terça-feira, 2 de dezembro de 2025

Textos para Celular

 
Anuário de Leituras Bíblicas

Acesso: dizemasescrituras.blogspot.com

Tateando em Busca de Deus


    Na Encíclica 'Humani Generis', o Venerável Pio XII argumenta com singular lucidez sobre a dificuldade de conhecer a Deus usando apenas das faculdades da razão: "Pois, embora a razão humana, absolutamente falando, possa chegar com suas naturais forças e lume ao verdadeiro e certo conhecimento do Deus em Pessoa, que governa e protege o mundo com Sua Providência, bem como chegar ao conhecimento da lei natural impressa pelo Criador em nossas almas, de fato, muitos são os obstáculos que impedem a mesma razão de eficazmente e com resultado usar desta sua natural capacidade.
    As verdades que se referem a Deus, e às relações entre os homens e Deus, são verdades que transcendem completamente a ordem das coisas sensíveis; e quando estas verdades atingem a vida prática e a regem, requerem sacrifício e abnegação. A inteligência humana, na aquisição destas verdades, encontra dificuldades tanto por parte dos sentidos e da imaginação como por parte das más inclinações, provenientes do pecado original. De onde vemos que os homens, em tais questões, facilmente procuram persuadir-se de que seja falso ou ao menos duvidoso aquilo que não desejam que seja verdadeiro."
    Em conformidade com essas observações, o Livro do Profeta Isaías, falando ao povo de Israel, já havia apontado: "Não, não é a mão do Senhor que é incapaz de salvar, nem Seu ouvido demasiado surdo para ouvir. São vossos pecados que colocaram uma barreira entre vós e Vosso Deus. Eis porque o direito permanece afastado de nós, e a Justiça não vem a nós. ... andamos na escuridão. Como cegos vamos apalpando o muro, caminhamos às apalpadelas como aqueles que perderam a vista. Em pleno dia, tropeçamos como ao crepúsculo, mergulhamos nas trevas como os mortos." Is 59,1-2.9-10
    Ora, o próprio Jesus apontou o renitente pecado como o grande obstáculo para nosso encontro com Deus. E foi logo em Sua primeira passagem por Jerusalém em vida pública, após expulsar os vendilhões do Templo, no Evangelho Segundo São João: "... a Luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais as trevas que a Luz, pois suas obras eram más." Jo 3,19
    Mas como São Paulo, em primeira missão em Atenas, pregou no Areópago citando um filósofo local, em tudo que criou Deus deixou sinais que nos conduzem de volta a Ele. E apesar do pecado, tendo-se boa vontade, e abnegação como nosso Papa disse, gradualmente é-nos concedido encontrar o Caminho. São palavras do Livro de Atos dos Apóstolos: "Aos povos, Ele fixou os tempos e os limites de sua habitação. Tudo isso para que procurem a Deus e se esforcem para O encontrar, como que às apalpadelas, pois na verdade Ele não está longe de cada um de nós. Porque n'Ele é que temos a Vida, o movimento e o ser..." At 17,26b-28a
    Pois, por Sua infinita Misericórdia, através de Isaías Ele já havia prometido livrar-nos da cegueira espiritual que acomete o mundo: "Aos cegos farei que sigam por um desconhecido caminho, por desconhecidos atalhos Eu encaminhá-los-ei. Diante deles mudarei a escuridão em Luz, e as pedregosas veredas em planas estradas. Todas essas maravilhas, Eu realizá-las-ei, não deixarei de executá-las." Is 42,16
    Tais feitos certamente deram-se com o Advento de Nosso Salvador, embora Ele também tenha apontado um contraponto. Seus milagres foram um divisor de águas para a humanidade, como firmou quando curou um cego de nascença em Jerusalém: "Jesus então disse: 'Vim a este mundo para fazer uma discriminação: aqueles que não vêem vejam, e aqueles que vêem se tornem cegos.' Alguns dos fariseus, que estavam com Ele, ouviram-nO e perguntaram-Lhe: 'Acaso nós também somos cegos?...' Respondeu-lhes Jesus: 'Se fôsseis cegos, não teríeis pecado. Mas agora que pretendeis ver, vosso pecado permanece.'" Jo 9,39-41
    Ele disse dos fariseus, que pervertiam as Escrituras, bem como daqueles que os seguiam, no episódio em que eles se escandalizaram com Seus ensinamentos sobre comidas impuras. É do Evangelho Segundo São Mateus, mas vale para muitos 'pregadores' e seus seguidores, pelos séculos e ainda hoje: "Deixai-os. São cegos e guias de cegos. Ora, se um cego conduz a outro, tombarão ambos na mesma vala." Mt 15,14
    Por outro lado, exaltando a pureza de coração, Ele já havia garantido desde o início de Seu Ministério, no Sermão da Montanha: "Bem-aventurados os puros de coração, porque verão Deus!" Mt 5,8
    Lendo uma passagem de Isaías, Ele revelou qual era Sua Missão em 'discurso inaugural' ainda na sinagoga de Cafarnaum, onde foi morar após deixar Nazaré (cf. Mt 4,13), conforme o Evangelho Segundo São Lucas: "... para anunciar aos cativos a redenção, aos cegos a restauração da vista, para pôr em liberdade os cativos, para publicar o ano da Graça do Senhor." Lc 4,19
    Isso fez copiosamente, como diante dos discípulos de São João batista, que os havia mandado perguntar-Lhe se era realmente o Messias: "Ora, naquele momento Jesus havia curado muitas pessoas de enfermidades, de doenças e de espíritos malignos, e dado a vista a muitos cegos." Lc 7,21
    E os cegos sabiam-no, como se viu na vez em que deixou Cafarnaum após curar a filha de Jairo, o chefe da sinagoga: "Partindo Jesus dali, dois cegos seguiram-nO, gritando: 'Filho de Davi, tem piedade de nós!' Jesus entrou numa casa e os cegos aproximaram-se d'Ele. Disse-lhes: 'Credes que Eu posso fazer isso?' 'Sim, Senhor', responderam eles. Então Ele lhes tocou nos olhos, dizendo: 'Seja-vos feito segundo vossa .' No mesmo instante, seus olhos abriram-se." Mt 9,27-30a
    Recorrente feito, tornou a acontecer pouco antes do Domingo de Ramos: "Ao sair de Jericó, uma grande multidão seguiu-O. Dois cegos, sentados à beira do caminho, ouvindo dizer que Jesus passava, começaram a gritar: 'Senhor, Filho de Davi, tem piedade de nós!' A multidão, porém, repreendia-os para que se calassem. Mas eles gritavam ainda mais forte: 'Senhor, filho de Davi, tem piedade de nós!' Jesus parou, chamou-os e perguntou-lhes: 'Que quereis que Eu vos faça?' 'Senhor, que nossos olhos se abram!' Jesus, cheio de compaixão, tocou-lhes os olhos. Instantaneamente recobraram a vista e puseram-se a segui-Lo." Mt 20,29-34
    A Primeira Carta de São João, enquanto testemunha ocular, exorta-nos, falando em apalpar: "O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com nossos olhos, o que temos contemplado, e nossas mãos têm apalpado no tocante ao Verbo da Vida, porque a Vida se manifestou e nós a temos visto, damos testemunho e anunciamo-vos a Vida Eterna, que estava no Pai e que se nos manifestou. O que vimos e ouvimos, nós anunciamo-vos para que vós também tenhais Comunhão conosco." 1 Jo 1,1-3
    Sem dúvida, assim Jesus demonstrou Sua Ressurreição, como o Amado Médico registrou: "Enquanto ainda falavam dessas coisas, Jesus apresentou-Se em meio a eles e disse-lhes: 'A Paz esteja convosco!' Perturbados e espantados, pensaram estar vendo um espírito. Mas Ele disse-lhes: 'Por que estais perturbados, e por que essas dúvidas em vossos corações? Vede Minhas mãos e Meus pés, sou Eu mesmo! Apalpai e vede: um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que tenho!' E dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e os pés. Ainda vacilando eles, porém, e estando transportados de alegria, Ele perguntou: 'Tendes aqui alguma coisa para comer?' Então Lhe ofereceram um pedaço de peixe assado. Ele tomou e comeu à vista deles." Lc 24,36-43
    Também perante São Tomé, no domingo seguinte: "Introduz aqui teu dedo, e vê Minhas mãos. Põe tua mão em Meu lado. Não sejas incrédulo, mas homem de fé." Jo 20,27b
    E como O vimos dizer, Jesus é a Luz prometida pelo Pai: "Eu sou a Luz do mundo. Aquele que Me segue não andará em trevas, mas terá a Luz da Vida." Jo 8,12
    Depois d'Ele, portanto, o mundo está patentemente dividido entre a Salvação e a perdição. Ele disse aos Apóstolos ao aproximar-Se de Jerusalém quando os judeus já queriam matá-Lo (cf. Jo 5,18): "Não são doze as horas do dia? Quem caminha de dia não tropeça, porque vê a Luz deste mundo. Mas quem anda de noite tropeça, porque lhe falta a Luz." Jo 11,9
    A Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios, no mesmo sentido, diz do Ministério da Santa Igreja Católica: "Porque não miramos as coisas que se vêem, mas sim as que não se vêem. Pois as coisas que se vêem são temporais, e as que não se vêem são eternas." 2 Cor 4,17b
    Mas diz-lhes dos Sacerdotes da Igreja: "Estamos a descoberto aos olhos de Deus, e espero que também o estejamos ante vossas consciências." 2 Cor 5,11a
    E explica: "Pois enquanto permanecemos nesta tenda, gememos oprimidos: desejamos ser não despojados, mas revestidos com uma nova veste por cima da outra, de modo que o que há de mortal em nós seja absorvido pela Vida. Aquele que nos formou para este destino é Deus mesmo, que por penhor nos deu Seu Espírito. Por isso, sempre estamos cheios de confiança. Sabemos que todo tempo que passamos no corpo é um exílio longe do Senhor. Andamos na fé e não na visão." 2 Cor 5,4-7


