quarta-feira, 12 de junho de 2024

A Igreja Católica


    A Igreja, assembleia reunida por Cristo, em Cristo e com Cristo, tem sua primeiríssima menção nas Escrituras logo após a declaração de São Pedro, quando ele afirma a divina identidade de Jesus: "Tu és o Cristo, o Filho de Deus Vivo!" Mt 16,16
    Enquanto pedra fundamental da Igreja, o Príncipe dos Apóstolos fez-se notar por ser portador da Revelação, que é exatamente o primeiro atributo da Igreja que ele representa: "Jesus então lhe disse: 'Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que te revelou isto, mas Meu Pai que está nos Céus.'" Mt 16,17
    É imediatamente então que Nosso Salvador fala de Sua Igreja, prometendo que Ele mesmo a edifica na pessoa de São Pedro, e que ela jamais será derrotada: "E Eu declaro-te: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei Minha Igreja. As portas do inferno não prevalecerão contra ela." Mt 16,18
    De fato, é São Pedro que vai confirmar todos demais Apóstolos, pois nele Jesus concentrou toda Suas preces ao Pai: "Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para peneirar-vos como o trigo. Mas Eu roguei por ti, para que tua confiança não desfaleça. E tu, por tua vez, confirma teus irmãos." Lc 22,31-32
    Sem dúvida, só de São Pedro Ele exigiu uma profissão de fidelidade, e perante dois dos mais íntimos Apóstolos: São Tiago Maior, São João Evangelista: "Simão, filho de João, amas-Me mais que a estes?" Jo 21,15b
    E só a ele entregou todo Seu rebanho, de cordeiros a ovelhas: "Apascenta Meus cordeiros. Apascenta Minhas ovelhas." Jo 21,16b.17c
    Também por uma sentença de Jesus, São Pedro é o único a receber, e de Suas próprias mãos, as chaves do Reino de Deus: "Eu dá-te-ei as chaves do Reino dos Céus: tudo que ligares na terra será ligado nos Céus, e tudo que desligares na terra será desligado nos Céus." Mt 16,17-19
    Essas chaves representam a autoridade para decidir entre perdão e condenação, entre Comunhão e excomunhão, logo, o mais importante, entre o certo e o errado: é a Luz do pleno conhecimento da vontade de Deus, expresso na correta interpretação das Escrituras, isto é, sob a inspiração do Espírito Santo, bem como de Suas próprias manifestações. Aliás, esta era uma das mais graves admoestações de Jesus: "Por isso, Eu digo-vos: todo pecado e toda blasfêmia serão perdoados aos homens, mas a blasfêmia contra o Espírito não lhes será perdoada." Mt 12,31
    E da correta interpretação das Escrituras, Ele disse contra os doutores da Lei, que a manipulavam em função de seus interesses: "Ai de vós, doutores da Lei, que tomastes a chave da ciência. Vós mesmos não entrastes, e impedistes aos que vinham para entrar." Lc 11,52
    Fica evidente, portanto, que Jesus nos deixou o dever de ouvir os Apóstolos: "Quem vos ouve, a Mim ouve; e quem vos rejeita, a Mim rejeita; e quem Me rejeita, rejeita Aquele que Me enviou." Lc 10,16
    Isso significa ouvir a Igreja, como Ele explicou nos casos em que, por uma ofensa à Verdade, temos o dever de corrigir nossos irmãos, que podem incorrer em punição de excomunhão: "Se recusa ouvi-los, dize-o à Igreja. E se recusar ouvir também a Igreja, seja ele para ti como um pagão e um publicano." Mt 18,17
    Com efeito, a Doutrina de Jesus, dos Apóstolos e da Igreja é uma só, e isso garantiu o sucesso da primeira comunidade logo após o Pentecostes, pois os fiéis "Eram perseverantes em ouvir a Doutrina dos Apóstolos..." At 2,42
    Jesus havia dito: "Tomai Meu jugo sobre vós e recebei Minha Doutrina, porque Eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para vossas almas." Mt 11,29
    E se Ele não esclareceu plenamente todas coisas, enviou Seu Espírito para que sempre nos ilumine sobre todos assuntos que devemos saber: "Muitas coisas ainda tenho a dizer-vos, mas agora não podeis suportá-las. Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensiná-vos-á toda Verdade, porque não falará por Si mesmo, mas dirá o que ouvir, e anunciá-vos-á as coisas que virão." Jo 16,12-13
