quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

Ser Cristão


    A imagem do Cristo crucificado realmente retrata muita violência. Mas não é por acaso: é o melhor símbolo do que significa ser cristão. A Santa Cruz, como prova de total e incondicional entrega mesmo diante da má vontade e da mundana incompreensão, é, e continuará sendo até a Definitiva Volta de Jesus, uma inevitável consequência do convite ao verdadeiro amor. Nosso lado desumano, apesar dos 'avanços da civilização', constantemente segue resistindo ao Pai, ao Sumo Bem.
    Falando sobre o fim dos tempos, e claramente apontando a trajetória da humanidade através dos séculos, Nosso Salvador afirmou em últimas pregações, no Evangelho segundo São Mateus: "E ante o crescente progresso da iniquidade, o amor de muitos esfriará." Mt 24,12
     Contudo, contra todas adversidades, a caridade, seja material ou espiritual, continua sendo o dever número um de todo cristão. Para mais evidenciar o objetivo de Sua Missão, Jesus sintetizou os 10 Mandamentos em apenas 2, e ambos falam especifica e exclusivamente de amor. Foi em Jerusalém, após o Domingo de Ramos: "Amarás o Senhor Teu Deus de todo teu coração, de toda tua alma e de todo teu entendimento (Dt 6,5). Este é o maior e o primeiro Mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás teu próximo como a ti mesmo (Lv 19,18). Nesses dois Mandamentos resumem-se toda a Lei e os Profetas." Mt 22,37-40
    E ainda mais sintetizou esses dois em apenas um único e novo Mandamento, que chamou de "Seu Mandamento", revelando-Se Deus, e também se resume em amar. Para tanto, deixou-nos um parâmetro: Seu incondicional amor. É do Evangelho segundo São João, em Sua última noite entre os Apóstolos: "Dou-vos um novo Mandamento: Amai-vos uns aos outros. Como Eu vos tenho amado, assim vós também deveis amar-vos uns aos outros. Este é Meu Mandamento..." Jo 13,34;15,12
    Ao anunciar um só Mandamento que fala 'apenas' em amar uns aos outros, Jesus aparentemente teria esquecido do Mandamento que fala em amar a Deus. Mas uma explicação, mais tarde dada na Primeira Carta de São João, deixa bem claro a dimensão que há no amor ao próximo: "Se alguém disser: 'Amo a Deus', mas odeia seu irmão, é mentiroso. Porque aquele que não ama seu irmão, a quem vê, é incapaz de amar a Deus, a Quem não vê." 1 Jo 4,20
    Pois, sem dúvida, o amor tem origem: "Mas amamos porque primeiro Deus nos amou." 1 Jo 4,19
    A Carta de São Paulo aos Romanos diz especificamente a Pessoa da Santíssima Trindade: "E a esperança não engana. Porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado." Rm 5,5
    E cita o exemplo dos exemplos: "Mas eis aqui uma brilhante prova do amor de Deus por nós: quando ainda éramos pecadores, Cristo morreu por nós." Rm 5,8
    São João Evangelista assim explana sobre o salvífico amor: "Eis como sabemos que O conhecemos: se guardamos Seus Mandamentos. Aquele que diz conhecê-Lo, e não guarda Seus Mandamentos, é mentiroso e nele não está Verdade. Aquele, porém, que guarda Sua Palavra, nele o amor de Deus é verdadeiramente perfeito. Assim é que conhecemos se estamos n'Ele: aquele que n'Ele afirma permanecer, também deve viver como Ele viveu." 1 Jo 2,3-6
    Ele sintetiza, dizendo da missão de todo fiel: "Nisto temos conhecido o amor: (Jesus) deu Sua vida por nós. Nós também devemos dar nossa vida pelos nossos irmãos." 1 Jo 3,16
    O amor, portanto, é a marca do cristão. Jesus expressamente disse depois da Santa Ceia: "Nisto todos conhecerão que sois Meus discípulos, se vos amardes uns aos outros." Jo 13,35
    Ele havia feito mais uma magistral síntese ainda nas primeiras pregações, referindo-Se a tudo que as Escrituras representam, indicando qual deve ser a essência de nossa mentalidade e comportamento: a mutualidade. É a chamada Lei de Ouro: "Tudo que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles. Esta é a Lei e os Profetas." Mt 7,12
    Assim recomendava, em despedida dos Apóstolos, que fôssemos constantes e perseverantes em Seu exemplo de amor, que nos salva: "Se guardardes Meus Mandamentos, sereis constantes em Meu amor, como Eu também guardei os Mandamentos de Meu Pai e persisto em Seu amor." Jo 15,10
    Na mesma ocasião, disse sobre o sofrimento de Sua Paixão: "O mundo, porém, deve saber que amo o Pai e procedo como o Pai Me ordenou." Jo 14,31a
    E isso nada mais é que humildade, pois ainda mandou que assim rezássemos, no Evangelho segundo São Lucas: "E se o servo tiver feito tudo que lhe fora mandado, acaso fica o Senhor devendo-lhe alguma obrigação? Assim vós, depois de terdes feito tudo que vos foi ordenado, também dizei: 'Somos inúteis servos. Apenas fizemos o que devíamos fazer.'" Lc 17,9-10
    Aos que se mantiverem fiéis, Ele prometeu o amor do Pai, e que a estes pessoalmente Se manifestaria: "Aquele que tem e guarda Meus mandamentos, esse é que Me ama. E aquele que Me ama será amado por Meu Pai, e Eu amá-lo-ei e a ele manifestar-Me-ei." Jo 14,21
    Com efeito, a História tem revelado que Jesus, enquanto Pessoa, não Se tem manifestado indiscriminadamente, mas aos que pretende converter e aos membros de Sua Igreja, ou seja, aqueles que realmente guardam Sua Palavra: "Porque onde dois ou três estão reunidos em Meu Nome, aí estou Eu em meio a eles." Mt 18,20
    E na última noite entre eles, prometeu-o pela Comunhão: "Ainda um pouco de tempo e o mundo já não Me verá. Vós, porém, tornareis a ver-Me, porque Eu vivo e vós vivereis. Naquele dia, conhecereis que estou em Meu Pai, e vós em Mim e Eu em vós." Jo 14,19-20
    Pois havia dito sobre o Santíssimo Sacramento, após multiplicar pães e peixes: "Assim como o Pai, que Me enviou, vive, e Eu vivo pelo Pai, assim aquele que comer Minha Carne também viverá por Mim." Jo 6,57
    No Livro dos Atos dos Apóstolos, São Pedro testificou o cumprimento dessa promessa na casa de Cornélio, um centurião romano, a instantes do 'Pentecostes dos Gentios': "Mas Deus ressuscitou-O no terceiro dia, concedendo-Lhe manifestar-Se não a todo povo, mas às testemunhas que Deus havia escolhido..." At 10,40-41a
    São Paulo também, pregando aos judeus, na sinagoga de Antioquia da Pisídia: "Durante muitos dias apareceu àqueles que com Ele subiram da Galileia a Jerusalém, os quais até agora são Suas testemunhas junto ao povo." At 13,31
    E Nosso Senhor prometeu que viria com o Pai, o que pela Comunhão da Santíssima Trindade também inclui o Espírito Santo, para viver no coração de Seus verdadeiros seguidores. Tudo por intermédio do amor: "Se alguém Me ama, guardará Minha Palavra e Meu Pai o amá-lo-á. E Nós viremos a ele e nele faremos Nossa morada." Jo 14,23


