De nobre família, Francisco de Jasso y Azpilcueta, espanhol nascido a 7 de abril de 1506 no castelo da vila de Javier, era mais novo filho de Juan de Jasso, presidente do conselho real do Reino de Navarra, e de María de Azpilcueta. Tinha quatro irmãos: Magdalena, Ana, Miguel e Juan.
Aos 18 anos entrou na Universidade de Paris, onde se tornou professor de Filosofia. Mas um de seus alunos, bem mais velho, fez tudo mudar em sua vida. Era Santo Inácio de Loyola, que com sua ajuda e mais cinco companheiros em 1534 fundaria a Companhia de Jesus, congregação chamada de jesuíta.
Santo Inácio percebeu que São Francisco Xavier seria a pessoa ideal para trabalhar em seu projeto, que visava renovar a anúncio de Cristo, dar à Igreja Católica Apostólica Romana o reconhecimento e a honra que lhe são devidos, e levar a Sã Doutrina pelo mundo afora. Mas não foi fácil convencê-lo: a nobreza de sua família e as mundanas honrarias ainda lhe davam orgulho. Após alguma insistência, porém, Santo Inácio conseguiu tocar profundamente seu coração citando palavras de Jesus: "De que vale a um homem ganhar o mundo inteiro, se perder sua alma?" Mc 8,36
Ele adotou os Exercícios Espirituais de Santo Inácio, estudou Teologia e passou a levar uma vida de plenas virtudes. Para mais ater-se a elas, sempre andava descalço, entre outras frequentes penitências. E para assombro dos fiéis, tamanha era sua devoção que chegava a levitar durante a Santa Missa.
Aos 31 anos, antes de ser ordenado, ausentou-se por 40 dias, a exemplo de Jesus no deserto (cf. Lc 4,2), tempo que passou em absoluta solidão. Enquanto aguardavam a aprovação papal para a nova congregação, São Francisco Xavier mudou-se para Veneza com seus companheiros, pregando na região em volta e cuidando de leprosos. Fizeram planos para visitar a Terra Santa em peregrinação, mas, pela importância dos trabalhos que assumiram, terminaram mesmo ficando em Roma.
Foi quando Dom João III, rei de Portugal, querendo levar o Catolicismo a Índia, solicitou alguns Sacerdotes a Santo Inácio, que ciente da importância de São Francisco Xavier junto a si, jamais o indicaria. Às vésperas da partida, no entanto, um dos missionários adoeceu e ele espontaneamente ofereceu-se para o substituir. Um fogo consumia-lhe a alma e ele tinha a certeza que aquele era seu grande chamado. Seria uma enorme perda para os trabalhos da Companhia de Jesus em Europa, e por isso Santo Inácio hesitou, mas logo nele percebeu, pelo brilho de seus olhos, a presença do Espírito Santo.
Fez demorada e complicada viagem. Contudo, mantendo o espírito de servidão, no navio trabalhava nas mais humildes funções: ajudava na cozinha, na faxina e como enfermeiro. Por más condições de navegação, teve que esperar alguns meses em Moçambique, onde serviu no hospital, se entregou a pregar, converteu e batizou muitos africanos, e confrontou alguns europeus pelo tratamento dado aos nativos. E tão apaixonadamente servia às almas, que só não permaneceu aí porque estaria contrariando as ordens do rei, que eram de enviá-lo a Índia.
Na cidade de Goa, capital da colônia portuguesa, logo viu os maus exemplos dos portugueses entre os indianos, e iniciou um edificante trabalho de reconversão. Em pouco tempo, por sua cativante religiosidade, muitos cristãos retornaram à vida digna e ele tornou-se um profícuo confessor. Em setembro de 1542, escreveu aos jesuítas de Roma: "Tantos eram os que vinham confessar-se que, se eu fosse dividido em dez partes, todas elas precisariam atender confissões."
Mas como podia esperar-se, não se limitou a trabalhar entre os cristãos. Foi ao encontro dos indianos e começou pelas crianças, que atraía com uma sineta. Em frequentes encontros, contava-lhes as histórias de Jesus e conseguia mudar-lhes o comportamento, o que terminava por atrair também seus pais. Numa carta de 1544, registrou: "Tanta é a multidão daqueles que se convertem à fé em Cristo nesta terra por onde ando, que muitas vezes me acontece ter os braços cansados de tanto batizar (...). Há dias em que batizo todo um povoado."