    E garantiu que, através do Santo Paráclito, a memória de Sua Palavra estaria garantida: "Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em Meu Nome, ensiná-vos-á todas coisas e recordá-vos-á tudo que vos tenho dito." Jo 14,26
    De fato, Ele pediu que pregássemos a integridade de tudo que ensinou, e não fragmentos: "Ensinai-as (nações) a observar tudo que vos prescrevi." Mt 28,20a
    Enfim, Jesus rezou ao Pai pelos Apóstolos para que eles permanecessem em Perfeita União: "Pai Santo, guarda-os em Teu Nome, que Me encarregaste de fazer conhecer, a fim de que sejam Um como Nós." Jo 17,11b
    Nessa ocasião também rezou para que nós, que ouviríamos os Apóstolos, vivêssemos em Perfeita Unidade com eles, ou seja, em total Comunhão, como prova de Sua Divindade: "Não rogo somente por eles, mas também por aqueles que por sua palavra hão de crer em Mim. Para que todos sejam Um, assim como Tu, Pai, estás em Mim e Eu em Ti, para que eles também estejam em Nós e o mundo creia que Tu Me enviaste." Jo 17,20-21
    E para a efetivação de tal União, que é a marca da Igreja, Ele derramou Sua Glória sobre ela: "Dei-lhes a Glória que Me deste, para que sejam Um, como Nós somos Um: Eu neles e Tu em Mim. Para que sejam Perfeitos na Unidade e o mundo reconheça que Me enviaste e os amaste como amaste a Mim." Jo 17,22-23
    Mas tal Unidade não é possível sem a santificação, que é realizada pela própria ação de Deus sobre aqueles que fielmente guardam Sua Palavra. Está nesta mesma oração ao Pai: "Dei-lhes Tua Palavra, mas o mundo odeia-os porque eles não são do mundo, como Eu também não sou do mundo. Não peço que os tires do mundo, mas sim que os preserves do Mal. Santifica-os pela Verdade. Tua Palavra é a Verdade. Como Tu Me enviaste ao mundo, Eu também os enviei ao mundo. Santifico-Me por eles para que eles também sejam santificados pela Verdade." Jo 17,14-15.17-19
    E foi exatamente assim que os Apóstolos perseveraram, aliás, chegando às consequências do martírio. São João Evangelista, o único deles que morreu de velho, mas nem por isso padeceu menos, vai atestar essa Comunhão em sua primeira epístola: "... damos testemunho e anunciamo-vos a Vida Eterna, que estava no Pai e que a nós Se manifestou. O que vimos e ouvimos nós anunciamo-vos, para que vós também tenhais Comunhão conosco. Ora, nossa Comunhão é com o Pai e com Seu Filho Jesus Cristo." 1 Jo 1,2-3


UMA SÓ IGREJA

    Só pode haver, portanto, uma única Igreja, pois São Paulo afirma que ela é a própria "... Casa de Deus, que é a Igreja de Deus Vivo, coluna e sustentáculo da Verdade." 1 Tm 3,15
    São João Evangelista assim se refere a uma diocese de seu tempo, que por cuidado omite o nome: "O Ancião à eleita senhora e a seus filhos, que amo na Verdade. Não somente eu, mas também todos que conheceram a Verdade, por causa da Verdade que em nós permanece e conosco ficará eternamente." 2 Jo 1,1-2
    Essa universal Unidade, isto é, entre todos povos da terra, que é o sentido da palavra 'católica', foi prevista desde Daniel, que bem distinguiu o Cristo: "Sempre olhando a noturna visão, vi um Ser, semelhante ao Filho do Homem, vir sobre as nuvens do Céu: dirigiu-Se para o lado do Ancião, diante de Quem foi conduzido. A Ele foram dados império, Glória e realeza, e todos povos, todas nações e todas línguas serviram-nO. Seu domínio será eterno, nunca cessará, e Seu Reino jamais será destruído." Dn 7,13-14
    E mesmo levando em conta tantas tradições e culturas, de tantos povos não-judeus, Jesus garantiu: "... ouvirão Minha voz e haverá um só rebanho e um só Pastor." Jo 10,16