A PRÁTICA DO AMOR MAIOR

    Mas, e nós? Realmente confiamos que as coisas podem ser assim? Confiamos nos ensinamentos do Cristo? Como poderíamos ser cristãos sem guardar Sua Palavra? Como disse aos judeus da Cidade Santa que acreditaram n'Ele, o caminho é um só: "Se permanecerdes em Minha Palavra, sereis Meus verdadeiros discípulos..." Jo 8,31
    Por isso, desde o início de Suas prédicas, Ele reclamava de nossa incoerência: "Por que Me chamais: 'Senhor, Senhor...' e não fazeis o que digo?" Lc 6,46
    Na nova comunidade que formava, Ele mais uma vez mencionou Seu exemplo como base da conduta cristã, revelando bem diferente modo de relacionamento e de uso da autoridade: "Sabeis que os chefes das nações as subjugam, e que os grandes as governam com autoridade. Não seja assim entre vós. Todo aquele que quiser tornar-se grande entre vós, faça-se vosso servo. E aquele entre vós que quiser tornar-se o primeiro, faça-se vosso escravo. Assim como o Filho do Homem veio não para ser servido, mas para servir e dar Sua vida em resgate por uma multidão." Mt 20,25-28
    Ora, Nosso Redentor ensinou-o por práticos exemplos: "Logo, se Eu, Vosso Senhor e Mestre, lavei-vos os pés, vós também deveis lavar-vos os pés uns aos outros. Dei-vos o exemplo para que, como Eu vos fiz, também façais vós. Se compreenderdes estas coisas sereis felizes, sob condição de praticá-las." Jo 13,14-15.17
    E falou da verdadeira estatura e da exaltação do ser humano, na semana de preparação de Sua última Páscoa: "O maior dentre vós será vosso servo. Aquele que se exaltar será humilhado, e aquele que se humilhar será exaltado." Mt 23,11-12
    Por suas materialistas e vaidosas ambições, é notório que o mundo não se prepara para conviver harmoniosamente. Por isso, a missão do cristão é longa e difícil, cada vez mais enfrentando maiores obstáculos. Antes de partir para o Jardim das Oliveiras, na noite em que seria preso, Jesus disse a Seus seguidores: "Se fôsseis do mundo, o mundo amá-vos-ia como sendo seus. Como, porém, não sois do mundo, mas do mundo escolhi-vos, o mundo odeia-vos." Jo 15,19
    E apesar de prometer a Vitória, Ele nunca prometeu vida fácil a ninguém. Já pregava no Sermão da Montanha: "Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e falsamente disserem todo mal contra vós por causa de Mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande vossa recompensa nos Céus, pois assim perseguiram os Profetas que vieram antes de vós." Mt 5,11-12
    Entretanto, mesmo sabendo da completa aversão ao Seu Nome em certos ambientes, Ele pediu-nos serena perseverança: "Sereis odiados de todos por causa de Meu Nome, mas aquele que perseverar até o fim será salvo." Mt 10,22
    Não por acaso, todos Apóstolos, a exceção de São João, foram martirizados. E isso Ele também profetizou: "Então sereis entregues aos tormentos, matá-vos-ão e por Minha causa sereis objeto de ódio para todas nações." Mt 24,9
    Mas não aconteceu só com Jesus e os Apóstolos. Como Ele advertiu, já acontecia com os Profetas que Lhe antecederam, inclusive o ilustre São João Batista. Ele bem explanava sobre as Escrituras: "Por isso, também disse a Sabedoria de Deus: 'Enviá-lhes-ei Profetas e Apóstolos, mas eles darão a morte a uns e perseguirão a outros." Lc 11,49
    Assim, nossa obrigação de cristãos é oferecer ação de graças pelo Sacrifício de Cristo e celebrar Sua memória, além, claro, de também entrar nas fileiras dos que destemidamente anunciam Seu amor, mesmo enfrentando toda adversidade. Também devemos beber desse 'cálice', como Ele predisse o futuro dos irmãos São Tiago Maior e São João Apóstolo, no Evangelho segundo São Marcos: "Vós bebereis o cálice que Eu devo beber e sereis batizados no batismo em que Eu devo ser batizado." Mc 10,39
    Quanto à ignorância e à violência em si, sempre que possível temos que nos posicionar e agir de modo a não aumentá-las. Ele também ensinou no Sermão da Montanha: "Eu, porém, digo-vos: não resistais ao mau. Se alguém te ferir a face direita, também lhe oferece a outra. Se alguém te citar em justiça para tirar-te a túnica, também lhe cede a capa. Se alguém vem obrigar-te a andar mil passos com ele, anda dois mil. Dá a quem te pede e não te desvies daquele que te quer pedir emprestado." Mt 5,39-42
    E aqui está o mais profundo Mandamento de Cristo, que nos foi comunicado neste mesmo Sermão: o verdadeiro cristão deve amar seus inimigos! Esse é o maior exemplo, o da extrema paciência e misericórdia, que é incessantemente dado pelo próprio Pai: "Eu, porém, digo-vos: amai vossos inimigos, fazei bem àqueles que vos odeiam, orai pelos que vos maltratam e perseguem. Deste modo, sereis os filhos de Vosso Pai do Céu, pois Ele faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover sobre os justos e sobre os injustos." Mt 5,44-45
    Com efeito, mesmo quando Se referia aos milagres que realizava, Jesus, enquanto ser humano, descrevia Sua passagem entre nós como uma imitação de Deus (cf. Ef 5,1): "Em Verdade, em Verdade, digo-vos: de Si mesmo o Filho não pode fazer coisa alguma. Ele só faz o que vê fazer o Pai. E tudo que o Pai faz, semelhantemente faz o Filho." Jo 5,19


