Três décadas depois do holocausto sofrido por São Paulo Miki e seus companheiros mártires, vendo que quase todo seu povo começava a abandonar a fé por medo de morrer nas perseguições perpetradas pelo imperador japonês, Santa Madalena de Nagasaki, então aos 23 anos, apresentou-se diante dos juízes e confessou que era cristã.
Ela nasceu numa vila perto da cidade de Nagasaki, no sudoeste de Japão, no ano de 1610, época em que sucessivos imperadores empreendiam violentas campanhas para exterminar o Catolicismo no país. A crueldade era recorrente, principalmente após o Édito de Expulsão dos Cristãos, do imperador Tokugawa Ieyasu, em 1614.
Ele decretou que mesmo estrangeiros estavam proibidos de celebrar os Sacramentos, devendo imediatamente deixar o país, e que os japoneses que se renegassem a abandonar o Evangelho deveriam ou sair do país ou ser mortos.
Esse decreto foi seguido a ferro e fogo por dois de seus sucessores, Hidetada e Yemitsu, que, de fato, quase extinguiram o Catolicismo no arquipélago.
Santa Madalena de Nagasaki, portanto, foi testemunha ocular da morte de muitos cristãos. Ainda adolescente, viu seus próprios pais e irmãos serem arrastados para a tortura e o martírio. Ela serviu com tradutora para os Beatos mártires Frei Francisco de Jesus e Frei Vicente de Santo Antônio Simões, que em 1632, após evangelizar na clandestinidade, foram cruelmente queimados em fogo brando.
Esses monges agostinianos haviam chegado a Nagasaki em 1624, e aí fundaram uma casa da Ordem Terceira de Santo Agostinho, ou seja, de leigos, para coordenar os projetos de catequização. Santa Madalena de Nagasaki logo se candidatou, mas também se deixou instruir pelo dominicano Beato Giordano de Santo Estevão Ansalone, inspirado missionário que falava muito bem japonês, e assim em pouco tempo ela se tornou modelo para os missionários.
Andava pelas ruas mendigando em nome dos pobres, dos idosos e dos enfermos. Esforçava-se para os servir, confortar e oportunamente anunciar Jesus. Com autêntica fé e verdadeiro amor, levou ainda mais longe a Sã Doutrina, os ensinamentos da Santa Igreja Católica, e conseguiu converter muitas almas para Cristo.
Mas em 1628, com a intensificação das perseguições em Nagasaki, Santa Madalena e todos cristãos da cidade tiveram que se refugiar em montanhas e cavernas, onde viviam e recebiam a consolação dos Beatos frades, Francisco e Vicente. Eram todos virtuosos, que renegavam a mundana vida e tinham fervoroso amor a Deus.
Em 1632, porém, foram descobertos. Muitos terminaram decapitados, enquanto os dois frades eram mortos na fogueira com Frei Bartolomeu Guterres, Frei Gabriel, Jeronimo da Cruz e Antonio Ixida. Dois outros frades agostinianos, Frei Melchior de Santo Agostinho e Frei Martinho de São Nicolau, que haviam chegado a Japão no dia seguinte ao martírio de seus confrades, também foram presos e mortos pouco mais de dois meses depois, e da mesma maneira.
O jesuíta São Francisco de Xavier, primeiro missionário a chegar ao arquipélago japonês, havia enfrentado grandes dificuldades para anunciar a Salvação nestas terras um século antes, pois não lograva obter permissão das autoridades e sofria forte oposição dos líderes religiosos locais. Conseguiu, contudo, plantar a boa semente em algumas almas.
Em 1632, porém, foram descobertos. Muitos terminaram decapitados, enquanto os dois frades eram mortos na fogueira com Frei Bartolomeu Guterres, Frei Gabriel, Jeronimo da Cruz e Antonio Ixida. Dois outros frades agostinianos, Frei Melchior de Santo Agostinho e Frei Martinho de São Nicolau, que haviam chegado a Japão no dia seguinte ao martírio de seus confrades, também foram presos e mortos pouco mais de dois meses depois, e da mesma maneira.
O jesuíta São Francisco de Xavier, primeiro missionário a chegar ao arquipélago japonês, havia enfrentado grandes dificuldades para anunciar a Salvação nestas terras um século antes, pois não lograva obter permissão das autoridades e sofria forte oposição dos líderes religiosos locais. Conseguiu, contudo, plantar a boa semente em algumas almas.
E assim, depois de São Paulo Miki e seus companheiros, agora eram Santa Madalena de Nagasaki e sua geração que resistiam à crueldade dos imperadores. Flagrada entre cristãos, mas dispensada pelos perseguidores, pois lhes pareceu absolutamente inofensiva, continuou vivendo nas montanhas ainda por mais dois anos, batizando crianças e convertidos, enquanto tentava consolar e animar seus compatriotas a persistirem junto a Jesus.