    Não por acaso, o Pentecostes, que marcou o nascimento da Igreja, deu-se com a capacitação, dada pelo Espírito Santo, para que ela fale a todos povos: "Chegando o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente veio do céu um ruído, como se soprasse um impetuoso vento, e encheu toda casa onde estavam sentados. Apareceu-lhes, então, uma espécie de línguas de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um deles. Ficaram todos cheios do Espírito Santo e começaram a falar em línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem. Achavam-se em Jerusalém piedosos judeus de todas nações que há debaixo do céu. Ouvindo aquele ruído, reuniu-se muita gente e maravilhava-se de que cada um os ouvia falar em sua própria língua." At 2,1-6
    A própria terra de origem dos Apóstolos, e onde Jesus viveu até o início de Sua vida pública, era chamada Galileia das nações, dada a mistura de povos que aí se estabeleceu. Isso foi profetizado por Isaías: "No passado, Ele humilhou a terra de Zabulon e de Neftali, mas no futuro cobrirá de honras o Caminho do Mar, o Além do Jordão e o distrito das nações. O povo que andava nas trevas viu uma Grande Luz, uma Luz raiou sobre aqueles que habitavam uma tenebrosa região como a da morte." Is 8,23;9,1
    E assim, tão zeloso do povo que conquistara, o Apóstolo dos Gentios, ou seja, dos não-judeus, sequer admitia que pessoas de fora da Igreja fossem consultadas pelos fiéis: "No entanto, quando tendes contendas desse gênero, escolheis para juízes pessoas cuja opinião é tida em nada pela Igreja." 1 Cor 6,4
    Os seguidores da tradição de São Paulo também eram muito atenciosos para com os Sacerdotes da Igreja, e a toda comunidade recomendavam total apreço por seus trabalhos: "Sede submissos e obedecei aos que vos guiam, pois eles velam por vossas almas e delas devem dar conta." Hb 13,17
    O próprio São Paulo também encarecidamente pedia por eles: "Suplicamo-vos, irmãos, que reconheçais aqueles que arduamente trabalham entre vós para dirigir-vos no Senhor e admoestar-vos. Tende para com eles singular amor, em vista do cargo que exercem. Conservai a Paz entre vós." 1 Ts 5,12-13
    E quanto aos que se pretendem mestres, São Tiago Menor dava um sério conselho: "Meus irmãos, entre vós não haja muitos a arvorar-se em mestres. Sabeis que mais severamente seremos julgados..." Tg 3,1
    Pois os verdadeiros Sacerdotes são aqueles que vêm sendo instituídos pela Sagrada Tradição desde o tempo dos Apóstolos, como São Paulo disse a São Timóteo: "O que de mim ouviste em presença de muitas testemunhas, confia-o a homens fiéis que, por sua vez, sejam capazes de instruir a outros." 2 Tm 2,2
    Ele vai dizer o mesmo a São Tito, deixando muito claro que as condições de ordenação eram bem restritas: "Eu deixei-te em Creta para acabares de organizar tudo e estabeleceres Anciãos em cada cidade, de acordo com as normas que te tracei." Tt 1,5
    E os discípulos de São Paulo questionam em favor dessa perene tradição: "Como, então, escaparemos nós se agora desprezarmos a mensagem da Salvação, tão sublime, primeiramente anunciada pelo Senhor e depois confirmada por aqueles que a ouviram...?" Hb 2,3
    Quanto ao entendimento das Escrituras, especificamente, São Pedro, ele mesmo que recebeu as chaves do Reino de Deus, avisa que a Palavra de Deus não pode ser interpretada de modo pessoal. Ao contrário, devemos acatar as revelações do Espírito Santo feitas à Igreja: "Antes de tudo, sabei que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque jamais uma profecia foi proferida por efeito de uma humana vontade. Homens inspirados pelo Espírito Santo falaram da parte de Deus." 2 Pd 1,20-21
    E assim ele exortava a Igreja: "Vós, porém, sois uma escolhida raça, um régio sacerdócio, uma santa nação, um povo adquirido para Deus, a fim de que publiqueis as virtudes d'Aquele que vos chamou das trevas à Sua Maravilhosa Luz." 1 Pd 2,9
