A verdadeira fé vem da espontânea constatação da realidade espiritual descrita nos ensinamentos de Jesus Cristo, guardados pela Santa Igreja. E a razão da convicção de tal conclusão é bem simples: Jesus é Deus. Essa era a esperança do povo judeu, bem como dos samaritanos, como vai dizer a mulher junto ao poço de Jacó em diálogo com o próprio Jesus: "Respondeu a mulher: 'Sei que deve vir o Messias (que Se chama Cristo). Pois, quando vier, Ele nos fará conhecer todas coisas.'" Jo 4,25
São João Evangelista, de sua mais ampla Teologia, testemunhou: "Todos nós recebemos da Sua plenitude Graça sobre Graça. Pois a Lei foi dada por Moisés, mas a Graça e a Verdade vieram por Jesus Cristo." Jo 1,16-17
E também São Pedro: "O divino poder deu-nos tudo que contribui para a Vida e a piedade, fazendo-nos conhecer Aquele que nos chamou por Sua Glória e Sua Virtude." 2 Pd 1,3
Sem dúvida, a sincera vontade de conhecer a Deus e entender as experiências pelas quais passamos, um dia, num momento de Graça e pela inspiração do Espírito Santo, leva-nos a perceber que já estamos vivenciando o Reino dos Céus e sendo conduzidos à eternidade. Foi o que o Príncipe dos Apóstolos atinou, quando Jesus ofereceu Sua Carne como o Pão do Céu e muitos estranharam, chegando a abandoná-Lo: "Respondeu-Lhe Simão Pedro: 'Senhor, a quem iríamos nós? Tu tens as palavras da Vida Eterna. Nós cremos e sabemos que Tu és o Santo de Deus!'" Jo 6,68-69
Esses místicos instantes vão-se repetindo e aumentando a certeza da presença de Deus em nossas vidas, como os seguidores da tradição de São Paulo disseram: "A fé é o fundamento da esperança, é uma certeza a respeito do que não se vê." Hb 11,1
Ou ele próprio: "Andamos na fé e não pela visão." 2 Cor 5,7
Tão grandiosos são estes êxtases que não há como explicá-los. Simplesmente sentimos e sabemos. E de tão profunda gratidão por essas pessoais revelações, facilmente reconhecemos as demais obras e manifestações de Deus: "Pela fé reconhecemos que o mundo foi formado pela Palavra de Deus, e que as coisas visíveis se originaram do invisível." Hb 11,3
Somos tomados da indizível Paz de Cristo, nas palavras de São Paulo: "Porque Ele é Nossa Paz..." Ef 2,14
E o Verbo passa a abrasar nossos corações, como aconteceu com os discípulos que partiram para Emaús no Domingo da Ressurreição: "Diziam então um para o outro: 'Não nos abrasava o coração, quando Ele (Jesus) nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?'" Lc 24,32
Atestamos, então, essa definição de Jesus: "Deus é Espírito..." Jo 4,24a
Os israelitas foram os primeiros a perceberem-se diante do Deus único. E um inimigo, Aquior, chefe dos amonitas, tratou de alertar Holofernes, marechal do exército assírio: "Esse povo é da raça dos caldeus. Primeiro habitaram na Mesopotâmia, porque recusavam seguir os deuses de seus pais que estavam na Caldeia. Abandonaram os ritos de seus ancestrais, que honravam múltiplas divindades, e passaram a adorar o Deus único do Céu, o Qual lhes ordenou que saíssem daquele país e fossem estabelecer-se na terra de Canaã." Jt 5,6-8
Ora, através de Moisés, Deus mesmo havia-lhes dito: "Não terás outros deuses diante de Minha face." Ex 20,3
Assim, não podemos buscar a Deus como a alguém que se submeteria à nossa vontade, mas com o coração desarmado, em prévia obediência a Seus Mandamentos como o Profeta Sofonias diz: "Buscai o Senhor, vós todos, humildes da Terra, que observais Sua Lei..." Sf 2,3
Pois, de fato, além de Sua manifesta Onipresença, Deus quer dar-Se a conhecer. O Profeta Isaías pregava: "Buscai o Senhor, já que Ele Se deixa encontrar. Invocai-O, já que Ele está perto." Is 55,6
E no desespero de Jó, um amigo tratava de adverti-lo: "Pois Deus fala de uma maneira e de outra e não prestas atenção. Por meio de sonhos, de noturnas visões, quando um profundo sono pesa sobre os humanos, enquanto o homem está adormecido em seu leito, então lhe abre o ouvido e o assusta com Suas aparições a fim de desviá-lo do pecado e preservá-lo do orgulho, para salvar-lhe a alma do fosso, e sua vida, da mortífera seta." Jo 33,14-18
Por suas profundas observações, o Último Apóstolo afirma sobre a fé dos não-judeus: "Desde a Criação do mundo, as invisíveis perfeições de Deus, Seu sempiterno poder e divindade tornam-se visíveis à inteligência por Suas obras, de modo que não podem escusar-se." Rm 1,20
E diz da condição de todos nós, pregando aos gregos em Atenas, no Areópago, e usando palavras de um filósofo local: "A partir de um só homem, Deus fez todo gênero humano para habitar em toda face da Terra. E fixou a sequência dos tempos e os limites para sua habitação, a fim de que os homens procurem a Deus e se esforcem por encontrá-Lo, mesmo que tateando, embora não Se encontre longe de cada um de nós. Porque é n'Ele que temos a vida, o movimento e o ser..." At 17,26-28a
A vida, portanto, só se torna efetivamente plena se viermos a conhecer a Deus, como Ele mesmo falou através do Profeta Amós: "Eis o que diz o Senhor à casa de Israel: 'Buscai-Me e vivereis!'" Am 5,4
E desde que se busque o bem, mesmo quando ainda não se crê, Ele estará sempre por perto: "Buscai o bem e não o mal, e vivereis. E o Senhor Deus dos Exércitos estará convosco..." Am 5,14
