quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Não há Deus sem Jesus


    Jesus, sem dúvida, 'interpôs-Se' entre Deus e o mundo, apresentou-Se como o único caminho que leva ao Pai. Ele disse aos Apóstolos após a Santa Ceia, como o Evangelho segundo São João registrou: "Ninguém vem ao Pai senão por Mim." Jo 14,6b
    Afirmou, ao fim da preparação que deu aos Apóstolos na narrativa do Evangelho segundo São Mateus, que só era possível conhecer o Pai se Ele O revelasse: "Ninguém conhece o Filho, senão o Pai. E ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho quiser revelá-Lo." Mt 11,27b
    Nas primeiras palavras de São João Evangelista, as próprias visões que até então se tinha de Deus seriam meras representações, e só em Jesus chegariam à plenitude: "Ninguém jamais viu Deus. O Único Filho, que está no seio do Pai, foi Quem O revelou." Jo 1,18
    E na Segunda Carta de São João, ele foi categórico: "Todo aquele que caminha sem rumo e não permanece na Doutrina de Cristo, não tem Deus. Quem permanece na Doutrina, este possui o Pai e o Filho." 2 Jo 1,9
    Só por Jesus, portanto, devemos viver, porque assim é o projeto do Pai. É o que a Primeira Carta de São João diz: "Nisto manifestou-se o amor de Deus para conosco: em ter-nos enviado ao mundo Seu Único Filho, para que por Ele vivamos." 1 Jo 4,9
    A Primeira Carta de São Paulo aos Tessalonicenses, invocando Sua Paixão, afirma o mesmo, pois a Comunhão dos Santos envolve a Igreja itinerante, que está na Terra, e a santificante, que está no Purgatório: "Ele morreu por nós, a fim de que nós, quer em estado de vigília, quer de sono, vivamos em união com Ele." 1 Ts 5,10
    E conforme o inspirado testemunho de São João Batista, após o Batismo de Nosso Senhor, só através da manifestação de Jesus que podemos atestar a veracidade de Deus: "Aquele que recebe Seu testemunho confirma que Deus é verdadeiro." Jo 3,33
    Nosso Salvador, porém, foi ainda mais longe e deu-nos um novo conceito de Deus, que mais tarde seria entendido como a Santíssima Trindade. Ele afirmou perante os judeus no Templo de Jerusalém, durante a Festa da Dedicação: "Eu e o Pai somos Um." Jo 10,30
    De fato, em Sua última Páscoa, clamando em Jerusalém, Ele explicou-Se nestes termos: "Aquele que crê em Mim, crê não em Mim, mas n'Aquele que Me enviou. E aquele que Me vê, vê Aquele que Me enviou." Jo 12,44b-45
    Mas até mesmo os Apóstolos mostraram-se irrequietos, como vemos na noite em que seria preso: "Disse-lhe Filipe: 'Senhor, mostra-nos o Pai e isso basta-nos.' Respondeu Jesus: 'Há tanto tempo que estou convosco e não Me conheceste, Filipe! Aquele que Me viu, também viu o Pai. Como, pois, dizes: Mostra-nos o Pai?..." Jo 14,8-9
    E denunciando o ódio que o mundo tem a Deus, Jesus sentenciou nessa mesma ocasião, quando menciona uma passagem do Livro dos Salmos: "Se Eu não viesse e não lhes tivesse falado, não teriam pecado. Mas agora não há desculpa para seu pecado. Se Eu não tivesse feito entre eles obras, como nenhum outro fez, não teriam pecado. Mas agora as viram e odiaram a Mim e a Meu Pai. Foi, porém, para que se cumpra a Palavra que está escrita em Sua Lei: 'Odiaram-Me sem motivo (Sl 34,19; 68,5).'" Jo 15,22.24-25
    Disse, em Sua primeira passagem por Jerusalém em vida pública, que o Juízo já havia sido pronunciado: "Ora, este é o Julgamento: a Luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais as trevas que a Luz, pois suas obras eram más." Jo 3,19
    Também disse aos judeus que, por Sua Palavra, que corresponde ao veredicto, o Pai seria honrado. Foi depois que curou o cego de nascença na Cidade Santa: "Porque o Pai não julga ninguém, mas entregou todo Julgamento ao Filho. Desse modo, todos honrarão o Filho, bem como honram o Pai. Aquele que não honra o Filho, não honra o Pai, que O enviou." Jo 5,22-23
    Rejeitar o Evangelho, portanto, o que implica rejeitar Jesus, no mínimo já significará a condenação ao Purgatório. Está entre Suas últimas recomendações aos Apóstolos no Evangelho segundo São Marcos: "Ide por todo mundo e pregai o Evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado." Mc 16,15b-16