O PRECIOSO RECURSO DA FÉ

    Já o Catecismo da Igreja Católica diz que sozinha a razão não é bastante para conhecer a Deus em Sua plenitude, e que só através de Jesus e de Seu Espírito o Pai inteiramente Se revela: "Mediante a razão natural, o homem certamente pode conhecer a Deus a partir de Suas obras. Mas existe outra ordem de conhecimento que o homem de modo algum pode atingir por suas próprias forças: a da Divina Revelação. Por totalmente livre decisão, Deus revela-Se e doa-Se ao homem. Fá-lo revelando Seu mistério, Seu benevolente projeto, que desde toda eternidade em Cristo concebeu em prol de todos homens. Plenamente revela Seu projeto enviando Seu bem-amado Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, e o Espírito Santo." CIC § 50
    Jesus mesmo disse-o: "... ninguém conhece o Filho, senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho quiser revelá-Lo." Mt 11,27
    Ainda mais categoricamente o disse aos Apóstolos, na noite em que ia ser entregue: "... ninguém vem ao Pai senão por Mim." Jo 14,6b
    E em seguida disse da Missão do Santo Paráclito: "E quando Ele vier, convencerá o mundo a respeito do pecado, da Justiça e do Juízo. Convencerá o mundo a respeito do pecado, que consiste em não crer em Mim." Jo 16,8-9
    A Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios completa: "... ninguém pode dizer: 'Jesus é o Senhor', senão sob a ação do Espírito Santo." 1 Cor 12,3
    Portanto, se alguém bem conhece a Deus, é certo que isso se deu por obra e Graça do próprio Cristo, e assim pela Comunhão da Santíssima Trindade, como São João Apóstolo diz logo no início de seu Evangelho: "Ninguém jamais viu Deus. O Filho Único, que está no seio do Pai, foi Quem O revelou." Jo 1,18
    Nosso Senhor, ademais, deixou esse testemunho sobre a eternidade, que é a realidade última de todas coisas, e necessariamente passa pela íntima experiência com Deus e Consigo. Foi quando Ele rezou ao Pai a Oração da Unidade: "Ora, a Vida Eterna consiste em que conheçam a Ti, um só Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo que enviaste." Jo 17,3
    Já havia atestado e pedido aos Apóstolos após a Santa Ceia: "Vós credes em Deus... Crede também em Mim!" Jo 14,1b
    E assim anunciou o indefectível testemunho do Espírito Santo: "Quando vier o Paráclito, que vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da Verdade, que procede do Pai, Ele dará testemunho de Mim." Jo 15,26
    Pois é d'Ele o arremate da Revelação, segundo Jesus mesmo: "Muitas coisas ainda tenho a dizer-vos, mas agora não podeis suportá-las. Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensiná-vos-á toda Verdade, porque não falará por Si mesmo, mas dirá o que ouvir e anunciá-vos-á as coisas que virão. Ele glorificá-Me-á, porque receberá do que é Meu e vos anunciará." Jo 16,12-14
    O Livro de Sabedoria já mencionava o socorro do Divino Paráclito para que pudéssemos assimilar os desígnios do Pai: "E quem conhece Vossas intenções, se Vós não lhe dais a Sabedoria, e se do mais alto dos Céus Vós não lhe enviais Vosso Espírito Santo?" Sb 9,17
    Aliás, Ele sempre esteve em ação para encaminhar a humanidade, como vemos neste recado dado por um homem de Deus ao rei de Judá, no Segundo Livro de Crônicas, em mais uma exortação para que se busque o Senhor: "O Espírito do Senhor apoderou-Se de Azarias, filho de Obed. Este saiu ao encontro de Asa, e disse-lhe: 'Escutai-me, Asa, com todo Judá e Benjamim: O Senhor está convosco assim como vós estais com Ele. Se vós O procurais, Ele manifestar-Se-á a vós, mas se vós O abandonais, Ele abandoná-vos-á. Durante muito tempo Israel viveu sem o Verdadeiro Deus, sem sacerdotes para o ensinar, sem a Lei, mas, quando em sua angústia eles se voltaram para o Senhor, Deus de Israel, e O procuraram, Ele manifestou-Se a eles." 2 Crô 15,1-4
    Por isso, os seguidores da tradição de São Paulo tratavam-nO com a devida deferência, inscrevendo na Carta aos Hebreus: "... o Espírito Santo, Autor da Graça!" Hb 10,29
    Apontando para a teologal virtude da esperança, a Carta de São Paulo aos Romanos deixou esta explanação sobre nossa condição e sobre Seu agir: "Pois sabemos que toda criação geme e sofre como que dores de parto até o presente dia. Não só ela, mas nós, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos aguardando a adoção, a redenção de nosso corpo. Porque pela esperança é que fomos salvos. Ora, ver o objeto da esperança já não é esperança, porque o que alguém vê, como é que ainda o espera? Nós que esperamos o que não vemos, é em paciência que o aguardamos. Outrossim, o Espírito vem em auxílio a nossa fraqueza. Porque não sabemos o que devemos pedir nem rezar como convém, mas o Espírito mesmo intercede por nós com inefáveis gemidos. E Aquele que perscruta os corações, sabe o que deseja o Espírito, o Qual intercede pelos santos, segundo Deus. Aliás, sabemos que todas coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são os eleitos, segundo Seus desígnios." Rm 8,22-28
    Por outras palavras, e designando por Deus a Santíssima Trindade, a Carta de São Paulo aos Colossenses reafirma que o discernimento espiritual só pode ser concedido por Ele mesmo: "... não cessamos de rezar por vós e pedir a Deus para que vos conceda pleno conhecimento de Sua vontade, perfeita Sabedoria e percepção espiritual, para que vos comporteis de maneira digna do Senhor, procurando agradar-Lhe em tudo, frutificando em toda boa obra e crescendo no conhecimento de Deus." Cl 1,9-10
    Citando Isaías, ele rejubila-se: "É como está escrito: 'Coisas que os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou (Is 64,4)', tais são os bens que Deus tem preparado para aqueles que O amam. Todavia, Deus revelou-as por Seu Espírito, porque o Espírito tudo penetra, mesmo as profundezas de Deus. Pois quem conhece as coisas que há no homem, senão o espírito do homem que nele reside? Assim também as coisas de Deus: ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus." 1 Cor 2,9-11
    E assegura: "... quem se une ao Senhor, com Ele torna-se um só Espírito." 1 Cor 6,17b
    Nosso Senhor, aliás, já havia falado dessa natureza divina, dizendo à samaritana no poço de Sicar: "Deus é Espírito..." Jo 4,24a
    Com efeito, a Segunda Carta de São Pedro diz em primeiríssimas linhas que a fé foi disseminada não só para que conhecêssemos o suficiente sobre Deus, mas para que também participássemos de Sua natureza Divina: "Simão Pedro, servo e Apóstolo de Jesus Cristo, àqueles que, pela Justiça de Nosso Deus e do Salvador Jesus Cristo, alcançaram por partilha uma fé tão preciosa como a nossa, Graça e Paz sejam-vos dadas em abundância por um profundo conhecimento de Deus e de Jesus, Nosso Senhor! O divino poder deu-nos tudo que contribui para a Vida e a piedade, fazendo-nos conhecer Aquele que nos chamou por Sua Glória e Sua virtude. Por elas, temos entrado na posse das maiores e mais preciosas promessas, a fim de tornar-vos por este meio participantes da natureza divina, subtraindo-vos à corrupção que a concupiscência gerou no mundo." 2 Pd 1,1-3
    Entretanto, os discípulos de São Paulo pontuam: "Ora, sem fé é impossível agradar a Deus, pois para se achegar a Ele é necessário que primeiro se creia que Ele existe e recompensa aqueles que O procuram." Hb 11,6


AQUELES QUE RELUTAM EM PECAR

     Mas o Apóstolo dos Gentios também alerta, em contrapartida, sobre a reação de Deus para com aqueles que teimam em desconhecer Sua Graça, e assim se negam a entregar-Lhe o coração: "Como não se preocupassem em adquirir o conhecimento de Deus, Ele entregou-os a depravados sentimentos, e daí seu indigno procedimento. São repletos de toda espécie de malícia, perversidade, cobiça, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade. São difamadores, caluniadores, inimigos de Deus, insolentes, soberbos, altivos, inventores de maldades, rebeldes contra os pais. São insensatos, desleais, sem coração, sem misericórdia. Apesar de conhecerem o justo decreto de Deus, que considera dignos de morte aqueles que fazem tais coisas, não somente as praticam como também aplaudem aqueles que as cometem." Rm 1,28-32
    A Segunda Carta de São Paulo aos Tessalonicenses fala da escravidão que lhes impõe o Inimigo: "Ele usará de todas seduções do mal com aqueles que se perdem, por não terem cultivado o amor à Verdade que teria podido salvá-los." Ts 2,10
    Com toda propriedade, havia muitos séculos o Livro de Jó referia-se àqueles que se perdem como a cegos totalmente desprovidos de orientação, pois Deus "... frustra os projetos dos maus, cujas mãos não podem executar os planos. Apanha os jeitosos em suas próprias manhas, e o conselho dos errados torna-se irrefletido. Em pleno dia caem nas trevas, e ao meio-dia andam às apalpadelas como se fosse noite." Jó 5,12-14
    Através do Profeta Isaías, Deus mesmo lamentava-Se perante os israelitas: "Mantive-Me à disposição de pessoas que não Me consultavam, ofereci-Me àqueles que não Me procuravam. 'Eis-Me aqui, eis-Me aqui', dizia Eu a um povo que não invocava Meu Nome. Constantemente estendia as mãos a uma indócil e rebelde nação, que seguia o mau caminho de acordo com suas inclinações." Is 65,1-2
    São Paulo, porém, atesta que o poder da Santa Igreja é absolutamente eficaz contra tudo que afasta de Deus: "Não são carnais as armas com que lutamos. São poderosas, em Deus, capazes de arrasar fortificações. Nós aniquilamos todo raciocínio e todo orgulho que se levanta contra o conhecimento de Deus, e cativamos todo pensamento e reduzimo-lo à obediência a Cristo." 2 Cor 10,4-5
    Ele pergunta-se: "Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação? A angústia? A perseguição? A fome? A nudez? O perigo? A espada?" Rm 8,35
    E São João Evangelista, com pertinaz sutileza, lembra-nos do caminho do amor: "Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor." 1 Jo 4,8