Sem alarde, mas corajosamente, sempre ia à cidade ao encontro daqueles que, sob tortura, haviam renegado a fé. Afável, fez com que alguns deles se arrependessem e reconduziu-os à piedosa vida, mesmo que por meio de ocultas práticas de reunião para as orações. Mas com o tempo ela deu-se conta de que, pouco a pouco, muitos fiéis começavam a desistir antes mesmo de serem torturados.
Ademais, em 4 de agosto de 1934, o missionário italiano Beato Giordano Ansalone foi preso e torturado por sete dias, quando testemunhou a decapitação de seu companheiro, Tomás de São Jacinto, e outros sessenta e nove cristãos. E em 18 de novembro ele mesmo seria executado em Nagasaki, pendurado de cabeça para baixo numa prancha. Antes disso, porém, em setembro de 1634 nossa Santa decidiu que havia chegado o momento de viver a plena dimensão de sua fé, dando o maior de todos testemunhos, e assim ajudar seus irmãos, de então e da posteridade, na Salvação de suas almas: usando um hábito agostiniano e conduzindo uma Bíblia, ela apresentou-se como cristã perante os juízes da cidade.
Ademais, em 4 de agosto de 1934, o missionário italiano Beato Giordano Ansalone foi preso e torturado por sete dias, quando testemunhou a decapitação de seu companheiro, Tomás de São Jacinto, e outros sessenta e nove cristãos. E em 18 de novembro ele mesmo seria executado em Nagasaki, pendurado de cabeça para baixo numa prancha. Antes disso, porém, em setembro de 1634 nossa Santa decidiu que havia chegado o momento de viver a plena dimensão de sua fé, dando o maior de todos testemunhos, e assim ajudar seus irmãos, de então e da posteridade, na Salvação de suas almas: usando um hábito agostiniano e conduzindo uma Bíblia, ela apresentou-se como cristã perante os juízes da cidade.
A princípio, eles ficaram admirados com sua beleza, fidalguia e Sabedoria. E pela repercussão que se deu, não foram poucos os altos funcionários que vieram lhe conhecer e fazer proposta de casamento. Mas Santa Madalena queria mesmo unir-se a Cristo em Sua Paixão, e por não arredar pé do tribunal, fato que acabou chegando aos ouvidos das autoridades, foi presa e torturada na colina de Nishisaka, mesmo lugar onde São Paulo Miki e companheiros haviam sido martirizados em 1597. Amarrada pelos pés e pendurada de cabeça para baixo, eles afundaram-na num buraco para que renegasse Nosso Senhor. Contudo, apesar de sangrar pelos olhos, boca, nariz e ouvidos, mesmo depois de 13 dias, ela seguia cantando e louvando a Deus.
Desenganados de sua aparente fragilidade, pois até então achavam que ela iria desistir, receberam ordem para a matar, e abruptamente jogaram-na de cabeça para baixo no fundo do buraco. E demostrando impressionante vigor físico, ainda assim ela não morreu. Contudo, naquela noite choveu muito, e nossa Santa afogou-se. Era 15 de outubro. Não satisfeitos, para que o povo não fizesse de seu túmulo um lugar de veneração, queimaram seu corpo e jogaram suas cinzas ao mar.
Mas o teólogo e apologista Tertuliano, que viveu nos séculos II e III, havia percebido: "O sangue dos mártires é a semente dos cristãos." E foi exatamente o que se viu em Nagasaki, mesmo que na clandestinidade, e de ainda mais marcante modo nas manifestações após a explosão da bomba atômica sobre a cidade, que determinou o fim da Segunda Guerra Mundial em 1945. Sinal desta resistência, pois, era a própria Catedral de Santa Maria, também conhecida como Catedral de Urakami, onde a principal imagem de Nossa Senhora, feita em madeira, miraculosamente não foi destruída com a explosão e o fogo que tudo devassou em seu interior. A igreja, como se vê abaixo, ficou em ruínas, mas os sobreviventes não a abandonaram. Sua reconstrução foi concluída ainda em 1959, mantendo o estilo francês. E mesmo com toda apostasia vista no mundo no século passado (cf. 2 Ts 2,3), a cidade ainda tem quase 70 mil perseverantes católicos!
Ora, a Aparição de Nossa Senhora de Akita, no norte de Japão ao fim do século passado, certamente foi-lhes uma expressiva confirmação.
Santa Madalena Nagasaki foi feita a Padroeira da Ordem Terceira dos Agostinianos Recoletos.























