios, aterrorizantes, misteriosos, rodopiantes e, às vezes, gestantes e suaves, devem de alguma forma ser sentidas na pulsação, no fluxo e refluxo da música que canta em mim. Minha nova canção deve flutuar como uma pena no Sopro de Deus."
"As maravilhas de Deus não são produzidas por nós mesmos. Em vez disso, são mais como um acorde, um som que é tocado. O tom não vem do acorde em si, mas sim do toque do músico. Eu sou, é claro, a lira e a harpa da bondade de Deus."
'O fogo tem sua chama e louva a Deus.
O vento sopra a chama e louva a Deus.
Na voz, ouvimos a palavra que louva a Deus.
E a palavra, quando ouvida, louva a Deus."
"Ó mais honrada Verdejante Força, Tu que te enraízas no Sol,
Tu que te iluminas em radiante serenidade dentro de uma roda
que a terrena excelência não consegue compreender.
Tu estás envolto
na trama dos divinos mistérios.
Tu avermelhas-Te como a aurora
e ardes: chama do Sol."
"Como ondulantes nuvens,
como o incessante gorgolejo do riacho,
o anseio do espírito nunca pode ser acalmado."
"Contempla o sol. Vê a lua e as estrelas.
Contempla a beleza da vegetação da Terra.
Agora, pensa:
Que delícia Deus dá à humanidade
com todas essas coisas.
Toda natureza está à disposição da humanidade.
Devemos trabalhar com ela. Pois
sem ela não podemos sobreviver."
"Não sejais negligentes na celebração.
Não sejais preguiçosos no festivo serviço de Deus.
Sede inflamados de entusiasmo.
Sejamos uma viva e ardente oferta diante do altar de Deus."
De solitária e contemplativa alma, lutou contra muitas tribulações. Profundamente amou a Deus e tudo sacrificou para fazer Sua vontade. E seus últimos tempos não foram de repouso: além da enfermidade, sofreu com incompreensões e mentiras por ser disciplinada e disciplinadora.
Hildegarda de Bingen faleceu em 17 de setembro de 1179, aos 82 anos. A Profetisa, a Siliba do Reno é reconhecida como mística, escritora, teóloga, epistológrafa, pregadora, compositora, poeta, dramaturga, hagiógrafa, linguista, naturalista e médica informal. Enfim, polímata. É Doutora da Igreja com o título "Doctor Ecclesiae Universalis", Doutora da Igreja Universal. A quarta, depois de Santa Teresa d'Ávila, Santa Catarina de Sena e Santa Teresa de Lisieux. É a Santa Padroeira dos músicos.
Foi a primeira mulher musicista da história da Santa Igreja Católica, a primeira representante do misticismo alemão da Idade Média, a primeira influente tanto em religião como em política, e um símbolo da aristocracia cultural de seu tempo. Enfim, uma das mais singulares e importantes pessoas de Europa do século XII, com poucos paralelos, talvez nenhum, mesmo entre os mais ilustres e eruditos homens. Seus escritos foram traduzidos em quase todas línguas do mundo, o que se iniciou desde a Idade Média.
Em 1921, a influência de seu carisma inspirou a criação uma nova congregação, a das Irmãs de Santa Hildegarda, ainda não aprovada. Ela dá nome a um asteroide, o 898 Hildegard, e a um gênero de plantas, Hildegardia.
Sua canonização foi por equipolência, como a de São José de Anchieta, que se baseia na antiguidade e na constância do culto popular que é prestado ao Santo. Ou seja, não foi necessária a comprovação dos dois processuais milagres, um para a beatificação, outro para a canonização.Também é venerada pelas igrejas luterana e anglicana.
Suas relíquias estão na igreja paroquial de Eibinge. Numerosos milagres são registrados como obtidos junto a seu túmulo.
"Santa Hildegarda de Bingen, rogai por nós!"
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