AQUELES QUE BUSCAM A DEUS

    Por tão inefável Graça, portanto, o Livro do Profeta Oseias exortava o povo a abrir o coração a Deus, e criou um bela analogia para explicar a Missão do Salvador: "Apliquemo-nos a conhecer o Senhor. Sua Vinda é certa como a da aurora. Ele virá a nós como a chuva, como a chuva da primavera que irriga a terra." Os 6,3
    E ainda através dele, Deus enfaticamente diz que Sua Comunhão é mais valiosa que qualquer oferenda: "Eu quero o amor mais que os sacrifícios, e o conhecimento de Deus mais que os holocaustos." Os 6,6
    No Livro de Salmos, desejoso de servir à obra de Deus, o rei Davi canta pelos auxílios do Espírito Santo: "Ensinai-me a fazer Vossa vontade, porque sois Meu Deus. Que Vosso Espírito de bondade me conduza pelo reto caminho." Sl 142,10
    E ciente da grande dádiva que se alcança no Céu, que é a Beatífica Visão, quando veremos a Deus face à face, ele roga: "Fala-Vos meu coração, minha face Vos busca! Vossa face, ó Senhor, eu a procuro. Não escondais de mim Vosso semblante, não afasteis com ira Vosso servo." Sl 26,8-9a
    Pedia-o com insistência: "Ó Senhor, não me afasteis de Vossa face..." Sl 50,13a
    Já Isaías, santo homem, diuturnamente buscava no próprio Deus sua Consolação: "Minha alma deseja-Vos durante a noite, e meu espírito procura-Vos desde a manhã." Is 26,9
    E recomendava: "Buscai o Senhor, já que Ele Se deixa encontrar. Invocai-O, já que está perto." Is 55,6
    No Livro do Profeta Jeremias, o Profeta do povo, Deus mesmo garantiu: "Pela segunda vez, enquanto Jeremias ainda estava detido no átrio da prisão, foi-lhe dirigida a Palavra do Senhor nestes termos: Eis o que diz o Senhor que criou a Terra, que a modelou e consolidou e Cujo Nome é Javé: 'Invoca-Me e respondê-te-ei, revelando-te grandes e misteriosas coisas que ignoras.'" Jr 33,1-3
    E o sagrado autor da Sabedoria recomenda pureza de coração aos poderosos: "Amai a Justiça, vós que governais a Terra, tende para com o Senhor perfeitos sentimentos e procurai-O com simplicidade de coração. Porque Ele é encontrado por aqueles que O não tentam, e Se revela àqueles que não Lhe recusam sua confiança. Com efeito, os tortuosos pensamentos afastam de Deus, e Seu poder, posto à prova, triunfa dos insensatos." Sb 1,1-3
    Com outras palavras, Jesus sugeriu o mesmo quando começou a falar às multidões, dizendo de necessidades materiais: "Antes buscai o Reino de Deus e Sua Justiça, e todas estas coisas sê-vos-ão dadas em acréscimo." Mt 6,33
    Mas, da mesma forma, Ele recomendava perseverança: "Pedi e dá-se-vos-á. Buscai e achareis. Batei e sê-vos-á aberto. Porque todo aquele que pede, recebe. Quem busca, acha. A quem bate, abrir-se-á." Mt 7,7-8
    Para além de provas materiais, pedia acuidade espiritual à multidão que O seguiu após multiplicar pães e peixes: "Em Verdade, em Verdade, digo-vos: estais procurando-Me não porque vistes sinais, mas porque comestes pão e ficastes saciados. Trabalhai não pelo alimento que perece, mas pelo alimento que permanece até a Vida Eterna, e que o Filho do Homem vos dará. Pois a Este assinalou Deus Pai com Seu selo." Jo 6,26-27
    E assegurava aos discípulos, depois de ensinar-lhes o Pai Nosso: "Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas a vossos filhos, quanto mais Vosso Pai Celestial dará o Espírito Santo àqueles que LhO pedirem." Lc 11,13
    No entanto, perante o Sinédrio, conselho dos judeus, São Pedro lembrou a suma importância da obediência, quando todos Apóstolos foram presos: "... o Espírito Santo, que Deus deu a todos aqueles que Lhe obedecem." At 5,32
    E recomendava este luminoso exercício espiritual em sua segunda carta: "Por estes motivos, esforçai-vos o quanto possível por unir a vossa fé a virtude, à virtude a ciência, à ciência a temperança, à temperança a paciência, à paciência a piedade, à piedade o fraterno amor, e ao fraterno amor a caridade. Se estas virtudes abundantemente se acharem em vós, não vos deixarão inativos nem infrutuosos no conhecimento de Nosso Senhor Jesus Cristo." 2 Pd 1,5-8
    Em mais completa exortação, São Paulo pregou aos cristãos da cidade de Colossos: "Se, portanto, ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus. Afeiçoai-vos às coisas lá de cima, e não às da Terra. Vós despiste-vos do velho homem com seus vícios, e revestiste-vos do novo, que constantemente vai restaurando-se à imagem d'Aquele que o criou, até atingir o perfeito conhecimento. Portanto, como eleitos de Deus, santos e queridos, revesti-vos de entranhada misericórdia, de bondade, humildade, doçura, paciência. Suportai-vos uns aos outros e mutuamente perdoai-vos toda vez que tiverdes queixa contra outrem. Como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós. Mas, acima de tudo, revesti-vos da caridade, que é o vínculo da perfeição. Triunfe em vossos corações a Paz de Cristo, para a qual fostes chamados a fim de formar um Único Corpo. E sede agradecidos. A Palavra de Cristo permaneça entre vós em toda sua riqueza, de sorte que mutuamente possais instruir-vos e exortar-vos com toda Sabedoria. Sob a inspiração da Graça, cantai a Deus de todo coração salmos, hinos e cânticos espirituais. Tudo quanto fizerdes, por palavra ou por obra, fazei-o em Nome do Senhor Jesus, por Ele dando graças a Deus Pai." Cl 3,1-2.9b-10.12-17
    E de exemplar modo, a Carta de São Paulo aos Filipenses afirma o verdadeiro seguimento do Cristo: "Anseio pelo conhecimento de Cristo e pelo conhecimento do poder de Sua Ressurreição, através da participação em Seus sofrimentos, tornando-me semelhante a Ele na morte..." Fl 3,10
    Ele dizia de como se edifica o Corpo Místico de Cristo, pela total entrega aos desígnios de Deus, exemplo dado por Jesus em Sua Paixão (cf. Mc 14,36): "O que falta às tribulações de Cristo, completo em minha carne, por Seu Corpo que é a Igreja." Cl 1,24b
    Ora, mesmo diante da diáspora e da apostasia previstas desde o Livro de Deuteronômio, Moisés garantia: "Então procurarás o Senhor, Teu Deus, e O encontrarás, contanto que O busques de todo teu coração e de toda tua alma." Dt 4,29

    "Socorrei, com bondade, os que Vos buscam!"

segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

Tirai o Pecado do Mundo


    Como era missão de São João Batista anunciar o Advento do Salvador, ele apontou Jesus a seus seguidores, dos quais pelo menos Santo André e São João viriam a ser Apóstolos, dizendo qual seria Sua Missão. É do primeiro capítulo do Evangelho Segundo São João: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo." Jo 1,29
    E por uma visão que teve do Arcanjo São Gabriel, São Zacarias, sacerdote e pai de São João Batista, explicou o Mistério que envolvia o nascimento deste seu filho, deixando bem claro como Cristo salvaria o povo de Deus. Também em primeiro capítulo, está no Evangelho Segundo São Lucas: "E tu, menino, serás chamado Profeta do Altíssimo. Porque precederás o Senhor e Lhe prepararás o Caminho, para a Seu povo dar a conhecer a Salvação, pelo perdão dos pecados." Lc 1,76-77
    De fato, falando a São José sobre a gravidez de Nossa Senhora, o próprio Arcanjo Gabriel reafirmaria o Ministério de Jesus. Novamente em primeiro capítulo, o Evangelho Segundo São Mateus diz: "José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois Aquele que nela foi concebido vem do Espírito Santo. Ela dará à luz um Filho, a Quem porás o Nome de Jesus, porque Ele salvará Seu povo de seus pecados." Mt 1,20-21
    Ora, os seguidores da tradição de São Paulo igualmente atestaram a Redenção que está na Paixão de Cristo, registrando na Carta aos Hebreus: "Esplendor da Glória de Deus e imagem de Seu Ser, (Ele) sustenta o universo com o poder de Sua Palavra. Depois de ter realizado a purificação dos pecados, está sentado à direita da Majestade no mais alto dos Céus, elevado tão acima dos anjos quanto o Nome que Ele herdou supera o deles." Hb 1,3-4
    O projeto da Salvação, portanto, deu-se exatamente como estava previsto no Livro do Profeta Isaías havia sete séculos: "Carregou nossos pecados em Seu Corpo sobre o madeiro, para que, mortos para nossos pecados, vivamos para a Justiça. Por fim, por Suas chagas fomos curados." Is 53,5
    Por isso, a Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios vê no Evangelho de Cristo nossa reconciliação com o Pai. Ele defendeu o Ministério dos Sacerdotes da Santa Igreja Católica: "Porque é Deus que em Cristo reconciliava o mundo Consigo, não mais levando em conta os pecados dos homens, e pôs em nossos lábios a mensagem da reconciliação." 2 Cor 5,19
    É o que a Carta de São Paulo aos Colossenses garante: "Ele libertou-nos do poder das trevas e introduziu-nos no Reino de Seu amado Filho, no Qual temos a Redenção, a remissão dos pecados." Cl 1,13-14
    Numa síntese sobre o que o Sacrifício Pascal representa para a humanidade, a Primeira Carta de São João vai afirmar: "Ele (Cristo) é a expiação por nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo mundo." 1 Jo 2,2
    Ora, na Santa Ceia, o próprio Jesus disse o significado da Santa Cruz: "Tomou depois o cálice, rendeu graças e deu-lhO, dizendo: 'Dele bebei todos, porque isto é Meu Sangue, o Sangue da Nova Aliança, derramado em favor de muitos homens para a remissão dos pecados.'" Mt 26,27-28
    Segundo o holocausto da tradição judaica (cf. Êx 12,5), São Paulo lembra que Jesus é o perfeito Cordeiro, sem mácula: "Aquele que não conheceu o pecado, Deus fê-Lo pecado por nós, para que n'Ele nós nos tornássemos Justiça de Deus." 2 Cor 5,21
    E nessa condição Ele consumou a Redenção, tal qual Isaías havia anunciado: "Ele não cometeu pecado, nem se achou falsidade em Sua boca." Is 53,9
    São João Evangelista, Apóstolo muito próximo de Jesus (cf. Mc 5,37), reafirmou Sua pureza: "Sabeis que Jesus apareceu para tirar os pecados, e que n'Ele não há pecado." 1 Jo 3,5
    E garantiu: "Filhinhos, eu escrevo-vos porque vossos pecados vos foram perdoados por Seu Nome." 1 Jo 2,12
    Assim se conclui que a vida carnal de Jesus foi mais um sinal da Vitória, que nós também devemos alcançar, como os discípulos de São Paulo ensinam sobre a Santa Missa: "... e por isso convinha que Ele em tudo Se tornasse semelhante a Seus irmãos, para ser um compassivo e fiel Pontífice no Serviço de Deus, capaz de expiar os pecados do povo. Porque não temos n'Ele um Pontífice incapaz de compadecer-Se de nossas fraquezas. Ao contrário, passou pelas mesmas provações que nós, com exceção do pecado." Hb 2,17; 4,15


