domingo, 18 de agosto de 2024

Santa Helena


    O cristianismo ainda era perseguido em todo Império Romano quando Santa Helena, que trabalhava numa pensão na Bitínia, sua terra natal, norte da atual Turquia, se casou em 273 com Constâncio, um general romano, e no ano seguinte gerou Constantino.
    Mas ela logo foi abandonada pelo ambicioso marido, que levou o filho para Roma e se casou com a filha do imperador Maximiliano, pois queria assumir seu posto, o que de fato aconteceu em 293. Santa Helena casta e resignadamente viveu sua rejeição, mas chorava a saudade de seu filho.
    Só após a morte do ex-esposo, e a ascensão de Constantino ao posto de Imperador, em 306, ela foi trazida por ele a Roma. Aí lhe deu o nome de Augusta, que quer dizer divina, e o título de Imperatriz. Santa Helena, porém, já tinha 51 anos, realmente gostava da humilde vida e não se deixou impressionar com o luxo. Vivia para fazer caridade.
    É bem provável que, apesar das perseguições aos cristãos, ela já fosse de longa data convertida ao cristianismo, pois apenas um ano depois de chegar a Roma pediu para ser batizada, com o pleno conhecimento do filho e de toda côrte. Talvez até mesmo o imperador, que mais tarde por muitos também seria considerado Santo, já estivesse à época profundamente impressionado com a História de Jesus.
    Segundo Eusébio de Cesareia, na noite anterior à difícil Batalha de Ponte Milvio, em Saxa Rubra, arredores de Roma, que se deu em 312, Constantino sonhou com uma brilhante cruz e ouviu a voz de seu Anjo da Guarda: "Com este sinal vencerás." Assim mandou apor a Cruz de Cristo nos estandartes e bandeiras romanos e proclamou: "Confio em Cristo, em Quem minha mãe Helena crê!" Ao sair-se vencedor, atribuiu a vitória a uma Graça de Deus, pois combateu em grande desvantagem. Por fim, após a publicação do Edito de Milão-Nicomédia, em 313, que encerrava toda perseguição ao cristianismo no Império Romano, ele mesmo converteu-se.
    Santa Helena viveu para zelar pela , apoiar Sacerdotes, construir igrejas por todo império e cuidar dos pobres e dos enfermos de Roma e por onde passava.


    Por volta dos 70 anos de idade, foi a Jerusalém instruída em sonho de que acharia a Cruz de Cristo. E, de fato, na companhia de São Macário, Bispo da Cidade Santa, e uma empenhada equipe de trabalho, findou por encontrá-la.
    Quem registrou todos esses relatos foi Santo Ambrósio, Bispo de Milão, Doutor da Igreja, um dos grandes Padres Latinos, que viveu entre 340 e 397 e foi responsável pela conversão e batismo Santo Agostinho. Ele escreveu num sermão que Santa Helena não só havia encontrado a Santa Cruz, mas também a Jesus. Não sabemos exatamente, no entanto, se ele se referia a uma aparição ou a uma mais profunda conversão. Mas sabemos que o exemplo de vida que ela havia tomado para si era o de Maria, pois assim como a Santíssima Mãe santamente viveu a viuvez.


    Apaixonada pelo Evangelho, nossa Santa permaneceu alguns anos na Palestina, onde ajudava nos assuntos da igreja local, cuidava da humilde gente e visitava santos lugares. Faleceu entre 328 e 330, quando Constantino estava transferindo a capital do Império, de Roma para Istambul, em terras da atual Turquia, cidade que em sua homenagem passou a chamar-se Constantinopla. Mais tarde, seus restos mortais foram levados a Roma e sepultados na Igreja de Santa Maria in Aracoeli, num túmulo de especial destaque.


    A Santa Cruz foi encontrada partida em três pedaços, e Santa Helena deu-lhes singela solução: distribuiu-os entre as principais igrejas locais, que eram a de de Roma, a de Jerusalém e a de Constantinopla. Ainda na Terra Santa, ela mandou construir a Casa de Oração, no Monte das Oliveiras, a Igreja da Anunciação, sobre a Santa Casa de Nazaré, templo que foi destruído, além de.duas importantíssimas basílicas: a do Santo Sepulcro, no Monte Calvário, onde se acham as pedras que deram sustentação à Santa Cruz e a lápide sobre a qual o Corpo de Cristo foi posto, ...


    ... e a da Natividade, sobre a gruta de Belém, onde nasceu Nosso Salvador.


     Em Roma, as relíquias foram recolhidas na Basílica da Santa Cruz de Jerusalém, especialmente construída para abrigá-las, como o próprio nome atesta. Aí estão pedaços do madeiro, espinhos da Coroa de Jesus, pregos e a tábua com inscrições mandada afixar por Pilatos, chamada Titulus Crucis (cf. Jo 19,19).


    O sarcófago de Santa Helena, em porfírio vermelho, no qual ficou seu corpo em Constantinopla, atualmente encontra-se no museu do Vaticano.


   Tempos depois, seu crânio foi doado à Catedral de São Pedro, em Trier, região oeste da Alemanha, fronteira com a França, cujas estruturas são do século IV.


    Santa Helena, rogai por nós!