    E rejeitar a Igreja, que é o sustentáculo da Verdade, é rejeitar Deus. Ele disse aos 72 discípulos enviados adiante aos lugares onde havia de ir, na leitura do Evangelho segundo São Lucas: "Quem vos ouve, a Mim ouve. E quem vos rejeita, a Mim rejeita. E quem Me rejeita, rejeita Aquele que Me enviou." Lc 10,16
    Porque a Ressurreição da Carne se dará por Jesus, e, estejamos certos, nosso acesso a Ele depende da vontade de Deus, como Ele mesmo ensinou na sinagoga de Cafarnaum: "Ninguém pode vir a Mim se o Pai, que Me enviou, não o atrair. E Eu hei de ressuscitá-lo no Último Dia." Jo 6,44
    Apresentando-Se como Deus, Ele explica citando o Livro do Profeta Isaías: "Está escrito nos Profetas: 'Todos serão ensinados por Deus (Is 54,13).' Assim, todo aquele que ouviu o Pai e por Ele foi instruído, vem a Mim." Jo 6,54
    E prometeu aos Apóstolos, ainda nos primeiros encontros, que sobre Ele seria vista a escada para o Céu, a conexão entre a terra e o Paraíso como havia sonhado o patriarca Jacó (cf. Gn 28,12): "Em Verdade, em Verdade, digo-vos: vereis o Céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem." Jo 1,51b
    Sua Vinda, pois, é a apoteose do projeto do Pai para a Salvação das almas. Ele afirmou em Jerusalém a Nicodemos, um notável fariseu que O recebeu como um enviado de Deus: "Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo que lhe deu Seu Único Filho, para que todo aquele que n'Ele crer não pereça, mas tenha a Vida Eterna. Pois Deus não enviou o Filho ao mundo para condená-lo, mas para que por Ele o mundo seja salvo. Quem n'Ele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, porque não crê no Nome do Filho Único de Deus." Jo 3,16-18
    Era a confirmação do milenar projeto de Deus, iniciado em Abraão, e o completo desmanche de tudo mais que se pretenda religião, como Ele disse à samaritana no poço de Jacó, em Sicar: "Vós adorais O que não conheceis. Nós adoramos o que conhecemos, porque a Salvação vem dos judeus." Jo 4,22
    E assim Ele resumiu a obra da Redenção perante uma multidão à margem do Mar da Galileia, após multiplicar pães e peixes e falar do Pão do Céu: "Perguntaram-Lhe: 'Que faremos para praticar as obras de Deus?' Respondeu-lhes Jesus: 'A obra de Deus é esta: que creiais n'Aquele que Ele enviou.'" Jo 6,28-29
    Sabia, entretanto, que provocaria uma completa inversão de valores, como se viu em Jerusalém: "Jesus então disse: 'Vim a este mundo para fazer uma discriminação: os que não veem vejam, e os que veem se tornem cegos.' Alguns dos fariseus, que estavam com Ele, ouviram-nO e perguntaram-Lhe: 'Acaso nós também somos cegos?...' Respondeu-lhes Jesus: 'Se fôsseis cegos, não teríeis pecado. Mas agora que pretendeis ver, vosso pecado subsiste.'" Jo 9,39-41
    Isso havia sido profetizado por um religioso no Templo de Jerusalém, no dia em que Jesus foi apresentado ao Senhor: "Simeão abençoou-Os e disse a Maria, Sua mãe: 'Eis que este Menino está destinado a ser causa de queda e de soerguimento para muitos homens em Israel, e a ser sinal que provocará contradições, a fim de serem revelados os pensamentos de muitos corações.'" Lc 2,34-35a
    O próprio Jesus via na rejeição, que os judeus Lhe têm, o cumprimento de outra profecia, cantada nos Salmos. Ele questionou a multidão depois do Domingo de Ramos: "Nunca lestes estas palavras da Escritura: 'A pedra que os construtores rejeitaram veio a tornar-se pedra angular. Isto é obra do Senhor e é admirável a nossos olhos (Sl 117,22s)'?" Mc 12,10-11
    E tinha por certo que nem Sua Ressurreição provocaria neles o devido impacto, pois ensinou na parábola do mau rico e do pobre Lázaro: "Se não ouvirem a Moisés e aos Profetas, tampouco se deixarão convencer ainda que ressuscite algum dos mortos." Lc 16,31
    Ele até tentou argumentar com os judeus durante Sua segunda festa em Jerusalém, invocando o testemunho de São João Batista, Seus milagres e as próprias Escrituras: "Mas tenho maior testemunho que o de João, porque as obras que Meu Pai Me deu para executar, essas mesmas obras que faço, testemunham a Meu respeito que o Pai Me enviou. E o Pai que Me enviou, Ele mesmo deu testemunho de Mim. Vós nunca ouvistes Sua voz nem vistes Sua face... e não tendes Sua Palavra permanentemente em vós, pois não credes n'Aquele que Ele enviou. Vós perscrutais as Escrituras, nelas julgando encontrar a Vida Eterna. Pois bem! São elas mesmas que dão testemunho de Mim. E vós não quereis vir a Mim para que tenhais a Vida... Não espero Minha Glória dos homens, mas sei que não tendes em vós o amor de Deus. Vim em Nome de Meu Pai, mas não Me recebeis. Se outro vier em seu próprio nome, haveis de recebê-lo... Como podeis crer, vós que recebeis a glória uns dos outros, e não buscais a Glória que é só de Deus?" Jo 5,36-44
