Também não iremos conhecê-Lo só porque é nossa vontade.
Não é uma decisão só nossa, também é d'Ele, e pode ser só d'Ele.
Não é um assunto sobre o qual temos livre e plena disposição, ainda que o sincero e racional esforço possa levar-nos a Ele.
Precisamos, na maioria dos casos, ser ajudados pelo Espírito Santo, que está em perfeita comunhão com o próprio Jesus. Quer dizer, sem o estável e reverente empenho, só acontece quando Ele mesmo quer revelar-Se.
A leitura da Bíblia, portanto, da qual não se pode tirar interpretações pessoais, deve ser precedida de orações e de pedidos de auxílio ao Santo Paráclito.
Também não se pode estabelecer um período para que isso aconteça: Jesus é quem escolhe o momento. Quando estivermos prontos, Ele dar-Se-á a conhecer.
É sempre uma experiência pessoal e indizível, só compreensível por quem por ela já passou ou a quem Ele está preparando para tal.
Mas essa intimidade, alcançada por Divina Graça, precisa ser aprofundada para que não se perca. Novos momentos trarão novos questionamentos. Só uma verdadeira relação com Ele pode manter viva a fé, ou as ervas daninhas vão crescer sufocando a boa semente. Na parábola do semeador, esta é a mais triste perda. É o caso de pessoas que, apesar de terem alcançado alguma proximidade a Ele, acabaram perdendo a fé porque os sentidos foram embotados por mundanos assuntos, aos quais foram dados mais importância.
Por Sua divina condição, conhecer Jesus é uma obra que tem início, mas não tem fim. A totalidade de Suas riquezas e mistérios não é passível de ser examinada pelo ser humano. Está muito além de nossa capacidade. Contudo, Ele sempre revela mais do que precisamos saber...
Não nos incomodemos, pois, com Sua autonomia, Seus segredos e Sua sutileza. Lembremos que estamos diante do Onisciente. Só precisamos reconhecer nossas limitações e pedir-Lhe essa Graça. É a mais bela experiência e o mais o valioso conhecimento que o ser humano pode adquirir...
Relembrando o Deuteronômio, Cristo ensinou: "Amarás o Senhor Teu Deus de todo teu coração, de toda tua alma, de todas tuas forças e de todo teu entendimento..." Lc 10,27
Por dedução, vemos que a experiência de conhecê-Lo precisa envolver todas nossas capacidades. Ou seja, conhecê-Lo com nossos sentimentos, nossa espiritualidade, nossos sentidos e nossa razão.
E conhecer Jesus é conhecer a Deus: "Perguntaram-Lhe: 'Onde está Teu Pai?' Respondeu Jesus: 'Não conheceis nem a Mim nem a Meu Pai. Se Me conhecêsseis, certamente também conheceríeis a Meu Pai." Jo 8,19
"A todos dai a Luz que não se apaga."