ARREPENDIMENTO, CONFISSÃO E PENITÊNCIA

    Conforme São Mateus, São João Batista, além de batizar e anunciar o Messias, também tomava Confissão daqueles que vinham ter com ele: "Confessavam seus pecados e por ele eram batizados nas águas do Jordão." Mt 3,6
    O Evangelho Segundo São Marcos disse o mesmo: "João Batista apareceu no deserto e pregava um batismo de conversão, para a remissão dos pecados. E para ir ter com ele saíam toda Judeia, toda Jerusalém, e por ele eram batizados no rio Jordão, confessando seus pecados." Mc 1,4-5
    E, ainda que nas entrelinhas, também São Lucas: "Ele percorria toda região do Jordão, pregando o batismo de arrependimento para remissão dos pecados..." Lc 3,3
    Mas o batismo de São João Batista não tinha o 'fogo', porque o Espírito Santo ainda não havia sido derramado (cf. Jo 7,40). Ele mesmo, revelando que dialogava com o Pai, disse: "Eu não O conhecia, mas Aquele que me mandou batizar em água, disse-me: 'Sobre Quem vires descer e repousar o Espírito, este é Quem batiza no Espírito Santo.'" Jo 1,33
    O Amado Médico detalhou-o, citando outra fala do Batista: "Eu batizo-vos na água, mas eis que vem Outro mais poderoso que eu, a Quem não sou digno de Lhe desatar a correia das sandálias. Ele batizá-vos-á no Espírito Santo e no fogo." Lc 3,16b
    De fato, São João Apóstolo apontou essa exortação de Jesus à multidão em Jerusalém ao fim da Festa das Tendas, quando mencionou uma profecia que estava tanto no Livro do Profeta Zacarias como no de Isaías: "'Quem crê em Mim', como diz a Escritura: 'Do seu interior manarão rios de Água Viva (Zc 14,8; Is 58,11).' Dizia isso, referindo-Se ao Espírito que haviam de receber aqueles que n'Ele cressem, pois ainda não fora dado o Espírito, visto que Jesus ainda não tinha sido glorificado." Jo 7,38-39
    Aliás, sabemos que o próprio Jesus iniciou Sua vida pública convidando todos ao arrependimento: "Desde então Jesus começou a pregar: 'Fazei penitência, pois o Reino dos Céus está próximo.'" Mt 4,17
    São Marcos deu outros detalhes: "Depois que João foi preso, Jesus dirigiu-Se a Galileia. Pregava a Boa Nova de Deus, e dizia: 'Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo. Fazei penitência e crede no Evangelho.'" Mc 1,14-15
    Ora, além de primeiro Sacramento que Ele pregou, foi a primeiríssima missão que deus aos Apóstolos: "Então chamou os Doze e começou a enviá-los, dois a dois e deu-lhes poder sobre os imundos espíritos. Eles partiram e pregaram a penitência." Mc 6,7.12
    E desde a convocação, os Apóstolos batizavam como São João Batista, ou seja, tomando a Confissão dos pecados. De fato, Jesus ainda não lhes havia soprado o Santo Paráclito (cf. Jo 20,22): "Em seguida, foi Jesus com Seus discípulos aos campos de Judeia, e ali Se deteve com eles e batizava. ... se bem que não era Jesus quem batizava, mas Seus discípulos..." Jo 3,22; 4,2
    Em São Lucas, após citar exemplos de pessoas que padeceram perseguições e grandes catástrofes, Jesus até adverte: "... se não vos arrependerdes, perecereis todos do mesmo modo." Lc 13,3
    Mesmo quando não era isso que Lhe pediam, Ele cuidava de remir os pecados: "Eis que Lhe apresentaram um paralítico estendido numa padiola. Jesus, vendo a daquela gente, disse ao paralítico: 'Meu filho, coragem! Teus pecados são-te perdoados.'" Mt 9,2
    Porém, como os escribas Lhe resistiam, Ele demonstrou Seu poder e que o perdão de Deus era mais importante que curar enfermidades: "Que é mais fácil dizer: 'Teus pecados são-te perdoados, ou: Levanta-te e anda?' Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem na Terra o poder de perdoar os pecados: 'Levanta-te', disse Ele ao paralítico, 'toma tua maca e volta para tua casa.' Levantou-se aquele homem e foi para sua casa." Mt 9,5-7
    Assim, por Sua pureza e transparência, Ele atraía os desejosos de uma verdadeira conversão, como se vê no episódio do banquete dado por São Mateus: "Como Jesus estivesse à mesa na casa desse homem, numerosos publicanos e pecadores vieram e sentaram-se com Ele e Seus discípulos." Mt 9,10
    Àqueles que já se julgavam puros, Ele explicitava Sua obra citando o Livro do Profeta Oseias: "Ide e aprendei o que significam estas palavras: 'Eu quero Misericórdia e não sacrifício' (Os 6,6). Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores." Mt 9,13
    Mostrou-Se intransigente para com perversores: "Mas se alguém escandalizar um destes pequeninos que creem em Mim, melhor seria que lhe atassem ao pescoço a mó de um moinho e o lançassem no fundo do mar. Ai do mundo por causa dos escândalos! Eles são inevitáveis, mas ai do homem que os causa!" Mt 18,6-7
    A todos, pois, recomendava verdadeira penitência, ainda que falando de mutilações em figurado sentido: "Por isso, se tua mão ou teu pé te fazem cair em pecado, corta-os e lança-os longe de ti: melhor é entrares na Vida coxo ou manco que, tendo dois pés e duas mãos, seres lançado no eterno fogo. Se teu olho te leva ao pecado, arranca-o e lança-o longe de ti: melhor é entrares na Vida cego de um olho que com teus dois olhos seres jogado no fogo da geena." Mt 18,8-9
    E como única concessora do divino perdão, Ele sobremaneira exalta a importância de Sua Igreja, claramente recomendando a ex-comunhão: "Se teu irmão tiver pecado contra ti, vai e repreende-o entre ti e ele somente. Se te ouvir, terás ganho teu irmão. Se não te escutar, contigo toma uma ou duas pessoas, a fim de que toda questão se resolva pela decisão de duas ou três testemunhas. Se se recusas a ouvi-los, dize-o à Igreja. E se também se recusar a ouvir a Igreja, seja ele para ti como um pagão e um publicano." Mt 18,15-17
