domingo, 4 de maio de 2025

A Igreja


    A Igreja, enquanto local de celebração, não pode ser um lugar qualquer, nem, enquanto Doutrina, são várias. A Igreja é uma só, assim como existe um só Deus e uma só Verdade, a qual é o próprio Jesus, apoteose da Revelação. No Evangelho Segundo São João, Ele afirmou: "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida." Jo 14,6b
    E a Igreja enquanto Corpo Místico de Cristo, como a Primeira Carta de São Paulo a São Timóteo ensina, é justamente o sustentáculo da Verdade: "... quero que saibas como deves portar-te na Casa de Deus, que é a Igreja de Deus Vivo, coluna e sustentáculo da Verdade." 1 Tm 3,15
    Ora, a Verdade sempre permanecerá com a Santa Igreja Católica, como está na Segunda Carta de São João: "O ancião à Eleita Senhora e a seus filhos, que amo na Verdade. Não somente eu, mas também todos que conheceram a Verdade, por causa da Verdade que em nós permanece e que conosco eternamente ficará." 2 Jo 1,1-2
    É a Igreja, pois, e só ela, como o próprio Cristo firmou (cf. Lc 10,16), a Guardiã da Sã Doutrina. No Evangelho Segundo São Mateus, a instantes de Sua Ascensão, Ele determinou aos Apóstolos a integral retransmissão da Boa Nova a todas nações, prometendo que estaria com Seus Sacerdotes até o Juízo Final: "Ensinai-as a observar tudo que vos prescrevi. Eis que convosco estou todos dias, até o fim do mundo." Mt 28,20
    Antes, porém, Ele purificou-os, e com Sua própria Palavra, como disse na noite em que iniciaria Sua Paixão: "Vós já estais puros pela Palavra que vos tenho anunciado." Jo 15,3
    E prometeu que, a partir do Pentecostes, o Espírito Santo jamais abandonaria a Igreja: "E Eu rogarei ao Pai, e Ele dá-vos-á outro Paráclito, para que convosco fique eternamente." Jo 14,16
    Pois era através d'Ele que Jesus instruía os Apóstolos. São Lucas diz no Livro de Atos dos Apóstolos: "... contei toda sequência das ações e dos ensinamentos de Jesus, desde o início até o dia que foi arrebatado aos Céus, depois de ter dado pelo Espírito Santo Suas instruções aos Apóstolos que escolhera." At 1,1b-2
    Por isso, a Primeira Carta de São Paulo aos Tessalonicenses reclama respeito aos Sacerdotes da Igreja: "Por conseguinte, desprezar estes preceitos é desprezar não a um homem, mas a Deus, que nos infundiu Seu Santo Espírito." 1 Ts 4,8
    A Carta de São Judas, de fato, atesta que o conjunto da Revelação já foi inteiramente entregue aos Apóstolos: "Caríssimos, estando eu muito preocupado em escrever-vos a respeito de nossa comum Salvação, senti a necessidade de dirigir-vos esta carta para exortar-vos a pelejar pela , de uma vez por todas confiada aos Santos." Jd 3
    E como existe uma só Igreja, também só existe uma Lei. As Sagradas Escrituras jamais se referiram a várias leis, mas a uma só, como se vê na Carta de São Paulo aos aos Gálatas: "Ajudai-vos uns aos outros a carregar vossos fardos, e deste modo cumprireis a Lei de Cristo." Gl 6,2
    A Igreja, enfim, é o próprio Corpo Místico de Cristo, como dissemos. Ou seja, é através dela que Ele age no mundo. E Cristo, da mesma forma, não tem vários corpos, mas um só. O Apóstolo dos Gentios, que pedia que honrássemos uns aos outros, frequente e adorosamente defendeu essa Unidade, que é incondicional. E nesses termos a Carta de São Paulo aos Romanos dirigiu-se a várias comunidades desta cidade, embriões de nossas igrejas locais, isto é, nossas paróquias, pedino ao fim pela Santa Missa: "Pois como em um só corpo temos muitos membros, e cada um dos nossos membros tem diferente função, assim