    Não deixou, contudo, de denunciá-los numa de Suas idas à Cidade Santa: "Jesus replicou: 'Se Deus fosse vosso pai, vós amá-Me-íeis porque Eu saí de Deus. É d'Ele que Eu provenho, porque não Vim de Mim mesmo, mas foi Ele Quem Me enviou. Por que não compreendeis Minha linguagem? É porque não podeis ouvir Minha Palavra. Vós tendes como pai o Demônio e quereis fazer os desejos de vosso pai. Ele era homicida desde o princípio e não permaneceu na Verdade, porque a Verdade não está nele. Quando diz a mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira. Mas Eu, porque vos digo a Verdade, não Me credes. Quem de vós Me acusará de pecado? E se vos falo a Verdade, por que Me não credes? Quem é de Deus ouve as palavras de Deus, e se vós não as ouvis é porque não sois de Deus.'" Jo 8,42-47
    Por isso, iria dizer-lhes: "Eu sou o Bom Pastor. Conheço Minhas ovelhas e Minhas ovelhas conhecem a Mim, como Meu Pai Me conhece e Eu conheço o Pai." Jo 10,14-15a
    Também disse a Pilatos, quando por ele foi julgado: "É para dar testemunho da Verdade que nasci e vim ao mundo. Todo aquele que é da Verdade ouve Minha voz." Jo 18,37b
    E em despedida, prevendo idênticas controvérsias para os Apóstolos na condução da Igreja, deu-lhes esta justificativa, onde está implícito que O amar é amar o Pai: "Se Me perseguiram, também hão de perseguir-vos. Se guardaram Minha Palavra, também hão de guardar a vossa. Mas fá-vos-ão tudo isso por causa de Meu Nome, porque não conhecem Aquele que Me enviou. Aquele que Me odeia, também odeia a Meu Pai." Jo 15,20b-21.23


O TESTEMUNHO DO PAI E DO ESPÍRITO SANTO

    Jesus avisava-os, ao mesmo tempo, da manifestação do Espírito Santo, que no Pentecostes completaria a Revelação da Santíssima Trindade, como mais uma oportunidade para n'Ele crer: "Entretanto, digo-vos a Verdade: a vós convém que Eu vá! Porque se Eu não for, o Paráclito não virá a vós. Mas se Eu for, enviá-Lo-ei. Ele convencerá o mundo a respeito do pecado, que consiste em não crer em Mim." Jo 16,7.9
    É mesmo específica a missão do Santo Espírito, ainda segundo Ele nesta mesma oportunidade: "Quando vier o Paráclito, que vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da Verdade, que procede do Pai, Ele dará testemunho de Mim. Ele glorificá-Me-á, porque receberá do que é Meu e anunciá-vos-á." Jo 15,26;16,14
    Ela não é fácil nem imediata, porém, porque Ele age em função da Igreja, não do mundo. Ele prosseguiu: "Se Me amais, guardareis Meus Mandamentos. E Eu rogarei ao Pai, e Ele dá-vos-á outro Paráclito, para que convosco fique eternamente. É o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não O vê nem O conhece. Mas vós conhecê-Lo-eis, porque convosco permanecerá e em vós estará." Jo 14,15-17
    A Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios, de fato, atestaria Sua imprescindível inspiração para que se proclame a divindade de Jesus: "... ninguém pode dizer: 'Jesus é o Senhor', senão sob a ação do Espírito Santo." 1 Cor 12,3b
    Pois Jesus abertamente falou aos judeus de Jerusalém, durante a Festa das Tendas: "Ele disse-lhes: 'Vós sois cá de baixo, Eu sou lá de cima. Vós sois deste mundo, Eu não sou deste mundo.'" Jo 8,23
    Até explicou o porque da confusão que eles viviam: "Respondeu Jesus: 'Não conheceis nem a Mim nem a Meu Pai. Se Me conhecêsseis, certamente também conheceríeis a Meu Pai.'" Jo 8,19b
    O governador da Judeia também ouviu d'Ele: "Pilatos entrou no pretório, chamou Jesus e perguntou-Lhe: 'És Tu o Rei dos judeus?' Jesus respondeu: 'Dizes isso por ti mesmo, ou foram outros que to disseram de Mim?' Disse Pilatos: 'Acaso sou judeu? Tua nação e os sumos sacerdotes entregaram-Te a mim. Que fizeste?' Respondeu Jesus: 'Meu Reino não é deste mundo. Se Meu Reino fosse deste mundo, Meus súditos certamente teriam pelejado para que Eu não fosse entregue aos judeus.'" Jo 18,33-36a
