A EXCELÊNCIA DO AMOR A DEUS
Por uma vida excessivamente apegada às coisas terrenas, para muitos é difícil entender a disposição de Abraão em sacrificar seu único filho, Isaac, mesmo sendo uma ordem de Deus. Quantos de nós obedeceria? Mas Abraão, homem de fé, ciente da vital importância de sua relação com o Criador, foi adiante e estava correto! Sem dúvida, Jesus ensinou a colocar as coisas de Deus à frente das demais: "Antes buscai o Reino de Deus e Sua justiça, e todas estas coisas sê-vos-ão dadas em acréscimo." Mt 6,33
Ora, 'amar a Deus sobre todas coisas' é o primeiríssimo Mandamento e uma prescrição já muito antiga, mas, principalmente nesses tempos de individualismo e hedonismo, acintosamente ignorada, sem que sequer se medite sobre sua importância. E não por falta de aviso: "Jesus respondeu-lhe: 'O primeiro de todos Mandamentos é este: Ouve, Israel, o Senhor Nosso Deus é o único Senhor! Amarás ao Senhor teu Deus de todo teu coração, de toda tua alma, de todo teu entendimento e de todas tuas forças.'" Mc 12,29-30
Essa divina orientação deve ser o norte de nossas vidas, pois, de fato, após nos impelir para dentro de nós mesmos e para Deus, impele-nos para fora e para nossos semelhantes, como Jesus completou: "Eis aqui o segundo: 'Amarás teu próximo como a ti mesmo.'" Mc 12,31a
O amor ao próximo, porém, que, como se vê, deve equiparar-se ao amor próprio, não pode ser comparado ao amor a Deus porque é apenas um reflexo dele. São João Evangelista diz: "Mas amamos porque primeiro Deus nos amou." 1 Jo 4,19
São Paulo resume: "Mas eis aqui uma brilhante prova do amor de Deus por nós: quando ainda éramos pecadores, Cristo morreu por nós." Rm 5,8
Assim, para que seja possível, o amor ao próximo depende do verdadeiro amor a Deus, isto é, do amor de Salvação! É Jesus que vai reafirmar esse imperativo: "Quem ama seu pai ou sua mãe mais que a Mim, não é digno de Mim. Quem ama seu filho mais que a Mim, não é digno de Mim." Mt 10,37
Amor a esse mundo, então, nem pensar! Ele ensina: "Quem ama sua vida, perdê-la-á, mas quem odeia sua vida neste mundo, conservá-la-á para a Vida Eterna." Jo 12,25
E havia dito o mesmo quanto ao mero amor próprio: "Em seguida, dirigiu-Se a todos: 'Se alguém quer vir após Mim, renegue-se a si mesmo, tome cada dia sua cruz e siga-Me.'" Lc 9,23
Essa era Sua inarredável condição, e também deve ser a nossa, mas que assim é imposta pelo próprio mundo: "Se o mundo vos odeia, sabei que odiou a Mim antes que a vós." Jo 15-18
A Missão de Jesus, pois, que deve ser corajosamente divulgada através do Evangelho, dá-se, ainda que para nossa Salvação, em função de Sua relação com o Pai: "O mundo, porém, deve saber que amo o Pai e procedo como Ele Me ordenou." Jo 14,31
Sob esse aspecto, Sua passagem entre nós foi absolutamente restritiva: "Meu alimento é fazer a vontade d'Aquele que Me enviou e cumprir Sua obra." Jo 4,34
De fato, Ele não tomava para Si qualquer função: "Disse-Lhe, então, alguém do meio do povo: 'Mestre, dize a meu irmão que reparta comigo a herança.' Jesus respondeu-lhe: 'Meu amigo, quem Me constituiu juiz ou árbitro entre vós?'" Lc 12,13-14
Definitivamente, não! "Então se aproximaram d'Ele Seus discípulos e disseram-Lhe: 'Sabes que os fariseus se escandalizaram com as palavras que ouviram?' Jesus respondeu: 'Toda planta que Meu Pai celeste não plantou será arrancada pela raiz. Deixai-os. São cegos e guias de cegos. Ora, se um cego conduz a outro, ambos tombarão na mesma vala.'" Mt 15,12-14
Salvo casos de evidente fé, Ele mantinha-Se estritamente nas prescrições do Pai, como respondeu a mulher cananeia nos arredores de Tiro e Sidônia: "Jesus respondeu-lhes: 'Não fui enviado senão às perdidas ovelhas da casa de Israel.'" Mt 15,24
Ele dizia: "Não lanceis aos cães as santas coisas, nem atireis aos porcos vossas pérolas, para que não as calquem com suas patas, e, voltando-se contra vós, dilacerem-vos." Mt 7,6
E colocando a Igreja em oposição ao mundo, disse de Sua Paz: "Não julgueis que vim trazer a Paz à terra. Vim trazer não a Paz, mas a espada. Eu vim trazer a divisão entre o filho e o pai, entre a filha e a mãe, entre a nora e a sogra, e os inimigos do homem serão as pessoas de sua própria casa." Mt 10,34-36
Pois essa é a indisfarçável situação de Seus eleitos: "Se fôsseis do mundo, o mundo amá-vos-ia como sendo seus. Como, porém, não sois do mundo, mas do mundo escolhi-vos, o mundo odeia-vos." Jo 15,19
Condição essa que se transfere de nossa relação com Ele para nossa relação com Deus Pai, que disse do Domingo da Ressurreição: "Naquele dia pedireis em Meu Nome, e já não digo que rogarei ao Pai por vós, porque Ele mesmo vos ama..." Jo 16,26-27a
Ele apontou a autêntica família de Deus: "Todo aquele que faz a vontade de Meu Pai que está nos Céus, esse é Meu irmão, Minha irmã e Minha mãe." Mt 12,50
E manifestou tal Verdade desde Seus 12 anos, quando ficou em Jerusalém depois da Páscoa, em diálogo com Nossa Senhora e São José: "Respondeu-lhes Ele: 'Por que Me procuráveis? Não sabíeis que devo estar na Casa de Meu Pai?'" Lc 2,49
Ao opor Deus ao mundo, Ele coloca nosso comportamento em função de uma clara consequência: "Se teu olho direito é para ti causa de queda, arranca-o e lança-o longe de ti, porque é preferível perder um só de teus membros que todo teu corpo seja lançado na geena. E se tua mão direita é para ti causa de queda, corta-a e lança-a longe de ti, porque é preferível perder um só de teus membros que todo teu corpo seja atirado na geena." Mt 5,29-30
Por isso, mostra-Se intransigente para com toda falsidade, em especial entre religiosos, denunciando quem a cria: "Vós tendes como pai o Demônio, e quereis fazer os desejos de vosso pai. Ele era homicida desde o princípio e não permaneceu na Verdade, porque a Verdade não está nele. Quando diz a mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira." Jo 8,44
E foi categórico ao afirmar que entre Deus e o mundo não existe meio termo: "Nenhum servo pode servir a dois senhores: ou há de odiar a um e amar o outro, ou há de aderir a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro." Lc 16,13