    Ora, o Divino Paráclito, Verdadeiro Guia da Igreja, mostrou-Se presente desde a primeira tentativa de defraudá-la: "Então Pedro disse: 'Ananias, por que Satanás tomou conta de teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo e enganasses acerca do valor do campo? Não foi aos homens que mentiste, mas a Deus!" At 5,3-4b
    Isto se deu desde a conversão do primeiro grupo de não judeus, quando Ele mesmo instruiu São Pedro: "Enquanto Pedro refletia sobre a visão, disse-lhe o Espírito: 'Eis aí três homens que te procuram. Levanta-te! Desce e vai com eles sem hesitar, porque sou Eu Quem os enviou.'" At 10,19-20
    E especificamente sobre os assuntos de , desde o Primeiro Concílio, como São Tiago Menor registrou na carta escrita aos antioquenos, quando a circuncisão, secular prática dos judeus, foi abolida: "Com efeito, bem pareceu ao Espírito Santo e a nós não vos impor outro peso além do indispensável seguinte..." At 15,28
    Ademais, São João Evangelista diz sobre o poder do Sacramento da Crisma: "Vós, porém, tendes a Unção do Santo e sabeis todas coisas. Que permaneça em vós o que tendes ouvido desde o princípio. Se o que ouvistes desde o princípio permanecer em vós, vós também permanecereis no Filho e no Pai. E não tendes necessidade de que alguém vos ensine, mas, como Sua Unção vos ensina todas coisas, e ela é verdadeira e não mentirosa, n'Ele permanecei como ela vos ensinou." 1 Jo 2,20.24.27b
    Como não poderia deixar de ser, e São Paulo confirma aos Anciãos da igreja de Éfeso, é Ele, e só Ele Quem unge os Bispos e Sacerdotes da Igreja: "Cuidai de vós mesmos e de todo rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastorear a Igreja de Deus, que Ele adquiriu com Seu próprio Sangue." At 20,28
    Sobre os Sacramentos, São Tiago Menor era absolutamente restritivo quanto a quem devemos recorrer: "Está alguém enfermo? Chame os Sacerdotes da Igreja, e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo em Nome do Senhor." Tg 5,14
    E sobre nossa reconciliação com Deus, conforme o poder dado pelo próprio Jesus, somente a Igreja pode conceder-nos o perdão dos pecados, agindo através de seus Sacerdotes pelo poder do Espírito de Deus. De fato, Jesus assim incumbiu os Apóstolos logo após Sua Ressurreição, em Sua primeira aparição ao Colégio deles, então formado por Dez: "Disse-lhes outra vez: 'A Paz esteja convosco! Como o Pai Me enviou, Eu também vos envio.' Depois dessas palavras, soprou sobre eles dizendo-lhes: 'Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, sê-lhes-ão perdoados. Àqueles a quem os retiverdes, sê-lhes-ão retidos.'" Jo 20,21-23


A IGREJA SANTA

    Antes, pois, que se pense que a Igreja pode ser qualquer uma, é importante recordar o que disse São Paulo a respeito de sua luminosa santidade, ainda que eventualmente possa não estar expressa em algum de seus representantes: "... Cristo amou a Igreja e Se entregou por ela, para santificá-la, purificando-a pela Água do Batismo com a Palavra, para a Si mesmo apresentá-la toda gloriosa, sem mácula, sem ruga, sem qualquer outro defeito, mas santa e irrepreensível." Ef 5,25-27
    Ou seja, a Igreja não é santa porque ela assim se pretende, mas porque Jesus assim a constituiu, para nossa Salvação. Por isso, todos nossos dons, dados pelo Espírito Santo, são orientados para sua dignidade, jamais para sua divisão ou sua ruína. O Último Apóstolo diz: "Assim, uma vez que aspirais aos dons espirituais, procurai tê-los em abundância para edificação da Igreja." 1 Cor 14,12
    O próprio Jesus tinha avisado: "... toda casa dividida contra si mesma não pode subsistir." Mt 12,25
    E completou: "Quem Comigo não está, está contra Mim. E quem Comigo não ajunta, espalha." Mt 12,30
    Nesse sentido, e por ser absolutamente essencial à nossa vitória, São Paulo afirma que Jesus "... é a Cabeça do Corpo, da Igreja." Cl 1,18
    E assim a Igreja, que é o próprio Corpo Místico de Cristo, não tem como ser mais de uma nem como ser separada da Cabeça: "Pois, como em um só corpo temos muitos membros, e cada um dos nossos membros tem diferente função, assim nós, embora sejamos muitos, formamos um só Corpo em Cristo, e cada um de nós é membro um do outro." Rm 12,4,5