Pregava por toda parte, em cidades como Tuticorrín, Trichendur, Manapar e Combuture, visitando prisioneiros e cuidando de moribundos e pobres. Aprendeu o idioma tâmil e como mais um evidente sinal do Espírito de Deus em seu coração, durante um ano de exortações chegou a impressionante número de convertidos: "Notícias destas partes de Índia: faço-lhes saber que Deus Nosso Senhor moveu muitos, num reino por onde ando, a tornarem-se cristãos, de modo que num mês batizei mais de dez mil pessoas. (...) Depois de batizá-los, mando derrubar as casas onde tinham seus ídolos e ordeno que rompam as imagens dos ídolos em pequenas partes. Acabando de fazer isto num lugar, dirijo-me a outro, e deste modo vou de lugar em lugar fazendo cristãos."
Aos 31 anos, antes de ser ordenado, ausentou-se por 40 dias, a exemplo de Jesus no deserto (cf. Lc 4,2), tempo que passou em absoluta solidão. Enquanto aguardavam a aprovação papal para a nova congregação, São Francisco Xavier mudou-se para Veneza com seus companheiros, pregando na região em volta e cuidando de leprosos. Fizeram planos para visitar a Terra Santa em peregrinação, mas, pela importância dos trabalhos que assumiram, terminaram mesmo ficando em Roma.
Foi quando Dom João III, rei de Portugal, querendo levar o Catolicismo a Índia, solicitou alguns Sacerdotes a Santo Inácio, que ciente da importância de São Francisco Xavier junto a si, jamais o indicaria. Às vésperas da partida, no entanto, um dos missionários adoeceu e ele espontaneamente ofereceu-se para o substituir. Um fogo consumia-lhe a alma e ele tinha a certeza que aquele era seu grande chamado. Seria uma enorme perda para os trabalhos da Companhia de Jesus em Europa, e por isso Santo Inácio hesitou, mas logo nele percebeu, pelo brilho de seus olhos, a presença do Espírito Santo.
Fez demorada e complicada viagem. Contudo, mantendo o espírito de servidão, no navio trabalhava nas mais humildes funções: ajudava na cozinha, na faxina e como enfermeiro. Por más condições de navegação, teve que esperar alguns meses em Moçambique, onde serviu no hospital, se entregou a pregar, converteu e batizou muitos africanos, e confrontou alguns europeus pelo tratamento dado aos nativos. E tão apaixonadamente servia às almas, que só não permaneceu aí porque estaria contrariando as ordens do rei, que eram de enviá-lo a Índia.
Na cidade de Goa, capital da colônia portuguesa, logo viu os maus exemplos dos portugueses entre os indianos, e iniciou um edificante trabalho de reconversão. Em pouco tempo, por sua cativante religiosidade, muitos cristãos retornaram à vida digna e ele tornou-se um profícuo confessor. Em setembro de 1542, escreveu aos jesuítas de Roma: "Tantos eram os que vinham confessar-se que, se eu fosse dividido em dez partes, todas elas precisariam atender confissões."
Mas como podia esperar-se, não se limitou a trabalhar entre os cristãos. Foi ao encontro dos indianos e começou pelas crianças, que atraía com uma sineta. Em frequentes encontros, contava-lhes as histórias de Jesus e conseguia mudar-lhes o comportamento, o que terminava por atrair também seus pais. Numa carta de 1544, registrou: "Tanta é a multidão daqueles que se convertem à fé em Cristo nesta terra por onde ando, que muitas vezes me acontece ter os braços cansados de tanto batizar (...). Há dias em que batizo todo um povoado."
Pregava por toda parte, em cidades como Tuticorrín, Trichendur, Manapar e Combuture, visitando prisioneiros e cuidando de moribundos e pobres. Aprendeu o idioma tâmil e como mais um evidente sinal do Espírito de Deus em seu coração, durante um ano de exortações chegou a impressionante número de convertidos: "Notícias destas partes de Índia: faço-lhes saber que Deus Nosso Senhor moveu muitos, num reino por onde ando, a tornarem-se cristãos, de modo que num mês batizei mais de dez mil pessoas. (...) Depois de batizá-los, mando derrubar as casas onde tinham seus ídolos e ordeno que rompam as imagens dos ídolos em pequenas partes. Acabando de fazer isto num lugar, dirijo-me a outro, e deste modo vou de lugar em lugar fazendo cristãos."