    E diria aos Apóstolos, pouco antes de Sua Ascensão aos Céus: "Toda autoridade foi-me dada no Céu e na Terra." Mt 28,18b
    Por isso, São João Apóstolo é tão incisivo: "Quem é mentiroso senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Esse é o Anticristo, que nega o Pai e o Filho. Todo aquele que nega o Filho, não tem o Pai." 1 Jo 2,22-23a
    Apontando o agir do Espírito de Deus, ele realmente fazia uma abrupta distinção: "Caríssimos, não deis a qualquer espírito, mas examinai se os espíritos são de Deus porque muitos falsos profetas se levantaram no mundo. Nisto reconhece-se o Espírito de Deus: todo espírito que proclama que Jesus Cristo Se encarnou, é de Deus. Todo espírito que não proclama Jesus, esse não é de Deus, mas é o espírito do Anticristo, de cuja vinda tendes ouvido e agora já está no mundo." 1 Jo 4,1-3
    E como Jesus previu, o Amado Discípulo indica outro sinal dado pelo Santo Paráclito: "Quem conhece a Deus, ouve-nos. Quem não é de Deus, não nos ouve. É nisto que conhecemos o Espírito da Verdade e o espírito do erro." 1 Jo 4,6b
    Ele ressaltou o amor com Sua marca: "Se mutuamente nos amarmos, Deus permanece em nós e em nós Seu amor é perfeito. Nisto é que conhecemos que estamos n'Ele e Ele em nós: por Ele ter-nos dado Seu Espírito." 1 Jo 4,12b-13
    Assim justificava a estranheza que o mundo tem para com a Igreja: "Considerai com que amor nos amou o Pai, para que sejamos chamados filhos de Deus. E nós somos de fato. Por isso, o mundo não nos conhece, porque não O conheceu." 1 Jo 3,1b
    Sintetizou ainda mais: "Aquele que não ama, não conhece a Deus, porque Deus é amor." 1 Jo 4,8
    E nestes termos descreve aqueles que realmente conhecem a Jesus: "Eis como sabemos que O conhecemos: se guardamos Seus Mandamentos. Aquele que diz conhecê-Lo e não guarda Seus Mandamentos, é mentiroso e nele a Verdade não está." 1 Jo 2,3-4
    Como São João Batista, ele apontava-O como Aquele que revelou o Pai: "Sabemos que o Filho de Deus veio e nos deu entendimento para conhecermos o Verdadeiro. E estamos no Verdadeiro, nós que estamos em Seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a Vida Eterna." 1 Jo 5,20
    Diz que o maior dom de Deus Pai, a Vida Eterna, está em Cristo: "E o testemunho é este: Deus deu-nos a Vida Eterna, e esta Vida está em Seu Filho. Quem possui o Filho, possui a Vida. Quem não tem o Filho de Deus, não tem a Vida." 1 Jo 5,11-12
    De fato, Ele mesmo disse a São Tomé em Sua última noite entre os Apóstolos: "Jesus respondeu-lhe: 'Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida.'" Jo 14,6a
    E ainda segundo São João Evangelista, Jesus é o principal testemunho de Deus Pai: "Aquele que crê no Filho de Deus, em si tem o testemunho de Deus. Aquele que não crê em Deus, d'Ele faz um mentiroso, porque não crê no testemunho que Ele deu em favor de Seu Filho." 1 Jo 5,10
    Nisso, pois, consiste nosso 'renascer do Espírito Santo': "Quem crê que Jesus é o Cristo, nasceu de Deus. E todo que ama Aquele que O gerou, também ama Aquele que d'Ele foi gerado." 1 Jo 5,1
     E como o Livro dos Atos dos Apóstolos registrou, São Pedro foi taxativo perante os judeus no dia em que foi julgado no Sinédrio: "Esse Jesus, pedra que foi desprezada por vós, edificadores, tornou-Se a pedra angular. Em nenhum outro há Salvação, porque debaixo do Céu nenhum outro nome foi dado aos homens, pelo qual devamos ser salvos." At 4,12
    Com razão, a Primeira Carta de São Paulo a São Timóteo exalta a Redenção no Sacrifício de Cristo, referindo-se à Sua humanidade, pois Sua morte foi redentora. Mas Jesus é o próprio Deus, e a Igreja não ficaria sem intercessores: "Porque há um só Deus e há um só mediador entre Deus e os homens: um homem, Jesus Cristo, que por todos Se entregou como resgate." 1 Tm 2,5-6a
