Para quem se pergunta qual é a condição dos índios de Américas nos planos de Deus, Nossa Senhora já deu a resposta em 1531. Ela escolheu um humilde indígena chichimeca, a mais desprezada casta entre os astecas, e a ele apresentou-se na Glória, ou seja, com os sinais de uma divina manifestação.
Similar acontecimento deu-se nas Ilhas Canárias, arquipélago na costa noroeste de África, quando por volta do ano de 1400 Nossa Senhora das Candeias se antecipou aos navegantes portugueses e espanhóis e fez os primeiros contatos com os nativos.
Em América do Norte, quando os índios resistiam ao Catolicismo por causa das imposturas dos conquistadores espanhóis, ela veio a um batizado e fervoroso nativo para que testemunhasse e anunciasse uma grandiosa aparição. Quando alguns racionalistas cogitavam se índios e negros teriam almas, apesar das primorosas missão e obra de São Bartolomeu de las casas, Maria Santíssima manifestou-se de modo a falar diretamente ao coração dos ameríndios, pois para eles foram inequívocos sinais, e assim ela atraiu a si e converteu 8 milhões deles.
Aos 57 anos de idade, o viúvo Juan Diego Cuauhtlatoatzin, nascido em 1474 na aldeia de Cuautitlán, no reino de Texcoco, batizado por franciscanos chegados em México em 1524, ia a pé à Santa Missa ao sábado numa capela na cidade de México, a 12 quilômetros de sua casa, quando passando pela Montanha Tepeyac foi envolvido por lindos cantos e uma singular atmosfera. Era Nossa Senhora que lhe chamava. Ela identificou-o com o mais humilde de Seus filhos de então, e apresentou-se como "... a perfeita e sempre Virgem Maria, Mãe do Deus Vivo por Quem nós vivemos..." Pedia-lhe que fosse ao Bispo para solicitar a construção de uma igreja naquele exato lugar, onde lhe falava, para que através dela pudesse demonstrar todo "amor, compaixão, socorro e proteção" por seus filhos (cf. Ap 12,17) na região.
Primeiro Bispo de México, o franciscano Juan de Zumárraga ouviu-o com afeição, disfarçou, mas não acreditou. Embora muito pobre, Juan Diego era sábio e percebeu sua reação. Muito triste, voltou ao lugar onde tinha visto a Imaculada e modestamente pediu-lhe que escolhesse alguém mais importante para ir ao Bispo, talvez assim ele acreditasse. Mas ela não aceitou, e insistiu que retornasse a ele no dia seguinte, um domingo. Com simplicidade, de imediato São Juan Diego acatou, contudo respondeu que duvidava se seria recebido de novo, ou, mesmo que fosse, se o Bispo acreditaria em sua palavra.
Quando voltou à Sé, ao ser recebido, não se conteve: ajoelhou-se aos pés do Bispo e começou a chorar. Profundamente sentia o peso de sua responsabilidade! Porém, como havia previsto, o Prelado, embora demonstrasse atenção, não acreditava em seu relato. Disse que precisava de um sinal.
O modesto homem não tinha opção. Foi direto ao lugar da aparição para falar a Nossa Senhora, sem saber que o Bispo, percebendo sua sinceridade, tinha ordenado a pessoas de sua confiança que o seguissem. Ao subir a montanha, porém, eles foram confundidos, perderam-no de vista e voltaram à Sé dizendo que tinham sido enganados.
Junto a Nossa Senhora, São Juan Diego ouviu a promessa de que, quando voltasse na seguinte manhã, teria as provas de que precisava. Mas ele não pôde voltar, porque seu velho tio Juan Bernardino, com quem morava, amanheceu muito doente na segunda-feira. Como não melhorava, na terça-feira pediu que seu sobrinho fosse a Tlatelolco e trouxesse o Sacerdote para lhe conceder a Extrema-Unção e o Viático. Não achava que iria sobreviver. Julgando não ter tempo para tratar dos assuntos de Nossa Senhora, Juan Diego tentou contornar a montanha da aparição pela encosta leste. Voltaria outro dia, tão logo pudesse. Ela entenderia.