Embora envolvido em tantas atividades, seu amor a Deus continuava sendo um tocante exemplo, mesmo entre uma gente para quem a extrema devoção e o ascetismo já eram corriqueiros. No Sul da nação, para viver a pobreza da população local, por vários meses morou numa caverna. Essas conversões, porém, não prevaleceriam através dos tempos, pois ele não conseguiu evangelizar os mais poderosos, que temiam perder influência sobre a população e lhe faziam oposição. Isso dava-se com líderes locais mesmo em Goa, onde ele tinha apoio de autoridades de Portugal, mas aí também não se deixavam converter.
Ainda em Índia, ele visitou o túmulo de São Tomé Apóstolo, na cidade de Meliapor, no sudeste, onde pediu sua intercessão para saber se deveria seguir viajando em direção ao oriente.
Seguiu, portanto, em missão para Malaca, então um estado de Malásia, onde em três meses aprendeu o essencial do idioma para evangelizar. Também visitou várias ilhas deste arquipélago. Aí veio a seu encontro um japonês chamado Hashiro, um samurai que ao ouvir falar de nosso Santo sentiu seu coração arder em devoção. Ele foi convertido e batizado, e abriu as portas de Japão a nosso fervoroso missionário: "Perguntei a Hashiro se os japoneses se tornariam cristãos, se eu fosse com ele a seu país, e ele respondeu-me que eles não o fariam imediatamente, mas que primeiro me fariam muitas perguntas para saberem o que eu sabia. Acima de tudo, que eles quereriam saber se minha vida corresponderia a meu ensinamento."
Isso não seria, como se pode imaginar, o menor empecilho para São Francisco Xavier. Numa carta a Santo Inácio de Loyola, em 1549, ele disse: "Não deixaria eu de ir a Japão pelo muito que tenho sentido dentro de minha alma, ainda que possuísse a certeza de que haveria de passar pelos maiores perigos de minha vida, porque tenho grande esperança em Deus Nosso Senhor que nessas terras muito há de crescer nossa santa fé. Não poderia descrever quanta consolação interior sinto em fazer esta viagem a Japão."
Ainda em Índia, ele visitou o túmulo de São Tomé Apóstolo, na cidade de Meliapor, no sudeste, onde pediu sua intercessão para saber se deveria seguir viajando em direção ao oriente.
Seguiu, portanto, em missão para Malaca, então um estado de Malásia, onde em três meses aprendeu o essencial do idioma para evangelizar. Também visitou várias ilhas deste arquipélago. Aí veio a seu encontro um japonês chamado Hashiro, um samurai que ao ouvir falar de nosso Santo sentiu seu coração arder em devoção. Ele foi convertido e batizado, e abriu as portas de Japão a nosso fervoroso missionário: "Perguntei a Hashiro se os japoneses se tornariam cristãos, se eu fosse com ele a seu país, e ele respondeu-me que eles não o fariam imediatamente, mas que primeiro me fariam muitas perguntas para saberem o que eu sabia. Acima de tudo, que eles quereriam saber se minha vida corresponderia a meu ensinamento."
Isso não seria, como se pode imaginar, o menor empecilho para São Francisco Xavier. Numa carta a Santo Inácio de Loyola, em 1549, ele disse: "Não deixaria eu de ir a Japão pelo muito que tenho sentido dentro de minha alma, ainda que possuísse a certeza de que haveria de passar pelos maiores perigos de minha vida, porque tenho grande esperança em Deus Nosso Senhor que nessas terras muito há de crescer nossa santa fé. Não poderia descrever quanta consolação interior sinto em fazer esta viagem a Japão."
Desembarcou em Kagoshima, no extremo sudoeste de Japão ainda em 1549, na terceira maior ilha, Kiushu, foi recebido pela família de Hashiro e logo viu na civilidade japonesa uma pérola de refinamento social, que só comparava ao dos europeus. Numa carta de novembro deste ano, escreveu a Roma: "Pela experiência que temos de Japão, faço-lhes saber que seu povo é o melhor dos descobertos até agora."