    Enfim, está escrito na Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios: "Se nosso Evangelho ainda estiver encoberto, está encoberto para aqueles que se perdem, para os incrédulos, cujas inteligências o deus deste mundo obcecou a tal ponto que não percebem a Luz do Evangelho, onde resplandece a Glória de Cristo, que é a imagem de Deus. De fato, não pregamos a nós mesmos, mas a Jesus Cristo, o Senhor. Quanto a nós, consideramo-nos vossos servos por amor a Jesus. Porque Deus, que disse: 'Das trevas brilhe a Luz,' também é Aquele que em nossos corações fez brilhar Sua Luz, para que irradiássemos o conhecimento do esplendor de Deus, que se reflete na face de Cristo. Porém, temos este tesouro em vasos de barro, para que claramente transpareça que este extraordinário poder provém de Deus e não de nós." 2 Cor 4,3-7


A PREGAÇÃO E A NEGAÇÃO DA REVELAÇÃO

    Contudo, como Jesus apontou acima, a rejeição ao Messias já estava prevista nas Escrituras. São João Evangelista registrou essa conclusão, antes de narrar a Semana Santa: "Embora tivesse feito tantos milagres na presença deles, não acreditavam n'Ele. Assim se cumpria o Oráculo do Profeta Isaías: 'Senhor, quem creu em nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do Senhor (Is 53,1)?'" Jo 12,37-38
    No Primeiro Livro de Reis, o Profeta Miqueias era desprezado justamente por dizer a Verdade, mas quando questionado seguia dizendo: "Miqueias replicou: 'Ouve o Oráculo do Senhor: Eu vi o Senhor sentado em Seu trono, e todo Exército dos Céus ao redor d'Ele, à direita e à esquerda." 1 Rs 22,19
    Ora, de tão surpreendente que foi Sua Palavra, os próprios Apóstolos escandalizaram-se quando Ele prometeu Sua Carne e Seu Sangue como alimento da Vida Eterna: "Então Jesus perguntou aos Doze: 'Quereis vós também vos retirar?' Respondeu-Lhe Simão Pedro: 'Senhor, a quem iríamos nós?' Tu tens as palavras da Vida Eterna. E nós cremos e sabemos que Tu és o Santo de Deus!'" Jo 6,67-69
    Com efeito, Jesus estabeleceu uma radical divisão, pois realmente pede amor a Deus sobre todas coisas, e assim foi desde que preparava os Apóstolos: "Não julgueis que vim trazer a Paz à Terra. Vim trazer não a Paz, mas a espada. Eu vim trazer a divisão entre o filho e o pai, entre a filha e a mãe, entre a nora e a sogra, e os inimigos do homem serão as pessoas de sua própria casa. Quem ama seu pai ou sua mãe mais que a Mim, não é digno de Mim. Quem ama seu filho mais que a Mim, não é digno de Mim. Quem não toma sua cruz e não Me segue, não é digno de Mim. Aquele que tentar salvar sua vida, perdê-la-á. Aquele que a perder, por Minha causa, reencontrá-la-á. Quem vos recebe, a Mim recebe. E quem Me recebe, recebe Aquele que Me enviou." Mt 10,34-40
    Por isso, mesmo antes do início de Sua Paixão, pediu constante vigília: "Vigiai, pois, visto que não sabeis quando o Senhor da Casa voltará, se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã. Para que, vindo de repente, não vos encontre dormindo. O que vos digo, digo a todos: vigiai!" Mc 13,35-37
    E pontualmente preparou os Onze: "Se o mundo vos odeia, sabei que Me odiou antes que a vós. Se fôsseis do mundo, o mundo amá-vos-ia como sendo seus. Como, porém, não sois do mundo, mas do mundo escolhi-vos, o mundo odeia-vos." Jo 15,18-19
    Deu-lhes a mesma explicação que havia dado aos judeus: "Procederão deste modo porque não conheceram o Pai, nem a Mim." Jo 16,3
    Tornou, ademais, a explicar-lhes o sentido de Sua Missão quando lhes apareceu no Domingo da Ressurreição, e encarregou-os de testemunhar: "Então lhes abriu o espírito, para que compreendessem as Escrituras, dizendo: 'Assim é que está escrito, e assim era necessário que Cristo padecesse, mas que ao terceiro dia ressurgisse dos mortos. E que em Seu Nome se pregasse a penitência e a remissão dos pecados a todas nações, começando por Jerusalém. Vós sois as testemunhas de tudo isso.'" Lc 24,45-48
    Garantiu-lhes, porém, o poderoso auxílio do Divino Paráclito: "... descerá sobre vós o Espírito Santo e dá-vos-á força. E sereis Minhas testemunhas em Jerusalém, em toda Judeia e Samaria e até os confins do mundo." At 1,8
    Assim eles fizeram. Começaram testemunhando Sua Ressurreição, como São Pedro novamente vai pregar perante o Sinédrio, e sempre com a ajuda do Espírito de Cristo. Não lhes era permitido calar diante de tantas maravilhas: "Pedro e os Apóstolos replicaram: 'Importa obedecer antes a Deus que aos homens. O Deus de nossos pais ressuscitou Jesus, que vós matastes suspendendo-O num madeiro. Deus elevou-O pela mão direita como Príncipe e Salvador, a fim de dar a Israel o arrependimento e a remissão dos pecados. Deste fato nós somos testemunhas, nós e o Espírito Santo, que Deus deu a todos que Lhe obedecem.'" At 5,30-32