    Por isso, ele afirma sobre falsos mestres: "Desencaminham-se estas pessoas em suas próprias visões e, cheias do vão orgulho de seu materialista espírito, não se mantêm unidas à Cabeça, da qual todo o Corpo, pela união das junturas e articulações, se alimenta e cresce conforme um crescimento disposto por Deus." Cl 2,18b-19
    Da mesma forma, e por óbvio, só há uma Unção pelo Divino Paráclito: "Em um só Espírito fomos batizados todos nós, para formar um só Corpo..." 1 Cor 12,13
    E ele é taxativo: "Se alguém não possui o Espírito de Cristo, este não é d'Ele." Rm 8,16
    São João Evangelista diz qual é o critério para atestar quem é cristão: "Quem observa Seus Mandamentos, permanece em Deus e Deus nele. E é nisto que reconhecemos que Ele permanece em nós: pelo Espírito que nos deu." 1 Jo 3,24
    São Paulo também invocou esse fundamento para exigir respeito à Palavra difundida pela Igreja: "Por conseguinte, desprezar estes preceitos é desprezar não a um homem, mas a Deus, que nos infundiu Seu Santo Espírito." 1 Ts 4,8
    Ora, como Corpo de Cristo, a Igreja é, pela Graça de Jesus Eucarístico, a continuação da Encarnação do Nosso Salvador, a principal manifestação material de Deus aqui na terra. Por isso, o Apóstolo dos Gentios diz da: "... Igreja, que é Seu Corpo, o receptáculo d'Aquele que enche todas coisas sob todos aspectos." Ef 1,22-23
    Assim também ele justifica as impreteríveis penitências: "O que falta às tribulações de Cristo, completo em minha carne, por Seu Corpo que é a Igreja." Cl 1,24b
    Ele ensina: "Ao contrário, castigo meu corpo e mantenho-o em servidão, de medo de vir eu mesmo a ser excluído depois de eu ter pregado aos outros." 1 Cor 9,27
    E como Jesus havia prometido edificar Sua Igreja, ele vê-O 'preenchendo todas coisas' e instituindo a hierarquia clerical para nosso pleno amadurecimento: "Aquele que desceu é também Aquele que subiu acima de todos Céus, para encher todas coisas. A uns Ele constituiu Apóstolos; a outros, profetas; a outros, evangelistas, pastores, doutores, para o aperfeiçoamento dos cristãos, para o desempenho da tarefa que visa à construção do Corpo de Cristo, até que todos tenhamos chegado à unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, até atingirmos o estado de homem feito, a estatura da maturidade de Cristo." Ef 4,10-13
    Assegura, pois, aos cristãos de Éfeso: "É n'Ele (Cristo) que todo o edifício, harmonicamente disposto, levanta-se até formar um Santo Templo no Senhor. É n'Ele que vós também entrais, pelo Espírito, na estrutura do edifício que se torna a habitação de Deus." Ef 2,21-22
    Ele explica que tais providências visam afastar os fiéis de tantas perniciosas heresias, criadas pela malícia humana, certamente por inspiração do inimigo: "Para que não continuemos crianças ao sabor das ondas, agitados por qualquer sopro de doutrina, ao capricho da malignidade dos homens e de seus enganadores artifícios." Ef 4,14
    De fato, muitos até amam a Deus com alguma sinceridade, mas não se submetem nem conhecem a Sã Doutrina, como São Paulo diz sobre a recusa dos judeus para com Jesus: "Pois lhes dou testemunho de que eles têm zelo por Deus, mas não com entendimento." Rm 10,2
    Por fim, temos a Palavra do próprio Deus, falando sobre Seu Filho e Seu Espírito, noticiando o que a Igreja representa para o mundo: "Eis Meu Servo que Eu amparo, Meu Eleito ao Qual dou toda Minha afeição! Sobre Ele faço repousar Meu Espírito, para que leve o Direito às nações." Is 42,1
    E o Profeta Isaías completa: "Naquele tempo, o Rebento de Jessé, que Se ergue como um sinal para os povos, será procurado pelas nações e gloriosa será Sua morada." Is 11,10

    "Em Comunhão com toda a Igreja aqui estamos!"