No fim do ano de 1550 foi morar na cidade de Yamagushi, sudoeste de Honshu, maior e principal ilha do arquipélago, onde em 1551 foi autorizado a pregar. Entretanto, como não falava muito bem o japonês, limitava-se a ler a tradução de seu Catecismo que Hashiro havia feito. Trouxera, porém, pinturas de Nossa Senhora, e dela com Jesus, para facilitar a anunciação da Boa Nova. Mas algumas diferenças culturais impunham-lhe grandes obstáculos: os japoneses tinha dificuldade em aceitar a ideia de que Deus havia criado apenas o Bem, mas tolerava, até certa medida, o pecado e o Mal. Também recusavam a ideia de inferno, onde poderiam estar alguns de seus antepassados e daí não mais sairiam.
No fim do ano de 1550 foi morar na cidade de Yamagushi, sudoeste de Honshu, maior e principal ilha do arquipélago, onde em 1551 foi autorizado a pregar. Entretanto, como não falava muito bem o japonês, limitava-se a ler a tradução de seu Catecismo que Hashiro havia feito. Trouxera, porém, pinturas de Nossa Senhora, e dela com Jesus, para facilitar a anunciação da Boa Nova. Mas algumas diferenças culturais impunham-lhe grandes obstáculos: os japoneses tinha dificuldade em aceitar a ideia de que Deus havia criado apenas o Bem, mas tolerava, até certa medida, o pecado e o Mal. Também recusavam a ideia de inferno, onde poderiam estar alguns de seus antepassados e daí não mais sairiam.
E diante da grande rejeição de religiosos locais, budistas em específico, São Francisco Xavier aprendeu a respeitar outras religiões, sem as ver como necessariamente más. Mas por sua inteligência e integridade moral, com o passar do tempo conseguiu converter e batizar muitas almas, estabelecendo congregações jesuítas em Hirado, uma província de Nagasaki, no sudoeste de Kyuchu, terceira maior ilha, na própria Yamaguchi e em Bungo, antiga província a leste de Kyushu, hoje parte da cidade de Oita. Também cumpriu missão em Sakai e Meaco. Fato notável, ele sempre encontrava boa acolhida e convertia samurais. Verdadeiramente sábio, ao passo que dominava o idioma japonês, em alguns meses escreveu um livreto nesse idioma para contar a Criação do mundo e a Vida de Cristo.
Após dois a anos e três meses, na viagem de volta a Índia, esteve em Chang-Chuang, uma ilha na costa sul de China, próxima à província de Cantão, em chinês Guangzhou, onde os portugueses aportavam antes de ocuparem Macau. E ao tomar notícia de que aí havia alguns prisioneiros portugueses, resolveu interceder por eles perante o imperador chinês. Essa também seria uma excelente oportunidade para anunciar o Evangelho naquele grande país, porém aguardou o momento ideal para retornar.
Após dois a anos e três meses, na viagem de volta a Índia, esteve em Chang-Chuang, uma ilha na costa sul de China, próxima à província de Cantão, em chinês Guangzhou, onde os portugueses aportavam antes de ocuparem Macau. E ao tomar notícia de que aí havia alguns prisioneiros portugueses, resolveu interceder por eles perante o imperador chinês. Essa também seria uma excelente oportunidade para anunciar o Evangelho naquele grande país, porém aguardou o momento ideal para retornar.
Passou outra vez por Malaca, onde foi informado que Índia havia sido designada província jesuíta, e que ele seria o superior. Pouco depois chegou a Goa, no início de 1552. Depois de tê-lo rejeitado na primeira passagem, aí exerceu o cargo de diretor do Colégio de São Paulo (hoje ainda existente), no qual formavam catequistas e padres de origem asiática, dispunham de uma biblioteca e, pouco depois, de uma tipografia para difundir a Palavra de Deus.
Sentia-se, no entanto, desafiado a evangelizar em China, por força do número da população, da extensão territorial e de sua influência regional, apesar da entrada de estrangeiros ser proibida. Ainda em janeiro de 1552, escreveu a Santo Inácio: "Este ano espero ir a China, pelo grande serviço a Nosso Deus que lá se poderá obter." Noutra carta, escrita aos irmãos jesuítas, declarou: "Vivemos com muita esperança de que, se Deus Nosso Senhor nos der mais dez anos de vida, veremos grandes coisas nestas regiões. Pelos infinitos méritos da Morte e Paixão de Deus Nosso Senhor, espero que Ele me conceda a Graça de fazer essa viagem a China."