Jesus também recomendou buscar as Graças de Deus, garantindo que o Pai não nos tratará com indiferença: "E Eu digo-vos: pedi, e dá-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abri-se-vos-á. Pois todo aquele que pede, recebe; aquele que procura, acha; e ao que bater, abri-se-lhe-á." Lc 11,9-10
Ele mesmo afirmou: "Eis que estou à porta e bato! Se alguém ouvir Minha voz e Me abrir a porta, entrarei em sua casa e cearemos, Eu com ele e ele Comigo." Ap 3,20
E apontou a divina realidade como o mais importante bem em nossas vidas, em comparação a bens materiais: "Antes buscai o Reino de Deus e Sua justiça, e todas estas coisas sê-vos-ão dadas em acréscimo." Mt 6,33
Mas para Jesus não foi fácil revelar-Se. Muitos recusavam-se a acreditar na nova realidade que Ele apresentava, como ainda acontecia com os religiosos de Jerusalém em Sua última Páscoa entre nós: "Embora tivesse feito tantos milagres na presença deles, não acreditavam n'Ele." Jo 12,37
O próprio São João Batista duvidou, após Jesus começar Sua vida pública: "Tendo João, em sua prisão, ouvido falar das obras de Cristo, mandou-Lhe dizer por seus discípulos: 'Sois Vós Aquele que deve vir, ou devemos esperar por outro?'" Mt 11,2-3
Por Sua profunda humanidade, Nosso Salvador muito teve que argumentar, usando de toda simplicidade, e mesmo assim nós sabemos o que Lhe aconteceu: "Se Eu não faço as obras de Meu Pai, não Me creiais. Mas se as faço, e se não quiserdes crer em Mim, crede em Minhas obras, para que saibais e reconheçais que o Pai está em Mim e Eu no Pai." Jo 10,37-38
De situação em situação, Ele sempre insistia com os que estavam Consigo para que tivessem fé, sem nenhum medo ou dúvida, como disse a Jairo, o chefe de sinagoga de Cafarnaum, quando ele recebeu a notícia da morte de sua filha: "Não temas! Apenas crê." Mc 5,36
Sabemos que os Apóstolos e uma multidão O acompanhavam bem de perto, mas, a cada nova situação em que uma cura ou um milagre se faziam necessários, logo se estabelecia uma expectativa de demonstração de poder, ou de espetáculo. Ele, contudo, não deixava de jogar-lhes em face: "Se não virdes milagres e prodígios, não credes..." Jo 4,48
E depois de muito persistir, Ele teve que lhes dizer a desconcertante Verdade a respeito da fé. Com razão, antes que libertação, cura ou Salvação da alma, muitos desejam as divinas Graças apenas por seus mundanos efeitos: ou pedem a mera saúde do corpo ou privilégios materiais, ou querem poder, fama e 'novidades'. Ora, Jesus corrigia os próprios judeus de Jerusalém: "Como podeis crer, vós que recebeis a glória uns dos outros, e não buscais a Glória que é só de Deus?" Jo 5,44
São João Batista, como Ele apontou, era um recente exemplo: "João era uma lâmpada que arde e ilumina. Vós, porém, só por uma hora quisestes alegrar-vos com sua luz." Jo 5,35
Por isso, interrogava-os: "Que fostes ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? Que fostes ver? Um homem vestido de finas roupas? Mas os que vestem preciosas roupas e vivem no luxo estão nos palácios dos reis. Enfim, que fostes ver? Um Profeta? Sim, digo-vos, e mais que Profeta." Jo 7,28b-26
Reclamava da falta de espiritualidade dos próprios religiosos, como disse a Nicodemos, chefe dos fariseus, em Sua primeira visita à Cidade Santa em vida pública: "Se vos tenho falado das terrenas coisas e não Me credes, como crereis se vos falar das celestiais?" Jo 3,12
Aliás, dos próprios Apóstolos: "Tomando então a palavra, Pedro disse: 'Explica-nos esta parábola.' Jesus respondeu: 'Também sois vós de tão pouca compreensão?'" Mt 15,15-16
E pouco antes de Sua Paixão, deixou uma grave sentença para os que, mesmo conhecendo de Sua obra e Palavra, na prática, preferem viver em pecado, abominando a santidade: "Se Eu não viesse e não lhes tivesse falado, não teriam pecado. Mas agora não há desculpa para seu pecado. Se Eu não tivesse feito entre eles obras, como nenhum outro fez, não teriam pecado. Mas agora as viram e odiaram a Mim e a Meu Pai. Foi, porém, para que se cumpra a Palavra que está escrita na Sua Lei: 'Odiaram-Me sem motivo (Sl 34,19;68,5).'" Jo 15,22.24-25
De fato, o pecado, segundo Ele, consiste exatamente em não percebê-Lo como o Salvador, como disse aos Seus seguidores na noite da Santa Ceia: "Entretanto, digo-vos a Verdade: a vós convém que Eu vá! Porque, se Eu não for, o Paráclito não virá a vós. Mas se Eu for, enviá-Lo-ei. Ele convencerá o mundo a respeito do pecado, que consiste em não crer em Mim." Jo 16,7.9
Pois, definitivamente, esta é a grande obra de Deus. Interrogado pelo povo... : "Respondeu-lhes Jesus: 'A obra de Deus é esta: que creiais n'Aquele que Ele enviou.'" Jo 6,29
A LINGUAGEM DE DEUS
Por isso, falando sobre Jesus mesmo antes de batizá-Lo, São João Batista avisava aos sacerdotes, levitas e fariseus: "... mas no meio de vós está Quem vós não conheceis." Jo 1,26
E dizia aos seus seguidores da plena Unção de Nosso Senhor: "Com efeito, Aquele que Deus enviou fala a linguagem de Deus, porque Ele concede o Espírito sem medidas." Jo 3,34
O próprio Jesus atestaria esse diferencial, quando questionou os judeus: "Por que não compreendeis Minha linguagem?" Jo 8,43a
Realmente estava diante de um terrível obstáculo: "... Minha Palavra não penetra em vós." Jo 8,37b
De fato, essa é a mais grave consequência dos erros do livre arbítrio, mas Ele não declina de apontar: "Quem é de Deus ouve as palavras de Deus, e se vós não as ouvis é porque não sois de Deus." Jo 8,47