REPRESENTANTES DE CRISTO

    Mas tamanha transformação espiritual, ou seja, verdadeiramente abraçar o amor de salvação, que nos leva do legítimo ódio ao sincero amor pelos inimigos, não é possível sem os auxílios do Espírito Santo, que nos revigora pelo fogo da . Os Apóstolos, ante a obrigação de infinitamente perdoar, pediam ajuda a Jesus: "Aumentai-nos a fé!" Lc 17,5
    E Nosso Salvador não apenas falava: Ele fazia. Mesmo sendo surrado, humilhado e crucificado, não Se entregava à ira a Seus algozes. E em Seus últimos suspiros na Cruz, ainda rezou: "Pai, perdoa-lhes. Porque não sabem o que fazem." Lc 23,34
    Ele ensinava o perdão como o único modo de abrir caminho ao amor. Disse no episódio da pecadora que lavou Seus pés com lágrimas e os enxugou com os cabelos, na casa do fariseu Simão: "... seus numerosos pecados foram-lhe perdoados porque ela tem demonstrado muito amor. Mas ao que pouco se perdoa, pouco ama." Lc 7,47
    Pois a Misericórdia de Deus é infinita, e assim, para sermos autênticos filhos de Deus, temos que seriamente abraçar Seus ensinamentos: "Se teu irmão pecar, repreende-o. Se se arrepender, perdoa-lhe. Se sete vezes no dia pecar contra ti, e sete vezes no dia vier procurar-te, dizendo: 'Estou arrependido', perdoá-lhe-ás." Lc 17,3-4
    Sua Doutrina, portanto, é essencialmente de mansidão e humildade. E Ele não prometeu comodidades materiais, mas tão somente conforto às nossas almas: "Tomai Meu jugo sobre vós e recebei Minha Doutrina, porque Eu sou manso e humilde de coração, e achareis repouso para vossas almas." Mt 11,29
    Muitos, porém, tinham e têm medo de Jesus por n'Ele verem um mero denunciador de pecados, mas isso é um erro. Pois mesmo patentes a veracidade e o poder de Sua Palavra, e, ressalte-se, diante de todos nossos pecados, Sua Missão é de Salvação: "Se alguém ouve Minhas palavras e não as guarda, Eu não o condenarei, porque não vim para condenar o mundo, mas para salvá-lo." Jo 12,47
    Ele explicou aos líderes judeus, que já planejavam matá-Lo, durante Sua segunda festa em Jerusalém: "Não julgueis que hei de acusar-vos diante do Pai. Há quem vos acusa: Moisés, em quem colocais vossa esperança." Jo 5,45
    E ainda há pior acusador, como o Livro do Apocalipse de São João anotou: o mesmo que alicia e escraviza! Mas a vitória de Jesus já se concretizou, Ele já ofereceu Seu Sangue por nossa remissão: "Eu ouvi no Céu uma forte voz que dizia: 'Agora chegou a Salvação, o poder e a realeza de Nosso Deus, assim como a autoridade de Seu Cristo, porque foi precipitado o acusador de nossos irmãos, que dia e noite os acusava diante de Nosso Deus.'" Ap 12,10
    O Amado Discípulo, pois, anuncia: "Filhinhos meus, isto escrevo-vos para que não pequeis. Mas se alguém pecar, temos um intercessor junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo. Ele é a expiação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo mundo." 1 Jo 2,1-2
    De fato, noutra situação, instado por São Tiago Maior e São João para punir os samaritanos de um povoado com fogo do Céu, porque não os acolheram, "Jesus voltou-Se e severamente repreendeu-os: 'Não sabeis de que Espírito sois animados. O Filho do Homem não veio para perder as vidas dos homens, mas para salvá-las.'" Lc 9,55-56
    E tal como agia, também ensinava, desde as primeiras exortações públicas: "Não julgueis, e não sereis julgados. Não condeneis, e não sereis condenados. Perdoai, e sereis perdoados. Dai, e dá-se-vos-á." Lc 6,37-38
    700 anos antes, o Livro do Profeta Isaías havia prescrito esse emblemático comportamento do Cristo: "Ele não grita, nunca eleva a voz, não clama nas ruas. Não quebrará o caniço rachado, não extinguirá a mecha que ainda fumega. Anunciará com toda franqueza a verdadeira religião. Não desanimará nem desfalecerá até que tenha estabelecido a verdadeira religião sobre a Terra, e até que as ilhas desejem Seus ensinamentos." Is 42,2-4
    Claro, Jesus não deixou de alertar aos que se apegam às coisas do mundo, cultuando apenas comportamentos de interesses. E, de novo, o divisor de águas está em amar ou não a Cristo, como afirmou perante religiosos de Jerusalém: "Se Deus fosse vosso pai, vós amá-Me-íeis, porque Eu saí de Deus." Jo 8,42
    Tinha sido taxativo: "Aquele que não honra o Filho, não honra o Pai, que O enviou." Jo 5,23a
    E mais uma vez vinculando a Palavra ao amor de Deus, Ele tinha acusado: "... permanentemente não tendes em vós Sua Palavra, pois não credes n'Aquele que Ele enviou. Não espero Minha Glória dos homens, mas sei que não tendes em vós o amor de Deus." Jo 5,38.41-42
    Mas, mesmo para estes, Ele tinha um conselho: "Eu digo-vos: fazei-vos amigos com a injusta riqueza, para que, no dia em que ela vos faltar, eles vos recebam nos Eternos Tabernáculos." Lc 16,9
     E aferiu, na primeira passagem por Jerusalém em vida pública, perante o notável fariseu Nicodemos, a exata diferença entre o mundano amor e Sua Vinda: "Ora, este é o Julgamento: a Luz veio ao mundo, mas os homens mais amaram as trevas que a Luz, pois suas obras eram más." Jo 3,19
    Em Sua Onisciência, de fato, Jesus bem sabe em que condição se encontram as almas pelo mundo. Não por acaso, Suas primeiras palavras, ao iniciar Seu Ministério, foram um convite ao arrependimento e à piedade: "Depois que João foi preso, Jesus dirigiu-Se para Galileia. Pregava o Evangelho de Deus, e dizia: 'Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo. Fazei penitência e crede no Evangelho.'" Mc 1,14-15
    Por isso, convida a tornarmo-nos Seus legítimos discípulos. Notemos, porém: ninguém se torna discípulo da noite para o dia. Os próprios Apóstolos, apesar de estarem com Jesus mais de três anos, vendo e ouvindo tudo viram e ouviram, ainda se viam por converter-se. Foi o que Ele disse a São Pedro pouco antes do início de Sua Paixão: "Simão, Simão, eis que Satanás reclamou-vos para peneirar-vos como o trigo. Mas Eu roguei por ti, para que tua confiança não desfaleça. E tu, por tua vez, confirma teus irmãos." Lc 22,31-32
    Ora, eles ainda careciam da unção do Espírito Santo, como Ele disse na hora de Sua Ascensão aos Céus: "Eu mandá-vos-ei o Prometido de Meu Pai. Entretanto, permanecei na cidade até que sejais revestidos da força do alto." Lc 24,49
    Enfim, em exatas palavras, é essencialmente essa a condição de agir do cristão: "Se permanecerdes em Mim, e Minhas Palavras permanecerem em vós, pedireis tudo que quiserdes e sê-vos-á feito. Nisto é glorificado Meu Pai, para que deis muito fruto e vos torneis Meus discípulos." Jo 15,7-8
    Assim Ele fez Seu último pedido. Que, fielmente guardando Seu exemplo, levemos a cristandade a nossos irmãos, em constante missão: "Ide por todo mundo e pregai o Evangelho a toda criatura." Mc 16,15
    E a Carta de São Paulo aos Filipenses pede que também nos disponhamos a sacrifícios por Ele: "Cumpre, somente, que em vosso proceder vos mostreis dignos do Evangelho de Cristo. Quer eu vá ter convosco quer permaneça ausente, desejo ouvir que estais firmes em um só espírito, unanimemente lutando pela fé do Evangelho, sem vos deixardes intimidar em nada por vossos adversários. Isto para eles é motivo de perdição, mas para vós, de Salvação. E é a vontade de Deus, porque vos é dado não somente crer em Cristo, mas também sofrer por Ele." Fl 1,27-29
    Na Carta aos Hebreus, os seguidores de sua tradição vão ainda mais longe: "Atentamente considerai, pois, Aquele que dos pecadores tantas contrariedades sofreu, e não vos deixeis abater pelo desânimo. Ainda não tendes resistido até o sangue, na luta contra o pecado." Hb 12,3-4
    E ele próprio, na Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios, não nega que este testemunho de vida seja o verdadeiro sentido de ser cristão: "Sempre trazemos em nosso corpo os traços da morte de Jesus, para que a Vida de Jesus também se manifeste em nosso corpo. Embora estando vivos, somos a toda hora entregues à morte por causa de Jesus, para que a vida de Jesus também apareça em nossa carne mortal." 2 Cor 4,10-11
    Ora, se ainda não compreendemos, ser cristão é plenamente representar o Cristo, o Martirizado, o Servo Sofredor. São Suas palavras: "Em Verdade, em Verdade, digo-vos: se o grão de trigo caído na terra não morrer, fica só. Se morrer, produz muito fruto. Quem ama sua vida, perdê-la-á, mas quem odeia sua vida neste mundo, conservá-la-á para a Vida Eterna. Se alguém quer servir-Me, siga-Me, e onde Eu estiver ali também estará Meu servo. Se alguém Me serve, Meu Pai honrá-lo-á." Jo 12,24-26
    E assim exorta, transferindo-nos Sua luz: "Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre uma montanha, nem se acende uma vela para colocá-la debaixo de um caixote, mas sim para colocá-la sobre o candeeiro, a fim de que brilhe para todos que estão em casa. Assim, brilhe vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem Vosso Pai que está nos Céus." Mt 5,14-16

