O primeiro nascido no Brasil a ser canonizado era de rica família, e em 1752, aos 13 anos, por suas evidentes inclinações religiosas, foi mandado para o Colégio de Belém, um seminário jesuíta em Cachoeira, no Recôncavo Bahiano, onde já estudava seu irmão José, e cuja igreja foi concluída em 1686.
Natural de Guaratinguetá, vale do Paraíba, estado de São Paulo, seu pai, português, era comerciante e capitão-mor da localidade, e sua mãe de família de ricos bandeirantes, ambos muito religiosos.
Antônio Galvão de França queria ser Sacerdote jesuíta, mas com a perseguição à Companhia de Jesus, por ser contrária à escravidão, o que culminaria em sua extinção no Brasil no ano de 1759, deixou o Colégio antes de seu completo fechamento em 1760, a conselho de seu pai, e voltou para casa. Por sua inteligência e por prestígio da família, poderia ter seguido com sucesso qualquer carreira. Sua alma, porém, já tinha uma forte convicção: em 1760, aos 21 anos entrou para a Ordem dos Frades Menores no Convento de São Boaventura de Macacu, em Itaboraí, Rio de Janeiro, hoje em ruínas, onde adotou o nome de Antônio de Sant'Ana Galvão, em homenagem à Santa mãe de Nossa Senhora, que tinha a devoção de sua família.
Antônio Galvão de França queria ser Sacerdote jesuíta, mas com a perseguição à Companhia de Jesus, por ser contrária à escravidão, o que culminaria em sua extinção no Brasil no ano de 1759, deixou o Colégio antes de seu completo fechamento em 1760, a conselho de seu pai, e voltou para casa. Por sua inteligência e por prestígio da família, poderia ter seguido com sucesso qualquer carreira. Sua alma, porém, já tinha uma forte convicção: em 1760, aos 21 anos entrou para a Ordem dos Frades Menores no Convento de São Boaventura de Macacu, em Itaboraí, Rio de Janeiro, hoje em ruínas, onde adotou o nome de Antônio de Sant'Ana Galvão, em homenagem à Santa mãe de Nossa Senhora, que tinha a devoção de sua família.
Professou votos em 1761, e no seguinte ano foi ordenado Sacerdote na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, de onde seguiu para o Convento de São Francisco, na cidade de São Paulo, estudar Filosofia. Na viagem passou por Guaratinguetá, onde celebrou sua primeira Santa Missa, para grande alegria de sua família e de toda comunidade.
Com o próprio sangue, assinou sua consagração como 'servo e escravo' da Santíssima Virgem. Em 1768 foi escolhido como pregador, confessor e 'porteiro', espécie de reitor, e logo a Câmara Municipal de São Paulo o declarou 'novo esplendor do Convento'. Em 1770, foi convidado a fazer parte da Academia Paulistana de Letras, por seus dons para a poesia, que empregava exclusivamente para assuntos de fé.
Desde 1769 era o confessor das religiosas do Recolhimento de Santa Teresa, carmelitanas descalças, onde conheceu a irmã Helena Maria do Espírito Santo, uma piedosa freira que tinha visões e recebia mensagens de Jesus. Prudente, Frei Galvão estudou as mensagens com a ajuda de outros religiosos e, reconhecendo-lhes a autenticidade, ajudou a freira a fundar outro Recolhimento, como pedia Nosso Salvador, ao qual foi dado o nome de Convento de Nossa Senhora da Concepção da Luz.
Esse mosteiro, iniciado em 1774, foi erguido a partir de uma capela quinhentista e tornou-se a obra da vida de Santo Antônio Galvão, pois a irmã Helena morreu havia apenas um ano do início da construção. Era o abrigo para um novo carisma, a Ordem da Imaculada Conceição da Bem-Aventurada Virgem Maria, também chamada de Ordem das Irmãs Concepcionistas, cujo estatuto foi escrito por ele mesmo.
Aí nosso Santo também se revelou excelente arquiteto, concebendo e executando todo projeto, e sempre que podia igualmente assumia os trabalhos de pedreiro.
No ano seguinte, o governo da província retirou a autorização para a nova casa, o que Frei Galvão obedientemente acatou. Mas as freiras resistiram e, com o apoio da população, as obras foram novamente autorizadas.
Pouco mais tarde, por duas vezes vai ser eleito Guardião do Convento de São Francisco.
Em missionária viagem, em 1808, ele estabeleceu a devoção a Nossa Senhora das Brotas, em Piraí do Sul, no Paraná, ao doar a uma moradora uma imagem da Santíssima Virgem, que mais tarde se revelou milagrosa e mereceu, pela devoção popular, a construção de um santuário.