E disse aos religiosos de Seu tempo, aludindo à Sua própria Ressurreição: "Se não ouvirem a Moisés e aos Profetas, tampouco se deixarão convencer ainda que algum dos mortos ressuscite." Lc 16,31
O Amado Discípulo, desde o início da narrativa de Sua vida, já informava Seu infortúnio, que ainda hoje acontece: "Veio para o que era Seu, mas os Seus não O receberam." Jo 1,11
E ao final de seu Evangelho diz com todas letras a intenção que teve ao relatar Seus milagres: "Mas estes foram escritos, para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais a Vida em Seu Nome." Jo 20,31
Ora, Jesus sabia que Sua Paixão seria uma frustração para os próprios Apóstolos: "Esta noite serei para todos vós uma ocasião de queda. Porque está escrito: 'Ferirei o Pastor, e as ovelhas do rebanho serão dispersadas (Zc 13,7).' Mas depois de Minha Ressurreição, Eu precedê-vos-ei na Galileia." Mt 26,31-32
E mesmo após ressuscitar, Ele vai dizer a dois de Seus discípulos, que deixaram Jerusalém no Domingo da Ressurreição apesar dos testemunhos que ouviram: "Jesus disse-lhes: 'Ó gente sem inteligência! Como sois tardos de coração para crerdes em tudo que anunciaram os Profetas! Porventura não era necessário que Cristo sofresse essas coisas e assim entrasse em Sua Glória?'" Lc 24,25-26
São Paulo abordou essa importante questão na Primeira Carta aos Coríntios: "Ora, nós não recebemos o espírito do mundo, mas sim o Espírito que vem de Deus, que nos dá a conhecer as Graças que Deus nos prodigalizou e que pregamos numa linguagem que nos foi ensinada não pela sabedoria humana, mas pelo Espírito, que exprime coisas espirituais em termos espirituais." 1 Cor 2,12-13
E também reclamou deles: "A vós, irmãos, não pude falar-vos como a homens espirituais, mas como a carnais, como a criancinhas em Cristo. Eu dei-vos leite a beber, e não sólido alimento porque ainda não podíeis suportar. Nem ainda agora o podeis, porque ainda sois carnais. Com efeito, enquanto houver entre vós ciúmes e contendas, não será porque sois carnais e procedeis de um totalmente humano modo?" 1 Cor 3,1-3
Assim como reclamou dos romanos: "Vou servir-me de corrente linguagem entre os homens, por causa da fraqueza de vossa carne." Rm 6,19a
Dizia, entretanto, que não se tratava de palavreado, sutileza ou falsos cuidados, mas de interpretação da mais pura realidade: "Cristo não me enviou para batizar, mas para pregar o Evangelho. E isso sem recorrer à habilidade da arte da oratória, para que não se desvirtue a Cruz de Cristo. A linguagem da Cruz é loucura para os que se perdem, mas, para os que foram salvos, para nós, é uma divina força. Está escrito: 'Destruirei a sabedoria dos sábios, e anularei a prudência dos prudentes (Is 29,14).'" 1 Cor 1,17-19
Por isso, ele vai recomendar, além da Sã Doutrina, total comedimento de palavras a São Tito: "Igualmente exorta os moços a serem morigerados, e em tudo mostra-te modelo de bom comportamento: pela integridade na Doutrina, gravidade, sã e irrepreensível linguagem, para que o adversário seja confundido, não tendo de nós mal algum a dizer." Tt 2,6-8
E também reclamou deles: "A vós, irmãos, não pude falar-vos como a homens espirituais, mas como a carnais, como a criancinhas em Cristo. Eu dei-vos leite a beber, e não sólido alimento porque ainda não podíeis suportar. Nem ainda agora o podeis, porque ainda sois carnais. Com efeito, enquanto houver entre vós ciúmes e contendas, não será porque sois carnais e procedeis de um totalmente humano modo?" 1 Cor 3,1-3
Assim como reclamou dos romanos: "Vou servir-me de corrente linguagem entre os homens, por causa da fraqueza de vossa carne." Rm 6,19a
Dizia, entretanto, que não se tratava de palavreado, sutileza ou falsos cuidados, mas de interpretação da mais pura realidade: "Cristo não me enviou para batizar, mas para pregar o Evangelho. E isso sem recorrer à habilidade da arte da oratória, para que não se desvirtue a Cruz de Cristo. A linguagem da Cruz é loucura para os que se perdem, mas, para os que foram salvos, para nós, é uma divina força. Está escrito: 'Destruirei a sabedoria dos sábios, e anularei a prudência dos prudentes (Is 29,14).'" 1 Cor 1,17-19
Por isso, ele vai recomendar, além da Sã Doutrina, total comedimento de palavras a São Tito: "Igualmente exorta os moços a serem morigerados, e em tudo mostra-te modelo de bom comportamento: pela integridade na Doutrina, gravidade, sã e irrepreensível linguagem, para que o adversário seja confundido, não tendo de nós mal algum a dizer." Tt 2,6-8
O mesmo aconteceu com os seguidores de sua tradição, que escreveram aos hebreus: "Teríamos muita coisa a dizer sobre isso, e coisas bem difíceis de explicar dada vossa lentidão em compreender... A julgar pelo tempo, já devíeis ser mestres! Contudo, ainda necessitais que vos ensinem os primeiros rudimentos da Palavra de Deus. E tornastes-vos tais que precisais de leite em vez de sólido alimento! Ora, quem se alimenta de leite não é capaz de compreender uma profunda doutrina, porque é ainda criança. Mas o sólido alimento é para os adultos, para aqueles que a experiência já exercitou na distinção do bem e do mal." Hb 5,11-14
E São Pedro provoca: "Como recém-nascidos, com ardor desejai o leite espiritual que vos fará crescer para a Salvação, se é que tendes saboreado quão suave é o Senhor (Sl 33,9)." 1 Pd 2,2-3