São Paulo diz o mesmo a São Timóteo, nestes termos: "Suporta comigo os trabalhos, como bom soldado de Jesus Cristo. Nenhum soldado pode implicar-se em negócios da vida civil, se quer agradar àquele que o alistou. Antes é preciso que o lavrador trabalhe com afinco, se quer boa colheita." 2 Tm 2,3-4.6
Aliás, até mesmo aparentemente sensatas e prudentes ideias, Jesus atribuía-as à inspiração do maligno, como quando São Pedro tentou demovê-Lo do Pascal Sacrifício: "Afasta-te, Satanás! Tu és para Mim um escândalo. Teus pensamentos não são de Deus, mas dos homens!" Mt 16,23b
Dizia o mesmo de juras e maliciosos falatórios: "Dizei somente: Sim, se é sim; não, se é não. Tudo que passa além disto vem do Maligno." Mt 5,37
Assim como de pequenos gestos: "Eu, porém, digo-vos: todo aquele que lançar um olhar de cobiça para uma mulher, já adulterou com ela em seu coração." Mt 5,28
Pois tais pecados, quando se acumulam, não serão considerados pequenos: "Se teu olho estiver em mau estado, todo teu corpo estará nas trevas. E se a luz que está em ti são trevas, quão espessas deverão ser as trevas!" Mt 6,23
Tudo de bom, útil e necessário que temos ou podemos ter, portanto, depende de nossa relação com Deus, que se estabelece exclusivamente através da Pessoa de Jesus. Ele disse: "Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós. O ramo não pode dar fruto por si mesmo, sem permanecer na Videira. Assim também vós: tampouco podeis dar fruto se não permanecerdes em Mim. Eu sou a Videira, vós, os ramos. Quem permanecer em Mim e Eu nele, esse dá muito fruto. Porque sem Mim nada podeis fazer." Jo 15,4-5
Com efeito, sobre nossa essencial condição em vida, Ele sentenciou: "... ninguém vem ao Pai senão por Mim." Jo 14,6
Deu-nos até alguma margem para que examinássemos Seus ensinamentos: "Se alguém quiser cumprir a vontade de Deus, distinguirá se Minha Doutrina é de Deus ou se falo de Mim mesmo." Jo 7,17
Mas, efetivamente, essa condição de ramo da Videira não é nem um pouco cômoda. Ele explicou como o Pai age: "... e todo ramo que dá fruto, Ele limpa-o, para que dê ainda mais frutos." Jo 15,2b
Como visto, é uma relação de tudo ou nada: "Se alguém não permanecer em Mim será lançado fora, como o ramo. Ele secará, e hão de ajuntá-lo e lançá-lo ao fogo, e queimar-se-á." Jo 15,6
Porque ser amado por Jesus, segundo Suas próprias palavras, implica necessário crescimento espiritual, como Ele revelou ao Amado Discípulo no Livro do Apocalipse: "Eu repreendo e castigo aqueles que amo. Reanima teu zelo, pois, e arrepende-te." Ap 3,19
Contudo, tem-se uma relação de total fidelidade, garantida justamente pela mais forte parte: Deus Jesus: "Ninguém tem maior amor que Aquele que dá Sua Vida por Seus amigos." Jo 15,13
DE PAI PARA FILHO
Falando em intimidade ao Pai, de imprescindível que é essa Comunhão, vemos, como fez Abraão, que Jesus levou Sua vontade às últimas consequência, à morte na Cruz: "'Aba! (Pai!)', suplicava Ele. 'Tudo é-Te possível! Afasta de Mim este cálice! Contudo, não se faça o que Eu quero, senão o que Tu queres.'" Mc 14,36
Ele já havia recomendado o mesmo a todos: "Assim também vós, depois de terdes feito tudo que vos foi ordenado, dizei: 'Somos inúteis servos. Só fizemos o que devíamos fazer.'" Lc 17,10
São Paulo, da luminosa santidade que alcançou, escrevendo aos filipenses vai colocar sua vida em idêntica condição: "Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro." Fl 1,21
Resumia, em carta a São Timóteo: "Porque nada trouxemos ao mundo, como tampouco nada poderemos levar." 1 Tm 6,7
Aos gálatas, assim atestava sua conversão: "Eu vivo, mas já não sou eu: é Cristo que vive em mim." Gl 2,20a
Disse sobre o Antigo Testamento: "Na realidade, pela fé eu morri para a Lei, a fim de viver para Deus. Estou pregado à Cruz de Cristo." Gl 2,19
Também disse aos romanos: "Nenhum de nós vive para si, e ninguém morre para si. Se vivemos, vivemos para o Senhor, e se morremos, morremos para o Senhor. Quer vivamos quer morramos, pertencemos ao Senhor." Rm 14,7-8
Aos coríntios: "Sim, Cristo morreu por todos, a fim de que aqueles que vivem já não vivam para si, mas para Aquele que por eles morreu e ressurgiu." 2 Cor 5,15
Ainda aos colossenses: "Como recebestes o Senhor Jesus Cristo, n'Ele vivei, n'Ele enraizados e edificados, inabaláveis na fé em que fostes instruídos, com o coração a transbordar de gratidão!" Cl 2,6-7
E sintetizou: "Ele (Cristo) existe antes de todas coisas, e n'Ele subsistem todas coisas." Cl 1,17
Aliás, já havia escrito na Primeira Carta aos Coríntios: "Mas para nós há um só Deus, o Pai, do Qual procedem todas coisas e para o Qual existimos. E um só Senhor, Jesus Cristo, por Quem todas coisas existem e também nós." 1 Cor 8,6
Pois só assim temos em nós o Divino Paráclito: "Ou não sabeis que vosso corpo é Templo do Espírito Santo, que em vós habita, o Qual recebestes de Deus e que, por isso mesmo, já não vos pertenceis?" 1 Cor 6,19
Até deu exemplo dos alimentos: "Os alimentos são para o estômago e o estômago para os alimentos: Deus destruirá tanto aqueles como este. O corpo, porém, não é para a impureza, mas para o Senhor e o Senhor para o corpo. Não sabeis que vossos corpos são membros de Cristo?" 1 Cor 6,13.15a
Ao falar sobre obediência, disse mais aos filipenses: "Porque é Deus, segundo Seu beneplácito, Quem realiza em vós o querer e o executar." Fl 2,13
Em Atenas, no Areópago, ele declarou o sentido da vida, e usou os termos de um filósofo local: "A partir de um só homem, Deus fez todo gênero humano, para habitar em toda face da Terra. E fixou a sequência dos tempos e os limites para sua habitação, a fim de que os homens procurem a Deus e esforcem-se por encontrá-Lo, mesmo tateando, embora não Se encontre longe de cada um de nós. Porque é n'Ele que temos a vida, o movimento e o ser..." At 17,26-28a
Em geral, dizia de sua condição de evangelizador: "Não que sejamos capazes por nós mesmos de ter algum pensamento, como de nós mesmos. Nossa capacidade vem de Deus." 2 Cor 3,5
Lamentou qualquer orientação exclusivamente mundana: "Se é só para a terrena vida que temos colocado nossa esperança em Cristo, somos, de todos homens, os mais dignos de lástima." 1 Cor 15,19
E os seguidores de sua tradição disseram do próprio Pai, referindo-se a Cristo: "Aquele para Quem e por Quem todas coisas existem, desejando conduzir à Glória numerosos filhos, deliberou elevar à perfeição, pelo sofrimento, o Autor da Salvação deles..." Hb 2,10