Foi interceptado nesse outro caminho, porém, pela Mãe do Céu. Tentou explicar-se com toda doçura, mas ela arguiu: "Escuta e entende, meu filho caçula, que não há nada que te assuste ou te entristeça. Não deixes que teu coração se perturbe. Não temas esta doença nem qualquer outra doença ou aflição. Não estou eu aqui, eu que sou tua mãe? Não estás sob minha proteção? Não sou eu tua saúde? Não estás, talvez, em meu colo? Não deixes que nada mais te entristeça ou te preocupe. Não te aflijas com a doença de teu tio, pois ele não morrerá dela. Tens a certeza de que ele já está curado."
Sentindo-se inexprimivelmente consolado, ele obedeceu e foi ao topo da montanha. Lá chegando, ela pediu-lhe que colhesse flores de várias espécies, que milagrosamente haviam nascido ali, e São Juan Diego ficou muito admirado e feliz ao ver, entre elas, as distintas rosas de Toledo naquela árida terra. Era dezembro, a neve matava toda planta e, quando conseguiam crescer, as ervas daninhas não permitiam que flores brotassem. Ele recolheu todas em seu manto feito de agave, veste chamada de tilma por seu povo, e levou-as até Nossa Senhora, que as tocou e pediu que não as mostrasse a ninguém, senão ao Bispo.
Chegando à casa do Bispo, foi recebido com desprezo por seu pessoal. Eram os mesmos que o haviam seguido e, julgando-se ludibriados, estavam irritados com ele. Fingindo terem avisado ao Bispo, fizeram-no esperar por horas, e ele pacientemente aceitou de cabeça baixa, sem reclamar. Cuidava tão somente de que não vissem as rosas, como a Santíssima Virgem lhe pediu.
Mas alongando-se demais a demora, Juan, que bem conhecia aquela gente, sentiu-se à vontade para abrir um pouco seu manto, deixando-lhes entrever as belíssimas flores que trazia. O espanto foi imediato: de onde viriam aquelas rosas? Então correram ao Bispo, que logo entendeu ser aquela a prova que havia pedido. Fizeram-no entrar o quanto antes, e quando ele abriu sua tilma na presença de todos, deixando as flores caírem pelo chão, diante dos olhos deles surgiu uma linda imagem em seu tecido. E todos caíram de joelhos.
O modesto homem não tinha opção. Foi direto ao lugar da aparição para falar a Nossa Senhora, sem saber que o Bispo, percebendo sua sinceridade, tinha ordenado a pessoas de sua confiança que o seguissem. Ao subir a montanha, porém, eles foram confundidos, perderam-no de vista e voltaram à Sé dizendo que tinham sido enganados.
Junto a Nossa Senhora, São Juan Diego ouviu a promessa de que, quando voltasse na seguinte manhã, teria as provas de que precisava. Mas ele não pôde voltar, porque seu velho tio Juan Bernardino, com quem morava, amanheceu muito doente na segunda-feira. Como não melhorava, na terça-feira pediu que seu sobrinho fosse a Tlatelolco e trouxesse o Sacerdote para lhe conceder a Extrema-Unção e o Viático. Não achava que iria sobreviver. Julgando não ter tempo para tratar dos assuntos de Nossa Senhora, Juan Diego tentou contornar a montanha da aparição pela encosta leste. Voltaria outro dia, tão logo pudesse. Ela entenderia.
Foi interceptado nesse outro caminho, porém, pela Mãe do Céu. Tentou explicar-se com toda doçura, mas ela arguiu: "Escuta e entende, meu filho caçula, que não há nada que te assuste ou te entristeça. Não deixes que teu coração se perturbe. Não temas esta doença nem qualquer outra doença ou aflição. Não estou eu aqui, eu que sou tua mãe? Não estás sob minha proteção? Não sou eu tua saúde? Não estás, talvez, em meu colo? Não deixes que nada mais te entristeça ou te preocupe. Não te aflijas com a doença de teu tio, pois ele não morrerá dela. Tens a certeza de que ele já está curado."
Sentindo-se inexprimivelmente consolado, ele obedeceu e foi ao topo da montanha. Lá chegando, ela pediu-lhe que colhesse flores de várias espécies, que milagrosamente haviam nascido ali, e São Juan Diego ficou muito admirado e feliz ao ver, entre elas, as distintas rosas de Toledo naquela árida terra. Era dezembro, a neve matava toda planta e, quando conseguiam crescer, as ervas daninhas não permitiam que flores brotassem. Ele recolheu todas em seu manto feito de agave, veste chamada de tilma por seu povo, e levou-as até Nossa Senhora, que as tocou e pediu que não as mostrasse a ninguém, senão ao Bispo.
