O Evangelho segundo São Mateus assim narrou a última quinta-feira de Jesus:
"No primeiro dia dos Ázimos, os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram-Lhe:
- Onde queres que preparemos a ceia pascal?
Respondeu-lhes Jesus:
- Ide à cidade, à casa de um tal, e dizei-lhe: O Mestre manda dizer-te: 'Meu tempo está próximo. É em tua casa que celebrarei a Páscoa com Meus discípulos.'
Os discípulos fizeram o que Jesus tinha ordenado, e prepararam a Páscoa.
Ao declinar da tarde, pôs-Se Jesus à mesa com os Doze discípulos. Durante a ceia, disse:
- Em Verdade, digo-vos: um de vós há de trair-Me.
Com profunda aflição, cada um começou a perguntar:
- Sou eu, Senhor?
Respondeu Ele:
- Aquele que Comigo pôs a mão no prato, esse Me trairá. O Filho do Homem vai, como d'Ele está escrito. Mas ai daquele homem por quem o Filho do Homem é traído! Para esse homem seria melhor que jamais tivesse nascido!
Judas, o traidor, tomou a palavra e perguntou:
- Mestre, serei eu?
- Tu o dizes, disse Jesus.
Durante a refeição, Jesus tomou o pão, benzeu-O, partiu-O e deu-O aos discípulos, dizendo:
- Tomai e comei, isto é Meu Corpo.
Depois tomou o Cálice, rendeu graças e deu-lhO, dizendo:
- Bebei dele todos, porque isto é Meu Sangue, o Sangue da Nova Aliança, derramado em favor de muitos para a remissão dos pecados. Digo-vos: doravante não beberei mais desse fruto da vinha, até o dia em que convosco o beberei de novo no Reino de Meu Pai.
Depois do canto dos Salmos, dirigiram-Se eles para o monte das Oliveiras. Então lhes disse Jesus:
- Esta noite, para todos vós serei uma ocasião de queda. Porque está escrito: 'Ferirei o Pastor, e as ovelhas do rebanho serão dispersadas (Zc 13,7).' Mas, depois da Minha Ressurreição, Eu precedê-vos-ei em Galileia.
Pedro interveio:
- Mesmo que para todos sejas uma ocasião de queda, para mim jamais o serás.
Disse-lhe Jesus:
- Em Verdade, digo-te: nesta mesma noite, antes que o galo cante, três vezes negá-Me-ás.
Respondeu-Lhe Pedro:
- Mesmo que seja necessário Contigo morrer, jamais Te negarei!
E todos outros discípulos diziam-Lhe o mesmo.
Retirou-Se Jesus com eles para um lugar chamado Getsêmani, e disse-lhes:
- Assentai-vos aqui, enquanto Eu vou ali orar.
E Consigo tomando Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-Se e a angustiar-Se. Disse-lhes, então:
- Minha alma está triste até a morte. Ficai aqui e vigiai Comigo.
Adiantou-Se um pouco e, prostrando-Se com a face por terra, assim rezou:
- Meu Pai, se é possível, afasta de Mim este cálice! Contudo, não se faça o que Eu quero, mas sim o que Tu queres.
Depois foi ter com os discípulos e encontrou-os dormindo. E disse a Pedro:
- Então não pudestes vigiar uma hora Comigo?... Vigiai e orai para que não entreis em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca.
Pela segunda vez afastou-Se e orou, dizendo:
- Meu Pai, se não é possível que passes este cálice sem que Eu o beba, faça-se Tua vontade!
Ainda voltou e novamente encontrou-os dormindo, porque seus olhos estavam pesados. Deixou-os e foi orar pela terceira vez, dizendo as mesmas palavras.
Então retornou a Seus discípulos e disse-lhes:
Então retornou a Seus discípulos e disse-lhes:
- Dormi agora e repousai!
Mas, após alguns instantes, disse-lhes:
- Chegou a hora: o Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos pecadores... Levantai-vos, vamos! Aquele que Me trai está perto daqui.