Pois a dor e até a morte da carne, em si mesmos, não representam nenhuma desgraça! O real problema são os pecados mortais, como Jesus mesmo ensinou: "Não temais aqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma. Antes temei Aquele que pode precipitar a alma e o corpo na geena." Mt 10,28
Devemos, assim, cuidar das coisas que realmente importam, pois, ainda segundo Ele, o Pai trata com perfeita atenção de nossas reais necessidades: "Não vos inquieteis com o que haveis de comer ou beber, nem andeis com vãs preocupações, porque os homens do mundo é que se preocupam com todas estas coisas. Mas Vosso Pai bem sabe que precisais de tudo isso." Lc 12,29-30
Sempre nesta linha de uma estritamente pessoal relação, Deus já havia prometido desde Isaías: "Nada temas, pois Eu te resgato, Eu chamo-te pelo nome, és Meu. Se tiveres de atravessar a água, estarei contigo e os rios não te submergirão; se caminhares pelo fogo, não te queimarás e a chama não te atingirá. Pois Eu sou o Senhor, Teu Deus, o Santo de Israel, Teu Salvador." Is 43,1b-3a
Ou mesmo bem antes, ainda nos tempos do Êxodo, quando garantiu a Moisés: "Vou enviar um anjo adiante de ti, para proteger-te no caminho e conduzir-te ao lugar que te preparei. Estai de sobreaviso em sua presença e ouve tudo que ele te diz. Não lhe resistas, pois ele não perdoaria tua falta. Porque nele está Meu Nome. Mas, se pontualmente lhe obedeceres, se fizeres tudo que Eu te disser, serei o inimigo de teus inimigos, e o adversário de teus adversários." Ex 23,20-22
São Paulo, não por acaso, refere-se aos perigos que enfrentou para pregar o Evangelho como a um inevitável e espiritual aprendizado: "Sentíamos dentro de nós mesmos a sentença de morte, para que aprendêssemos a pôr nossa confiança não em nós, mas em Deus, que ressuscita os mortos." 2 Cor 1,9
Fala da verdadeira fé: "Porque os verdadeiros circuncisos somos nós, que prestamos culto a Deus pelo Espírito de Deus, que pomos nossa glória em Jesus Cristo, e não confiamos na carne." Fl 3,3
E constatou: "Com efeito, à medida que em nós crescem os sofrimentos de Cristo, por Cristo também crescem nossas consolações." 2 Cor 1,5
Sempre usando o exemplo de Cristo, seus seguidores explicavam, citando o Livro dos Provérbios: "Atentamente considerai, pois, Aquele que dos pecadores tantas contrariedades sofreu, e não vos deixeis abater pelo desânimo. Ainda não tendes resistido até o sangue na luta contra o pecado. Estais esquecidos da Palavra de animação que vos é dirigida como a filhos: 'Filho meu, não desprezes a correção do Senhor. Não desanimes quando por Ele repreendido. Pois o Senhor corrige a quem ama e castiga todo aquele que reconhece por Seu filho (Pr 3,11s).' Estais sendo provados para vossa correção: é Deus que vos trata como filhos. Ora, qual é o filho a quem seu pai não corrige?" Hb 12,3-7
Pois Deus também é exigente Senhor, como Jesus ensina na parábola dos talentos: "Respondeu-lhe Seu Senhor: 'Mau e preguiçoso servo! Sabias que colho onde não semeei e que recolho onde não espalhei.'" Mt 25,26
Aliás, o próprio Jesus mostrou essa face: "Avistou de longe uma figueira coberta de folhas e foi ver se nela encontrava algum fruto. Aproximou-Se da árvore, mas só encontrou folhas pois não era tempo de figos. E disse à figueira: 'Jamais coma alguém fruto de ti!' E os discípulos ouviram esta maldição. No dia seguinte, pela manhã, ao passarem junto da figueira, viram que ela secara até a raiz." Mc 11,14-15.20
Em aparente arbitrariedade, Deus afirmou a Moisés o quanto Suas relações são pessoais: "Terei piedade de quem Eu quiser ter piedade, e terei compaixão de quem eu quiser ter compaixão." Ex 33,19b
E São Paulo atestou: "Portanto, Ele tem Misericórdia de quem quer, e endurece com quem quer." Rm 9,18
Assim como Jesus pregava, falando sobre a manifestação de Deus: "Ninguém conhece Quem é o Filho senão o Pai, nem Quem é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho quiser revelá-Lo." Lc 10,22b
Mas o fato é que a relação de cada um de nós com Deus é ímpar, singular. Falando por Ele, o salmista canta: "Tu não temerás os noturnos terrores, nem a flecha que voa à luz do dia, nem a peste que se propaga nas trevas, nem o mal que grassa ao meio-dia. Caiam mil homens à tua esquerda e dez mil à tua direita, tu não serás atingido." Sl 90,7
Ora, Jesus concedeu distintos 'privilégios' e funções a Seus Apóstolos, como ao indicar São Pedro para liderar a Igreja, baseando-Se numa revelação feita pelo próprio Pai ao pescador: "Jesus então lhe disse: 'Feliz és, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que te revelou isto, mas Meu Pai que está nos Céus. E Eu declaro-te: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei Minha Igreja. As portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu dá-te-ei as chaves do Reino dos Céus: tudo que ligares na terra será ligado nos Céus, e tudo que desligares na terra será desligado nos Céus.'"Mt 16,17-19
Ou quando Se Transfigurou apenas diante dos mais íntimos dos Doze, ainda na semana desta declaração de São Pedro: "Seis dias depois, Jesus tomou Consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, e à parte conduziu-os a uma alta montanha. Lá, transfigurou-Se na presença deles: Seu rosto brilhou como o sol, Suas vestes tornaram-se resplandecentes de brancura." Mt 17,1-2
Ou quando Se referia aos milagres e prodígios que operava perante Apóstolos, discípulos e seguidores: "Mas, quanto a vós, bem-aventurados vossos olhos, porque vêem! Ditosos vossos ouvidos, porque ouvem! Eu declaro-vos, em Verdade: muitos Profetas e justos desejaram ver o que vedes e não o viram, ouvir o que ouvis e não ouviram." Mt 13,16-17
Aventou-se o mesmo 'privilégio' (ou seja, na Verdade, mais responsabilidade) quando apontou os destinos de São Pedro e de São João Evangelista: "'Em Verdade, em Verdade, digo-te: quando eras mais moço, cingias-te e andavas aonde querias. Mas, quando fores velho, estenderás tuas mãos e outro cingi-te-á e levá-te-á para onde não queres.' Por estas palavras, Ele indicava o gênero de morte com que ele havia de glorificar a Deus. E depois de assim ter falado, acrescentou: 'Segue-Me!' Voltando-se Pedro, viu que lhe seguia aquele discípulo que Jesus amava, aquele que estivera reclinado sobre Seu peito, durante a Ceia e perguntara-Lhe: 'Senhor, quem é que Te há de trair?' Vendo-o, Pedro perguntou a Jesus: 'Senhor, e este? Que será dele?' Respondeu-lhe Jesus: 'Que te importa se Eu quero que ele fique até que Eu venha? Segue-Me tu.'" Jo 21,18-22