    E testemunhar é o que tem feito a Igreja desde então, como São Pedro admoesta a Cornélio e família, ocasião em que se deu o 'Pentecostes dos Gentios': "Vós sabeis como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com o poder, como Ele andou fazendo o bem e curando todos oprimidos do Demônio, porque Deus estava com Ele. E nós somos testemunhas de tudo que Ele fez na terra dos judeus e em Jerusalém. Eles mataram-nO, suspendendo-O num madeiro. Mas Ele mandou-nos pregar ao povo e testemunhar que é Ele Quem por Deus foi constituído Juiz dos vivos e dos mortos. D'Ele todos Profetas dão testemunho, anunciando que todos que n'Ele creem recebem o perdão dos pecados por meio de Seu Nome." At 10,38-39.42-43


A RELAÇÃO ENTRE JESUS E O PAI

    Mas, mesmo submetendo-Se em Sacrifício, Jesus cumpria o primeiro Mandamento e tratava de deixar bem claro aos Apóstolos, dizendo em últimas palavras: "O mundo, porém, deve saber que amo o Pai e procedo como o Pai Me ordenou." Jo 14,31a
    Ele havia afirmado aos judeus em Jerusalém: "O Pai ama-Me porque dou Minha vida para retomá-la. Ninguém a tira de Mim, mas Eu dou-a de Mim mesmo, pois tenho o poder para dá-la como tenho o poder para reassumi-la. Tal é a ordem que recebi de Meu Pai." Jo 10,17-18
    A Comunhão da Santíssima Trindade, portanto, é uma Comunhão de amor, como aquela que especificamente há entre Jesus e o Pai. Esta na Oração da Unidade, que Ele rezou pelos Apóstolos e por nós, que os ouviríamos: "Pai, aqueles que Tu Me deste, quero que eles estejam Comigo, onde Eu estiver, para que contemplem a Glória que Me deste, pois Me amaste antes da criação do mundo." Jo 17,24
    O próprio Pai confirmou-o, quando da Transfiguração de Jesus: "E daquela Nuvem fez-se ouvir uma voz que dizia: 'Eis Meu Amado Filho, em Quem pus toda Minha afeição. Ouvi-O!.'" Mt 17,5
    E Jesus prometeu-nos o mesmo amor do Pai, quando de Glória ungiu os Apóstolos para firmar a Unidade da Igreja, que é sinal de Sua passagem entre nós e do amor de Deus, e assim a Comunhão dos Santos: "Dei-lhes a Glória que Me deste, para que sejam Um, como Nós somos Um: Eu neles e Tu em Mim. Para que sejam Perfeitos na Unidade, e o mundo reconheça que Me enviaste e os amaste como amaste a Mim." Jo 17,22-23
    Ele usou idêntico argumento, como vimos, para justificar aos judeus a rejeição que eles Lhe tinham: "Jesus replicou: 'Se Deus fosse Vosso Pai, vós amá-Me-íeis porque Eu saí de Deus.'" Jo 8,42a
    Mas literalmente prometia à Igreja a Comunhão dos Santos, como a evidencia a própria Comunhão da Santíssima Trindade, que se realizaria a partir de Sua Ressurreição: "Naquele dia conhecereis que estou em Meu Pai, e vós em Mim e Eu em vós." Jo 14,20
    Admitia, pois, alguma incompreensão quanto à Sua Pessoa, por força do Mistério de Cristo, mas avisou que inconfessos pecados contra o Divino Paráclito não teriam o 'automático' perdão, que é Graça da Divina Misericórdia. Nem mesmo pelo Purgatório: "Por isso, Eu digo-vos: todo pecado e toda blasfêmia serão perdoados aos homens, mas a blasfêmia contra o Espírito não lhes será perdoada. Todo aquele que tiver falado contra o Filho do Homem será perdoado. Se, porém, falar contra o Espírito Santo, não alcançará perdão nem neste século nem no vindouro." Mt 12,31-32
    Porque falando de Sua natureza meramente humana, Ele era sincero: "Se Me amardes, certamente haveis de alegrar-vos por Eu ir para junto do Pai, porque o Pai é maior que Eu." Jo 14,28b
    Dizia, como visto: "... porque não vim de Mim mesmo, mas foi Ele Quem Me enviou." Jo 8,42b
    E afirmava nossa total dependência de Deus, explicando a razão de Sua diferenciação: "De Mim mesmo não posso fazer coisa alguma. Julgo como ouço e Meu Julgamento é justo, porque não busco Minha vontade, mas a vontade d'Aquele que Me enviou." Jo 5,30
    Essa era mesmo a razão de Sua existência: "Meu alimento é fazer a vontade d'Aquele que Me enviou, e cumprir Sua obra." Jo 4,34