nós, embora sejamos muitos, formamos um só Corpo em Cristo, e cada um de nós é membro um do outro. Temos diferentes dons, conforme a Graça que nos foi conferida. Aquele que tem o dom da profecia, exerça-o conforme a fé. Aquele que é chamado ao Ministério, dedique-se ao Ministério. Se tem o dom de ensinar, que ensine; o dom de exortar, que exorte; aquele que distribui as esmolas, faça-o com simplicidade; aquele que preside, presida com zelo; aquele que exerce a Misericórdia, que o faça com afabilidade. Adiantai-vos em honrar uns aos outros. Não relaxeis vosso zelo. Sede fervorosos de espírito. Servi ao Senhor." Rm 12,4-8.10-11
    E em ainda mais elevada inspiração, na verdade uma revelação, ele diz que Jesus é a Cabeça da Igreja. E como em um Ser não existe várias cabeças, também não existe vários corpos, vale dizer, não podem existir várias Igrejas. É da Carta de São Paulo aos Colossenses: "Ele é a Cabeça do Corpo, da Igreja." Cl 1,18
    Pois a Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios afirma que os dons dados por Deus têm apenas uma razão de ser: a própria Igreja: "A cada um é dada a manifestação do Espírito para comum proveito." 1 Cor 12,7
    E como ninguém jamais recebeu dom de Deus para atacar a Igreja, tornou a dizer: "Assim, uma vez que aspirais aos dons espirituais, procurai tê-los em abundância para edificação da Igreja." 1 Cor 14,12
    Ora, é Deus que preenche a Igreja como só Ele pode preencher. Por força de Seu poder, portanto, a Igreja não tem como não ser o fiel receptáculo d'Ele mesmo, que nela, e tão somente nela, Se deposita a Si mesmo. Diz a Carta de São Paulo aos Efésios: "Rogo ao Deus de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da Glória... ressuscitando-O dos mortos e fazendo-O sentar à Sua direita no Céu... constituiu-O Supremo Chefe da Igreja, que é Seu Corpo, o receptáculo d'Aquele que enche todas coisas sob todos aspectos." Ef 1,17.20.22-23
    Não deveria ser necessário dizer, pois, que tal Depósito, que a Igreja enquanto Corpo de Cristo e receptáculo de Deus acolhe, é Precioso. A Segunda Carta de São Paulo a São Timóteo, a quem constituiu Bispo de Éfeso, pede que ele se valha do Santo Paráclito para pôr todo zelo nesta indizível dádiva que é a Revelação: "Guarda o Precioso Depósito, pela virtude do Espírito Santo que em nós habita." 2 Tm 1,14
    De fato, além das revelações que teve, ele sempre e estritamente se ateve ao que era recomendado pelos Apóstolos e anciãos, fielmente obedecendo ao Primeiro Concílio, pois foi assim que a Igreja cresceu. Assim é o registro que temos, quando ele começou a viajar em companhia de São Timóteo: "Nas cidades pelas quais passavam, ensinavam que observassem as decisões que haviam sido tomadas pelos Apóstolos e anciãos em Jerusalém. Assim as igrejas eram confirmadas na fé, e dia a dia cresciam em número." At 16,4-5
    Ora, depois de convertido, ele foi conhecer São Pedro logo que pôde ir a Jerusalém, para inteirar-se da Sã Doutrina: "Três anos depois, subi a Jerusalém para conhecer Cefas, e com ele fiquei quinze dias." Gl 1,18
    E mais uma vez foi lá para uma nova conferência com São Pedro, São Tiago Menor e São João Evangelista, para ter plena certeza a respeito do que estava ensinando: "Catorze anos mais tarde, outra vez subi a Jerusalém com Barnabé, comigo também levando Tito. E subi em consequência de uma revelação. Expus-lhes o Evangelho que prego entre os pagãos, e isso particularmente aos que eram de maior consideração, a fim de não correr ou de não ter corrido em vão. Tiago, Cefas e João, que são considerados as colunas, reconhecendo a Graça que me foi dada, deram as mãos a mim e a Barnabé em sinal de pleno acordo..." Gl 2,1-2,9