Igualmente age o Espírito Santo, como no episódio em que enviaram missionários de Antioquia e a vocação de São Paulo iria brilhar: "Enquanto celebravam o culto do Senhor, depois de terem jejuado, disse-lhes o Espírito Santo: 'Separai-Me Barnabé e Saulo para obra a que os tenho destinado.'" At 13,2
Ou ao distribuir Seus dons, segundo lição do próprio São Paulo: "A cada um é dada a manifestação do Espírito para comum proveito. A um é dada pelo Espírito uma palavra de Sabedoria; a outro, uma palavra de Ciência, por esse mesmo Espírito; a outro, a fé, pelo mesmo Espírito; a outro, a Graça de curar as doenças, no mesmo Espírito; a outro, o dom de milagres; a outro, a profecia; a outro, o discernimento dos espíritos; a outro, a variedade de línguas; a outro, por fim, a interpretação das línguas. Mas um e o mesmo Espírito distribui todos estes dons, repartindo a cada um como Lhe apraz." 1 Cor 12,7-11
E conforme essas vocações deve trabalhar a Igreja: "Temos diferentes dons, conforme a Graça que nos foi conferida. Aquele que tem o dom da profecia, exerça-o conforme a fé. Aquele que é chamado ao ministério, dedique-se ao ministério. Se tem o dom de ensinar, que ensine; o dom de exortar, que exorte; aquele que distribui as esmolas, faça-o com simplicidade; aquele que preside, presida com zelo; aquele que exerce a Misericórdia, que o faça com afabilidade." Rm 12,6-8
Mas, note-se, sempre visando a edificação da Igreja: "Assim, uma vez que aspirais aos dons espirituais, procurai tê-los em abundância para edificação da Igreja." 1 Cor 14,12
Abalizadamente, ele prega: "Ninguém busque seu interesse, mas o do próximo. Fazei como eu: em todas circunstâncias procuro agradar a todos. Não busco meus próprios interesses, mas os interesses dos outros, para que todos sejam salvos." 1 Cor 10,24.33
O exemplo, ao final, é sempre o próprio Cristo: "Nós, que somos os fortes, devemos suportar as fraquezas dos que são fracos e não agir a nosso modo. Cada um de vós procure contentar o próximo, para seu bem e sua edificação. Cristo não agradou a Si mesmo. Pelo contrário, como está escrito: 'Os insultos daqueles que vos ultrajam caíram sobre Mim (Sl 68,10).'" Rm 15,1-3
"EM ESPÍRITO E EM VERDADE"
Jesus também deixou claro que, além de pessoal, nossa relação com o Pai Celeste deve ser profundamente veraz e interiorizada. Isso decorre da própria essência do movimento da conversão, para dentro de si e para Deus, que deve ser crescente e constante: "Mas vem a hora, e já chegou, em que os verdadeiros adoradores hão de adorar o Pai em espírito e Verdade, e são esses adoradores que o Pai deseja." Jo 4,23
Por óbvio, essa relação tem que ser bem mais sensível que meras referências humanas. Ele denunciava: "Vós procurais parecer justos aos olhos dos homens, mas Deus conhece-vos os corações. Pois o que é elevado aos olhos dos homens é abominável aos olhos de Deus." Lc 16,15
E assim explicava a razão da falta de fé: "Como podeis crer, vós que recebeis a glória uns dos outros e não buscais a Glória que é só de Deus?" Jo 5,44
Aos sinceros, Jesus garantiu que não ficariam sem resposta, e de Deus receberiam o que Ele tem de melhor: "E Eu digo-vos: pedi, e dá-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abri-se-vos-á. Pois todo aquele que pede, recebe; aquele que procura, acha; e ao que bater, abri-se-lhe-á. Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas a vossos filhos, quanto mais Vosso Pai Celestial dará o Espírito Santo aos que LhO pedirem." Lc 11,9-10.13
Mas, como se pode imaginar, Ele afirmou que tal 'presente' não é indiscriminadamente distribuído: "É o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber porque não O vê nem O conhece. Mas vós conhecê-Lo-eis, porque convosco permanecerá e em vós estará." Jo 14,17
A própria Paz que Ele oferece, como vimos, é personalíssima, exclusiva: "Deixo-vos a Paz, dou-vos Minha Paz. Não vos dou como o mundo a dá. Não se perturbe vosso coração, nem se atemorize!" Jo 14,27
E também é indiscutível que nessa relação, por força do Mandamento de amar a Deus sobre todas coisas, o Pai queira ser cultuado e obedecido. Foi o que ensinou o cego de nascença, curado por Jesus: "Sabemos, porém, que Deus não ouve a pecadores, mas atende a quem Lhe presta culto e faz Sua vontade." Jo 9,31
Isso faz-se revivendo e atualizando o Pascal Sacrifício, como Jesus mesmo pediu: "Tomou em seguida o pão e depois de ter dado graças, partiu-O e deu-Lho, dizendo: 'Isto é Meu Corpo, que é dado por vós. Fazei isto em memória de Mim.'" Lc 22,19
Pois, segundo Suas próprias palavras, não há Deus sem Jesus: "Desse modo, todos honrarão o Filho, bem como honram o Pai. Aquele que não honra o Filho, não honra o Pai, que O enviou." Jo 5,23
São João Evangelista vai dizer: "Nisto manifestou-se o amor de Deus para conosco: em ter-nos enviado ao mundo Seu único Filho, para que por Ele vivamos." 1 Jo 4,9
Porque é pela Comunhão Eucarística que se vive plenamente. Nosso Salvador disse: "Assim como vive o Pai que Me enviou, e Eu vivo pelo Pai, assim também aquele que comer Minha Carne viverá por Mim." Jo 6,57
A Santa Missa, pois, é completamente diferente das orações pessoais, embora estas também sejam atendidas quando se vive em obediência aos Sacramentos. Jesus prometeu: "Quando orares, entra em teu quarto, fecha a porta e em segredo ora a Teu Pai. E Teu Pai, que vê num lugar oculto, recompensá-te-á." Mt 6,6
Ele aponta Sua Igreja como lugar de nossa necessária convergência, sob todos aspectos: "Se teu irmão tiver pecado contra ti, vai e repreende-o entre ti e ele somente. Se te ouvir, terás ganho teu irmão. Se não te escutar, toma contigo uma ou duas pessoas, a fim de que toda questão se resolva pela decisão de duas ou três testemunhas. Se recusa ouvi-los, dize-o à Igreja. E se também se recusar a ouvir a Igreja, seja ele para ti como um pagão e um publicano." Mt 18,15-17