'A TRAIÇÃO'
Jesus ainda falava, quando veio Judas, um dos Doze, e com ele uma multidão de gente armada de espadas e varas, enviada pelos príncipes dos sacerdotes e pelos anciãos do povo. O traidor combinara com eles este sinal:
- Aquele que eu beijar, é Ele. Prendei-O!
Imediatamente aproximou--se de Jesus e disse:
- Salve, Mestre.
E beijou-O.
Disse-lhe Jesus:
Disse-lhe Jesus:
- Então é para isso que aqui vens?
Em seguida, adiantaram-se eles e lançaram mão em Jesus para prendê-Lo. Mas um dos companheiros de Jesus desembainhou a espada e feriu um servo do sumo sacerdote, decepando-lhe a orelha. Jesus, no entanto, disse-lhe:
- Embainha tua espada, porque todos aqueles que usarem da espada, pela espada morrerão. Crês tu que não posso invocar Meu Pai e prontamente Ele não Me enviaria mais de doze legiões de anjos? Mas como então se cumpririam as Escrituras, segundo as quais é preciso que assim seja?
Depois, voltando-Se para a turba, falou:
- Saístes armados de espadas e varas para prender-Me, como se Eu fosse um malfeitor. Mas todos dias estava Eu sentado entre vós, ensinando no Templo, e não Me prendestes. Tudo isto aconteceu porque era necessário que se cumprissem os oráculos dos Profetas.
Então os discípulos O abandonaram, e fugiram.
Então os discípulos O abandonaram, e fugiram.
'O JULGAMENTO'
Aqueles que haviam prendido Jesus, levaram-nO à casa do sumo sacerdote Caifás, onde estavam reunidos os escribas e os anciãos do povo. Pedro seguia-O de longe, até o pátio do sumo sacerdote. Entrou e sentou-se junto aos criados, para ver como aquilo terminaria.
Enquanto isso, os príncipes dos sacerdotes e todo Sinédrio procuravam um falso testemunho contra Jesus, a fim de levarem-nO à morte. Mas não o conseguiram, embora muitas falsas testemunhas se apresentassem.
Por fim, apresentaram-se duas testemunhas que disseram:
Enquanto isso, os príncipes dos sacerdotes e todo Sinédrio procuravam um falso testemunho contra Jesus, a fim de levarem-nO à morte. Mas não o conseguiram, embora muitas falsas testemunhas se apresentassem.
Por fim, apresentaram-se duas testemunhas que disseram:
- Este Homem disse: 'Posso destruir o Templo de Deus e reedificá-lo em três dias.'
Levantou-se o sumo sacerdote e perguntou-Lhe:
- Nada tens a responder ao que essa gente depõe contra Ti?
Jesus, no entanto, permanecia calado. Disse-Lhe o sumo sacerdote:
- Por Deus Vivo, conjuro-Te que nos digas se és o Cristo, o Filho de Deus?
Jesus respondeu:
- Tu o disseste. Aliás, Eu declaro-vos que doravante vereis o Filho do Homem sentar-Se à direita do Todo-poderoso, e voltar sobre as nuvens do Céu!
A estas palavras, o sumo sacerdote rasgou suas vestes, exclamando:
- Que necessidade ainda temos de testemunhas? Acabastes de ouvir a blasfêmia! Qual é vosso parecer?
Eles responderam:
- Merece a morte!
Cuspiram-Lhe, então, na face, bateram-Lhe com os punhos e deram-Lhe tapas, dizendo:
- Adivinha, ó Cristo: quem Te bateu?
Enquanto isso, Pedro estava sentado no pátio. Aproximou-se dele uma das servas, dizendo:
- Tu também estavas com Jesus, o Galileu!
Mas ele publicamente negou, nestes termos:
- Não sei o que dizes.
Dirigia-se ele para a porta, a fim de sair, quando outra criada o viu e disse aos que lá estavam:
- Este homem também estava com Jesus de Nazaré!
Pedro, pela segunda vez, negou com juramento:
- Eu nem conheço tal Homem.