    Sua própria conversão, aliás, que se deu por uma aparição de Jesus, não lhe autorizava a sair ensinando. Nosso Salvador simplesmente tratou de submetê-lo à igreja de Damasco: "Levanta-te, entra na cidade. Aí te será dito o que deves fazer." At 9,6b
    O ministro da rainha da Etiópia, da mesma forma, não se aventurou a interpretar as Escrituras. Antes teve a humildade e a sensatez de consultar o diácono São Filipe: "Filipe aproximou-se e ouviu que o eunuco lia o Profeta Isaías, e perguntou-lhe: 'Porventura entendes o que estás lendo?' Respondeu-lhe: 'Como é que posso, se não há alguém que mo explique?' E rogou a Filipe que subisse e sentasse-se junto a ele." At 8,30-31
    E a Segunda Carta de São Pedro tratou de deixar claro que não existe interpretação pessoal das Sagradas Escrituras, como certos 'fundadores de igrejas' fazem pelo mundo afora: "Antes de tudo, sabei que nenhuma profecia da Escritura é de pessoal interpretação. Porque jamais uma profecia foi proferida por efeito de uma vontade humana. Homens inspirados pelo Espírito Santo falaram da parte de Deus." 2 Pd 1,20-21
    Ora, que disse Nosso Senhor sobre a integridade do Evangelho e sobre a Unidade da Igreja? Ele tudo resumiu na efetiva comunhão espiritual com o Pai: "Respondeu-lhe Jesus: 'Se alguém Me ama, guardará Minha Palavra e Meu Pai amá-lo-á. E Nós viremos a ele e nele faremos Nossa morada. Aquele que não Me ama, não guarda Minhas Palavras." Jo 14,23-24
    Disse de quem teima em não O ouvir e sai criando doutrinas (e note-se: Ele também chama de cego quem vai atrás deles): "Toda planta que Meu Pai Celeste não plantou, será arrancada pela raiz. Deixai-os. São cegos e guias de cegos. Ora, se um cego conduz a outro, ambos tombarão na mesma vala." Mt 15,13b-14
    Sobre isso, a Primeira Carta de São João, que foi um grande místico e teólogo, adverte e dá esta simples explicação: "Caríssimos, não deis fé a qualquer espírito, mas examinai se os espíritos são de Deus, porque muitos falsos profetas se levantaram no mundo. Eles são do mundo. É por isto que falam segundo o mundo, e o mundo ouve-os." 1 Jo 4,1.5
    Quanto ao Cristo Senhor, Ele não Se apresentou como uma opção, mas como essencial ao ser humano: "Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanecer em Mim e Eu nele, esse dá muito fruto. Porque sem Mim nada podeis fazer." Jo 15,5
    Foi categórico sobre a obrigação de juntar com Ele, ao invés de causar divisões: "Quem não está Comigo, está contra Mim. E quem Comigo não ajunta, espalha." Mt 12,30
    E explicou, no Evangelho Segundo São Marcos: "Pois se um reino estiver dividido contra si mesmo, não pode durar. E se uma casa está dividida contra si mesma, tal casa não pode permanecer." Mc 3,24-25
    Por isso, pedia o mais verdadeiro amor: "Nisto todos conhecerão que sois Meus discípulos: se vos amardes uns aos outros." Jo 13,35
    Falava, portanto, do amor com que Ele nos amou: "Como Eu vos tenho amado, assim vós também deveis amar-vos uns aos outros." Jo 13,34b
    São João Apóstolo explica esta obra, Quem a realiza e o sinal dos cristãos: "... aquele que afirma permanecer n'Ele, também deve viver como Ele viveu. Nisto temos conhecido o amor: Jesus deu Sua Vida por nós. Nós também devemos dar nossa vida por nossos irmãos. Quem observa Seus Mandamentos permanece em Deus e Deus nele. É nisto que reconhecemos que Ele permanece em nós: pelo Espírito que nos deu." 1 Jo 2,6;3,16.24