E São Pedro provoca: "Como recém-nascidos, com ardor desejai o leite espiritual que vos fará crescer para a Salvação, se é que tendes saboreado quão suave é o Senhor (Sl 33,9)." 1 Pd 2,2-3
Mas tal qual Jesus previu (cf. Lc 18,8), o Apóstolo dos Gentios avisa a São Timóteo da grande apostasia, durante a qual surgiriam falsos mestres: "Nota bem o seguinte: nos últimos dias haverá um difícil período. Os homens tornar-se-ão egoístas, avarentos, fanfarrões, soberbos, rebeldes aos pais, ingratos, malvados, desalmados, desleais, caluniadores, devassos, cruéis, inimigos dos bons, traidores, insolentes, cegos de orgulho, amigos dos prazeres e não de Deus, ostentarão a aparência de piedade, mas desdenharão de sua autoridade. Dessa gente, afasta-te! Deles fazem parte aqueles que jeitosamente se insinuam pelas casas e enfeitiçam mulherzinhas carregadas de pecados, atormentadas por toda espécie de paixões, sempre a aprender sem nunca chegar ao conhecimento da Verdade." 2 Tm 3,1-7
Falou de futilidades e de religiões de conveniência: "Porque virá tempo em que os homens já não suportarão a Sã Doutrina da Salvação. Levados pelas próprias paixões e pelo prurido de escutar novidades, ajustarão mestres para si. Apartarão os ouvidos da Verdade e atirar-se-ão às fábulas." 2 Tm 4,3-4
E dada a repercussão da Ressurreição do Senhor àqueles tempos, bem como a atividade dos Apóstolos e dos cristãos, ele fulminou: "Se nosso Evangelho ainda estiver encoberto, está encoberto para aqueles que se perdem, para os incrédulos, cujas inteligências o deus deste mundo obcecou a tal ponto que não percebem a Luz do Evangelho, onde resplandece a Glória de Cristo, que é a imagem de Deus. De fato, não pregamos a nós mesmos, mas a Jesus Cristo, o Senhor. Quanto a nós, consideramo-nos vossos servos por amor a Jesus. Porque Deus que disse: 'Das trevas brilhe a Luz', também é Aquele que fez brilhar Sua Luz em nossos corações, para que irradiássemos o conhecimento do esplendor de Deus, que se reflete na face de Cristo. Porém, temos este tesouro em vasos de barro, para que claramente transpareça que este extraordinário poder provém de Deus e não de nós." 2 Cor 4,3-7
Pedia, portanto, sincera modéstia, pois bem sabia que a fé é um dom de Deus: "Em virtude da Graça que me foi dada, recomendo a todos e a cada um: não façam de si próprios uma opinião maior do que convém, mas um razoavelmente modesto conceito, de acordo com o grau de fé que Deus lhes distribuiu." Rm 12,3
Pois ele e seus companheiros sempre perceberam Quem estava à frente do anúncio do Evangelho: "Dali embarcaram para Antioquia, de onde tinham saído, entregues à Graça de Deus, para o trabalho que haviam realizado. Chegando ali, reuniram a comunidade. Contaram-lhe tudo que Deus fizera por meio deles, e como havia aberto a porta da fé aos pagãos." At 14,26-27
E dada a repercussão da Ressurreição do Senhor àqueles tempos, bem como a atividade dos Apóstolos e dos cristãos, ele fulminou: "Se nosso Evangelho ainda estiver encoberto, está encoberto para aqueles que se perdem, para os incrédulos, cujas inteligências o deus deste mundo obcecou a tal ponto que não percebem a Luz do Evangelho, onde resplandece a Glória de Cristo, que é a imagem de Deus. De fato, não pregamos a nós mesmos, mas a Jesus Cristo, o Senhor. Quanto a nós, consideramo-nos vossos servos por amor a Jesus. Porque Deus que disse: 'Das trevas brilhe a Luz', também é Aquele que fez brilhar Sua Luz em nossos corações, para que irradiássemos o conhecimento do esplendor de Deus, que se reflete na face de Cristo. Porém, temos este tesouro em vasos de barro, para que claramente transpareça que este extraordinário poder provém de Deus e não de nós." 2 Cor 4,3-7
Pedia, portanto, sincera modéstia, pois bem sabia que a fé é um dom de Deus: "Em virtude da Graça que me foi dada, recomendo a todos e a cada um: não façam de si próprios uma opinião maior do que convém, mas um razoavelmente modesto conceito, de acordo com o grau de fé que Deus lhes distribuiu." Rm 12,3
Pois ele e seus companheiros sempre perceberam Quem estava à frente do anúncio do Evangelho: "Dali embarcaram para Antioquia, de onde tinham saído, entregues à Graça de Deus, para o trabalho que haviam realizado. Chegando ali, reuniram a comunidade. Contaram-lhe tudo que Deus fizera por meio deles, e como havia aberto a porta da fé aos pagãos." At 14,26-27
Também viu o que aconteceu em Filipo, com a primeira pessoa daí a acolher o Evangelho, Lídia de Tiatira, como São Lucas anotou: "O Senhor abriu-lhe o coração para atender às coisas que Paulo dizia." At 16,14b
E isso era uma constante, segundo ele mesmo: "Quando cheguei a Trôade para pregar o Evangelho de Cristo, apesar da porta que o Senhor me abriu... Mas graças sejam dadas a Deus, que sempre nos concede triunfar em Cristo, e que por nosso meio difunde o perfume de Seu conhecimento em todo lugar." 2 Cor 2,12.14
Ora, o próprio Jesus usou deste recurso quando apareceu aos Apóstolos pela primeira vez, após ressuscitar: "Abriu-lhes então o espírito para que compreendessem as Escrituras..." Lc 24,45
Por isso, São Paulo dava exemplo: "Fiz-me fraco com os fracos, a fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, a fim de salvar a todos." 1 Cor 9,22
A meta, no entanto, é sempre continuar no crescimento espiritual: "Contudo, seja qual for o grau a que chegamos, o que importa é decididamente prosseguir." Fl 3,16