Pouco depois, os que ali estavam aproximaram-se de Pedro e disseram:
- Sim, tu és daqueles. Teu modo de falar dá-te a conhecer.
Então Pedro começou a fazer imprecações, jurando que nem sequer conhecia tal Homem. E neste momento cantou o galo. Pedro recordou-se do que Jesus lhe dissera:
Então Pedro começou a fazer imprecações, jurando que nem sequer conhecia tal Homem. E neste momento cantou o galo. Pedro recordou-se do que Jesus lhe dissera:
- Antes que o galo cante, três vezes negar-Me-ás.
E saindo, amargamente chorou."
Mt 26,17-75
Muito antes desta noite, ainda na sinagoga de Cafarnaum, Jesus já havia avisado que instituiria este que é o mais importante dos Sacramentos: "Eu sou o Pão Vivo que desceu do Céu. Quem comer deste Pão viverá eternamente. E o Pão que Eu hei de dar é Minha Carne, para a Salvação do mundo." Jo 6,51
'O LAVA-PÉS'
Este luminoso acontecimento, que inspiradamente foi adotado como ritual pela Santa Igreja Católica, também se deu neste dia. Está no Evangelho segundo São João:
"Durante a ceia, quando o Demônio já tinha lançado no coração de Judas, filho de Simão Iscariotes, o propósito de traí-Lo, sabendo Jesus que o Pai tudo Lhe dera em mãos, e que saíra de Deus e para Deus voltava, levantou-Se da mesa, depôs Suas vestes e, pegando duma toalha, cingiu-Se com ela.
Em seguida, deitou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos, e a enxugá-los com a toalha com que estava cingido. Chegou a Simão Pedro. Mas Pedro disse-Lhe:
- Senhor, queres lavar-me os pés?!...
Respondeu-lhe Jesus:
- O que faço, não compreendes agora, mas em breve compreendê-lo-ás.
Disse-Lhe Pedro:
- Jamais me lavarás os pés!...
Respondeu-lhe Jesus:
- Se Eu não tos lavar, Comigo não terás parte.
Então exclamou Simão Pedro:
- Senhor, pois não somente os pés, mas também as mãos e a cabeça.
Disse-lhe Jesus:
- Aquele que tomou banho não tem necessidade de lavar-se. Está inteiramente puro. Ora, vós estais puros, mas nem todos!...
Pois sabia quem O havia de trair. Por isso, disse:
- Nem todos estais puros.
Depois de lavar-lhes os pés e tomar Suas vestes, novamente sentou-Se à mesa e perguntou-lhes:
- Sabeis o que vos fiz? Vós chamai-Me Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque EU SOU. Logo, se Eu, Vosso Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós também deveis lavar-vos os pés uns aos outros. Dei-vos o exemplo para que, como Eu vos fiz, também façais vós. Em Verdade, em Verdade, digo-vos: o servo não é maior que Seu Senhor, nem o enviado é maior que Aquele que o enviou. Se compreenderdes estas coisas, sereis felizes, sob condição de praticá-las."
Jo 13,2-17
Depois disso, Jesus rezou ao Pai por todos aqueles que ouviriam a Palavra anunciada pelos Apóstolos, pedindo pela União na Igreja, e como sinal dela derramou Sua Glória sobre os Onze, que é a prova de Sua passagem entre nós e do amor de Deus: "Não rogo somente por eles, mas também por aqueles que por sua palavra hão de crer em Mim. Para que todos sejam Um, assim como Tu, Pai, estás em Mim e Eu em Ti, para que também eles estejam em Nós e o mundo creia que Tu Me enviaste. Dei-lhes a Glória que Me deste, para que sejam Um, como Nós somos Um: Eu neles e Tu em Mim. Para que sejam perfeitos na Unidade e o mundo reconheça que Me enviaste e os amaste, como amaste a Mim." Jo 17,20-23
O Evangelho segundo São Lucas relata que, após a Santa Ceia, Jesus mais uma vez colocou São Pedro à frente do Colégio dos Apóstolos: "Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou, para peneirar-vos como o trigo. Mas Eu roguei por ti, para que tua confiança não desfaleça. E tu, por tua vez, confirma teus irmãos." Lc 22,31-32
E ainda no relato do Amado Discípulo, os Apóstolos não teriam abandonado Jesus e fugido do Getsêmani, como São Mateus anotou, mas foram liberados por um pedido do próprio Jesus:
- Se é, pois, a Mim que buscais, deixai ir estes.
