sexta-feira, 18 de agosto de 2023

Santa Helena


    O cristianismo ainda era perseguido em todo Império Romano quando Santa Helena, que trabalhava numa pensão na Bitínia, sua terra natal, norte da atual Turquia, casou-se em 273 com Constâncio, um general romano, e no ano seguinte gerou Constantino.
    Mas ela logo foi abandonada pelo ambicioso marido, que levou o filho para Roma e casou-se com a filha do imperador Maximiliano, pois queria assumir seu posto, o que de fato aconteceu em 293. Santa Helena casta e resignadamente viveu sua rejeição, mas chorava a saudade de seu filho.
    Só após a morte do ex-esposo, e a ascensão de Constantino ao posto de Imperador, em 306, ela foi trazida por ele a Roma. Aí deu-lhe o nome de Augusta, que quer dizer divina, e o título de Imperatriz. Santa Helena, porém, já tinha 51 anos, realmente gostava da humilde vida e não se deixou impressionar com o luxo. Vivia para fazer caridade.
    É bem provável que, apesar das perseguições aos cristãos, ela já fosse de longa data convertida ao cristianismo, pois apenas um ano depois de chegar a Roma pediu para ser batizada, com o pleno conhecimento do filho e de toda côrte. Talvez até mesmo o imperador, que mais tarde por muitos também seria considerado Santo, já estivesse à época profundamente impressionado com a História de Jesus.
    Segundo Eusébio de Cesareia, na noite anterior a difícil Batalha de Ponte Milvio, em Saxa Rubra, arredores de Roma, que se deu em 312, Constantino sonhou com uma brilhante cruz e ouviu a voz de seu Anjo da Guarda: "Com este sinal vencerás." Assim mandou apor a Cruz de Cristo nos estandartes e bandeiras romanos e proclamou: "Confio em Cristo, em Quem minha mãe Helena crê!" Ao sair-se vencedor, atribuiu a vitória a uma Graça de Deus, pois combateu em grande desvantagem. Por fim, após a publicação do Edito de Milão-Nicomédia, em 313, que encerrava toda perseguição ao cristianismo no Império Romano, ele mesmo converteu-se.
    Santa Helena viveu para zelar pela , apoiar Sacerdotes, construir igrejas por todo império e cuidar dos pobres e dos enfermos de Roma e por onde passava.


    Por volta dos 70 anos de idade, foi a Jerusalém instruída em sonho de que acharia a Cruz de Cristo. E, de fato, na companhia de São Macário, Bispo de Jerusalém, e uma empenhada equipe de trabalho, findou por encontrá-la.
    Quem registrou todos esses relatos foi Santo Ambrósio, Bispo de Milão, Doutor da Igreja, um dos grandes Padres Latinos, que viveu entre 340 e 397 e foi responsável pela conversão e batismo Santo Agostinho. Ele escreveu num sermão que Santa Helena não só havia encontrado a Santa Cruz, mas também a Jesus. Não sabemos exatamente, no entanto se ele referia-se a uma aparição ou a uma mais profunda conversão. Mas sabemos que o exemplo de vida que ela havia tomado para si era o de Maria, pois assim como a Santíssima Mãe santamente viveu a viuvez.


    Apaixonada pelo Evangelho, nossa Santa permaneceu alguns anos na Palestina, onde ajudava nos assuntos da igreja local, cuidava da humilde gente e visitava santos lugares. Faleceu entre 328 e 330, quando Constantino estava transferindo a capital do Império de Roma para Istambul, em terras da atual Turquia, cidade que em sua homenagem passou a chamar-se Constantinopla. Mais tarde, seus restos mortais foram levados a Roma e sepultados na Igreja de Santa Maria in Aracoeli, num túmulo de especial destaque.


    A Santa Cruz foi encontrada partida em três pedaços, e Santa Helena deu-lhes singela solução: distribuiu-os entre as principais igrejas locais, que eram a de de Roma, a de Jerusalém e a de Constantinopla. Ainda na Terra Santa, ela mandou construir a Casa de Oração, no Monte das Oliveiras, a Igreja da Anunciação, sobre a Santa Casa de Nazaré, templo que foi destruído, além de.duas importantíssimas basílicas: a do Santo Sepulcro, no Monte Calvário, onde se acham as pedras que deram sustentação à Santa Cruz e a lápide sobre a qual o Corpo de Cristo foi posto, ...


    ... e a da Natividade, sobre a gruta de Belém.


     Em Roma, as relíquias foram recolhidas na Basílica da Santa Cruz de Jerusalém, especialmente construída para abrigá-las. Aí estão pedaços do madeiro, espinhos da Coroa de Jesus, pregos e a tábua com inscrições mandada afixar por Pilatos, chamada Titulus Crucis (cf. Jo 19,19).


    O sarcófago de Santa Helena, em porfírio vermelho, no qual ficou seu corpo em Constantinopla, atualmente encontra-se no museu do Vaticano.


   Tempos depois, seu crânio foi doado à Catedral de São Pedro em Trier, região oeste da Alemanha, fronteira com a França, cujas estruturas são do século IV.


    Santa Helena, rogai por nós!