São Pedro exorta no mesmo sentido:"Mas progredi na Graça e no conhecimento de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo." 2 Pd 3,18a
A meta, no entanto, é sempre continuar no crescimento espiritual: "Contudo, seja qual for o grau a que chegamos, o que importa é decididamente prosseguir." Fl 3,16
São Pedro exorta no mesmo sentido:"Mas progredi na Graça e no conhecimento de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo." 2 Pd 3,18a
E o Último Apóstolo exalta a importância de ouvir a pregação: "Logo, a fé provém da pregação, e a pregação exerce-se em razão da Palavra de Cristo." Rm 10,17
Jesus, aliás, vai dizer aos próprios membros da diocese de Laodiceia, uma das sete da 'Ásia' ao tempo da redação do Livro do Apocalipse: "Pois dizes: 'Sou rico, faço bons negócios, de nada necessito', e não sabes que és infeliz, miserável, pobre, cego e nu. Aconselho-te que de Mim compres ouro provado ao fogo, para ficares rico; alvas roupas para vestir-te, a fim de que a vergonha de tua nudez não apareça; e um colírio para ungir os olhos, de modo que possas ver claro." Ap 3,17-18
São João Evangelista, pois, distinguia: "Nisto reconhece-se o Espírito de Deus: todo espírito que proclama que o Cristo encarnou em Jesus é de Deus; todo espírito que não proclama Jesus, esse não é de Deus, mas é o espírito do Anticristo, de cuja vinda tendes ouvido e agora já está no mundo." 1 Jo 4,2-3
E falando sobre o Pai, ele diz que o próprio Jesus é Seu principal testemunho: "Aquele que não crê em Deus, d'Ele faz mentiroso, porque não crê no testemunho que Ele deu em favor de Seu Filho." 1 Jo 5,10b
DEUS JESUS
São Filipe, um dos Doze Apóstolos, diante de tantos milagres ainda insistia em ver o Pai, como Jesus chamava Deus, quando foi compelido a mais profundamente refletir sobre Quem era Aquele que estava à sua frente. Disse-lhe Jesus: "Há tanto tempo que estou convosco e não Me conheceste, Filipe! Aquele que Me viu, também viu o Pai. Como dizes, pois: 'Mostra-nos o Pai...'?" Jo 14,9
E ao afirmar que Ele mesmo ressuscitaria quem comungasse do Santíssimo Sacramento, Jesus deixou implícito que Ele é Deus: "Quem come Minha Carne e bebe Meu Sangue tem a Vida Eterna. E Eu ressuscitá-lo-ei no Último Dia." Jo 6,54
São Paulo, de sua singular inspiração, confirma Sua divindade: "Ele é a imagem de Deus invisível, o Primogênito de toda Criação. N'Ele foram criadas todas coisas nos Céus e na Terra, as criaturas visíveis e as invisíveis. Ele existe antes de todas coisas, e todas coisas subsistem n'Ele. Ele é a Cabeça do Corpo, da Igreja. Porque aprouve a Deus fazer n'Ele habitar toda plenitude..." Cl 1,15-17.18a.19
Mas as dúvidas dos Apóstolos não se sanaram com a resposta dada a Filipe. Antes da primeira aparição de Jesus, lá estavam os Apóstolos afundados em tristeza, apesar do testemunho de São Pedro, Santa Maria Madalena, Santa Maria de Cleófas e dos discípulos que O viram em Emaús. E mais uma vez Jesus vai reclamar-lhes a falta de fé: "Por fim, apareceu aos Onze, quando estavam sentados à mesa, e censurou-lhes a incredulidade e dureza de coração, por não acreditarem naqueles que O tinham visto ressuscitado." Mc 16,14
Muitos deles ainda desprezavam a inspiração como meio de perceber a divina realidade, mas havia sido exatamente esse o motivo da primazia de São Pedro sobre os demais Apóstolos. Ao declarar que Jesus era o Cristo, ele ouviu essa resposta: "Feliz és, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que te revelou isto, mas Meu Pai que está nos Céus." Mt 16,17
De fato, Ele vai categoricamente afirmar: "Ninguém pode vir a Mim se o Pai, que Me enviou, não o atrair..." Jo 6,44a
E falando à samaritana próximo ao poço de Jacó, disse que tal concessão é um dom: "Se conhecesses o dom de Deus e Quem é que te diz: 'Dá-Me de beber', certamente pedirias tu mesma e Ele dá-te-ia Água Viva." Jo 4,10
Propunha, contudo, um prático exame de Seus ensinamentos, alegando sua divina origem: "Se alguém quiser cumprir a Vontade de Deus, distinguirá se Minha Doutrina é de Deus ou se falo de Mim mesmo." Jo 7,17
Aos que teimam e cultuam espúrias doutrinas, os prognósticos não eram nada interessante: "Então aproximaram-se dele Seus discípulos e disseram-Lhe: 'Sabes que os fariseus se escandalizaram com as palavras que ouviram?' Jesus respondeu: 'Toda planta que Meu Pai Celeste não plantou será arrancada pela raiz. Deixai-os. São cegos e guias de cegos. Ora, se um cego conduz a outro, tombarão ambos na mesma vala.'" Mt 15,12-14
E por força de Sua divindade, a Si mesmo acabou restringindo o próprio acesso ao conhecimento de Deus: "... ninguém vem ao Pai senão por Mim." Jo 14,6b
Aliás, falava de Sua Comunhão com o Pai como absolutamente hermética: "Todas coisas foram-Me dadas por Meu Pai. Ninguém conhece o Filho, senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho quiser revelá-Lo." Mt 11,27
Rezando ao Pai, voltou a mencionar o estritamente pessoal caráter da Revelação: "Manifestei Teu Nome aos homens que do mundo Me deste. Agora eles reconheceram que todas coisas que Me deste procedem de Ti." Jo 17,6a.7
São João Evangelista testemunha: "Sabemos que o Filho de Deus veio e nos deu entendimento para conhecermos o Verdadeiro. E estamos no Verdadeiro, nós que estamos em Seu Filho Jesus Cristo. Este é o Verdadeiro Deus e a Vida Eterna." 1 Jo 5,20