Por força de uma relação verdadeiramente espiritual, porém, é sabido que sempre e em todo lugar devemos invocar a Deus. Cantam os salmos: "O Senhor aproxima-Se daqueles que O invocam, daqueles que O invocam com sinceridade." Sl 144,18
Porque, através da Comunhão, Sua presença é certa entre irmãos que realmente observam Seus Mandamentos, como Ele mesmo ensinou: "Porque onde dois ou três estão reunidos em Meu Nome, aí estou Eu no meio deles." Mt 18,20
E a missão da Igreja, ou seja, de todo cristão, membro do Corpo Místico de Cristo, é testemunhar a Graça de Deus a despeito das circunstâncias. São Pedro, por exemplo, vai desafiar o próprio Sinédrio, renegando-se a parar de testemunhar Jesus: "Pedro e os Apóstolos replicaram: 'Importa obedecer antes a Deus do que aos homens.'" At 5,29
Sem dúvida, a Ressurreição de Cristo é uma prova da intensa relação que temos com Deus. Jesus assegurou: "Naquele dia conhecereis que estou em Meu Pai, e vós em Mim e Eu em vós." Jo 14,20
Ele até vai ser repetitivo ao enviar um recado através de Santa Maria Madalena no Domingo da Ressurreição: "Não Me retenhas, porque ainda não subi a Meu Pai. Mas vai a Meus irmãos e dize-lhes: 'Subo para Meu Pai e Vosso Pai, Meu Deus e Vosso Deus.'" Jo 20,17
E essa relação com Ele reflete-se na que temos com nossos semelhantes: "Responderá o Rei: 'Em Verdade, Eu declaro-vos: todas vezes que fizestes isto a um destes pequeninos Meus irmãos, foi a Mim mesmo que o fizestes.'" Mt 25,40
Isso explica porque Ele Se revela pessoalmente, isto é, a cada um de nós, independentemente da Revelação, que é pública: "Pergunta-Lhe Judas, não o Iscariotes: 'Senhor, por que razão hás de manifestar-Te a nós e não ao mundo?' Respondeu-lhe Jesus: 'Se alguém Me ama, guardará Minha Palavra e Meu Pai amá-lo-á. E Nós viremos a ele e nele faremos Nossa morada." Jo 14,22-23
E é assim, por reconhecer a virtude da Cruz, que nos tornamos Igreja, como São Paulo ensina aos efésios: "É n'Ele que também vós entrais, através do Espírito, na estrutura do edifício que se torna a habitação de Deus." Ef 2,22
Ora, também foi assim, pessoa a pessoa, que Jesus Se manifestou aos Apóstolos, e é assim que crescemos na fé. Ele disse: "Não fostes vós que Me escolhestes, mas fui Eu que vos escolhi e vos designei para irdes e para que produzais fruto, e vosso fruto permaneça." Jo 15,16a
Ele menciona essa manifestação na oração que faz ao Pai pela Unidade da Igreja: "Manifestei Teu Nome aos homens que do mundo Me deste. Agora eles reconheceram que todas coisas que Me deste procedem de Ti." Jo 17,6a.7
E já havia dito na sinagoga de Cafarnaum: "Ninguém pode vir a Mim se o Pai, que Me enviou, não o atrair." Jo 6,44a
Ainda segundo Sua Palavra, não resta duvida de que a Salvação, mesmo que pelo Purgatório, ou o inferno, são destinos atribuídos em função de comportamento individual: "Dois homens estarão no campo: um será tomado, o outro será deixado. Duas mulheres estarão moendo no mesmo moinho: uma será tomada a outra será deixada. Vigiai, pois, porque não sabeis a hora em que virá o Senhor." Mt 24,40-42
Ele foi ainda mais claro: "Porque o Filho do Homem há de vir na Glória de Seu Pai com Seus anjos, e então recompensará a cada um segundo suas obras." Mt 16,27
O Profeta Jeremias já havia percebido o magnetismo exercido por Deus sobre cada um de nós, em separado: "Seduziste-me, Senhor, e eu deixei-me seduzir..." Jr 20,7a
Assim também se deixou envolver Nossa Mãe Celeste, respondendo ao Arcanjo Gabriel: "Então disse Maria: 'Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo tua palavra.'" Lc 1,38
Pois ela já sabia onde encontrar a verdadeira alegria, como vai dizer a Santa Isabel: "E Maria disse: 'Minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito exulta de alegria em Deus, Meu Salvador...'" Lc 1,46-47
É o que canta o salmista: "Minha única alegria encontra-se no Senhor." Sl 103,34b
E sempre no sentido de uma postura de absoluta resignação e confiança diante do Pai, também é a exortação de São Pedro: "Humilhai-vos, pois, debaixo da poderosa mão de Deus, para que Ele vos exalte em oportuno tempo. Confiai-Lhe todas vossas preocupações, porque Ele tem cuidado de vós. O Deus de toda Graça, que vos chamou em Cristo à Sua Eterna Glória, depois que tiverdes padecido um pouco, aperfeiçoá-vos-á, torná-vos-á inabaláveis, fortificá-vos-á." 1 Pd 5,6-7.10
Era exatamente assim que agia a viúva, observada por Jesus no Templo de Jerusalém: "Jesus sentou-Se defronte do cofre de esmola e observava como o povo nele deitava dinheiro. Muitos ricos depositavam grandes quantias. Chegando uma pobre viúva, lançou duas pequenas moedas, no valor de apenas um quadrante. E Ele chamou Seus discípulos e disse-lhes: 'Em Verdade, digo-vos: esta pobre viúva deitou mais que todos que lançaram no cofre, porque todos deitaram do que tinham em abundância. Esta, porém, pôs, de sua indigência, tudo que tinha para seu sustento.'" Mc 12,41-44
Pois as coisas que realmente importam, isto é, a santidade e a Salvação, são dádivas de Deus, como São Pedro diz: "O divino poder deu-nos tudo que contribui para a Vida e a piedade, fazendo-nos conhecer Aquele que nos chamou por Sua Glória e Sua Virtude. Por elas temos entrado na posse das maiores e mais preciosas promessas, a fim de tornar-vos por este meio participantes da natureza divina, subtraindo-vos à corrupção que a concupiscência no mundo gerou." 2 Pd 1,4
Esse foi o exemplo de Maria, irmã de Lázaro e de Santa Marta: "Estando Jesus em viagem, entrou numa aldeia, onde uma mulher, chamada Marta, O recebeu em sua casa. Tinha ela uma irmã por nome Maria, que se assentou aos pés do Senhor para ouvi-Lo falar. Marta, toda preocupada na lida da casa, veio a Jesus e disse: 'Senhor, não Te importas que minha irmã me deixe só a servir? Dize-lhe que me ajude.' Respondeu-lhe o Senhor: 'Marta, Marta, andas muito inquieta e preocupas-te com muitas coisas. No entanto, uma só coisa é necessária. Maria escolheu a boa parte, que lhe não será tirada." Lc 10,38-42
E são essas as Graças essenciais à Comunhão com o Pai, como os seguidores da tradição de São Paulo dizem: "Procurai a Paz com todos e ao mesmo tempo a santidade, sem a qual ninguém pode ver o Senhor." Hb 12,14