    Vontade que Ele levou às últimas consequências, como se viu no Horto das Oliveiras: "Adiantou-Se um pouco e, prostrando-Se com a face por terra, assim rezou: 'Meu Pai, se é possível, afasta de Mim este cálice! Todavia não se faça o que Eu quero, mas sim o que Tu queres.'" Mt 26,39
    Experimentou, enfim, na Cruz do Calvário, a condição humana em toda sua profundidade: "E à hora nona Jesus bradou em alta voz: 'Elói, Elói, lammá sabactáni?', que quer dizer: 'Meu Deus, Meu Deus, por que Me abandonaste (Sl 21,2)?'" Mc 15,34
    Suas obras, no entanto, eram testemunhos de Deus Pai, e por elas, invocando a Comunhão da Santíssima Trindade, humildemente pediu aos Apóstolos na noite da Santa Ceia: "As palavras que vos digo, não as digo de Mim mesmo, mas o Pai, que permanece em Mim, é que realiza Suas próprias obras. Crede-Me: estou no Pai e o Pai em Mim. Crede-o ao menos por causa destas obras." Jo 14,10b-11
    Pois tais obras glorificam o Pai, e por isso prometia: "Em Verdade, em Verdade, digo-vos: aquele que crê em Mim também fará as obras que Eu faço e ainda maiores que estas, porque vou para o Pai. E tudo que pedirdes ao Pai em Meu Nome, Eu farei, para que o Pai seja glorificado no Filho." Jo 14,12-13
    E diante da dúvida dos religiosos de Jerusalém, Ele explicou-lhes enquanto passeava no Pórtico de Salomão: "Os judeus rodearam-nO e perguntaram-Lhe: 'Até quando nos deixarás na incerteza? Se Tu és o Cristo, dize-nos claramente.' Jesus respondeu-lhes: 'Eu digo-o, mas não credes. As obras que faço em Nome de Meu Pai, dão testemunho de Mim. Entretanto, não credes, porque não sois de Minhas ovelhas.'" Jo 10,24-26
    Deu aos Apóstolos estes detalhes sobre Sua Palavra, assegurando-lhes a integridade do Evangelho: "Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz Seu Senhor. Mas chamei-vos amigos, pois vos dei a conhecer tudo quanto ouvi de Meu Pai." Jo 15,15
    A Carta de São Judas, de fato, vai atestar que a Revelação foi completa: "... de uma vez para sempre confiada aos Santos." Jd 3b
    Enquanto o próprio Verbo de Deus, Jesus explicou à multidão em Jerusalém, na Páscoa em que seria crucificado: "Em Verdade, não falei por Mim mesmo, mas o Pai, que Me enviou, Ele mesmo prescreveu-Me o que devo dizer e o que devo ensinar. Portanto, o que digo, digo-o segundo falou-Me o Pai." Jo 12,49.50b
    E reconhecendo a fé que os Apóstolos tinham no Pai, pediu-lhes: "Vós credes em Deus... Também crede em Mim!" Jo 14,1b


CRER, SEGUNDO SÃO JOÃO EVANGELISTA

    Teólogo, em suas observações São João constantemente afirma a fé em Jesus. E num mundo dividido entre judeus e pagãos, viveu a mística cristã, pois além de ser dos três mais íntimos Apóstolos ao Salvador, por anos também teve a fortíssima influência da espiritualidade da Santíssima Mãe de Deus: "Quando Jesus viu Sua mãe, e perto dela o discípulo que amava, disse à Sua mãe: 'Mulher, eis aí teu filho.' Depois disse ao discípulo: 'Eis aí tua mãe.' E dessa hora em diante o discípulo levou-a para sua casa." Jo 19,26-27
    Sem dúvida, o Amado Discípulo até chegou a afastar-se de São Pedro, de quem era braço-direito, quando com ela foi habitar em Éfeso, para protegê-la da perseguição dos judeus. É anotação do Livro do Apocalipse de São João: "A Mulher então fugiu para o deserto, onde Deus lhe tinha preparado um retiro para aí ser sustentada por mil duzentos e sessenta dias." Ap 6,7
    Mas assim, entre o Céu e a Terra, era a própria missão dele e dos Apóstolos, como logo anuncia no início de sua Primeira Carta: "O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com nossos olhos, o que temos contemplado e o que nossas mãos têm apalpado no tocante ao Verbo da Vida, porque a Vida se manifestou, nós temo-la visto, damos testemunho e anunciamo-vos a Vida Eterna, que estava no Pai e que nos apareceu. O que vimos e ouvimos nós anunciamo-vos, para que vós também tenhais Comunhão conosco. Ora, nossa Comunhão é com o Pai e com Seu Filho Jesus Cristo." 1 Jo 1,1-3
    Aliás, também inicia seu Evangelho indicando esse fim: "O Verbo era a verdadeira Luz que, vindo ao mundo, ilumina todo homem. Estava no mundo e por Ele o mundo foi feito, e o mundo não O reconheceu. Mas a todos aqueles que O receberam, aos que creem em Seu Nome, deu-lhes o poder de tornarem-se filhos de Deus..." Jo 1,12