Chegando à casa do Bispo, foi recebido com desprezo por seu pessoal. Eram os mesmos que o haviam seguido e, julgando-se ludibriados, estavam irritados com ele. Fingindo terem avisado ao Bispo, fizeram-no esperar por horas, e ele pacientemente aceitou de cabeça baixa, sem reclamar. Cuidava tão somente de que não vissem as rosas, como a Santíssima Virgem lhe pediu.
Mas alongando-se demais a demora, Juan, que bem conhecia aquela gente, sentiu-se à vontade para abrir um pouco seu manto, deixando-lhes entrever as belíssimas flores que trazia. O espanto foi imediato: de onde viriam aquelas rosas? Então correram ao Bispo, que logo entendeu ser aquela a prova que havia pedido. Fizeram-no entrar o quanto antes, e quando ele abriu sua tilma na presença de todos, deixando as flores caírem pelo chão, diante dos olhos deles surgiu uma linda imagem em seu tecido. E todos caíram de joelhos.
O Bispo pediu que São Juan Diego o levasse ao lugar da aparição, onde a igreja deveria ser construída, e depois quis ir com ele a sua casa. Lá encontraram seu tio em perfeita saúde. Ele relatou que Nossa Senhora o havia curado, pois lhe apareceu e pediu para dizer ao Bispo que queria ser chamada de "Santa Maria de Guadalupe, a sempre Virgem".
São Juan Diego deixou sua família, sua casa, seus bens e suas terras e foi morar num casebre junto ao lugar onde se deu início à construção da igreja. Mantinha o oratório sempre muito asseado e recebia os peregrinos, vindo a falecer em 1548.
Há alguns fatos menos conhecidos a respeito dessa aparição e da imagem, mas que são de suma importância:
- a data da primeira aparição foi mais um sinal: no dia 9 de dezembro daquele ano, 1531, estava sendo celebrada a festa da Imaculada Conceição;
Alguns, no entanto, preferem continuar duvidando das manifestações de Deus, como esta gritante aparição, suas provas e seus mais elementares significados. Mas tal atitude, além de falta de prudência, é apenas uma característica de preguiçosas consciências, ou mesmo esquivas, que se renegam a examinar em profundidade tão sérios assuntos. Talvez porque eles denunciem suas imposturas pela vida afora!
A primeira Basílica, cuja construção se iniciou logo em seguida à aparição, como Nossa Mãe pediu, ficou pequena demais para tantos peregrinos e devotos. A tilma, atualmente, encontra-se na nova.
Por pioneira e tão significativa manifestação, Nossa Senhora de Guadalupe é a Padroeira de Américas.
Nossa Senhora de Guadalupe, rogai por nós!
- a data da primeira aparição foi mais um sinal: no dia 9 de dezembro daquele ano, 1531, estava sendo celebrada a festa da Imaculada Conceição;
- as cores do manto e da túnica na imagem de Nossa Senhora eram as usadas pela rainha dos astecas; a cor rosada em sua túnica é uma evidente representação da singular aurora do Vale de México, que tem luminosidade própria; em seu manto está o exato azul do céu daquele país, assim como as mais conhecidas estrelas; a Mãe Celeste coloca-se à frente do forte esplendor do sol mexicano e tem a lua sob seus pés, como na visão do Livro de Apocalipse de São João (cf. Ap 12,1);
- para os astecas, o significado do nome que ela anunciou, Tequatlaxopeuh, é 'aquela que afugenta os assassinos';
- em sua túnica vê-se uma das linhas da Montanha Tepeyac, indicação de lugares geográficos e do relevo mexicano, e nos hieróglifos astecas está o significado das datas das visões;
- também se vê o hieróglifo de Vênus, o hieróglifo 'nahui ollin', 'o poder da vida', de especial significado para a religião asteca, e outros importantes detalhes para os nativos.
Em suma: os índios astecas entenderam muito bem a mensagem, e deram-se conversões em massa.
- para os astecas, o significado do nome que ela anunciou, Tequatlaxopeuh, é 'aquela que afugenta os assassinos';
- em sua túnica vê-se uma das linhas da Montanha Tepeyac, indicação de lugares geográficos e do relevo mexicano, e nos hieróglifos astecas está o significado das datas das visões;
- também se vê o hieróglifo de Vênus, o hieróglifo 'nahui ollin', 'o poder da vida', de especial significado para a religião asteca, e outros importantes detalhes para os nativos.