    Sem dúvida, Jesus havia dito: "Porque quem quiser salvar sua vida, perdê-la-á. Mas quem perder sua vida por amor a Mim e ao Evangelho, salvá-la-á." Mc 8,35
    E a Segunda Carta de São Paulo aos Tessalonicenses vai lamentar-se por "... aqueles que se perdem, por não terem cultivado o amor à Verdade que teria podido salvá-los." 2 Ts 2,10b
    Esse é o sentido da Comunhão, como ele afirma, pois a Verdade é uma só: "Fiel é Deus, por Quem fostes chamados à Comunhão de Seu Filho Jesus Cristo, Nosso Senhor. Rogo-vos, irmãos, em Nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, que todos estejais em pleno acordo e que entre vós não haja divisões. Vivei em boa harmonia, no mesmo espírito e no mesmo sentimento." 1 Cor 1,9-10
    E essa é a Doutrina dos Apóstolos, nas palavras de São João Evangelista: "... porque a Vida se manifestou, e nós temo-la visto. Damos testemunho e anunciamo-vos a Vida Eterna, que estava no Pai e que se nos manifestou. O que vimos e ouvimos, nós anunciamo-vos, para que vós também tenhais Comunhão conosco. Ora, nossa Comunhão é com o Pai e com Seu Filho Jesus Cristo." 1 Jo 1,2-3
    É isso que a Igreja tem feito desde o Pentecostes, como São Lucas relata, citando os quatro fundamentos da Santa Missa: "Perseveravam eles (os fiéis) na Doutrina dos Apóstolos, na reunião em comum, na fração do Pão e nas orações." At 2,42
    E assim ela se estabeleceu, porque é obra de Deus, sem abandonar o sagrado lugar a sua época: "Unidos de coração, todos dias frequentavam o Templo. E cada dia o Senhor ajuntava-lhes outros que estavam a caminho da Salvação." At 2,47b
    São Paulo bem sabia: "... eu plantei, Apolo regou, mas Deus é Quem fez crescer." 1 Cor 3,6
    Pois a Luz do Mundo, que é Cristo, é Comunhão que se expressa entre nós, entre irmãos, e só assim, unidos pelos Sacramentos da Igreja, somos purificados. Diz São João: "Se, porém, andamos na Luz como Ele mesmo está na Luz, temos Comunhão uns com os outros, e o Sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, purifica-nos de todo pecado." 1 Jo 1,7
     O Apóstolo dos Gentios, enfim, exorta que permaneçamos entre os verdadeiros membros da Igreja: "... com empenho busca a justiça, a fé, a caridade, a Paz, em companhia daqueles que invocam o Senhor com pureza de coração." 2 Tm 2,22b


A IGREJA UNA

    Ora, é evidente que Jesus pediu ao Pai pela perfeita Unidade entre Ele, os Apóstolos e nós, para que a Igreja verdadeiramente viva em união, tal qual a d'Ele com o Pai e com o Espírito Santo. É a Oração da Unidade, que Ele rezou após a Santa Ceia: "Para que todos sejam Um, assim como Tu, Pai, estás em Mim e Eu em Ti. Para que eles também estejam em Nós: Eu neles e Tu em Mim. Para que sejam perfeitos na Unidade..." Jo 17,21a.23a
    Em mais uma defesa dessa coesão, São Paulo diz que cada um recebeu uma função para que nos integremos à Igreja, e assim cheguemos à unidade da fé e à maturidade espiritual, que é a santidade: "A uns Ele (Cristo) constituiu Apóstolos; a outros, profetas; a outros, evangelistas, pastores, doutores, para o aperfeiçoamento dos cristãos, para o desempenho da tarefa que visa à construção do Corpo de Cristo, até que todos tenhamos chegado à unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, até atingirmos o estado de homem feito, a estatura da maturidade de Cristo. Para que não continuemos crianças ao sabor das ondas, agitados por qualquer sopro de doutrina, ao capricho da malignidade dos homens e de seus enganadores artifícios." Ef 4,11-14