    "Fazei de nós uma perfeita oferenda!"

quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

Denominações do Espírito Santo


    Assim como aconteceu com Jesus, isto é, para muito além de todas profecias, o Espírito Santo é mais uma grande 'surpresa' de Deus, mais um extasiante capítulo da Revelação. Por mais esta Pessoa, Ele continua manifestando Seu amor e Sua presença entre nós, reconduzindo-nos a Seu Reino.
    Jesus mencionou-O por vários Nomes e de diversos modos:
    - como Promessa de Deus, no Evangelho segundo São Lucas: "Eu mandá-vos-ei o Prometido de Meu Pai..." Lc 24,49
    - como a Verdade, Exclusiva Graça dos fieis e Eterno Companheiro, no Evangelho segundo São João: "É o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber porque não O vê nem O conhece. Mas vós conhecê-Lo-eis, porque convosco permanecerá e em vós estará." Jo 14,17
    - como Defensor e Consolador: "Quando vier o Paráclito, que vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da Verdade, que procede do Pai..." Jo 15,26
    - como Testemunha, confirmando tudo que Jesus ensinou: "... Ele dará testemunho de Mim." Idem
    - como Mestre e Conselheiro: "... ensiná-vos-á todas coisas e recordá-vos-á tudo que vos tenho dito." Jo 14,26
    - como o Grande Revelador: "Entretanto, digo-vos a Verdade: convém a vós que Eu vá! Porque se Eu não for, o Paráclito não virá a vós; mas se Eu for, enviá-Lo-ei. E, quando Ele vier, convencerá o mundo a respeito do pecado, da justiça e do Juízo." Jo 16,7-8
    - como Guia da Verdade: "... o Espírito da Verdade, guiá-vos-á em toda Verdade..." Jo 16,13
    - como permanente Esclarecedor da Verdade: "... e anunciá-vos-á as coisas que virão." Idem
    - ou por Seu mais significativo Nome, no Evangelho segundo São Mateus, que entre nós inaugura a Eternidade: "Mas se é pelo Espírito de Deus que expulso os demônios, então chegou para vós o Reino de Deus." Mt 12,28