Em 1910, o Papa São Pio X nomeou-a Padroeira de América Latina, e em 1945, o Papa Venerável Pio XII chamou-a de 'Imperatriz de Américas'.
A devoção a Nossa Senhora de Guadalupe tem origem em Espanha no século XIII, quando a Virgem Maria apareceu a um pastor, Gil Cordeiro, e lhe disse que havia uma imagem sua enterrada às margens do rio Guadalupe, na província de Cáceres, hoje no centro-oeste do país. Enterrá-la numa caixa de mármore branco foi a forma que os cristãos acharam para a esconder dos muçulmanos, que invadiram a Península Ibérica em 711. Além de mostrar o lugar, Maria Santíssima revelou-lhe que aí queria ser venerada, e foi construída uma basílica e um mosteiro.
A devoção a Nossa Senhora de Guadalupe tem origem em Espanha no século XIII, quando a Virgem Maria apareceu a um pastor, Gil Cordeiro, e lhe disse que havia uma imagem sua enterrada às margens do rio Guadalupe, na província de Cáceres, hoje no centro-oeste do país. Enterrá-la numa caixa de mármore branco foi a forma que os cristãos acharam para a esconder dos muçulmanos, que invadiram a Península Ibérica em 711. Além de mostrar o lugar, Maria Santíssima revelou-lhe que aí queria ser venerada, e foi construída uma basílica e um mosteiro.
E se hoje ideólogos criticam a conversão dos indígenas, alegando a inviolável preservação de suas culturas, é porque fazem de conta que não havia abjetas guerras, verdadeiros fratricídios, canibalismo e sacrifícios humanos praticados em muitas primitivas crenças, inclusive de crianças. Não tentaríamos convencê-los de que esses eram grandes erros? Não levaríamos a eles nossos melhores medicamentos? Como não lhes anunciar, então, o que realmente temos de melhor: a Palavra de Deus, o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, a Salvação de suas almas?
Há mais miraculosos detalhes sobre a imagem. Um deles é a posição dos astros na túnica de Nossa Gloriosa Mãe. Por eles, é possível precisar o exato momento em que a imagem se formou no manto de São Juan Diego: era 12 de dezembro, ano de 1531, às 10 horas e 36 minutos.
Outros detalhes são microscópicos, e só seriam percebidos com auxílio de modernos aparelhos no fim do século passado, como as imagens vistas nos olhos de Nossa Senhora de Guadalupe, que são verdadeiras microfotos das pessoas presentes no momento em que a tilma foi aberta diante do Bispo.
Há mais miraculosos detalhes sobre a imagem. Um deles é a posição dos astros na túnica de Nossa Gloriosa Mãe. Por eles, é possível precisar o exato momento em que a imagem se formou no manto de São Juan Diego: era 12 de dezembro, ano de 1531, às 10 horas e 36 minutos.
Outros detalhes são microscópicos, e só seriam percebidos com auxílio de modernos aparelhos no fim do século passado, como as imagens vistas nos olhos de Nossa Senhora de Guadalupe, que são verdadeiras microfotos das pessoas presentes no momento em que a tilma foi aberta diante do Bispo.
Assim como na Santa Síndone, mais conhecida como o Santo Sudário, a 'tinta' com que a imagem foi 'pintada' na tilma nunca foi identificada através dos séculos, mesmo sendo examinada por um ganhador do nobel de química. Aliás, por fotografias em infravermelho, já foi cientificamente afirmado que a imagem não é uma pintura. E apesar de ter sido feita de um material orgânico, o agave, também cientificamente atestado, a tilma ainda não se deteriorou ao longo destes séculos.
Ademais, por acidente, em 1791 técnicos derramaram ácido sobre a borda do tecido enquanto faziam a manutenção da moldura, mas ele miraculosamente reconstituiu-se em alguns dias. A tilma, por fim, sofreu um grave atentado em 1921 por um anarquista, que usou dinamite entre flores postas aos pés da imagem para a destruir. De tão forte, entre outras coisas que estilhaçou, a explosão vergou um crucifixo de metal, que foi arremessado longe, mas a tilma nada sofreu.
A primeira Basílica, cuja construção se iniciou logo em seguida à aparição, como Nossa Mãe pediu, ficou pequena demais para tantos peregrinos e devotos. A tilma, atualmente, encontra-se na nova.
Por pioneira e tão significativa manifestação, Nossa Senhora de Guadalupe é a Padroeira de Américas.


