    Em momento de absoluta importância, ele mesmo declara ter acreditado na Ressurreição de Jesus tão somente ao ver vazia a sepultura: "Chegou Simão Pedro, que o seguia, entrou no sepulcro e viu os panos postos no chão. Também viu o sudário que estivera sobre a cabeça de Jesus. Não estava, porém, com os panos, mas enrolado num lugar à parte. Então também entrou o discípulo que primeiro havia chegado ao sepulcro. Viu e creu." Jo 20,6-8
    Igualmente havia afirmado a fé dos Apóstolos desde que Jesus transformou água em vinho nas Bodas de Caná: "Este foi o primeiro milagre de Jesus. Realizou-o em Caná da Galileia. Manifestou Sua Glória, e Seus discípulos creram n'Ele." Jo 2,11
    E mais uma vez depois de Sua Ressurreição, lembrando o momento em que Ele Se identificou com o Templo de Jerusalém e prometeu que ressuscitaria ao terceiro dia: "Depois que ressurgiu dos mortos, Seus discípulos lembraram-se destas palavras e creram na Escritura e na Palavra de Jesus." Jo 2,22
    Ainda afirmou a fé que os judeus já Lhe depositavam em Jerusalém, desde a primeira Páscoa em Sua vida pública: "Enquanto Jesus celebrava em Jerusalém a festa da Páscoa, muitos creram em Seu Nome, à vista dos milagres que fazia." Jo 2,23
    Assim como a dos samaritanos: "Muitos foram os samaritanos daquela cidade que creram n'Ele por causa da palavra da mulher, que lhes declarara: 'Ele disse-me tudo quanto tenho feito...'" Jo 4,39
    E não só pela palavra da samaritana: "Assim, quando os samaritanos foram ter com Ele, pediram que ficasse com eles. Ali permaneceu Ele dois dias. Ainda muitos outros creram n'Ele por causa de Suas Palavras. E diziam à mulher: 'Já não é por causa de tua declaração que cremos, mas nós mesmos ouvimos e sabemos ser este verdadeiramente o Salvador do mundo.'" Jo 4,40-42
    Da mesma forma, foi Sua segunda Páscoa em Jerusalém: "Muitos do povo, porém, creram n'Ele e perguntavam: 'Quando vier o Cristo, fará mais milagres que Este faz?'" Jo 7,31
    Já havia, então, um grupo de judeus que O seguia, e Ele exortava-os a perseverar: "E Jesus dizia aos judeus que n'Ele creram: 'Se permanecerdes em Minha Palavra, sereis Meus verdadeiros discípulos. Conhecereis a Verdade, e a Verdade libertá-vos-á.'" Jo 8,31-32
    Outros judeus passaram a acreditar após presenciar quando Ele ressuscitou São Lázaro: "Depois destas palavras, exclamou em alta voz: 'Lázaro, vem para fora!' E o morto saiu, tendo os pés e as mãos atados com faixas, e o rosto coberto por um sudário. Então ordenou Jesus: 'Desligai-o e deixai-o ir.' Muitos dos judeus, que tinham vindo a Marta e Maria e viram o que Jesus fizera, creram n'Ele." Jo 11,43-45
    Aliás, até muitos saduceus, após Sua triunfal entrada em Jerusalém no Domingo de Ramos: "Não obstante, muitos dos chefes também creram n'Ele, mas por causa dos fariseus não o manifestavam, para não serem expulsos da sinagoga." Jo 12,42
    Ou, enfim, a fé dos não-judeus, como quando Jesus curou o filho de um oficial romano: "'Vai', disse-lhe Jesus, 'teu filho está passando bem!' O homem acreditou na Palavra de Jesus e partiu. Enquanto ia descendo, os criados vieram-lhe ao encontro e disseram-lhe: 'Teu filho está passando bem.' Indagou deles a hora em que se sentira melhor. Responderam-lhe: 'Ontem à sétima hora a febre deixou-o.' Reconheceu o pai ser a mesma hora em que Jesus dissera: 'Teu filho está passando bem.' E creu, tanto ele como toda sua casa." Jo 4,50-53
    Ora, muitos do povo acreditavam n'Ele tão somente por ouvir suas pregações. Em oração ao Pai, Ele mesmo disse: "Manifestei Teu Nome aos homens que do mundo Me deste. Eram Teus e deste-Mos, e guardaram Tua Palavra. Porque lhes transmiti as palavras que Tu Me confiaste e eles as receberam, e verdadeiramente reconheceram que saí de Ti, creram que Tu Me enviaste." Jo 17,6.8
    Por isso, de tanto evidenciar a divindade de Jesus através da acolhida que Ele teve, este Apóstolo assim justifica os milagres que descreve em seu Evangelho: "Mas estes foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais a Vida em Seu Nome." Jo 20,31

    "Vosso Filho permaneça entre nós!"