Acompanhado de um amigo mercador, preparou muitos presentes para o imperador chinês e partiu para a Província de Cantão. Não o fez, contudo, sem antes avisar ao rei de Portugal, numa carta de abril de 1552: "Parto daqui a cinco dias para Malaca, que é o caminho de China, para ir dali, em companhia de Diogo Pereira, à corte do imperador de China. Levamos ricos presentes comprados por Diogo Pereira. E, da parte de Vossa Alteza, levo um que nunca foi enviado por nenhum rei nem senhor a esse imperador: a verdadeira Lei de Jesus Cristo Nosso Redentor e Senhor."
Seguiu no navio Santa Cruz para Malaca, mas desta vez não foi bem recebido. Por sua fama que se alastrava na região, líderes de outras religiões eram-lhe intolerantes. Ao Padre Gaspar Barzeo, seu amigo, escreveu em julho de 1552: "Não podereis acreditar quanto fui perseguido em Malaca. Vou para as ilhas de Cantão, no Império de China, desamparado de todo humano favor."
Ao chegar à ilha de Chang-Chuang, ponto de encontro para mercadores chineses e portugueses, logo percebeu que dificilmente seria transportado a Cantão, pois até pequenos barqueiros temiam ser severamente punidos pelo imperador, que se mostrava revoltado com às conversões de que ouvia falar. Nosso Santo diz em carta ao Padre Francisco Perez: "Os perigos que corremos neste empreendimento são dois, segundo a gente da terra: o primeiro é que o homem que nos leve, depois de receber os duzentos cruzados, nos abandone numa ilha deserta ou nos jogue no mar; o segundo é que, chegando a Cantão, o governador nos mande para o suplício ou para o cativeiro."
Aí pacientemente aguardou que o imperador tivesse notícia de sua visita e dos presentes, ou que algum barqueiro chinês tivesse a coragem de levá-lo ao continente com seus acompanhantes, que eram um indiano e um chinês. Diariamente celebrava a Santa Missa numa improvisada cabana, construída próximo à praia.
Sentia-se, no entanto, desafiado a evangelizar em China, por força do número da população, da extensão territorial e de sua influência regional, apesar da entrada de estrangeiros ser proibida. Ainda em janeiro de 1552, escreveu a Santo Inácio: "Este ano espero ir a China, pelo grande serviço a Nosso Deus que lá se poderá obter." Noutra carta, escrita aos irmãos jesuítas, declarou: "Vivemos com muita esperança de que, se Deus Nosso Senhor nos der mais dez anos de vida, veremos grandes coisas nestas regiões. Pelos infinitos méritos da Morte e Paixão de Deus Nosso Senhor, espero que Ele me conceda a Graça de fazer essa viagem a China."
Acompanhado de um amigo mercador, preparou muitos presentes para o imperador chinês e partiu para a Província de Cantão. Não o fez, contudo, sem antes avisar ao rei de Portugal, numa carta de abril de 1552: "Parto daqui a cinco dias para Malaca, que é o caminho de China, para ir dali, em companhia de Diogo Pereira, à corte do imperador de China. Levamos ricos presentes comprados por Diogo Pereira. E, da parte de Vossa Alteza, levo um que nunca foi enviado por nenhum rei nem senhor a esse imperador: a verdadeira Lei de Jesus Cristo Nosso Redentor e Senhor."
Seguiu no navio Santa Cruz para Malaca, mas desta vez não foi bem recebido. Por sua fama que se alastrava na região, líderes de outras religiões eram-lhe intolerantes. Ao Padre Gaspar Barzeo, seu amigo, escreveu em julho de 1552: "Não podereis acreditar quanto fui perseguido em Malaca. Vou para as ilhas de Cantão, no Império de China, desamparado de todo humano favor."
