Seu nome de nascimento é Prócolo, da família patrícia dos Ianuarii, ou seja, consagrados ao deus pagão Jano. Nascido em 272 na comuna de Benevento, capital da província de Campânia, região vizinha, São Januário foi criado na fé católica, levada pelas numerosas conversões que aconteciam no seio do Império Romano, alimentadas pelo valoroso testemunho de inúmeros mártires que preferiam morrer a renegar Cristo.
Sacerdote de grande coração, além de tocante humildade, foi popularmente aclamado e consagrado Bispo de Benevento. Porém, mesmo em tão importante função, e apesar das perseguições perpetradas pelos imperadores romanos, não deixava de visitar os prisioneiros, como Jesus havia recomendado (cf. Mt 25,40), principalmente os cristãos, que eram abandonados pela certeza de que seriam sacrificados ou porque seus visitantes logo eram tidos como suspeitos de também serem cristãos.
Ademais, a situação deles havia-se agravado bastante com o quarto 'Édito contra os cristãos', publicado por Diocleciano no ano de 304: todo povo do império estava obrigado a prestar culto aos deuses pagãos, e quem se negasse era sumariamente sacrificado.
Ademais, a situação deles havia-se agravado bastante com o quarto 'Édito contra os cristãos', publicado por Diocleciano no ano de 304: todo povo do império estava obrigado a prestar culto aos deuses pagãos, e quem se negasse era sumariamente sacrificado.
Pela grande atração que exercia sobre os fiéis, e eles não conseguiam disfarçar, numa dessas visitas em 305, quando foi ao encontro de um diácono chamado Sossio, preso na comuna de Pozzuoli, próxima a Nápoles, São Januário foi denunciado como seguidor de Cristo e também preso, junto a Festo, seu diácono, Desidério, seu leitor, além de dois outros diáconos e dois bravos leigos, Eutiche e Acuzio. Obrigados por Dragôncio, procônsul, ou governador, da província romana de Campânia, a oferecer sacrifícios aos deuses pagãos, ele serenamente recusou-se, gesto em que foi seguido pelos demais.
Assim, o amado Bispo de Benevento foi levado para ser devorado pelas feras no anfiteatro desta mesma comuna. Porém, como aconteceu com o Profeta Daniel (cf. Dn 6,23), os leões, ou ursos, não lhe fizeram nenhum mal, e até deitaram-se a seus pés. Vendo isso, e pensando que fosse um truque, Dragôncio encheu-se de ira e ordenou que ele fosse conduzido para perto do Forum Vulcani, atual Solfatara de Pozzuoli, e aí decapitado. Como era muito querido, seu sacrifício acabou sendo espontaneamente acompanhado de um grande cortejo. E vários soldados recusaram-se a executá-lo, até que o procônsul os ameaçou de morte. A data de seu martírio foi apontada por São Beda, O Venerável. Seu corpo foi sepultado no Agro Marciano, entre Pozzuoli e Fuorigrotta, e no século V transferido para as históricas Catacumbas de São Januário, em Nápoles, habitual sepulcro de cristãos nos primeiros séculos sob o Império Romano, que eram do século II mas assim popularmente foram nomeadas em sua homenagem.
Suas relíquias atualmente são veneradas na Real Capela do Tesouro de São Januário, tantas foram as preciosas doações que lhe fizeram durante séculos. É simplesmente a maior coleção de pedras preciosas do mundo. Essa capela é parte da Catedral de Santa Maria Assunta, em Nápoles. Aí se encontra seu ossuário. Também é venerado pela igreja 'ortodoxa'.
Tal fenômeno vem sendo comprovado com todos rigores do conhecimento científico desde 1389, e o sangue foi atestado, por análise espectroscópica, que é humano. Coagulado durante todo restante do ano, por várias ocasiões da festa de San Genaro ele liquefaz-se, a despeito da temperatura local, muda de cor e consistência, e até varia em massa e peso, uma ao inverso da outra (claro!). Já se atestou miraculosa variação de aproximadamente 25 gramas! A mais recente liquefação aconteceu em 2014, mas foi parcial. A última havia sido no ano de 1988.
Para Deus, pode-se ter certeza, o sangue de São Januário não foi derramado em vão.
São Januário, rogai por nós!