    De fato, Jesus expressamente declarou que é Ele Quem edifica a Igreja. E, é importante notar, também declarou que a Igreja é d'Ele: "E Eu declaro-te: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei Minha Igreja." Mt 16,18a
    Ora, é Ele Quem escolhe Seus Sacerdotes e garante o resultado: "Não fostes vós que Me escolhestes, mas Eu escolhi-vos e constituí-vos para que vades e produzais fruto, e vosso fruto permaneça." Jo 15,16
    Para que não restasse nenhuma dúvida quanto ao poder de Sua obra, pois, ainda declarou que a Igreja jamais seria vencida: "As portas do inferno não prevalecerão contra ela." Mt 16,18b
    Garantiu mesmo: "Minhas ovelhas ouvem Minha voz, Eu conheço-as e elas seguem-Me. ... ninguém as roubará de Minha mão... ninguém pode arrebatá-las da mão de Meu Pai." Jo 10,27.28b.29b
    Isso já tinha sido revelado no Livro do Profeta Daniel havia séculos, pois ele registrou sobre Nosso Salvador: "... Seu Reino jamais será destruído." Dn 7,14b
    É ignorância, portanto, achar que, por um instante sequer, Jesus deixou de cuidar da Igreja. São Paulo diz: "Ninguém jamais odiou sua própria carne. Ao contrário, alimenta-a e cerca-a de cuidados, como Cristo faz com Sua Igreja." Ef 5,29
    E Ele deu um claro exemplo, falando à igreja de Filadélfia nas revelações do Livro de Apocalipse de São João: "Eu entrego-te adeptos da sinagoga de Satanás, desses que se dizem judeus e não o são, mas mentem. Eis que os farei vir prostrar-se a teus pés, e reconhecerão que Eu te amo." Ap 3,9
    Disse mais, prometendo à Igreja enquanto Comunhão dos Santos: "Se permanecerdes em Mim, e Minhas palavras permanecerem em vós, pedireis tudo que quiserdes e sê-vos-á feito. Meu Pai é glorificado quando produzis muito fruto, e tornei-vos Meus discípulos." Jo 15,7-8
    Fidelíssima testemunha, São Paulo atestou a efetividade desta Graça: "... Cristo amou a Igreja e Se entregou por ela, para santificá-la, purificando-a pela Água do Batismo com a Palavra, para a Si mesmo apresentá-la toda gloriosa, sem mácula, sem ruga, sem qualquer outro defeito, mas santa e irrepreensível." Ef 5,25b-27
    A ex-pagãos, ele fala com ardor desse edifício espiritual e divino, dessa família de Deus, mencionando o imprescindível auxílio do Espírito Santo: "Consequentemente, já não sois hóspedes nem peregrinos, mas sois concidadãos dos Santos e membros da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos Apóstolos e Profetas, tendo por Pedra Angular o próprio Cristo Jesus. É n'Ele que todo edifício, harmonicamente disposto, levanta-se até formar um santo Templo no Senhor. É n'Ele que vós conjuntamente também entrais, pelo Espírito, na estrutura do edifício que se torna a habitação de Deus." Ef 2,19-22
    E profundamente admirado, ele mesmo afirma: "Grande é este mistério, quero dizer, com referência a Cristo e à Igreja." Ef 5,32
    Por isso, além de viver e divulgar os 10 Mandamentos da Lei de Deus, a Igreja também ensina, com toda autoridade que lhe é conferida por Jesus, seus 5 Mandamentos:
    1 - Participar Missa inteira nos Domingos e Festas de Guarda (10 dias santos; no Brasil, 4 dias);
    2 - Confessar-se ao menos uma vez por ano;
    3 - Comungar ao menos pela Páscoa da Ressurreição;
    4 - Jejuar e abster-se de carne, conforme manda a Santa Mãe Igreja (no Brasil, jejum na Quarta-Feira de Cinzas e na Sexta-Feira Santa, e abstenção de carne nas sextas-feiras da Quaresma, nada impedindo que seja todas sextas do ano, conforme a mais antiga tradição); e,
    5 - Atender às necessidades materiais da Igreja, cada qual segundo as próprias possibilidades.