    Aliás, junto a Jesus e com este Nome, Ele mostrou-Se em corpórea forma na primeira cena de conjunta manifestação da Santíssima Trindade nas Escrituras: "Depois que Jesus foi batizado, logo saiu da água. Eis que os Céus se abriram e sobre Ele viu-se descer, em forma de pomba, o Espírito de Deus. E do Céu baixou uma voz: 'Eis Meu Amado Filho, em Quem ponho Minha afeição.'" Mt 3,16-17
    O Livro do Profeta Isaías, ao anunciar que Ele pousaria sobre Jesus, listou Seus dons: "Um Renovo sairá do tronco de Jessé, e um Rebento brotará de suas raízes. Sobre Ele repousará o Espírito do Senhor, Espírito de Sabedoria e de inteligência, Espírito de conselho e de fortaleza, Espírito de ciência e de piedade, Espírito de temor ao Senhor." Is 11,1-2
    Ao iniciar Sua vida pública, de fato, Jesus leu o Livro deste Profeta. É o 'discurso inaugural' de Sua Missão: "Dirigiu-Se a Nazaré, onde Se havia criado. Entrou na sinagoga em dia de sábado, segundo Seu costume, e levantou-Se para ler. Foi-Lhe dado o Livro do Profeta Isaías. Desenrolando o livro, escolheu a passagem onde está escrito: 'O Espírito do Senhor está sobre Mim, porque Me ungiu. E enviou-Me para anunciar a Boa Nova aos pobres, para sarar os contritos de coração, para anunciar aos cativos a redenção, aos cegos a restauração da vista, para pôr em liberdade os cativos, para publicar o ano da Graça do Senhor (Is 61,1-2).'" Lc 4,18-19
    Isaías ainda O apresentou como Guia de Israel: "... o Espírito do Senhor levava-os ao repouso. Foi assim que conduzistes Vosso povo, para afirmar Vosso Glorioso Nome." Is 63,14b
    Mas Ele já havia sido identificado como o 'Espírito de Elias', logo após este grande Profeta ter sido arrebatado aos Céus. Está no Segundo Livro de Reis: "Os filhos dos Profetas que estavam em Jericó, vendo o que acontecera defronte deles, disseram: 'O Espírito de Elias repousa em Eliseu.'" 2 Rs 2,15a
    E também repousaria sobre São João Batista, como profetizou o sacerdote Zacarias, seu pai, replicando uma profecia do Livro do Profeta Malaquias (cf. Ml 3,23): "... e irá adiante de Deus com o Espírito e poder de Elias, para reconduzir os corações dos pais aos filhos e os rebeldes à Sabedoria dos justos, para preparar ao Senhor um povo bem disposto." Lc 1,17
    Ou bem antes, foi identificado como o Espírito que animava o próprio Moisés, segundo o Livro de Números: "O Senhor desceu na nuvem e falou a Moisés. Tomou uma parte do Espírito que o animava e pô-la sobre os setenta anciãos. Apenas repousara o Espírito sobre eles, começaram a profetizar. Mas não continuaram." Nm 11,25
    De fato, por Ele falavam os Profetas, como vemos nessa palavra a Josué, que queria proibir que outras pessoas, além dos setenta, profetizassem: "Moisés, porém, respondeu: 'Por que és tão zeloso por mim? Prouvera a Deus que todo povo do Senhor profetizasse, dando-lhe o Senhor Seu Espírito!'" Nm 11,29
    Dando voz a Deus, portanto, o Livro do Profeta Zacarias assim O nomeou: "Derramarei um Espírito de Graça e oração sobre a Casa de Davi e sobre os moradores de Jerusalém, e eles olharão para Mim." Zc 12,10
    O Livro do Profeta Joel, também falando por Deus e acenando para o Pentecostes, nomeia-O 'Meu Espírito': "Depois disso, acontecerá que derramarei Meu Espírito sobre todo ser vivo: vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos anciãos terão sonhos e vossos jovens terão visões. Naqueles dias, também derramarei Meu Espírito sobre os escravos e as escravas." Jl 3,1-2
    O Livro do Profeta Neemias anuncia-O como a Prudência de Israel: "Deste-lhes de Vosso Bom Espírito para torná-los prudentes..." Ne 9,20a
    O Livro da Sabedoria associa-O à própria Sabedoria, e ao Seu dom de instruir: "A Sabedoria não entrará na perversa alma, nem habitará no corpo sujeito ao pecado. O Espírito Santo Educador das almas fugirá da perfídia, afastar-Se-á dos insensatos pensamentos, e a iniquidade que está por vir repeli-Lo-á." Sb 1,4-5
    E discorrendo sobre ela mesma, acaba por fazer a mais completa lista de atributos do Divino Paráclito: "Há nela, com efeito, um Espírito inteligente, santo, único, múltiplo, sutil, móvel, penetrante, puro, claro, inofensivo, inclinado ao bem, agudo, livre, benéfico, benévolo, estável, seguro, livre de inquietação, que tudo pode, que de tudo cuida, que em todos espíritos penetra, os inteligentes, os puros, os mais sutis." Sb 7,22-23
    Também O evoca por Sua incorruptibilidade e Sua presença em todo ser vivo: "Vosso Incorruptível Espírito está em todos." Sb 12,1
    Ou por Sua Onipresença e poder de Comunhão: "Com efeito, o Espírito do Senhor enche o universo, e Ele, que tem unidas todas coisas, ouve toda voz." Sb 1,7
    Comunhão também registrada na Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios, deixando uma frase que se tornou saudação na Santa Missa: "A Graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a Comunhão do Espírito Santo estejam com todos vós!" 2 Cor 13,13
    A Primeira Carta de São Pedro via n'Ele a própria Glória de Deus: "Se fordes ultrajados pelo Nome de Cristo, bem-aventurados sois vós, porque o Espírito de Glória, o Espírito de Deus repousa sobre vós." 1 Pd 4,14
    No Livro dos Atos dos Apóstolos, o Amado Médico chama-O por um novo, mas bem conhecido e singular Nome: "Ao chegarem aos confins da Mísia, tencionavam seguir para a Bitínia, mas o Espírito de Jesus não o permitiu." At 16,7
    Os seguidores da tradição de São Paulo, exaltando a dádiva que é o Sacrifício Pascal, evocam Sua eternidade na Carta aos Hebreus: "... quanto mais o Sangue de Cristo, que pelo Eterno Espírito Se ofereceu como vítima sem mácula a Deus, purificará nossa consciência das mortas obras para o serviço do Deus Vivo." Hb 9,13-14
    O Apóstolo dos Gentios acrescenta outros Nomes, evocando:
    - Seu poder de santificar, como a Carta de São Paulo aos Romanos traz: "... que, segundo o Espírito de Santidade, foi estabelecido Filho de Deus no poder por Sua Ressurreição dos mortos..." Rm 1,4
    - a Nova e Eterna Vida que Ele possibilita pelo Novo Testamento, em contraposição ao Antigo:"A Lei do Espírito de Vida libertou-me, em Jesus Cristo, da Lei do pecado e da morte." Rm 8,2
    - o próprio Salvador: "Se alguém não possui o Espírito de Cristo, este não é d'Ele." Rm 8,9
    - a Divina Filiação de Jesus, como está na Carta de São Paulo aos Gálatas: "A prova de que sois filhos é que Deus enviou a vossos corações o Espírito de Seu Filho..." Gl 4,6
    - nossa Divina Filiação: "Porquanto não recebestes um espírito de escravidão, para ainda viverdes no temor, mas recebestes o Espírito de Adoção, pelo qual clamamos: 'Aba! Pai!'" Rm 8,15