Ao chegar à ilha de Chang-Chuang, ponto de encontro para mercadores chineses e portugueses, logo percebeu que dificilmente seria transportado a Cantão, pois até pequenos barqueiros temiam ser severamente punidos pelo imperador, que se mostrava revoltado com às conversões de que ouvia falar. Nosso Santo diz em carta ao Padre Francisco Perez: "Os perigos que corremos neste empreendimento são dois, segundo a gente da terra: o primeiro é que o homem que nos leve, depois de receber os duzentos cruzados, nos abandone numa ilha deserta ou nos jogue no mar; o segundo é que, chegando a Cantão, o governador nos mande para o suplício ou para o cativeiro."
Aí pacientemente aguardou que o imperador tivesse notícia de sua visita e dos presentes, ou que algum barqueiro chinês tivesse a coragem de levá-lo ao continente com seus acompanhantes, que eram um indiano e um chinês. Diariamente celebrava a Santa Missa numa improvisada cabana, construída próximo à praia.
Durante suas luminosas missões, sinais e milagres confirmavam que Deus sempre esteve com ele. Era capaz de ver o que acontecia em outros lugares e prever detalhes do futuro. Quando viajava pelas ilhas de um arquipélago de Indonésia, uma violenta tempestade encobriu o navio e o tamanho das ondas pôs em desespero até os mais experientes marinheiros. Em estado de oração, São Francisco Xavier fez descer ao mar, amarrado num cordão, um crucifixo, que, ao tocar o primeiro vagalhão, acalmou o amar.
Além de tâmil, malaio e japonês, falava francês, italiano, português, língua em que escreveu mais cartas, basco, provavelmente, castelhano, como língua materna, e latim, claro. Fulgurante representante de Cristo, a força de sua presença também se explica pelo inaudito poder de suas preces. São-lhe reconhecidas "24 ressurreições juridicamente provadas", várias delas em Índia.
Significativamente, foi canonizado no mesmo dia que Santo Inácio de Loyola. Tem os títulos de Padroeiro do Oriente, de todas as terras a leste do Cabo da Boa Esperança, Patrono da Sociedade para a Propagação da Fé, Padroeiro Universal das Missões e Padroeiro do turismo, além de Padroeiro de Índia Portuguesa (extinta), Japão, Filipinas, Austrália, México, Canadá.e muitas cidades pelo mundo ainda no século XVII. Segundo a Santa Igreja Católica, São Francisco Xavier foi o maior conversor de almas depois de São Paulo, feito que lhe valeu o cognome de 'Apóstolo de Índias', e depois 'Apóstolo do Oriente'.
Ele pregava:
"Eu quero estar onde haja mais e mais pagãos."
"Muitas pessoas por aqui não se tornam cristãs apenas por uma razão: não há ninguém para as tornar cristãos."
"Ouvi milhares de confissões, mas nenhuma por avareza."
"Muitas pessoas por aqui não se tornam cristãs apenas por uma razão: não há ninguém para as tornar cristãos."
"Ouvi milhares de confissões, mas nenhuma por avareza."
"Fala-lhes da grande Misericórdia de Deus… Às vezes, as pessoas são ajudadas quando tu contas sobre teu próprio lamentável passado."
"Quanto melhores amigos vós fordes, mais francos podereis ser. Mas enquanto a relação for apenas de acenos de cabeça, evitai repreender."
"Diga aos alunos que desistam de suas pequenas ambições e venham ao oriente pregar o Evangelho de Cristo."
"Se tantos jovens, que tão seriamente se entregam aos estudos, tivessem aproximado seus lábios, uma vez que fosse, desta deliciosa bebida, vê-los-íamos bem depressa voltar suas vistas para as infiéis nações, ambicionar a Glória de nelas fazer a conquista de almas de todas nações em Nome do Soberano Senhor!"
"Quem dera que esses homens, que tanto se esforçam para adquirir conhecimento, dedicassem a mesma atenção à prestação de contas que um dia terão de dar a Deus pelo uso que fizeram de seu aprendizado e dos talentos que lhes foram confiados!"
"Dê-me crianças até que tenham sete anos, e qualquer um pode tê-las depois."
"Quando chegava aos lugares, a criançada não me deixava rezar meu breviário, nem comer, nem dormir, pedindo que lhes ensinasse as orações. Ai comecei a entender porque deles é o Reino dos Céus."
"Não é o real esforço físico que conta para o progresso de uma pessoa, nem a natureza da tarefa, mas pelo espírito de fé com o qual ela é empreendida."
"É impossível encontrar um Santo que não tenha tomado a sério dois 'pês': prece e penitência."