    Contudo, é notório que nem todos estão preparados para entender a mensagem da Igreja, como desde o início São Paulo percebeu, mais uma vez dizendo da obra da Terceira Pessoa de Deus: "... pregamos numa linguagem que nos foi ensinada não pela sabedoria humana, mas pelo Espírito, que exprime as coisas espirituais em termos espirituais. Mas o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, pois para ele são loucuras. Nem pode compreendê-las, porque é pelo Espírito que devem ponderá-las." 1 Cor 2,13-14
    O próprio Jesus deparou-Se com essa dificuldade perante os religiosos judeus, e questionou-os: "Por que não compreendeis Minha linguagem?" Jo 8,43a
    Ele já havia apontado o problema: "... porque Minha Palavra não penetra em vós." Jo 8,37b
    E também a causa: "... mas sei que não tendes em vós o amor de Deus." Jo 5,42
    Nesta constante batalha, e que só terminará com a Definitiva Volta de Jesus, São Pedro, atento guardião da Palavra de Deus, já nos primeiros anos da Igreja denunciou as deturpações que se faziam das cartas de São Paulo e das Antigas Escrituras: "Reconhecei que a longa paciência de Nosso Senhor vos é salutar, como vosso caríssimo irmão Paulo também vos escreveu, segundo o dom de Sabedoria que lhe foi dado. É o que ele faz em todas suas cartas, nas quais fala nestes assuntos. Nelas há algumas passagens difíceis de entender, cujo sentido os ignorantes ou pouco fortalecidos espíritos deturpam para sua própria ruína, como também o fazem com as demais Escrituras." 2 Pd 3,14-15
    Os seguidores da tradição de São Paulo, por sinal, desde então já nos advertiam que Jesus sempre esteve no comando da Igreja. É da leitura da Carta aos Hebreus: "Guardai-vos, pois, de recusar ouvir Aquele que fala. Porque, se não escaparam do castigo aqueles que d'Ele se desviaram quando lhes falava na Terra, muito menos escaparemos nós se O repelirmos quando nos fala desde o Céu." Hb 12,25
    Quanto àqueles que não ouvem a Igreja, o próprio Jesus disse no Evangelho Segundo São Lucas: "Quem vos ouve, a Mim ouve; e quem vos rejeita, a Mim rejeita; e quem Me rejeita, rejeita Aquele que Me enviou." Lc 10,16
    Ele foi bem contundente quanto ao tratamento a ser dado aos mal-ouvidos: "Se recusa ouvi-los, dize-o à Igreja. E se também se recusar ouvir a Igreja, seja ele para ti como um pagão e um publicano." Mt 18,17
    E mesmo garantindo o sucesso do anúncio da Palavra, avisou de difíceis tempos: "Se o mundo vos odeia, sabei que Me odiou antes que a vós. Se fôsseis do mundo, o mundo amá-vos-ia como sendo seus. Como, porém, não sois do mundo, mas do mundo escolhi-vos, por isso o mundo odeia-vos. Lembrai-vos da Palavra que vos disse: 'O servo não é maior que Seu Senhor.' Se Me perseguiram, também hão de perseguir-vos. Se guardaram Minha Palavra, também hão de guardar a vossa." Jo 15,18-20


FESTAS DE GUARDA OU DE PRECEITO

    Ensina o Catecismo da Igreja Católica:
    "Cân. 1246 - Parágrafo 1. O Domingo, dia em que por tradição apostólica se celebra o Mistério Pascal, deve ser guardado em toda a Igreja como o dia de festa por excelência. Devem ser igualmente guardados o dia do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo, da Epifania, da Ascensão e do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, de Santa Maria, Mãe de Deus, de sua Imaculada Conceição e Assunção, de São José, dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, e, por fim, de Todos os Santos.
    Parágrafo 2 - Todavia, a Conferência dos Bispos, com a prévia aprovação da Sé Apostólica, pode abolir alguns dias de Festa de Preceito ou transferi-los para o Domingo."

    São, portanto, dias de Festas de Guarda ou de Preceito:
    1 – O dia de Natal;
    2 – A Epifania do Senhor, também chamada Festa dos Reis Magos, dia 06 de janeiro, mas que no Brasil passou para o domingo mais próximo;
    3 – Ascensão do Senhor ao Céu;
    4 – Corpus Christi, na quinta feira após a oitava de Pentecostes;
    5 – Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus, dia 1 de janeiro;
    6 – Festa da Imaculada Conceição de Nossa Senhora, dia 8 de dezembro;
    7 – Assunção de Nossa Senhora, dia 15 de Agosto; que no Brasil também passou para o domingo mais próximo;
    8 – São José, dia 19 de março e 1 de maio; que no Brasil, por autorização da Santa Sé, deixou de ser dia de Preceito;
    9 – São Pedro e São Paulo, dia 29 de junho; no Brasil passa para o domingo seguinte;
    10  Festa de Todos os Santos, dia 1 de novembro; que também passou para o domingo seguinte no Brasil.

    O calendário de trabalho em nosso país, como visto, não contempla todos esses dias, que foram resumidos a estes:
    1 - o dia de Natal (25 de dezembro);
    2 - a Solenidade da Santíssima Mãe de Deus (1º de janeiro);
    3 - o dia de Corpus Christi; e,
    4 - o dia da Imaculada Conceição de Maria (08 de dezembro).

    "Conservai Vossa Igreja sempre unida!"