O AUTOR DA GRAÇA

    Enfim, só por Sua Onisciência nos é concedido entender as manifestações de Deus, como a Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios afirma: "Pois quem conhece as coisas que há no homem, senão o espírito do homem que nele reside? Assim também as coisas de Deus: ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus. Mas o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, pois para ele são loucuras. Nem pode compreendê-las, porque é pelo Espírito que devem ponderá-las." 1 Cor 2,11.14
    Ele é Quem anunciava a Paixão e a Ressurreição de Cristo aos Profetas, no Antigo Testamento, como o Príncipe dos Apóstolos revelou: "Eles investigaram a época e as circunstâncias indicadas pelo Espírito de Cristo, que neles estava e que profetizava os sofrimentos do mesmo Cristo, assim como as Glórias que deviam segui-los." 1 Pd 1,11
    Ele é que nos faz perceber a Divindade de Jesus, segundo São Paulo: "... e ninguém pode dizer: 'Jesus é o Senhor', senão sob a ação do Espírito Santo." 1 Cor 12,3b
    Ele é o instaurador da Igreja, que já nasce falando para o mundo todo: "Chegando o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um ruído, como se soprasse um impetuoso vento, e encheu toda casa onde estavam sentados. Apareceu-lhes, então, uma espécie de línguas de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um deles. Ficaram todos cheios do Espírito Santo e começaram a falar em línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem." At 2,1-4
    Ele é que tem ordenado os Bispos desde então, como São Paulo disse aos anciãos, nossos atuais presbíteros, de Éfeso: "Cuidai de vós mesmos e de todo rebanho, sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos para pastorear a Igreja de Deus, que Ele adquiriu com Seu próprio Sangue." At 20,28
    Aliás, por Ele Deus vivifica todos Seus Sacerdotes: "Ele é que nos fez aptos para sermos Ministros da Nova Aliança, não a da letra, e sim a do Espírito. Porque a letra mata, mas o Espírito vivifica." 2 Cor 3,6
    Assim como vivifica todos membros da Igreja: "Não há dúvida de que vós sois uma carta de Cristo, redigida por nosso ministério e escrita, não com tinta, mas com o Espírito de Deus Vivo, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, isto é, em vossos corações." 2 Cor 3,3
    Só por Ele que podemos fazer parte do Corpo Místico de Cristo, isto é, da Igreja Viva, que é o que consta na Carta de São Paulo aos Efésios: "É n'Ele (Cristo) que vós também entrais, pelo Espírito, na estrutura do edifício que se torna a morada de Deus." Ef 2,22
    Ele quer morar em nossos corações, fazendo de nós vivos sacrários: "Não sabeis que sois o Templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?" 1 Cor 3,16
    É exclusivamente por Ele que podemos viver a vida espiritual: "Vós, porém, não viveis segundo a carne, mas segundo o Espírito, se realmente o Espírito de Deus habita em vós." Rm 8,9a
    Estamos, portanto, sob Seu Tempo, Seu Glorioso Ministério: "Ora, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, se revestiu de tal Glória que os filhos de Israel não podiam fitar os olhos no rosto de Moisés, por causa do resplendor de sua face, embora transitório, quanto mais glorioso não será o Ministério do Espírito? Se o ministério da condenação já foi glorioso, muito mais há de sobrepujá-lo em Glória o Ministério da Justificação! Aliás, sob esse aspecto e em comparação desta eminentemente superior Glória, empalidece a Glória do primeiro ministério. Se o transitório era glorioso, muito mais glorioso é o que permanece!" 2 Cor 3,7-11
    Pois é Ele que nos purifica: "Mas fostes lavados, mas fostes santificados, mas fostes justificados, em Nome do Senhor Jesus Cristo e pelo Espírito de Nosso Deus." 1 Cor 6,11b
    Ele é nosso Divino Condutor: "... pois todos que são conduzidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus." Rm 8,14
    Ele anima-nos crer, como o Livro dos Salmos cantava: "Animados pelo mesmo Espírito de , conforme está escrito: 'Eu cri, por isto falei' (Sl 115,1), nós também cremos, e por isso falamos." 2 Cor 4,13
    Ele traz-nos a mansidão e a prudência diante do Mal: "Irmãos, se alguém for surpreendido numa falta, vós, que sois animados pelo Espírito, admoestai-o em espírito de mansidão. E tem cuidado de ti mesmo, para que também não caias em tentação!" Gl 6,1
    Ele concede-nos Sabedoria para compreender a Revelação: "... suplicando ao Deus de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Glorioso Pai, que vos dê o Espírito de Sabedoria e de Revelação, para que verdadeiramente O conheçais." Ef 1,17
    Ele permite-nos preservar e perseverar na Palavra de Deus. É da leitura da Segunda Carta de São Paulo a São Timóteo: "Guarda o Precioso Depósito, pela virtude do Espírito Santo que em nós habita." 2 Tm 1,14
    Ele faz-nos fortes, afetuosos e moderados: "Pois Deus não nos deu um espírito de covardia, mas de força, de amor e de moderação." 2 Tm 1,7
     Ele socorre-nos, segundo a Carta de São Paulo aos Filipenses, que diz do anúncio do Evangelho: "Pois sei que isto me resultará em Salvação, graças às vossas orações e ao socorro do Espírito de Jesus Cristo." Fl 1,19
    Ele faz-nos proclamar nossa fé, como a Primeira Carta de São João explica: "Nisto reconhece-se o Espírito de Deus: todo espírito que proclama que Jesus Cristo Se encarnou é de Deus..." 1 Jo 4,2
    Ele é o visível sinal de nossa Comunhão em Cristo: "Quem observa Seus Mandamentos permanece em Deus e Deus nele. É nisto que reconhecemos que Ele permanece em nós: pelo Espírito que nos deu." 1 Jo 3,24
    Assim como Jesus (cf. Jo 14,6), Ele é a própria Verdade: "Ei-lo, Jesus Cristo, Aquele que veio pela Água e pelo Sangue. Não só pela Água, mas pela Água e pelo Sangue. E o Espírito é Quem d'Ele dá testemunho, porque o Espírito é a Verdade." 1 Jo 5,6
    Ele faz-nos participar da Santa Missa e das celebrações de Sua Igreja, na lição de São Paulo: "Porque os verdadeiros circuncisos somos nós, que prestamos culto a Deus pelo Espírito de Deus, e pomos nossa Glória em Jesus Cristo, sem confiamos na carne." Fl 3,3
    Ele faz-nos férteis para a obra de Deus: "... o fruto do Espírito é caridade, alegria, Paz, paciência, afabilidade, bondade, fidelidade, brandura, domínio de si." Gl 5,22-23
    Ele anima-nos com Seu salvífico amor, pois se lê na Carta de São Paulo aos Colossenses: "Foi ele (Epafras) quem nos contou sobre o amor com que o Espírito vos anima." Cl 1,8
    Ele é Quem distribui os divinos dons: "Mas um e o mesmo Espírito distribui todos estes dons, repartindo a cada um como Lhe apraz." 1 Cor 12,11
    Ele é a garantia de nossa Ressurreição: "Se em vós habita o Espírito d'Aquele que dos mortos ressuscitou Jesus, Ele, que dos mortos ressuscitou Jesus Cristo, também dará a Vida a vossos corpos mortais, por Seu Espírito que em vós habita." Rm 8,11
    Ele é nosso selo: "Não contristeis o Espírito Santo de Deus, com o Qual estais selados para o Dia da Redenção." Ef 4,30
    Mas talvez Seu mais poderoso título tenha sido dado pelo grupo que seguia São Paulo: "... o Espírito Santo, Autor da Graça!" Hb 10,29

    "Vosso Espírito una-nos num só Corpo!"