Assim se cumpriu a Palavra que Ele disse:
- Dos que Me deste, não perdi nenhum (Jo 17,12).'"
Jo 18,8b-9
São Pedro, aliás, muito diferente do covarde que desinformados divulgam, foi aquele que sacou a espada para defender o Mestre. E assim reagiu logo em seguida a esse pedido de Jesus, para que os guardas sequer O tocassem:
"Simão Pedro, que tinha uma espada, puxou-a e feriu o servo do sumo sacerdote, decepando-lhe a orelha direita. O servo chamava-se Malco. Mas Jesus disse a Pedro:
- Enfia tua espada na bainha! Não hei de beber Eu o Cálice que o Pai Me deu?
Então a coorte, o tribuno e os guardas dos judeus prenderam Jesus e O ataram. Primeiro conduziram-nO a Anás, por ser sogro de Caifás, que era o sumo sacerdote daquele ano."
Jo 18,10-13
Conforme o Amado Médico, enfim, Jesus curou a orelha de Malco, e nada mais diz dos Apóstolos:
"Mas Jesus interveio:
- Deixai, basta.
E tocando na orelha daquele homem, curou-o."
Lc 22,51
A INSTITUIÇÃO DA EUCARISTIA
E quanto à sua importância, Ele foi contundente: "Então lhes disse Jesus: 'Em Verdade, em Verdade, digo-vos: se não comerdes a Carne do Filho do Homem, e não beberdes Seu Sangue, não tereis a Vida em vós mesmos. Quem come Minha Carne e bebe Meu Sangue tem a Vida Eterna, e Eu ressuscitá-lo-ei no Último Dia. Pois Minha Carne é verdadeiramente comida, e Meu Sangue, verdadeiramente bebida.'" Jo 6,53-55
Mais: por ele firmou um vínculo de pertença, a Comunhão Espiritual: "Quem come Minha Carne e bebe Meu Sangue permanece em Mim e Eu nele." Jo 6,56
Expressamente disse que este é o cerne de Sua Missão: "Chegada que foi a hora, Jesus pôs-Se à mesa, e com Ele os Apóstolos. Disse-lhes: 'Ardentemente tenho desejado comer convosco esta Páscoa, antes de sofrer. Pois vos digo: não tornarei a comê-la, até que ela se cumpra no Reino de Deus.'" Lc 22,14-16
Definitivamente, portanto, a Eucaristia não é apenas um ritual. Tanto que, após ressuscitado, logo na aparição aos discípulos em Emaús, Jesus fez-Se reconhecer exatamente ao partir o Pão: "Aconteceu que, estando conjuntamente sentados à mesa, Ele tomou o pão, abençoou-O, partiu-O e serviu-lhO. Então se lhes abriram os olhos e O reconheceram... mas Ele desapareceu. E diziam um para o outro: 'Não nos abrasava o coração, quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?'" Lc 24,30-32
E essa era a piedosa prática de Apóstolos, discípulos e seguidores, bem como da primeira grande leva de seguidores cativada pela Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo, logo após o Pentecostes, através da pregação de São Pedro. É do Livro de Atos dos Apóstolos, onde temos o primeiro registro da Santa Missa, em suas quatro principais propriedades: "Aqueles que receberam sua palavra foram batizados. E naquele dia elevou-se a mais ou menos três mil o número dos adeptos. Perseveravam eles na Doutrina dos Apóstolos, na reunião em comum, na fração do Pão e nas orações." At 2,41-42
Mais: por ele firmou um vínculo de pertença, a Comunhão Espiritual: "Quem come Minha Carne e bebe Meu Sangue permanece em Mim e Eu nele." Jo 6,56
Expressamente disse que este é o cerne de Sua Missão: "Chegada que foi a hora, Jesus pôs-Se à mesa, e com Ele os Apóstolos. Disse-lhes: 'Ardentemente tenho desejado comer convosco esta Páscoa, antes de sofrer. Pois vos digo: não tornarei a comê-la, até que ela se cumpra no Reino de Deus.'" Lc 22,14-16