"A ausência da Cruz é a ausência da Vida."
"Ah! Crede-me! Não há cruz comparável à vida à mercê de suas próprias paixões, e não há felicidade que possa ser comparada à de cada dia morrer por sua própria vontade, para se entregar inteiramente a Jesus Cristo."
"O cristão prefere a cruz ao repouso."
"E, na Verdade, que morte poderá ser mais horrorosa que a vida que se acha separada de Jesus Cristo? Mormente quando se tenha gozado a felicidade de viver n'Ele e por Ele!"
"Tendo em consideração estes perigos para a alma, que são muito superiores aos do corpo, pensamos que é mais seguro e evidente enfrentar os perigos corporais."
"O sono é imagem da morte, e muitos, que bem dispostos se deitaram para dormir, amanhecem mortos. Direi, com grande arrependimento de seus pecados, a Confissão Geral, e encomendar-me-ei ao Santo Anjo da Guarda."
"Tremo quando me lembro de que o tempo, que lhes foge a cada dia, repentinamente pode faltar-lhes, e que então já será tarde!"
"Mas o que especialmente vos recomendo, é que vos lanceis nos braços de Deus e que n'Ele tenhais tanto mais íntima confiança quanto maiores forem vossos males. Ali, unicamente, achareis consolações para vossas desgraças, e força para as suportar."
"Peço-vos, em nome de todo vosso amor a Deus, em nome de toda afeição que tendes, que recorrais ao tribunal da penitencia, aproximei-vos da Santa Mesa, deponhais aos pés da Cruz todos vossos ressentimentos, façais o sacrifício à divina vontade, e chegueis a ter como um bem para vós todos acontecimentos que Deus houve por bem permitir."
"Mas o próprio Deus é nosso fim, só Ele nos anima, Ele sustentá-nos-á. Este pensamento enche-nos de confiança e de esperança. Apoiados em Seu todo-poderoso braço, tudo ousaremos para Sua Glória."
"Não é o real esforço físico que conta para o progresso de uma pessoa, nem a natureza da tarefa, mas pelo espírito de fé com o qual ela é empreendida."
"É impossível encontrar um Santo que não tenha tomado a sério dois 'pês': prece e penitência."
"A ausência da Cruz é a ausência da Vida."
"Ah! Crede-me! Não há cruz comparável à vida à mercê de suas próprias paixões, e não há felicidade que possa ser comparada à de cada dia morrer por sua própria vontade, para se entregar inteiramente a Jesus Cristo."
"O cristão prefere a cruz ao repouso."
"E, na Verdade, que morte poderá ser mais horrorosa que a vida que se acha separada de Jesus Cristo? Mormente quando se tenha gozado a felicidade de viver n'Ele e por Ele!"
"Tendo em consideração estes perigos para a alma, que são muito superiores aos do corpo, pensamos que é mais seguro e evidente enfrentar os perigos corporais."
"O sono é imagem da morte, e muitos, que bem dispostos se deitaram para dormir, amanhecem mortos. Direi, com grande arrependimento de seus pecados, a Confissão Geral, e encomendar-me-ei ao Santo Anjo da Guarda."
"Tremo quando me lembro de que o tempo, que lhes foge a cada dia, repentinamente pode faltar-lhes, e que então já será tarde!"
"Mas o que especialmente vos recomendo, é que vos lanceis nos braços de Deus e que n'Ele tenhais tanto mais íntima confiança quanto maiores forem vossos males. Ali, unicamente, achareis consolações para vossas desgraças, e força para as suportar."
"Peço-vos, em nome de todo vosso amor a Deus, em nome de toda afeição que tendes, que recorrais ao tribunal da penitencia, aproximei-vos da Santa Mesa, deponhais aos pés da Cruz todos vossos ressentimentos, façais o sacrifício à divina vontade, e chegueis a ter como um bem para vós todos acontecimentos que Deus houve por bem permitir."
"Mas o próprio Deus é nosso fim, só Ele nos anima, Ele sustentá-nos-á. Este pensamento enche-nos de confiança e de esperança. Apoiados em Seu todo-poderoso braço, tudo ousaremos para Sua Glória."
"Neste vale de lágrimas, unamo-nos a Deus pelo amor, por amor. "
"Que ninguém alimente a ilusão de pensar distinguir-se nas grandes coisas, se de antemão não se distinguir nas mais simples."