    Por isso, após ressuscitar, logo em Sua primeira aparição ao Colégio dos Apóstolos lhes transmitiu o poder de perdoar os pecados: "Disse-lhes outra vez: 'A Paz esteja convosco! Como o Pai Me enviou, Eu também vos envio.' Depois dessas palavras, soprou sobre eles dizendo-lhes: 'Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, sê-lhes-ão perdoados. Àqueles a quem os retiverdes, sê-lhes-ão retidos." Jo 20,21-23
    Rito que a Igreja Católica claramente manteve, como vemos na primeira passagem de São Paulo pela cidade de Éfeso, em registro do Livro de Atos dos Apóstolos: "Muitos daqueles que haviam acreditado vinham confessar e declarar suas obras." At 19,18
    Sensível e sincero, São Pedro foi o primeiro, sempre ele!, a confessar-se perante Jesus, o que fez logo no início de Sua vida pública, por ocasião da miraculosa pesca: "Vendo isso, Simão Pedro caiu aos pés de Jesus e exclamou: 'Retira-Te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador.'" Lc 5,8
    E após o Pentecostes, diante da cúpula dos judeus, o Príncipe dos Apóstolos corajosamente vai declarar a Missão de Cristo. Ressalva, ademais, a importância da obediência para que se receba o Santo Paráclito: "O Deus de nossos pais ressuscitou Jesus, que vós matastes, suspendendo-O num madeiro. Deus elevou-O pela mão direita como Príncipe e Salvador, a fim de dar a Israel o arrependimento e a remissão dos pecados. Destes fatos, nós somos testemunhas, nós e o Espírito Santo, que Deus deu a todos que Lhe obedecem.'" At 5,30-32
    A Carta de São Tiago, por sua vez, confirma a plenitude do poder de perdoar, inclusive pela Unção dos Enfermos, que é exclusivo dos Sacerdotes da Igreja Católica Apostólica Romana, os únicos sucessores dos Apóstolos (cf. 2 Tm 2,2): "Está alguém enfermo? Chame os Sacerdotes da Igreja e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo em Nome do Senhor. A oração da fé salvará o enfermo e o Senhor restabelecê-lo-á. Se ele cometeu pecados, sê-lhe-ão perdoados." Tg 5,14-15
    E exorta-nos à frequente prática da Confissão mesmo entre meros fiéis, como forma de compromisso público para nos apartar dos pecados, sem essa falaciosa doutrina de 'confessar só a Deus': "Confessai vossos pecados uns aos outros, e rezai uns pelos outros para serdes curados. A oração do justo tem grande eficácia." Tg 5,16
    Principalmente para bem receber o Santíssimo Sacramento, como a Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios ensina: "Portanto, todo aquele que indignamente comer o Pão ou beber o Cálice do Senhor, será culpável do Corpo e do Sangue do Senhor. Que cada um se examine a si mesmo, e assim coma desse Pão e beba desse Cálice. Aquele que, sem discernir, come e bebe o Corpo do Senhor, come e bebe sua própria condenação. Esta é a razão porque entre vós há muitos adoentados e fracos, e muitos mortos." 1 Cor 11,27-30
    Ora, segundo o próprio Jesus, o pedido e a oferta de perdão é a única forma de alcançar as Graças de Deus, como recomendou para nossas orações pessoais: "E quando vos puserdes de pé para rezar, perdoai, se tiverdes algum ressentimento contra alguém, para que Vosso Pai, que está nos Céus, também perdoe vossos pecados." Mc 11,25
    Ele explicou, nestes termos, a importância do arrependimento: "Digo-vos que assim haverá maior júbilo no Céu por um só pecador, que fizer penitência, que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento." Lc 15,7
    Por isso, não deixou faltar esse pedido no Pai Nosso: "... perdoai nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido..." Mt 6,12
    E determinou que tomássemos a iniciativa, mesmo quando não nos sentimos culpados: "Se estás, portanto, para fazer tua oferta diante do altar e lembrares que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa lá tua oferta diante do altar e primeiro vai reconciliar-te com teu irmão. Só então vem fazer tua oferta." Mt 5,23-24
    Pois o perdão, que todos nós devemos oferecer, é prova de amor. Ele disse sobre uma conhecida pecadora, que ungiu Seus pés com perfume: "Por isso, digo-te: seus numerosos pecados foram-lhe perdoados, porque ela tem demonstrado muito amor. Mas àquele que pouco se perdoa, pouco ama." Lc 7,47
    Recomendou, pois, que nós largamente usássemos do perdão, em especial para com aqueles que se arrependem: "Se teu irmão pecar, repreende-o, e se se arrepender, perdoa-lhe. Se pecar sete vezes ao dia contra ti e sete vezes no dia vier procurar-te, dizendo: 'Estou arrependido', perdoá-lhe-ás." Lc 17,3-4
    Respondendo ao Príncipe dos Apóstolos, noutra ocasião, Ele foi ainda mais longe: "Então Pedro se aproximou d'Ele e disse: 'Senhor, quantas vezes devo perdoar meu irmão, quando ele pecar contra mim? Até sete vezes?' Respondeu Jesus: 'Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete.'" Mt 18,21-22
    E como alguns religiosos teimavam em usar das mais pesadas punições, Ele tornou inaplicável o apedrejamento, forçando-os a reconhecerem seus próprios pecados. Foi no episódio da mulher flagrada em adultério, que Lhe apresentaram enquanto Ele pregava no Templo de Jerusalém: "Como eles insistissem, ergueu-Se e disse-lhes: 'Quem de vós estiver sem pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra.'" Jo 8,7