Definitivamente, portanto, a Eucaristia não é apenas um ritual. Tanto que, após ressuscitado, logo na aparição aos discípulos em Emaús, Jesus fez-Se reconhecer exatamente ao partir o Pão: "Aconteceu que, estando conjuntamente sentados à mesa, Ele tomou o pão, abençoou-O, partiu-O e serviu-lhO. Então se lhes abriram os olhos e O reconheceram... mas Ele desapareceu. E diziam um para o outro: 'Não nos abrasava o coração, quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?'" Lc 24,30-32
E essa era a piedosa prática de Apóstolos, discípulos e seguidores, bem como da primeira grande leva de seguidores cativada pela Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo, logo após o Pentecostes, através da pregação de São Pedro. É do Livro de Atos dos Apóstolos, onde temos o primeiro registro da Santa Missa, em suas quatro principais propriedades: "Aqueles que receberam sua palavra foram batizados. E naquele dia elevou-se a mais ou menos três mil o número dos adeptos. Perseveravam eles na Doutrina dos Apóstolos, na reunião em comum, na fração do Pão e nas orações." At 2,41-42
A Comunhão, pois, é a essência da unidade da Igreja, que graças a ela cresceu: "Unidos de coração, todos dias frequentavam o Templo. Partiam o Pão nas casas e tomavam a comida com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e cativando a simpatia de todo povo. E cada dia o Senhor ajuntava-lhes outros que estavam a Caminho da Salvação." At 2,46-47
Ora, sustentando que só existe uma Santa Eucaristia, a Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios vai argumentar, defendendo o Corpo Místico de Cristo: "Uma vez que há um único Pão, nós, embora sendo muitos, formamos um só Corpo, porque todos nós comungamos do mesmo Pão." 1 Cor 10,17
Ora, sustentando que só existe uma Santa Eucaristia, a Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios vai argumentar, defendendo o Corpo Místico de Cristo: "Uma vez que há um único Pão, nós, embora sendo muitos, formamos um só Corpo, porque todos nós comungamos do mesmo Pão." 1 Cor 10,17
E tomando como marco o Dia da Ressurreição de Cristo, assim como os de Suas primeiras aparições, honrosamente faziam-no aos domingos. Narra São Lucas: "No primeiro dia da semana, estando nós reunidos para partir o Pão, Paulo, que no seguinte dia havia de viajar, conversava com os discípulos e prolongou a palestra até a meia-noite." At 20,7
No Livro de Apocalipse de São João, de fato, vemos que já era costumes chamar o primeiro dia da semana de Dia do Senhor: "Revelação de Jesus Cristo, que Lhe foi confiada por Deus para manifestar a Seus servos o que deve acontecer em breve. Num domingo, fui arrebatado em êxtase, e ouvi, por trás de mim, voz forte como de trombeta, que dizia: 'O que vês, escreve-o num Livro...'" Ap 1,1a.10-11a
Enquanto só o Evangelho de São Mateus estava escrito, e em aramaico, São Paulo e os demais Apóstolos cuidavam de repassar, oralmente e por carta, relatos e instruções do evento da Salvação da humanidade: "Eu recebi do Senhor o que vos transmiti: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão e, depois de ter dado graças, partiu-O e disse: 'Isto é Meu Corpo, que é entregue por vós. Fazei isto em memória de Mim.' Do mesmo modo, depois de haver ceado, também tomou o Cálice, dizendo: 'Este Cálice é a Nova Aliança em Meu Sangue. Todas vezes que O beberdes, fazei-o em memória de Mim.' Assim, todas vezes que comeis desse Pão e bebeis desse Cálice, lembrais a Morte do Senhor, até que Ele venha." 1 Cor 11,23-26