Como era muito procurado pelos aflitos, pois todos facilmente percebiam sua santidade, numa ocasião, sem poder atender a um distante chamado, pediu que entregassem ao enfermo um pedaço de papel com uma frase do Ofício de Nossa Senhora: "Após o parto, permaneceste virgem: 'Ó Mãe de Deus, intercedei por nós.'" Recomendou que o pedaço de papel fosse engolido com água, como remédio. Era um jovem com fortes cólicas, mas as dores foram imediatamente aliviadas e ele expeliu uma grande quantidade de cálculos renais. Detalhe: os comprimidos medicinais ainda não existiam.
Em outro caso, um senhor pediu-lhe, desesperado, que fosse em socorro de sua esposa, pois passava por um difícil parto. Também sem poder ir ao local, mais uma vez Frei Galvão recorreu à 'pilula' e, logo que ingerida, a mãe e a criança foram salvas. Como era muito conhecido, e dele já se esperava milagres, toda gente adotou essa devoção e Frei Galvão teve que atribuir às freiras a confecção das 'pílulas' para atender à grande procura.
Além do dom de curar, que em vida já lhe era amplamente reconhecido, a ele ainda são atribuídos outros místicos fenômenos como discernimento de espírito, profecia, levitação e bilocação. Mas o que chamava mais atenção era que todos, absolutamente todos experimentavam uma indizível Paz à sua volta.
Eram seus pensamentos:
“Tirai-me antes a vida que ofender Vosso Bendito Filho, Meu Senhor.”
“Peço-Vos pela Paixão, morte e chagas de Vosso Filho, pela Vossa pureza e Conceição Imaculada.”
"Não temas que a vida tenha fim, tema que ela nunca tenha começado."
“Fiel à Divina Graça, que alimentemos viva consciência de nosso nada e nos deixemos atrair pelo tudo da Cruz.”
“Sabei que, ao observar a virtude da obediência, ninguém erra em obedecer, pois ainda que os superiores e confessores errem no que ordenam, o súdito sempre acerta em obedecer.”
“A caridade é mansa e benigna. Quem tem essa virtude não se afasta facilmente, não julga mal, nem se perturba por qualquer causa, e é muito capaz de sossegar e compor os ânimos e gênios mais descontrolados.”
"A caridade é a linguagem que o coração de Deus entende."
"A simplicidade é o caminho para o coração de Deus."
"Que a Paz de Deus preencha nossos corações e mentes."
"A fé move montanhas e cura corações."
"A verdadeira riqueza está no coração, não no bolso."
"O silêncio é uma prece que só o coração entende."
“A virtude do silêncio tem muito valor, porque pela boca se peca e difícil é falar sem errar. É pela língua que mais se peca, e muitas vezes com uma só palavra se pode cometer culpa grave; facilmente poderá entrar a murmuração e coisas que desagradam a Nosso Senhor.”
“Quanto mais silêncio se guardar, menos perigo de pecar teremos; haverá mais sossego e recolhimento na alma e mais gosto pela oração.”
"A oração é o alimento da alma."
"A compaixão é o reflexo da alma que ama a Deus."
"O serviço desinteressado é o verdadeiro amor em ação."
"O amor é o maior remédio para qualquer dor."
"O verdadeiro amor não espera nada em troca."
"O caminho da santidade é pavimentado com pequenos gestos de amor."
"Onde há esperança, há um milagre à espera de acontecer."
"O milagre mais bonito é aquele que acontece no coração."
"O serviço aos pobres é um serviço a Deus."
Morreu em 1822 com socorro dos Sacramentos e assistido pelo Guardião do Convento, e seu velório foi acompanhado por uma grande multidão. Como muitas pessoas queriam um pedaço de seu hábito como relíquia, de tanto cortarem, logo a veste só lhe chegava à altura dos joelhos. Os frades quiseram reparar-lhe a 'desfeita'. No entanto, como não tinha outro hábito, tão humilde que era Frei Galvão, vestiram-lhe o hábito de um confrade. Por ser muito alto, porém, o outro hábito também só lhe cobriu até os joelhos. Assim o carinho do povo de fé acabou mesmo determinando o tamanho de sua última veste.
O Papa Bento XVI, em homenagem a maior nação católica, veio canonizá-lo aqui no Brasil. É o Padroeiro dos pedreiros, pintores, engenheiros, arquitetos e das grávidas.
O Mosteiro da Luz, em cuja capela o sepultaram, foi tombado Patrimônio Cultural da Humanidade, e na ala esquerda do térreo, antiga casa do capelão, funciona o Museu de Arte Sacra de São Paulo.