E ao anunciar Seu poder para ressuscitar os mortos, Jesus sentenciou: "Desse modo, todos honrarão o Filho, bem como honram o Pai. Aquele que não honra o Filho, não honra o Pai, que O enviou." Jo 5,23
O destino dos Apóstolos, portanto, assim como de todo cristão, não podia ser muito diferente do de Cristo, e pelo mesmo motivo. Ele advertiu-lhes: "Lembrai-vos da Palavra que vos disse: 'O servo não é maior que Seu Senhor.' Se Me perseguiram, também hão de perseguir-vos. Mas tudo isso fá-vos-ão por causa de Meu Nome, porque não conhecem Aquele que Me enviou. Aquele que Me odeia, também odeia a Meu Pai." Jo 15,20-21.23
E deu essa breve explicação: "Procederão deste modo porque não conheceram o Pai, nem a Mim." Jo 16,3
Enfim, São Tomé, ao persistir em duvidar da Ressurreição mesmo diante de tantos relatos, também teve que ser corrigido por Jesus, em Sua segunda aparição ao Colégio dos Apóstolos: "Creste, porque Me viste. Felizes aqueles que creem sem ter visto!" Jo 20,29
São Paulo, por sua vez, vai atestar a imprescindível participação do Divino Paráclito neste feito: "... ninguém pode dizer: Jesus é o Senhor, senão sob a ação do Espírito Santo." 1 Cor 12,3b
Jesus até admitia que Sua encarnação fosse incompreendida, pois o conceito da Santíssima Trindade seria posterior capítulo, mas não a moção do Espírito de Deus, que se blasfemada não terá automático perdão pela Divina Misericórdia. Ou seja, carece de arrependimento: "Por isso, Eu digo-vos: todo pecado e toda blasfêmia serão perdoados aos homens, mas a blasfêmia contra o Espírito não lhes será perdoada. Todo aquele que tiver falado contra o Filho do Homem, será perdoado. Se, porém, falar contra o Espírito Santo, não alcançará perdão nem neste século nem no vindouro." Mt 12,32
Nesse sentido, as orações de São Paulo eram para que Deus nos concedesse aprofundamento no conhecimento de Si mesmo, pela Graça de Seu Santo Espírito, pois assim Suas manifestações em nosso favor seriam cada vez mais evidentes: "... não cesso de dar graças por vós, lembrando-me sempre de vós, em minhas orações, suplicando ao Deus de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Glorioso Pai, que vos dê o Espírito da Sabedoria e da Revelação para que O conheçais de Verdade. Que Ele ilumine os olhos de vosso coração para que conheçais a esperança à qual Ele vos chama, a riqueza da Glória que Ele nos dá em herança entre os santos, e a extraordinária grandeza do poder que Ele exerce, segundo o vigor de Sua poderosa força, em favor de nós, que cremos." Ef 1,16-19
Pregava mesmo uma radical mudança de vida: "Porque o desejo da carne é hostil a Deus, pois a carne não se submete à Lei de Deus, e nem o pode. Aqueles que vivem segundo a carne não podem agradar a Deus. Vós, porém, não viveis segundo a carne, mas segundo o espírito, se realmente o Espírito de Deus habita em vós. Se alguém não possui o Espírito de Cristo, este não é d'Ele." Rm 8,7-9
Sabia a longa distância que ia do incauto ao ungido: "Mas o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, pois para ele são loucuras. Nem pode compreendê-las, porque é pelo Espírito que se devem ponderar." 1 Cor 2,14
E chega a questionar a fé dos efésios: "Portanto, eis o que digo e conjuro no Senhor: não persistais em viver como os pagãos, que andam à mercê de suas frívolas ideias. Têm o entendimento obscurecido. Sua ignorância e o endurecimento de seu coração mantêm-nos afastados da Vida de Deus. Vós, porém, não foi para isto que vos tornastes discípulos de Cristo, se é que O ouvistes e d'Ele aprendestes, como convém à Verdade em Jesus." Ef 4,17-18.20-21
Ele rezava para que conhecêssemos a vontade de Deus e que permanentemente fizéssemos apenas o que Lhe agrada, assim demonstrando aos nossos irmãos Sua presença em nós: "... não cessamos de orar por vós e de suplicar para que chegueis a conhecer plenamente a vontade de Deus, com toda Sabedoria e espiritual discernimento. Assim, levareis uma vida digna do Senhor, agradando-Lhe em tudo, frutificando em toda boa obra e crescendo no conhecimento de Deus. Também suplicamos a Deus que vos fortifique com todo vigor por Seu glorioso poder, para que vos firmeis na constância e na paciência." Cl 1,9-11
Pois a vontade de Deus, bem conhecida ou não, será o critério do Juízo, definindo como destino o Céu, o inferno ou as intermediárias punições do Purgatório. Jesus explicou: "Aquele servo que conheceu a vontade de Seu Senhor, mas não se preparou e não agiu conforme Sua vontade, será açoitado muitas vezes. Todavia, aquele que não a conheceu e tiver feito coisas dignas de chicotadas, será açoitado poucas vezes. Àquele a quem muito se deu, muito será pedido, e a quem muito se houver confiado, mais será reclamado." Lc 12,47-48
Por fim, temos uma preciosa garantia de Jesus, quando disse que Se manifestaria àqueles que O amam: "Aquele que tem Meus Mandamentos e os guarda, esse é que Me ama. E aquele que Me ama será amado por Meu Pai, e Eu amá-lo-ei e manifestar-Me-ei a ele." Jo 14,21
Cabe a nós, portanto, movidos por Seu Espírito, amá-Lo guardando Seus Mandamentos, para cada vez mais perceber Suas manifestações e testemunhá-las com a mais serena e absoluta convicção. São Pedro recomendava: "Estai sempre prontos a responder para vossa defesa a todo aquele que vos pedir a razão de vossa esperança, mas fazei-o com suavidade e respeito." 1 Pd 3,15
"Tornai viva nossa fé, nossa esperança!"