"Digo-vos tudo isto não para que afasteis vosso coração de árduos empreendimentos que, por sua vez, dá-vos-ão azo a que vos distingais como grandes servos de Deus, e assim possais ser relembrados por vossos sucessores. Mas apenas para que, nas pequenas coisas, vos mostreis grandes."
"O contínuo descuido das imperfeições destrói e desfaz a perfeição."
"No mundo, há um só bem e um só mal. O único bem: salvar-se; condenar-se, o único mal."
"Digo-vos tudo isto não para que afasteis vosso coração de árduos empreendimentos que, por sua vez, dá-vos-ão azo a que vos distingais como grandes servos de Deus, e assim possais ser relembrados por vossos sucessores. Mas apenas para que, nas pequenas coisas, vos mostreis grandes."
"O contínuo descuido das imperfeições destrói e desfaz a perfeição."
"No mundo, há um só bem e um só mal. O único bem: salvar-se; condenar-se, o único mal."
"Quanto a mim, vingo-me, daqueles de quem tenho de queixar-me, prestando-lhes todos serviços que posso."
"Minha incapacidade é grande, mas Deus é todo-poderoso. Somente n’Ele deposito toda minha confiança."
"Sou um homem de pouca habilidade, mas mesmo assim consegui levar muitos ao conhecimento de Deus, dos quais eram ignorantes."
"Minha incapacidade é grande, mas Deus é todo-poderoso. Somente n’Ele deposito toda minha confiança."
"Sou um homem de pouca habilidade, mas mesmo assim consegui levar muitos ao conhecimento de Deus, dos quais eram ignorantes."
"Sempre tenho em minha mente e ante meus olhos algumas palavras que ouvi nosso Padre Inácio repetir, que muito devemos esforçar-nos para conquistar a nós mesmos, e de nossos corações tirar qualquer medo ou ansiedade que possa impedir o crescimento da confiança em Deus."
"Vós não querereis, estou certo, ver-me infiel a meu voto, Senhor. Permiti-me, pois, que não tenha outra morada que não seja a dos pobres."
Segundo os desígnios de Deus, porém, São Francisco Xavier já havia cumprido sua missão: contraiu pneumonia, tendo febre e delírios, que acabou levando-o à morte ainda na ilha de Chang-Chuang, onde esperava algum contato com o imperador chinês. Tinha apenas 46 anos, e faleceu abraçado ao mesmo crucifixo com que acalmou o mar, presente que Santo Inácio de Loyola lhe havia dado.
Significativamente, foi canonizado no mesmo dia que Santo Inácio de Loyola. Tem os títulos de Padroeiro do Oriente, de todas as terras a leste do Cabo da Boa Esperança, Patrono da Sociedade para a Propagação da Fé, Padroeiro Universal das Missões e Padroeiro do turismo, além de Padroeiro de Índia Portuguesa (extinta), Japão, Filipinas, Austrália, México, Canadá.e muitas cidades pelo mundo ainda no século XVII. Segundo a Santa Igreja Católica, São Francisco Xavier foi o maior conversor de almas depois de São Paulo, feito que lhe valeu o cognome de 'Apóstolo de Índias', e depois 'Apóstolo do Oriente'.
Enterrado lá mesmo na ilha de Chang-Chuang, um ano depois, ao exumarem seus restos mortais para trasladar, seu corpo estava incorrupto. Levaram-no a Malaca, onde foi sepultado na igreja de São Paulo, mas em 1637 foi definitivamente conduzido à Basílica do Bom Jesus, em Goa, onde por intensa e frequente peregrinação atrai grandes multidões.
Sua miraculosa mão direita, que tantos milagres realizou, foi levada a Roma, onde é venerada em capela própria na igreja de Jesus, sede histórica da Companhia de Jesus.
Como seu corpo resistia, e miraculosamente ainda resiste através dos séculos, sua exposição tornou-se uma tradição em Índia, onde recebe até 5 milhões de visitantes por ano.
São Francisco Xavier, rogai por nós!
Sua miraculosa mão direita, que tantos milagres realizou, foi levada a Roma, onde é venerada em capela própria na igreja de Jesus, sede histórica da Companhia de Jesus.
