A AUTORIDADE DE CRISTO

    Contudo, assim como o mundo não se convence de suas ofensas a Deus, nem por Seus milagres Jesus convenceu a gente de Seu tempo quanto a Sua autoridade. Nem mesmo após revelar Sua Divina Natureza, pois abertamente Se autodeclarou pelo codinome com que Deus Se havia identificado a Moisés (cf. Êx 3,14): 'EU SOU': "Por isso, disse-vos: morrereis no vosso pecado. Porque se não crerdes que EU SOU, morrereis no vosso pecado." Jo 8,24
    E desafiou os religiosos de Jerusalém a apontarem-Lhe um pecado: "Quem de vós Me acusará de pecado? E se vos falo a Verdade, por que Me não credes?" Jo 8,46
    Os próprios fariseus da Cidade Santa, no entanto, já se mostravam incertos: "Como pode um pecador fazer tais prodígios?" Jo 9,16
    Até mesmo gente entre os líderes dos judeus, como se viu após o Domingo de Ramos: "Não obstante, muitos dos chefes também creram n'Ele, mas por causa dos fariseus não o manifestavam, para não serem expulsos da sinagoga." Jo 12,42
    O desconcerto era tamanho que até um cego de nascença, curado por Jesus, argumentou com os sacerdotes de então: "Sabemos, porém, que Deus não ouve a pecadores, mas atende a quem Lhe presta culto e faz Sua vontade. Jamais se ouviu dizer que alguém tenha aberto os olhos a um cego de nascença. Se esse homem não fosse de Deus, não poderia fazer nada." Jo 9,31
    Por essa cura que os fariseus puderam constatar, mas mesmo assim seguiam renegando-O, Ele avisou-os que estavam incorrendo em falso testemunho, que o oitavo Mandamento proíbe (cf. Êx 20,16): "Se fôsseis cegos, não teríeis pecado, mas agora pretendeis ver, e vosso pecado subsiste." Jo 9,41
    Também cobrou por cada Palavra Sua, como disse sobre os judeus em Sua última noite entre os Apóstolos: "Se Eu não viesse e não lhes tivesse falado, não teriam pecado. Mas agora não há desculpa para seu pecado." Jo 15,22
    Por fim, cobrou por todas Suas obras, citando o rei Davi no Livro de Salmos, em dois cânticos: "Se entre eles não tivesse Eu feito obras, como nenhum outro fez, não teriam pecado. Mas agora as viram, e odiaram a Mim e a Meu Pai. Porém, foi para que se cumpra a Palavra que está escrita na Lei: 'Odiaram-Me sem motivo' (Sl 34,19; 68,5)." Jo 15,24
    E depois de Sua Ascensão aos Céus, enfim, Jesus deixou-nos o Espírito da Promessa, para intimamente nos auxiliar em exames de consciência: "Entretanto, digo-vos a Verdade: convém a vós que Eu vá! Porque se Eu não for, o Paráclito não virá a vós. Mas se Eu for, enviá-Lo-ei. E quando Ele vier, convencerá o mundo a respeito do pecado, da Justiça e do Juízo. Convencerá o mundo a respeito do pecado, que consiste em não crer em Mim." Jo 16,7-9
    Enfim, quando todo povo de Deus já estiver redimido, Jesus retornará para o premiar, pois a condenação dos ímpios, o Juízo Final não tomará muito tempo (2 Ts 2,8), e não é Seu objetivo (cf. 1 Tm 2,4) nem Sua principal obra (cf. Ap 7,10): "... assim Cristo uma vez só Se ofereceu para tomar sobre Si os pecados da multidão, e aparecerá uma segunda vez, porém não em razão do pecado, mas para trazer a Salvação àqueles que O esperam." Hb 9,28
    De fato, se o Antigo Testamento apontava os pecados (cf. Rm 3,20), a manifestação do Salvador já possibilitou a fé, e por ela a Redenção, como a Carta de São Paulo aos Gálatas ensina: "... as Escrituras tudo encerram sob o império do pecado, para que mediante a fé em Jesus Cristo a promessa fosse dada àqueles que creem." Gl 3,22