Jesus, aliás, vai dizer aos próprios membros da diocese de Laodiceia, uma das sete da 'Ásia' ao tempo da redação do Livro do Apocalipse: "Pois dizes: 'Sou rico, faço bons negócios, de nada necessito', e não sabes que és infeliz, miserável, pobre, cego e nu. Aconselho-te que de Mim compres ouro provado ao fogo, para ficares rico; alvas roupas para vestir-te, a fim de que a vergonha de tua nudez não apareça; e um colírio para ungir os olhos, de modo que possas ver claro." Ap 3,17-18
São João Evangelista, pois, distinguia: "Nisto reconhece-se o Espírito de Deus: todo espírito que proclama que o Cristo encarnou em Jesus é de Deus; todo espírito que não proclama Jesus, esse não é de Deus, mas é o espírito do Anticristo, de cuja vinda tendes ouvido e agora já está no mundo." 1 Jo 4,2-3
E falando sobre o Pai, ele diz que o próprio Jesus é Seu principal testemunho: "Aquele que não crê em Deus, d'Ele faz mentiroso, porque não crê no testemunho que Ele deu em favor de Seu Filho." 1 Jo 5,10b
DEUS JESUS
São Filipe, um dos Doze Apóstolos, diante de tantos milagres ainda insistia em ver o Pai, como Jesus chamava Deus, quando foi compelido a mais profundamente refletir sobre Quem era Aquele que estava à sua frente. Disse-lhe Jesus: "Há tanto tempo que estou convosco e não Me conheceste, Filipe! Aquele que Me viu, também viu o Pai. Como dizes, pois: 'Mostra-nos o Pai...'?" Jo 14,9
E ao afirmar que Ele mesmo ressuscitaria quem comungasse do Santíssimo Sacramento, Jesus deixou implícito que Ele é Deus: "Quem come Minha Carne e bebe Meu Sangue tem a Vida Eterna. E Eu ressuscitá-lo-ei no Último Dia." Jo 6,54
São Paulo, de sua singular inspiração, confirma Sua divindade: "Ele é a imagem de Deus invisível, o Primogênito de toda Criação. N'Ele foram criadas todas coisas nos Céus e na Terra, as criaturas visíveis e as invisíveis. Ele existe antes de todas coisas, e todas coisas subsistem n'Ele. Ele é a Cabeça do Corpo, da Igreja. Porque aprouve a Deus fazer n'Ele habitar toda plenitude..." Cl 1,15-17.18a.19
Mas as dúvidas dos Apóstolos não se sanaram com a resposta dada a Filipe. Antes da primeira aparição de Jesus, lá estavam os Apóstolos afundados em tristeza, apesar do testemunho de São Pedro, Santa Maria Madalena, Santa Maria de Cleófas e dos discípulos que O viram em Emaús. E mais uma vez Jesus vai reclamar-lhes a falta de fé: "Por fim, apareceu aos Onze, quando estavam sentados à mesa, e censurou-lhes a incredulidade e dureza de coração, por não acreditarem naqueles que O tinham visto ressuscitado." Mc 16,14
Muitos deles ainda desprezavam a inspiração como meio de perceber a divina realidade, mas havia sido exatamente esse o motivo da primazia de São Pedro sobre os demais Apóstolos. Ao declarar que Jesus era o Cristo, ele ouviu essa resposta: "Feliz és, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que te revelou isto, mas Meu Pai que está nos Céus." Mt 16,17
De fato, Ele vai categoricamente afirmar: "Ninguém pode vir a Mim se o Pai, que Me enviou, não o atrair..." Jo 6,44a
E falando à samaritana próximo ao poço de Jacó, disse que tal concessão é um dom: "Se conhecesses o dom de Deus e Quem é que te diz: 'Dá-Me de beber', certamente pedirias tu mesma e Ele dá-te-ia Água Viva." Jo 4,10
Propunha, contudo, um prático exame de Seus ensinamentos, alegando sua divina origem: "Se alguém quiser cumprir a Vontade de Deus, distinguirá se Minha Doutrina é de Deus ou se falo de Mim mesmo." Jo 7,17
Aos que teimam e cultuam espúrias doutrinas, os prognósticos não eram nada interessante: "Então aproximaram-se dele Seus discípulos e disseram-Lhe: 'Sabes que os fariseus se escandalizaram com as palavras que ouviram?' Jesus respondeu: 'Toda planta que Meu Pai Celeste não plantou será arrancada pela raiz. Deixai-os. São cegos e guias de cegos. Ora, se um cego conduz a outro, tombarão ambos na mesma vala.'" Mt 15,12-14
E por força de Sua divindade, a Si mesmo acabou restringindo o próprio acesso ao conhecimento de Deus: "... ninguém vem ao Pai senão por Mim." Jo 14,6b
Aliás, falava de Sua Comunhão com o Pai como absolutamente hermética: "Todas coisas foram-Me dadas por Meu Pai. Ninguém conhece o Filho, senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho quiser revelá-Lo." Mt 11,27
Rezando ao Pai, voltou a mencionar o estritamente pessoal caráter da Revelação: "Manifestei Teu Nome aos homens que do mundo Me deste. Agora eles reconheceram que todas coisas que Me deste procedem de Ti." Jo 17,6a.7
São João Evangelista testemunha: "Sabemos que o Filho de Deus veio e nos deu entendimento para conhecermos o Verdadeiro. E estamos no Verdadeiro, nós que estamos em Seu Filho Jesus Cristo. Este é o Verdadeiro Deus e a Vida Eterna." 1 Jo 5,20
E ao anunciar Seu poder para ressuscitar os mortos, Jesus sentenciou: "Desse modo, todos honrarão o Filho, bem como honram o Pai. Aquele que não honra o Filho, não honra o Pai, que O enviou." Jo 5,23