terça-feira, 28 de janeiro de 2025

Santo Tomás de Aquino


    Nasceu no castelo de Rocca Secca em 1225, um dos feudos da família Aquino, no centro de Itália, a meio caminho de Roma a Nápoles. Aos 5 anos foi estudar no Mosteiro de Monte Cassino, a mais conhecida abadia beneditina, fundada pelo próprio São Bento, que teve Santo Amaro como primeiro abade. Foi oblato, portanto, até os 14 anos, quando o enviaram à Universidade de Nápoles e aí ele conheceu a congregação recém-fundada por São Domingos, chamada Ordem dos Pregadores. Em 1244 torna-se um frade dominicano, já perfeitamente consciente de que sua vocação era ser professor.
    Mas sua mãe usava de todas suas influências para fazê-lo abade em Monte Cassino, visando a importância política dessa função, pois representava o maior sinal do poder do Papa na região. E como encontrava a maior resistência na própria vontade de Santo Tomás, quando o mestre geral da ordem o enviou a Paris, para concluir os estudos, seus irmãos sequestraram-no no caminho e por um ano mantiveram-no preso no castelo da família, chegando até a colocar uma bela mulher em seu quarto para pervertê-lo. Tudo debalde.
    Entre 1245 e 1248 estudou em Paris com talvez o maior sábio de Deus à época, Santo Alberto Magno, que ao ser nomeado dirigente da escola dos dominicanos na cidade de Colônia, em terras de atual Alemanha, o levou consigo, e aí ficou como seu discípulo e colaborador até 1252. Em tão lúcida companhia, pôde estudar todas ciências de seu tempo.
    Santo Tomás foi novamente enviado a Paris para obter o grau de doutor, mas destacou-se tanto ao defender suas teses que acabou tirando muitos alunos de professores não religiosos, o que provocou ciúme e forte oposição às ordens dominicana e franciscana, únicas que ensinavam em Paris. As disputas acirraram-se e, pela polêmica criada, ele e São Boaventura, franciscano que também seria reconhecido como Doutor da Igreja, acabaram não recebendo o título de licenciatura ao fim do curso. Como se vê, o despeito dos 'intelectuais' franceses para com os religiosos não é novidade.
    Como resposta, Santo Tomás convidou todos professores para debates abertos, cujos os temas seriam escolhidos na hora pelos próprios estudantes e assistentes. A ideia foi bem acolhida e os debates tornaram-se um sucesso: foram 253 num período de 3 anos. Sobre os temas abordados, nosso Santo escreveu seus primeiros livros: 'Questões disputadas', 'de Veritate', e 'Quodlibeta'.
    O mais importante dessa experiência, porém, é que ficou provado que os professores religiosos também poderiam ensinar sem serem acusados de confundir religião com ciência. Por fim, a Santo Tomás foi concedido não apenas a licenciatura e o título de doutor: foi convidado para assumir a cátedra de Teologia, na qual permaneceu entre 1257 e 1259.
    Em 1260, o Papa Alexandre IV convidou-o para ensinar Teologia na Escola Pontifícia, e aí permaneceu até 1265, período em que também foi conselheiro pessoal dos Papas Urbano IV e Clemente IV. Entre 1265 e 1267 foi professor de Filosofia e Teologia na Universidade de Roma, e ainda ensinou em outras duas das maiores universidades de Itália a seu tempo: as de Bolonha e de Nápoles.
    Por esses anos, foi-lhe oferecido o encargo de abade no mosteiro de Monte Cassino, que era o sonho de sua família, e com o inédito privilégio de poder continuar sendo dominicano. Contudo, em nome da continuidade de seus estudos, São Tomás recusou-o. Ofereceram-lhe, em seguida, o Arcebispado de Nápoles, e mais uma vez ele declinou.
    A pedido do Papa Urbano IV, especializou-se na filosofia de Aristóteles, até então incompatível com a Teologia Cristã, e desse estudo ele publicou 13 comentários sobre os livros 'Física', 'Metafísica', 'Ética', 'Política' e 'Sobre a Alma', nos quais desenvolveu e aperfeiçoou as ideias neles contidas, baseando-se nos próprios princípios deste antigo filósofo grego e deles usando até como mais rigor, quando magistralmente demonstrou que elas conduziam e tinham seu ápice na Revelação do Cristo.
    Apesar desse extenso trabalho, no mesmo período escreveu a 'Summa contra os gentios', onde faz uma brilhante exposição da Doutrina Cristã e por ela exorta árabes e judeus à conversão. Também escreveu 'Contra os erros dos gregos', e comentou vários Livros da Bíblia. Ainda em 1265 começou a escrever a vastamente conhecida 'Summa Teológica', talvez sua maior obra, só terminada em 1273, onde esplendorosamente expõe o Catolicismo.
    Mas suas ideias todavia não tinham posto fim às discussões sobre o papel da Filosofia como instrumento da Teologia. Foi enviado à Universidade de Paris, em 1269, para explicar seus 'Comentários a Aristóteles' frente a 3 divergentes grupos de estudiosos católicos, que viviam em angustiantes contradições teóricas. Mais uma vez, Santo Tomás triunfou em longos e disputados debates, onde se expôs com seu já tradicional e absoluto respeito aos adversários, ou seja, humilde e serenamente, fazendo puro uso do conhecimento e do raciocínio.


    Terminada sua missão em Paris, foi enviado a Nápoles em 1272 para coordenar o Studium Generale da ordem dominicana. Era, desde 1271, conselheiro para Teologia do Papa Gregório X. Havia muito também era conselheiro pessoal de São Luis, rei de França. Sempre foi um simples, disciplinado e caridoso frade, obediente inclusive aos que não lhe eram superiores.
    Doutor da Igreja, é chamado de 'Doutor Angélico' porque foi considerado um anjo que trouxe à luz grandes e importantes capítulos da Revelação. Sua meta de vida era "oferecer aos outros os frutos da contemplação."
    Sua inspiração levou-o em realmente muito altos voos, e é patente em suas reflexões:

    "O estudo da Filosofia não tem por objeto saber o que os homens pensavam, e sim qual é a Verdade das coisas."
    "A tarefa do teólogo: estudar Deus e Sua Revelação, e em seguida todas demais coisas 'à luz de Deus' (sub ratione Dei), pois Ele é o princípio e fim de tudo."
    "Era necessário à Salvação dos homens que houvesse uma doutrina revelada por Deus, além das disciplinas filosóficas que investigam a razão humana."
    "Os inatos princípios na razão demonstram-se verdadeiros ao ponto de não ser possível pensar que eles sejam falsos."
    "A aperfeiçoa a condição de entendimento da razão, e a razão é o argumento aceito por todos homens para esclarecer os assuntos da fé."
    "Ensinar alguém para trazê-lo à  é tarefa de todo e qualquer pregador, e até de todo e qualquer crente."
    "Todo ser humano possui livre-arbítrio. De outra forma, os conselhos, exortações, preceitos, proibições, recompensas e punições seriam todos sem propósito..."
    "Dê-me, Senhor, agudeza para entender, capacidade para reter, método e faculdade para aprender, sutileza para interpretar, graça e abundância para falar, acerto ao começar, direção ao progredir e perfeição ao concluir..."
    "De Deus nós sabemos que existe, que é causa de todos seres e que é infinitamente superior a tudo. Isto é a conclusão e o ponto culminante de nosso saber nesta vida terrena."
    "Deus é um ato puro e não em potência, Ele tem em Si um ativo e infinito poder sobre todas outras coisas."
    "Rogo a Deus como se d'Ele tudo esperasse, mas trabalho como se Ele tudo esperasse de mim."
    "Não posso mais. Tudo que escrevi parece-me palha perto do que vi."
    "Toda e qualquer coisa real possui a Verdade de sua natureza na medida em que imita o saber de Deus."
    "A Graça não destrói a natureza, antes a aperfeiçoa."
    "Aqueles que estão na Graça, quanto mais se aproximam do fim, mais devem crescer em espiritualidade."
    "Três coisas são necessárias para a Salvação do homem: saber o que deve crer, o que deve querer, o que deve fazer! Crer em Deus Pai... querer a Vida Eterna (Jesus Cristo) e, fazer o bem."
    "Com a vitória da Cruz, Cristo adquiriu para Si o poder e o domínio sobre todas gentes."
    "Assim como Cristo aceitou a morte corporal para dar-nos a vida espiritual, assim também suportou a pobreza temporal para dar-nos as riquezas espirituais."
    "Uma coisa não é justa porque Deus quer, mas Deus quer a que é justa."
    "Justiça sem Misericórdia é crueldade."
    "O Demônio faz duas coisas: engana o homem e conserva-o enganado em seu pecado."
    "A caridade, por menor que seja, resiste a qualquer pecado."
    "Pela caridade o homem é posto na mesma realidade divina, fazendo-se um com Ele."
    "O mais específico ato da fortaleza, mais do que atacar, é aguentar, isto é, manter-se imóvel em face do perigo."
    "O desordenado amor por si mesmo é a causa de todos pecados."
    "oração liberta-nos do medo dos pecados que virão, das tribulações e da tristeza."
    "Afastai para longe de mim a dupla obscuridade na qual nasci: o pecado e a ignorância."
    "Abomino os pecados, embora ame os pecadores."
    "A Comunhão destrói a tentação do Demônio."
    "O martírio não é nada em comparação à Santa Missa. Pelo martírio, o homem oferece a Deus sua vida; na Santa Missa, porém, Deus dá Seu Corpo e Seu Sangue em sacrifício aos homens."
    "Se o homem reconhecesse o mistério da Santa Missa, no qual Deus dá Seu Corpo e Seu Sangue em sacrifício aos homens, morreria de amor."
    "O Espírito Santo faz-nos retamente amar, desejar e pedir o que nos convém amar, desejar e pedir."
    "O Espírito Santo, de um lado, dá força para impedir que o homem desfaleça por medo de não ter o necessário, e por outro lado, para que o homem firmemente creia que Deus o proverá de tudo que precisar."
    "Não deixes de imitar a conduta dos Santos e dos homens de bem."
    "Tem sempre diante de ti o olhar dos mestres."
    "Não devemos temer as aflições e tribulações do mundo, que são facilmente suportadas por causa das consolações que Deus mistura a elas e também por causa de sua pouca duração."
    "A ligeira tribulação do presente momento prepara para nós um eterno peso de Glória, além de toda medida. Pois é a tribulação que nos faz alcançar a Vida Eterna."
    "Deus tira o bem de todos males, tentações e tribulações."
    "A humildade é o primeiro degrau para a Sabedoria."
    "A humildade faz o homem capaz de Deus."
    "Humildade é a virtude que freia no homem o desejo de elevar-se além do que merece."
    "As outras virtudes servem-se dos bens, mas a paciência é a única que tira proveito dos males."
    "Um homem é chamado paciente não porque foge do mal, mas porque suporta um presente mal de honroso modo, isto é, sem ficar indevidamente triste por isso."
    "Sofrermos com paciência as injúrias que nos atingem, é digno de louvor; mas é excesso de impiedade pacientemente tolerar as injúrias feitas contra Deus."
    "Pois muito mais grave é corromper a fé, da qual vem a vida da alma, que falsificar dinheiro, pelo qual a vida temporal é sustentada."
    "São chamados cismáticos aqueles que se recusam a submeter-se ao Sumo Pontífice, e aqueles que se recusam a viver em comunhão com os membros da Igreja, a ele sujeitos."
    "Se a principal meta de um capitão fosse preservar seu barco, para sempre ele o conservaria no porto."
     "Não se opor ao erro é aprová-lo; não defender a Verdade é negá-la; e nossa negligência em defender a Verdade, quando podemos fazê-lo, é tão pecado quanto incentivar o erro."
    "O maior bem que podemos fazer a um homem é levá-lo à Verdade."
    "O fim último do universo é o bem do entendimento, que é a Verdade."
    "A felicidade última do homem é a contemplação da Verdade."
    "A Verdade é a adequação entre a coisa e o intelecto."
    "É, com efeito, natural ao homem aspirar ao conhecimento da Verdade."
    "A Verdade exclui toda falsidade e dissipa as dúvidas."
    "Tu não possuis a Verdade, mas é a Verdade que te possui."
    "Devemos acreditar mais nas verdades da fé que nas coisas que vemos, porque a vista do homem pode falhar, mas a ciência de Deus sempre é infalível."
    "Nenhum homem possui verdadeiramente a alegria a menos que ele viva apaixonado."
    "O amor é a alegria pelo bem; o bem é único fundamento do amor. Amar significa querer fazer o bem para alguém."
    "As coisas que amamos dizem-nos o que somos."
    "De fato, qualquer coisa está otimamente disposta quando está convenientemente ordenada ao seu fim."
    "Toma cuidado com o homem de um só livro."
    "A inveja é uma tristeza pela glória do outro."
    "Preste atenção não em quem diz, mas no que de bom se diga e guarde na memória."
    "Quem diz verdades perde amizades."
    "Onde está a verdadeira amizade, aí está o mesmo querer e o mesmo não querer, tanto mais agradável quanto mais sincero."
    "A amizade é a fonte dos maiores prazeres e, sem amigos, até as mais emocionantes buscas tornam-se tediosas."
    "A amizade diminui a dor e a tristeza."
    "O amigo é melhor que a honra, e o ser amado, melhor que o ser honrado."
    "A ninguém te mostres muito íntimo, pois a excessiva familiaridade gera desprezo."
    "A lei humana não deve controlar a intimidade do homem."
    "O brincar é necessário para a conservação da vida humana."
    "A beleza é a marca do que é bem feito, seja um universo, seja um objeto."
    "A arte é a correta razão na execução de um trabalho."
    "O amor é o desejo de eternidade do ser amado."
    "Enquanto o humano amor tende a apossar-se do bem que encontra em seu objeto, o divino amor cria o bem na criatura amada."
    "Bem-Aventurada Virgem Maria é o modelo e o exemplo de todas virtudes."
    "O nome de Maria em siríaco significa soberana, o que perfeitamente lhe convém."
    "A Virgem ultrapassa os anjos em sua intimidade com o Senhor."
    "O Espírito Santo está em Maria como em Seu Templo, onde opera."
    "Em todos perigos, podemos obter o auxílio desta Gloriosa Virgem."
    "Eu daria toda minha ciência teológica pelo valor de uma única Ave Maria."

    Em 1274 foi enviado pelo Papa Gregório X para os atos preparatórios do Segundo Concílio de Lyon, mas morreu logo que se pôs a caminho, ainda no mosteiro de Fossa Nova, próximo à comuna de Priverno, província de Latina, em Lácio, região no centro oeste de Itália, que tem Roma ao centro. Tinha 49 anos.


    Em conhecimento teórico, é considerado pela Santa Igreja como o sucessor de São Paulo e de Santo Agostinho. O Papa Pio XI dizia: "A todos quantos agora sentem sede da Verdade, dizemos-lhes: Ide a Tomás de Aquino."
    Suas relíquias estão expostas sob o altar da igreja do Convento de São Tiago Maior, da Ordem dos Frades Pregadores, em Toulouse, sul de França. De seu antigo e belíssimo mausoléu, destruído durante a tresloucada e sanguinária Revolução Francesa, restou apenas uma gravura.


    Santo Tomás de Aquino, rogai por nós!