Aos que vacilavam na fé, participando de rituais alheios à Igreja, ele questionava com veemência, cobrando-lhes a devida reverência a Deus: "O Cálice de Bênção, que benzemos, não é a Comunhão do Sangue de Cristo? E o Pão, que partimos, não é a Comunhão do Corpo de Cristo?" 1 Cor 10,16
Aos que vacilavam na fé, participando de rituais alheios à Igreja, ele questionava com veemência, cobrando-lhes a devida reverência a Deus: "O Cálice de Bênção, que benzemos, não é a Comunhão do Sangue de Cristo? E o Pão, que partimos, não é a Comunhão do Corpo de Cristo?" 1 Cor 10,16
E coberto de razão, exigia respeito ao Santíssimo Sacramento, para o Qual todos demais Sacramentos convergem: "Não podeis beber ao mesmo tempo o Cálice do Senhor e o cálice dos demônios. Não podeis participar ao mesmo tempo da Mesa do Senhor e da mesa dos demônios. Ou queremos provocar a ira do Senhor? Acaso somos mais fortes que Ele?" 1 Cor 10,21-22
Em sinal de compromisso com Cristo, ele exorta a comermos com deferência o verdadeiro Pão do Céu: "Pois nossa Páscoa, Cristo, foi imolada. Celebremos, pois, a festa, não com o velho fermento nem com o fermento da malícia e da corrupção, mas com os pães sem fermento, de pureza e de Verdade." 1 Cor 5,8
Em sinal de compromisso com Cristo, ele exorta a comermos com deferência o verdadeiro Pão do Céu: "Pois nossa Páscoa, Cristo, foi imolada. Celebremos, pois, a festa, não com o velho fermento nem com o fermento da malícia e da corrupção, mas com os pães sem fermento, de pureza e de Verdade." 1 Cor 5,8
Advertindo com graves punições, ele diz da impreterível penitência, ou mesmo celebração do Sacramento da Confissão, que deve ser feita antes da Comunhão: "Portanto, todo aquele que indignamente comer o Pão ou beber o Cálice do Senhor, será culpável do Corpo e do Sangue do Senhor. Que cada um examine a si mesmo, e assim coma desse Pão e beba desse Cálice. Aquele que O come e bebe sem distinguir o Corpo do Senhor, come e bebe sua própria condenação. Esta é a razão porque entre vós há muitos adoentados e fracos, e muitos mortos." 1 Cor 11,27-30
De fato, nem todos entendiam propriamente o mistério que envolvia esse Sacramento, que chegou a ser confundida com uma refeição coletiva, ao invés de um sagrado ritual. Aqui temos mais um registro dos rudimentos pelos quais passaram a Santa Missa. O Apóstolo dos Gentios, que bem o conhecia, corrigiu os cristãos da cidade de Corinto: "Desse modo, quando vos reunis, já não é para comer a Ceia do Senhor, porquanto, mal vos pondes à mesa, cada um se apressa a tomar sua própria refeição, e, enquanto uns têm fome, outros se fartam. Porventura não tendes casa onde comer e beber? Ou menosprezais a Igreja de Deus, e quereis envergonhar aqueles que nada têm? Que vos direi? Devo louvar-vos? Não! Nisto não vos louvo... Portanto, irmãos meus, quando vos reunis para a Ceia, esperai uns pelos outros. Se alguém tem fome, coma em casa. Assim vossas reuniões não vos atrairão a condenação. As demais coisas eu determinarei quando for ter convosco." 1 Cor 11,20-22.33-34
E assim crescia a consciência da condição espiritual com que cada fiel participava do Santíssimo Sacramento, como os seguidores da tradição de São Paulo pregam na Carta aos Hebreus: "Por esse motivo, irmãos, temos ampla confiança de poder entrar no Eterno Santuário, em virtude do Sangue de Jesus, pelo novo e vivo Caminho que nos abriu através do véu, isto é, o Caminho de Seu próprio Corpo. E dado que temos um Sumo-Sacerdote estabelecido sobre a Casa de Deus, a Ele acheguemo-nos com sincero coração, com plena firmeza da fé, o mais íntimo da alma isento de toda mácula de pecado e o corpo lavado com a purificadora Água do Batismo. Não abandonemos nossa assembleia, como é costume de alguns, mas mutuamente admoestemo-nos... " Hb 10,19-22-25a