Devemos, assim, cuidar das coisas que realmente importam, pois, ainda segundo Ele, o Pai trata com perfeita atenção de nossas reais necessidades: "Não vos inquieteis com o que haveis de comer ou beber, nem andeis com vãs preocupações, porque os homens do mundo é que se preocupam com todas estas coisas. Mas Vosso Pai bem sabe que precisais de tudo isso." Lc 12,29-30
Sempre nesta linha de uma estritamente pessoal relação, Deus já havia prometido desde Isaías: "Nada temas, pois Eu te resgato, Eu chamo-te pelo nome, és Meu. Se tiveres de atravessar a água, estarei contigo e os rios não te submergirão; se caminhares pelo fogo, não te queimarás e a chama não te atingirá. Pois Eu sou o Senhor, Teu Deus, o Santo de Israel, Teu Salvador." Is 43,1b-3a
Ou mesmo bem antes, ainda nos tempos do Êxodo, quando garantiu a Moisés: "Vou enviar um anjo adiante de ti, para proteger-te no caminho e conduzir-te ao lugar que te preparei. Estai de sobreaviso em sua presença e ouve tudo que ele te diz. Não lhe resistas, pois ele não perdoaria tua falta. Porque nele está Meu Nome. Mas, se pontualmente lhe obedeceres, se fizeres tudo que Eu te disser, serei o inimigo de teus inimigos, e o adversário de teus adversários." Ex 23,20-22
São Paulo, não por acaso, refere-se aos perigos que enfrentou para pregar o Evangelho como a um inevitável e espiritual aprendizado: "Sentíamos dentro de nós mesmos a sentença de morte, para que aprendêssemos a pôr nossa confiança não em nós, mas em Deus, que ressuscita os mortos." 2 Cor 1,9
Fala da verdadeira fé: "Porque os verdadeiros circuncisos somos nós, que prestamos culto a Deus pelo Espírito de Deus, que pomos nossa glória em Jesus Cristo, e não confiamos na carne." Fl 3,3
E constatou: "Com efeito, à medida que em nós crescem os sofrimentos de Cristo, por Cristo também crescem nossas consolações." 2 Cor 1,5
Sempre usando o exemplo de Cristo, seus seguidores explicavam, citando o Livro dos Provérbios: "Atentamente considerai, pois, Aquele que dos pecadores tantas contrariedades sofreu, e não vos deixeis abater pelo desânimo. Ainda não tendes resistido até o sangue na luta contra o pecado. Estais esquecidos da Palavra de animação que vos é dirigida como a filhos: 'Filho meu, não desprezes a correção do Senhor. Não desanimes quando por Ele repreendido. Pois o Senhor corrige a quem ama e castiga todo aquele que reconhece por Seu filho (Pr 3,11s).' Estais sendo provados para vossa correção: é Deus que vos trata como filhos. Ora, qual é o filho a quem seu pai não corrige?" Hb 12,3-7
Pois Deus também é exigente Senhor, como Jesus ensina na parábola dos talentos: "Respondeu-lhe Seu Senhor: 'Mau e preguiçoso servo! Sabias que colho onde não semeei e que recolho onde não espalhei.'" Mt 25,26
Aliás, o próprio Jesus mostrou essa face: "Avistou de longe uma figueira coberta de folhas e foi ver se nela encontrava algum fruto. Aproximou-Se da árvore, mas só encontrou folhas pois não era tempo de figos. E disse à figueira: 'Jamais coma alguém fruto de ti!' E os discípulos ouviram esta maldição. No dia seguinte, pela manhã, ao passarem junto da figueira, viram que ela secara até a raiz." Mc 11,14-15.20
Em aparente arbitrariedade, Deus afirmou a Moisés o quanto Suas relações são pessoais: "Terei piedade de quem Eu quiser ter piedade, e terei compaixão de quem eu quiser ter compaixão." Ex 33,19b
E São Paulo atestou: "Portanto, Ele tem Misericórdia de quem quer, e endurece com quem quer." Rm 9,18
Assim como Jesus pregava, falando sobre a manifestação de Deus: "Ninguém conhece Quem é o Filho senão o Pai, nem Quem é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho quiser revelá-Lo." Lc 10,22b
Mas o fato é que a relação de cada um de nós com Deus é ímpar, singular. Falando por Ele, o salmista canta: "Tu não temerás os noturnos terrores, nem a flecha que voa à luz do dia, nem a peste que se propaga nas trevas, nem o mal que grassa ao meio-dia. Caiam mil homens à tua esquerda e dez mil à tua direita, tu não serás atingido." Sl 90,7
Ora, Jesus concedeu distintos 'privilégios' e funções a Seus Apóstolos, como ao indicar São Pedro para liderar a Igreja, baseando-Se numa revelação feita pelo próprio Pai ao pescador: "Jesus então lhe disse: 'Feliz és, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que te revelou isto, mas Meu Pai que está nos Céus. E Eu declaro-te: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei Minha Igreja. As portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu dá-te-ei as chaves do Reino dos Céus: tudo que ligares na terra será ligado nos Céus, e tudo que desligares na terra será desligado nos Céus.'"Mt 16,17-19
Ou quando Se Transfigurou apenas diante dos mais íntimos dos Doze, ainda na semana desta declaração de São Pedro: "Seis dias depois, Jesus tomou Consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, e à parte conduziu-os a uma alta montanha. Lá, transfigurou-Se na presença deles: Seu rosto brilhou como o sol, Suas vestes tornaram-se resplandecentes de brancura." Mt 17,1-2
Ou quando Se referia aos milagres e prodígios que operava perante Apóstolos, discípulos e seguidores: "Mas, quanto a vós, bem-aventurados vossos olhos, porque vêem! Ditosos vossos ouvidos, porque ouvem! Eu declaro-vos, em Verdade: muitos Profetas e justos desejaram ver o que vedes e não o viram, ouvir o que ouvis e não ouviram." Mt 13,16-17
Aventou-se o mesmo 'privilégio' (ou seja, na Verdade, mais responsabilidade) quando apontou os destinos de São Pedro e de São João Evangelista: "'Em Verdade, em Verdade, digo-te: quando eras mais moço, cingias-te e andavas aonde querias. Mas, quando fores velho, estenderás tuas mãos e outro cingi-te-á e levá-te-á para onde não queres.' Por estas palavras, Ele indicava o gênero de morte com que ele havia de glorificar a Deus. E depois de assim ter falado, acrescentou: 'Segue-Me!' Voltando-se Pedro, viu que lhe seguia aquele discípulo que Jesus amava, aquele que estivera reclinado sobre Seu peito, durante a Ceia e perguntara-Lhe: 'Senhor, quem é que Te há de trair?' Vendo-o, Pedro perguntou a Jesus: 'Senhor, e este? Que será dele?' Respondeu-lhe Jesus: 'Que te importa se Eu quero que ele fique até que Eu venha? Segue-Me tu.'" Jo 21,18-22