O SACRIFÍCIO DE CRISTO

    O Apóstolo dos Gentios, pois, firmando-se nas profecias sobre o Messias (cf. Is 53,5), trata de assegurar-nos: "... Cristo morreu por nossos pecados, em conformidade as Escrituras..." 1 Cor 15,3
    E seus seguidores atestam que com pleno êxito Jesus concluiu o plano de Salvação, que o Pai Lhe ditou: "Por nossos pecados Jesus ofereceu um único sacrifício, e, logo em seguida, para sempre tomou lugar à direita de Deus... " Hb 10,12
    Seu Sacrifício, portanto, foi perfeito: "Tal é, com efeito, o Pontífice que nos convinha: Santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores e elevado além dos Céus, que não tem necessidade, como outros sumos sacerdotes, de todos dias oferecer sacrifícios, primeiro pelos próprios pecados, depois pelos do povo. Pois isto fez de uma só vez para sempre, oferecendo a Si mesmo." Hb 7,26-27
    E ao estabelecer a Nova Aliança, Ele redime a humanidade por Seu Sangue e possibilita a Santa Misssa: "Porém, já veio o Messias, Sumo Sacerdote dos vindouros bens. E através de mais excelente e mais perfeito Tabernáculo, não construído por mãos humanas (isto é, não deste mundo), sem levar Consigo o sangue de carneiros ou novilhos, mas com Seu próprio Sangue, de uma vez por todas entrou no Santuário, adquirindo-nos uma eterna Redenção. Porque se o sangue de carneiros e de touros, e a cinza de uma vaca, com que se aspergem os impuros, santificam e purificam pelo menos os corpos, quanto mais o Sangue de Cristo, que pelo Eterno Espírito Se ofereceu a Deus como vítima sem mácula, purificará nossa consciência das obras mortas para que prestemos culto a Deus Vivo." Hb 9,11-14
    Essa era uma antiga promessa, feita por Deus no Livro do Profeta Jeremias: "Dias hão de vir, Oráculo do Senhor, em que firmarei Nova Aliança com as casas de Israel e de Judá. ... pois a todos perdoarei as faltas, sem guardar nenhuma lembrança de seus pecados...." Jr 31,31-34
    E como a Carta de São Paulo aos Romanos explicou, essa promessa cumpriu-se através de Jesus, o Ressuscitado: "... porque cremos n'Aquele que dos mortos ressuscitou Jesus, Nosso Senhor, o Qual foi entregue por nossos pecados e ressuscitado para nossa justificação." Rm 4,24-25
    Assim, pela obediência e pela Ressurreição de Cristo, o pecado e a morte foram vencidos: "Por isso, como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim a morte passou a todo gênero humano, porque todos pecaram. Assim como pela desobediência de um só homem foram todos constituídos pecadores, e pela obediência de Um só todos se tornarão justos." Rm 5,12.19
    Pois a absoluta Graça de Cristo leva à Vida Eterna, concluindo o que o Antigo Testamento iniciou: "Sobreveio a Lei para que abundasse o pecado. Mas onde abundou o pecado, superabundou a Graça. Assim como o pecado reinou para a morte, a Graça também reinaria pela Justiça para a Vida Eterna, por meio de Jesus Cristo, Nosso Senhor." Rm 5,20-21
    Com efeito, a Carta de São Paulo aos Efésios vai repetir esse argumento: "Nesse Filho, por Seu Sangue, temos a Redenção, a remissão dos pecados, segundo as riquezas de Sua Graça..." Ef 1,7
    E assim ele celebra o dia de Pentecostes, contrapondo a Antiga e a Nova Aliança: "A Lei do Espírito de Vida libertou-me, em Jesus Cristo, da Lei do pecado e da morte. O que era impossível à Lei, visto que a carne a tornava impotente, Deus fez. Enviando, por causa do pecado, Seu próprio Filho numa carne semelhante à do pecado, condenou o pecado na carne, a fim de que a Justiça prescrita pela Lei fosse realizada em nós, que vivemos não segundo a carne, mas segundo o Espírito." Rm 8,2-4
    Por isso, exorta: "Não reine, pois, o pecado em vosso corpo mortal, de modo que obedeçais a seus apetites. Nem ofereçais vossos membros ao pecado, como instrumentos do Mal. Oferecei-vos a Deus, como vivos, salvos da morte, para que vossos membros sejam instrumentos do bem, a Seu serviço." Rm 6,12-13
    E garantiu: "O pecado já não vos dominará, porque agora não estais mais sob a Lei, e sim sob a Graça. Mas agora, libertos do pecado e feitos servos de Deus, tendes por fruto a santidade, e o termo é a Vida Eterna. Porque o salário do pecado é a morte, enquanto o dom de Deus é a Vida Eterna em Cristo Jesus, Nosso Senhor." Rm 6,14.22-23
    Para tanto, assegurando-nos do amor de Deus, o Amado Discípulo estimula que recorramos ao Sacramento da Penitência: "Se dizemos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos e a Verdade não está em nós. Se reconhecemos nossos pecados, Deus aí está fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda iniquidade." 1 Jo 1,8-9
    A Primeira Carta de São Pedro também argumenta nesse sentido: "Assim, pois, como Cristo padeceu na carne, também vos armai deste mesmo pensamento: quem padeceu na carne, rompeu com o pecado..." 1 Pd 4,1


COMUNHÃO COM DEUS

    E como só uma verdadeira purificação, através do verdadeiro amor, pode efetivamente honrar o Sangue de Cristo, São João Evangelista diz da razão da anunciação da Boa Nova, que é a obra da Santa Igreja: "... o que vimos e ouvimos, nós anunciamo-vos para que vós também tenhais Comunhão conosco. Ora, nossa Comunhão é com o Pai e com Seu Filho Jesus Cristo. Se, porém, andamos na Luz como Ele mesmo está na Luz, temos recíproca Comunhão, uns com os outros, e o Sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, purifica-nos de todo pecado." 1 Jo 1,3.7
    São Pedro, portanto, ensinou a importância do amor para nos unir a Deus, citando o Livro de Provérbios: "Antes de tudo, mantende entre vós uma ardente caridade, porque a caridade cobre a multidão dos pecados. (Pr 10,12)" 1 Pd 4,8
    Ora, a verdadeira caridade expressa-se no cuidado ao próximo visando sua Salvação, por dedicação e paciência como São Tiago Menor prega: "... aquele que fizer um pecador retroceder de seu erro, salvará sua alma da morte e fará desaparecer uma multidão de pecados." Tg 5,20
    Por fim, e uma vez em dia com os Sacramentos, os seguidores de São Paulo convidam-nos a definitivamente abraçar o projeto do Cristo: "... acheguemo-nos a Ele com sincero coração, com plena firmeza da fé, o mais íntimo da alma isento de toda mácula de pecado e o corpo lavado com a purificadora Água do Batismo." Hb 10,22
    E Davi celebra: "Bem-aventurados aqueles cujas iniquidades foram perdoadas e cujos pecados foram cobertos! Bem-aventurado o homem ao qual o Senhor não imputou seu pecado." Sl 31,1-2

    "Glória e louvor ao Pai, que em Cristo nos reconciliou!"