E assim crescia a consciência da condição espiritual com que cada fiel participava do Santíssimo Sacramento, como os seguidores da tradição de São Paulo pregam na Carta aos Hebreus: "Por esse motivo, irmãos, temos ampla confiança de poder entrar no Eterno Santuário, em virtude do Sangue de Jesus, pelo novo e vivo Caminho que nos abriu através do véu, isto é, o Caminho de Seu próprio Corpo. E dado que temos um Sumo-Sacerdote estabelecido sobre a Casa de Deus, a Ele acheguemo-nos com sincero coração, com plena firmeza da fé, o mais íntimo da alma isento de toda mácula de pecado e o corpo lavado com a purificadora Água do Batismo. Não abandonemos nossa assembleia, como é costume de alguns, mas mutuamente admoestemo-nos... " Hb 10,19-22-25a
Sublime projeto, anunciado nas profecias, no Livro de Números há uma prefiguração desse ritual, enquanto Deus trata das ofertas feitas a Ele mesmo. E desde então se vê a necessária purificação daqueles que dele participam: "O Senhor disse a Aarão: 'Dou-te o que se reserva de tudo que é separado para Mim, dentre todas coisas consagradas dos israelitas: dou-o a ti e a teus filhos em virtude de uma perpétua lei, por causa da unção que recebeste. Tu comê-las-ás em santíssimo lugar. Todo membro de tua família que estiver puro, comerá dessas coisas.'" Nm 18,8.10a.11b
A própria ceia da Páscoa impunha aos judeus algumas restrições, de não entrar em casa de estrangeiros, por exemplo, como foi a atitude dos líderes religiosos na ocasião em que Jesus foi levado a Pilatos: "Da casa de Caifás, conduziram Jesus ao pretório. Era de manhã cedo. Mas os judeus não entraram no pretório, para não se contaminarem e poderem comer a Páscoa. Saiu, por isso, Pilatos para ter com eles, e perguntou: 'Que acusação trazeis contra Este Homem?'" Jo 18,28
O povo, aliás, chegava a Cidade Santa com antecipação, para que houvesse tempo de cumprir os rituais de purificação, e assim comer a Páscoa. São João Evangelista registrou: "Estava próxima a Páscoa dos judeus, e muita gente de todo país subia a Jerusalém antes da Páscoa para purificar-se." Jo 11,55
É na Missa da Quinta-Feira Santa, por fim, também chamada Missa da Unidade, que nossos padres e diáconos, em presença do bispo, renovam os votos do Sacramento da Ordenação. Ainda é chamada de Missa dos Santos Óleos, quando são abençoados os óleos usados no Sacramento do Batismo e no Sacramento da Unção dos Enfermos, e é consagrado o óleo usado no Sacramento da Crisma.
"Senhor, eu não sou digno que entreis em minha morada, mas dizei uma só palavra e eu serei salvo!"
O povo, aliás, chegava a Cidade Santa com antecipação, para que houvesse tempo de cumprir os rituais de purificação, e assim comer a Páscoa. São João Evangelista registrou: "Estava próxima a Páscoa dos judeus, e muita gente de todo país subia a Jerusalém antes da Páscoa para purificar-se." Jo 11,55
É na Missa da Quinta-Feira Santa, por fim, também chamada Missa da Unidade, que nossos padres e diáconos, em presença do bispo, renovam os votos do Sacramento da Ordenação. Ainda é chamada de Missa dos Santos Óleos, quando são abençoados os óleos usados no Sacramento do Batismo e no Sacramento da Unção dos Enfermos, e é consagrado o óleo usado no Sacramento da Crisma.
"Senhor, eu não sou digno que entreis em minha morada, mas dizei uma só palavra e eu serei salvo!"