Igualmente age o Espírito Santo, como no episódio em que enviaram missionários de Antioquia e a vocação de São Paulo iria brilhar: "Enquanto celebravam o culto do Senhor, depois de terem jejuado, disse-lhes o Espírito Santo: 'Separai-Me Barnabé e Saulo para obra a que os tenho destinado.'" At 13,2
Ou ao distribuir Seus dons, segundo lição do próprio São Paulo: "A cada um é dada a manifestação do Espírito para comum proveito. A um é dada pelo Espírito uma palavra de Sabedoria; a outro, uma palavra de Ciência, por esse mesmo Espírito; a outro, a fé, pelo mesmo Espírito; a outro, a Graça de curar as doenças, no mesmo Espírito; a outro, o dom de milagres; a outro, a profecia; a outro, o discernimento dos espíritos; a outro, a variedade de línguas; a outro, por fim, a interpretação das línguas. Mas um e o mesmo Espírito distribui todos estes dons, repartindo a cada um como Lhe apraz." 1 Cor 12,7-11
E conforme essas vocações deve trabalhar a Igreja: "Temos diferentes dons, conforme a Graça que nos foi conferida. Aquele que tem o dom da profecia, exerça-o conforme a fé. Aquele que é chamado ao ministério, dedique-se ao ministério. Se tem o dom de ensinar, que ensine; o dom de exortar, que exorte; aquele que distribui as esmolas, faça-o com simplicidade; aquele que preside, presida com zelo; aquele que exerce a Misericórdia, que o faça com afabilidade." Rm 12,6-8
Mas, note-se, sempre visando a edificação da Igreja: "Assim, uma vez que aspirais aos dons espirituais, procurai tê-los em abundância para edificação da Igreja." 1 Cor 14,12
Abalizadamente, ele prega: "Ninguém busque seu interesse, mas o do próximo. Fazei como eu: em todas circunstâncias procuro agradar a todos. Não busco meus próprios interesses, mas os interesses dos outros, para que todos sejam salvos." 1 Cor 10,24.33
O exemplo, ao final, é sempre o próprio Cristo: "Nós, que somos os fortes, devemos suportar as fraquezas dos que são fracos e não agir a nosso modo. Cada um de vós procure contentar o próximo, para seu bem e sua edificação. Cristo não agradou a Si mesmo. Pelo contrário, como está escrito: 'Os insultos daqueles que vos ultrajam caíram sobre Mim (Sl 68,10).'" Rm 15,1-3
"EM ESPÍRITO E EM VERDADE"
Jesus também deixou claro que, além de pessoal, nossa relação com o Pai Celeste deve ser profundamente veraz e interiorizada. Isso decorre da própria essência do movimento da conversão, para dentro de si e para Deus, que deve ser crescente e constante: "Mas vem a hora, e já chegou, em que os verdadeiros adoradores hão de adorar o Pai em espírito e Verdade, e são esses adoradores que o Pai deseja." Jo 4,23
Por óbvio, essa relação tem que ser bem mais sensível que meras referências humanas. Ele denunciava: "Vós procurais parecer justos aos olhos dos homens, mas Deus conhece-vos os corações. Pois o que é elevado aos olhos dos homens é abominável aos olhos de Deus." Lc 16,15
E assim explicava a razão da falta de fé: "Como podeis crer, vós que recebeis a glória uns dos outros e não buscais a Glória que é só de Deus?" Jo 5,44
Aos sinceros, Jesus garantiu que não ficariam sem resposta, e de Deus receberiam o que Ele tem de melhor: "E Eu digo-vos: pedi, e dá-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abri-se-vos-á. Pois todo aquele que pede, recebe; aquele que procura, acha; e ao que bater, abri-se-lhe-á. Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas a vossos filhos, quanto mais Vosso Pai Celestial dará o Espírito Santo aos que LhO pedirem." Lc 11,9-10.13
Mas, como se pode imaginar, Ele afirmou que tal 'presente' não é indiscriminadamente distribuído: "É o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber porque não O vê nem O conhece. Mas vós conhecê-Lo-eis, porque convosco permanecerá e em vós estará." Jo 14,17
A própria Paz que Ele oferece, como vimos, é personalíssima, exclusiva: "Deixo-vos a Paz, dou-vos Minha Paz. Não vos dou como o mundo a dá. Não se perturbe vosso coração, nem se atemorize!" Jo 14,27
E também é indiscutível que nessa relação, por força do Mandamento de amar a Deus sobre todas coisas, o Pai queira ser cultuado e obedecido. Foi o que ensinou o cego de nascença, curado por Jesus: "Sabemos, porém, que Deus não ouve a pecadores, mas atende a quem Lhe presta culto e faz Sua vontade." Jo 9,31
Isso faz-se revivendo e atualizando o Pascal Sacrifício, como Jesus mesmo pediu: "Tomou em seguida o pão e depois de ter dado graças, partiu-O e deu-Lho, dizendo: 'Isto é Meu Corpo, que é dado por vós. Fazei isto em memória de Mim.'" Lc 22,19
Pois, segundo Suas próprias palavras, não há Deus sem Jesus: "Desse modo, todos honrarão o Filho, bem como honram o Pai. Aquele que não honra o Filho, não honra o Pai, que O enviou." Jo 5,23
São João Evangelista vai dizer: "Nisto manifestou-se o amor de Deus para conosco: em ter-nos enviado ao mundo Seu único Filho, para que por Ele vivamos." 1 Jo 4,9
Porque é pela Comunhão Eucarística que se vive plenamente. Nosso Salvador disse: "Assim como vive o Pai que Me enviou, e Eu vivo pelo Pai, assim também aquele que comer Minha Carne viverá por Mim." Jo 6,57
A Santa Missa, pois, é completamente diferente das orações pessoais, embora estas também sejam atendidas quando se vive em obediência aos Sacramentos. Jesus prometeu: "Quando orares, entra em teu quarto, fecha a porta e em segredo ora a Teu Pai. E Teu Pai, que vê num lugar oculto, recompensá-te-á." Mt 6,6
Ele aponta Sua Igreja como lugar de nossa necessária convergência, sob todos aspectos: "Se teu irmão tiver pecado contra ti, vai e repreende-o entre ti e ele somente. Se te ouvir, terás ganho teu irmão. Se não te escutar, toma contigo uma ou duas pessoas, a fim de que toda questão se resolva pela decisão de duas ou três testemunhas. Se recusa ouvi-los, dize-o à Igreja. E se também se recusar a ouvir a Igreja, seja ele para ti como um pagão e um publicano." Mt 18,15-17
Por força de uma relação verdadeiramente espiritual, porém, é sabido que sempre e em todo lugar devemos invocar a Deus. Cantam os salmos: "O Senhor aproxima-Se daqueles que O invocam, daqueles que O invocam com sinceridade." Sl 144,18
Porque, através da Comunhão, Sua presença é certa entre irmãos que realmente observam Seus Mandamentos, como Ele mesmo ensinou: "Porque onde dois ou três estão reunidos em Meu Nome, aí estou Eu no meio deles." Mt 18,20