O destino dos Apóstolos, portanto, assim como de todo cristão, não podia ser muito diferente do de Cristo, e pelo mesmo motivo. Ele advertiu-lhes: "Lembrai-vos da Palavra que vos disse: 'O servo não é maior que Seu Senhor.' Se Me perseguiram, também hão de perseguir-vos. Mas tudo isso fá-vos-ão por causa de Meu Nome, porque não conhecem Aquele que Me enviou. Aquele que Me odeia, também odeia a Meu Pai." Jo 15,20-21.23
E deu essa breve explicação: "Procederão deste modo porque não conheceram o Pai, nem a Mim." Jo 16,3
Enfim, São Tomé, ao persistir em duvidar da Ressurreição mesmo diante de tantos relatos, também teve que ser corrigido por Jesus, em Sua segunda aparição ao Colégio dos Apóstolos: "Creste, porque Me viste. Felizes aqueles que creem sem ter visto!" Jo 20,29
São Paulo, por sua vez, vai atestar a imprescindível participação do Divino Paráclito neste feito: "... ninguém pode dizer: Jesus é o Senhor, senão sob a ação do Espírito Santo." 1 Cor 12,3b
Jesus até admitia que Sua encarnação fosse incompreendida, pois o conceito da Santíssima Trindade seria posterior capítulo, mas não a moção do Espírito de Deus, que se blasfemada não terá automático perdão pela Divina Misericórdia. Ou seja, carece de arrependimento: "Por isso, Eu digo-vos: todo pecado e toda blasfêmia serão perdoados aos homens, mas a blasfêmia contra o Espírito não lhes será perdoada. Todo aquele que tiver falado contra o Filho do Homem, será perdoado. Se, porém, falar contra o Espírito Santo, não alcançará perdão nem neste século nem no vindouro." Mt 12,32
Nesse sentido, as orações de São Paulo eram para que Deus nos concedesse aprofundamento no conhecimento de Si mesmo, pela Graça de Seu Santo Espírito, pois assim Suas manifestações em nosso favor seriam cada vez mais evidentes: "... não cesso de dar graças por vós, lembrando-me sempre de vós, em minhas orações, suplicando ao Deus de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Glorioso Pai, que vos dê o Espírito da Sabedoria e da Revelação para que O conheçais de Verdade. Que Ele ilumine os olhos de vosso coração para que conheçais a esperança à qual Ele vos chama, a riqueza da Glória que Ele nos dá em herança entre os santos, e a extraordinária grandeza do poder que Ele exerce, segundo o vigor de Sua poderosa força, em favor de nós, que cremos." Ef 1,16-19
Pregava mesmo uma radical mudança de vida: "Porque o desejo da carne é hostil a Deus, pois a carne não se submete à Lei de Deus, e nem o pode. Aqueles que vivem segundo a carne não podem agradar a Deus. Vós, porém, não viveis segundo a carne, mas segundo o espírito, se realmente o Espírito de Deus habita em vós. Se alguém não possui o Espírito de Cristo, este não é d'Ele." Rm 8,7-9
Sabia a longa distância que ia do incauto ao ungido: "Mas o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, pois para ele são loucuras. Nem pode compreendê-las, porque é pelo Espírito que se devem ponderar." 1 Cor 2,14
E chega a questionar a fé dos efésios: "Portanto, eis o que digo e conjuro no Senhor: não persistais em viver como os pagãos, que andam à mercê de suas frívolas ideias. Têm o entendimento obscurecido. Sua ignorância e o endurecimento de seu coração mantêm-nos afastados da Vida de Deus. Vós, porém, não foi para isto que vos tornastes discípulos de Cristo, se é que O ouvistes e d'Ele aprendestes, como convém à Verdade em Jesus." Ef 4,17-18.20-21
Ele rezava para que conhecêssemos a vontade de Deus e que permanentemente fizéssemos apenas o que Lhe agrada, assim demonstrando aos nossos irmãos Sua presença em nós: "... não cessamos de orar por vós e de suplicar para que chegueis a conhecer plenamente a vontade de Deus, com toda Sabedoria e espiritual discernimento. Assim, levareis uma vida digna do Senhor, agradando-Lhe em tudo, frutificando em toda boa obra e crescendo no conhecimento de Deus. Também suplicamos a Deus que vos fortifique com todo vigor por Seu glorioso poder, para que vos firmeis na constância e na paciência." Cl 1,9-11
Pois a vontade de Deus, bem conhecida ou não, será o critério do Juízo, definindo como destino o Céu, o inferno ou as intermediárias punições do Purgatório. Jesus explicou: "Aquele servo que conheceu a vontade de Seu Senhor, mas não se preparou e não agiu conforme Sua vontade, será açoitado muitas vezes. Todavia, aquele que não a conheceu e tiver feito coisas dignas de chicotadas, será açoitado poucas vezes. Àquele a quem muito se deu, muito será pedido, e a quem muito se houver confiado, mais será reclamado." Lc 12,47-48
Por fim, temos uma preciosa garantia de Jesus, quando disse que Se manifestaria àqueles que O amam: "Aquele que tem Meus Mandamentos e os guarda, esse é que Me ama. E aquele que Me ama será amado por Meu Pai, e Eu amá-lo-ei e manifestar-Me-ei a ele." Jo 14,21
Cabe a nós, portanto, movidos por Seu Espírito, amá-Lo guardando Seus Mandamentos, para cada vez mais perceber Suas manifestações e testemunhá-las com a mais serena e absoluta convicção. São Pedro recomendava: "Estai sempre prontos a responder para vossa defesa a todo aquele que vos pedir a razão de vossa esperança, mas fazei-o com suavidade e respeito." 1 Pd 3,15
"Tornai viva nossa fé, nossa esperança!"