E a missão da Igreja, ou seja, de todo cristão, membro do Corpo Místico de Cristo, é testemunhar a Graça de Deus a despeito das circunstâncias. São Pedro, por exemplo, vai desafiar o próprio Sinédrio, renegando-se a parar de testemunhar Jesus: "Pedro e os Apóstolos replicaram: 'Importa obedecer antes a Deus do que aos homens.'" At 5,29
Sem dúvida, a Ressurreição de Cristo é uma prova da intensa relação que temos com Deus. Jesus assegurou: "Naquele dia conhecereis que estou em Meu Pai, e vós em Mim e Eu em vós." Jo 14,20
Ele até vai ser repetitivo ao enviar um recado através de Santa Maria Madalena no Domingo da Ressurreição: "Não Me retenhas, porque ainda não subi a Meu Pai. Mas vai a Meus irmãos e dize-lhes: 'Subo para Meu Pai e Vosso Pai, Meu Deus e Vosso Deus.'" Jo 20,17
E essa relação com Ele reflete-se na que temos com nossos semelhantes: "Responderá o Rei: 'Em Verdade, Eu declaro-vos: todas vezes que fizestes isto a um destes pequeninos Meus irmãos, foi a Mim mesmo que o fizestes.'" Mt 25,40
Isso explica porque Ele Se revela pessoalmente, isto é, a cada um de nós, independentemente da Revelação, que é pública: "Pergunta-Lhe Judas, não o Iscariotes: 'Senhor, por que razão hás de manifestar-Te a nós e não ao mundo?' Respondeu-lhe Jesus: 'Se alguém Me ama, guardará Minha Palavra e Meu Pai amá-lo-á. E Nós viremos a ele e nele faremos Nossa morada." Jo 14,22-23
E é assim, por reconhecer a virtude da Cruz, que nos tornamos Igreja, como São Paulo ensina aos efésios: "É n'Ele que também vós entrais, através do Espírito, na estrutura do edifício que se torna a habitação de Deus." Ef 2,22
Ora, também foi assim, pessoa a pessoa, que Jesus Se manifestou aos Apóstolos, e é assim que crescemos na fé. Ele disse: "Não fostes vós que Me escolhestes, mas fui Eu que vos escolhi e vos designei para irdes e para que produzais fruto, e vosso fruto permaneça." Jo 15,16a
Ele menciona essa manifestação na oração que faz ao Pai pela Unidade da Igreja: "Manifestei Teu Nome aos homens que do mundo Me deste. Agora eles reconheceram que todas coisas que Me deste procedem de Ti." Jo 17,6a.7
E já havia dito na sinagoga de Cafarnaum: "Ninguém pode vir a Mim se o Pai, que Me enviou, não o atrair." Jo 6,44a
Ainda segundo Sua Palavra, não resta duvida de que a Salvação, mesmo que pelo Purgatório, ou o inferno, são destinos atribuídos em função de comportamento individual: "Dois homens estarão no campo: um será tomado, o outro será deixado. Duas mulheres estarão moendo no mesmo moinho: uma será tomada a outra será deixada. Vigiai, pois, porque não sabeis a hora em que virá o Senhor." Mt 24,40-42
Ele foi ainda mais claro: "Porque o Filho do Homem há de vir na Glória de Seu Pai com Seus anjos, e então recompensará a cada um segundo suas obras." Mt 16,27
O Profeta Jeremias já havia percebido o magnetismo exercido por Deus sobre cada um de nós, em separado: "Seduziste-me, Senhor, e eu deixei-me seduzir..." Jr 20,7a
Assim também se deixou envolver Nossa Mãe Celeste, respondendo ao Arcanjo Gabriel: "Então disse Maria: 'Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo tua palavra.'" Lc 1,38
Pois ela já sabia onde encontrar a verdadeira alegria, como vai dizer a Santa Isabel: "E Maria disse: 'Minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito exulta de alegria em Deus, Meu Salvador...'" Lc 1,46-47
É o que canta o salmista: "Minha única alegria encontra-se no Senhor." Sl 103,34b
E sempre no sentido de uma postura de absoluta resignação e confiança diante do Pai, também é a exortação de São Pedro: "Humilhai-vos, pois, debaixo da poderosa mão de Deus, para que Ele vos exalte em oportuno tempo. Confiai-Lhe todas vossas preocupações, porque Ele tem cuidado de vós. O Deus de toda Graça, que vos chamou em Cristo à Sua Eterna Glória, depois que tiverdes padecido um pouco, aperfeiçoá-vos-á, torná-vos-á inabaláveis, fortificá-vos-á." 1 Pd 5,6-7.10
Era exatamente assim que agia a viúva, observada por Jesus no Templo de Jerusalém: "Jesus sentou-Se defronte do cofre de esmola e observava como o povo nele deitava dinheiro. Muitos ricos depositavam grandes quantias. Chegando uma pobre viúva, lançou duas pequenas moedas, no valor de apenas um quadrante. E Ele chamou Seus discípulos e disse-lhes: 'Em Verdade, digo-vos: esta pobre viúva deitou mais que todos que lançaram no cofre, porque todos deitaram do que tinham em abundância. Esta, porém, pôs, de sua indigência, tudo que tinha para seu sustento.'" Mc 12,41-44
Pois as coisas que realmente importam, isto é, a santidade e a Salvação, são dádivas de Deus, como São Pedro diz: "O divino poder deu-nos tudo que contribui para a Vida e a piedade, fazendo-nos conhecer Aquele que nos chamou por Sua Glória e Sua Virtude. Por elas temos entrado na posse das maiores e mais preciosas promessas, a fim de tornar-vos por este meio participantes da natureza divina, subtraindo-vos à corrupção que a concupiscência no mundo gerou." 2 Pd 1,4
Esse foi o exemplo de Maria, irmã de Lázaro e de Santa Marta: "Estando Jesus em viagem, entrou numa aldeia, onde uma mulher, chamada Marta, O recebeu em sua casa. Tinha ela uma irmã por nome Maria, que se assentou aos pés do Senhor para ouvi-Lo falar. Marta, toda preocupada na lida da casa, veio a Jesus e disse: 'Senhor, não Te importas que minha irmã me deixe só a servir? Dize-lhe que me ajude.' Respondeu-lhe o Senhor: 'Marta, Marta, andas muito inquieta e preocupas-te com muitas coisas. No entanto, uma só coisa é necessária. Maria escolheu a boa parte, que lhe não será tirada." Lc 10,38-42
E são essas as Graças essenciais à Comunhão com o Pai, como os seguidores da tradição de São Paulo dizem: "Procurai a Paz com todos e ao mesmo tempo a santidade, sem a qual ninguém pode ver o Senhor." Hb 12,14
Tais dons, no entanto, como bem cabe numa relação de pai e filho, não nos vêm sem as devidas correções do Pai Celeste. Eles dizem: "Nossos pais humanos, por pouco tempo, corrigiam-nos como melhor lhes parecia. Deus, porém, corrige-nos para nosso bem, a fim de que sejamos participantes de Sua própria santidade." Hb 12,10
"Vosso Espírito nos una num só Corpo!"
"Vosso Espírito nos una num só Corpo!"