Nossa Santa viveu as últimas décadas da Guerra dos Cem Anos, dada entre França e Inglaterra. Filha de camponeses, era pastora e não foi alfabetizada. Nascida em 1412, na vila de Domrémy, região de Lorena, nordeste de França, seu pai, Jacques d'Arc, era agricultor e sua mãe, Isabelle Romée, ensinou-lhe domésticos afazeres, que à época incluíam fiar lã e costurar. Tinha três irmãos e uma irmã. Sempre foi muito religiosa: gostava de rezar e assiduamente ia à Santa Missa. Muitas vezes confiantemente entregava o rebanho à Divina Providência e ia à igreja da cidade, onde passava horas em orações.
Ainda aos 13 anos começou a ter místicas experiências: de longe ouviu vozes que vinham da igreja que frequentava. Elas provocavam uma inexplicável claridade a sua volta, fenômeno que chegava a repetir-se até três vezes por semana. Mais tarde, ela identificou-as como as vozes de São Miguel Arcanjo, Santa Catarina de Alexandria e Santa Margarida de Antioquia, avisando da importância de firmemente perseverar na oração, pois Deus lhe reservava uma difícil missão: haveria de expulsar os ingleses da região da cidade de Orleans.
Em 1428, aos 16 anos, recebeu mais específicas mensagens: deveria ir ao encontro do comandante do exército, Robert de Baudricourt, numa cidade vizinha, e pedir uma escolta que a conduzisse ao rei de França. Seu tio levou-a, mas o comandante riu de suas motivações e das previsões que fazia sobre uma batalha que ocorreria nas proximidades de Orleans, no seguinte ano. Quando elas se cumpriram, porém, e com exatidão como Santa Joana d'Arc havia previsto, o comandante pessoalmente encaminhou-a com toda segurança ao rei. Viajou disfarçada de escudeiro, vestida de armadura como os soldados franceses, por sugestão das vozes que ouvia, artifício que acabou adotando em todas batalhas que liderava.
Em Chinon, ao sul de Paris, onde o rei estava refugiado, ela reconheceu-o entre vários nobres sem nunca o ter visto, pois ele se disfarçava por conta dos riscos que corria. Numa repleta sala, ela diretamente caminhou até ele e disse: "Senhor, vim conduzir seus exércitos à vitória!" Foi um grande sinal e muito impressionou o rei, mas ele foi convencido a entregá-la para ser examinada pelas autoridades eclesiásticas de Poitiers, que exaustivamente a interrogaram até convencerem-se de que suas mensagens, de fato, tinham origem divina.
Ao retornar ao rei, mais uma vez causou-lhe profunda admiração ao demonstrar que conhecia segredos das forças armadas francesas. Absolutamente consciente que ela era inspirada por Deus, em suas mãos entregou um grupamento de 4 mil homens para que libertasse Orleans, conforme lhe pediam as vozes. E mesmo posicionando-se em meio à batalha, sempre presente onde era mais intenso o combate e com frequência permanecendo em linha de frente, comandando e incentivando os soldados franceses, os ingleses miraculosamente não a atacavam. Mas, enquanto segurava seu estandarte na trincheira, foi ferida por uma flecha entre o pescoço e o ombro, porém, realmente dotada de grande vigor físico e coragem, logo voltou ao fronte para encorajar os combatentes. Por fim, após dez dias de batalha, Orleans foi reconquistada. A despeito das pinturas que a retratam, como arma ela apenas empunhava uma branca bandeira em que ostentava a Cruz, o Nome de Jesus e o Nome de Maria.
A vitória em Orleans, após tantas e frustradas tentativas, reergueu o moral das tropas e do povo francês, e foi o início da virada. A fama de Santa Joana correu toda França e muitos combatentes franceses, que até então lutavam a favor de Inglaterra, passaram a temê-la e mudaram de lado. Os ingleses estavam assombrados com os relatos a seu respeito.
A cerimônia de coroação de Carlos VII, na cidade de Reims, após uma arriscada viagem praticamente circundando toda Paris, que estava dominada, passando por várias áreas do exército inimigo, é um exemplo de como os caminhos se abriram para ela e para o rei, que fielmente acatava suas instruções. Várias autoridades que viajaram até Reims também tiveram suas passagens liberadas.
Grande estrategista graças à divina inspiração, pois seguia tendo visões de São Miguel Arcanjo, com as grandes vitórias nas batalhas das cidades de Orleans, Meung-sur-Loire, Beaugency, Jargeau, Patay, Gien, Auxerre, Troyes e Montépilloy, os ingleses esperavam que ela atacasse Paris, mas Santa Joana, sempre inspirada, convenceu o rei a firmar posição em Rouen, mais uma vez circundando Paris e cruzando com o exército francês algumas posições do invasor.
A cerimônia de coroação de Carlos VII, na cidade de Reims, após uma arriscada viagem praticamente circundando toda Paris, que estava dominada, passando por várias áreas do exército inimigo, é um exemplo de como os caminhos se abriram para ela e para o rei, que fielmente acatava suas instruções. Várias autoridades que viajaram até Reims também tiveram suas passagens liberadas.
Grande estrategista graças à divina inspiração, pois seguia tendo visões de São Miguel Arcanjo, com as grandes vitórias nas batalhas das cidades de Orleans, Meung-sur-Loire, Beaugency, Jargeau, Patay, Gien, Auxerre, Troyes e Montépilloy, os ingleses esperavam que ela atacasse Paris, mas Santa Joana, sempre inspirada, convenceu o rei a firmar posição em Rouen, mais uma vez circundando Paris e cruzando com o exército francês algumas posições do invasor.
Embora já tivesse cumprido sua missão, que era libertar Orleans, a pedido do rei e por própria vontade Santa Joana d'Arc também foi a campo na batalha pela reconquista de Paris, onde foi ferida na perna por um virote, espécie de dardo disparado por uma besta. Ela bravamente resistiu, escondendo-se em uma trincheira abaixo das muralhas da cidade até que o resgate chegasse, após o anoitecer. O rei, batendo em retirada, abandonou-a.
Sozinha, mas ainda com o exército solícito a seu comando, ela mudou de estratégia e, depois de retomar a cidade de Saint-Pierre-le-Moûtier, não vencer em La-Charité-sur-Loire e conquistar Lagny-sur-Marne, atacou o acampamento inimigo em Margny, a nordeste de Compiègne, uma pequena cidade ao norte de Paris, porém fracassou e traiçoeiramente foi aprisionada por nobres da região, que se opunham ao rei de França.
Como os soldados franceses não a esqueciam e iriam fazer de tudo para resgatá-la, pois ela corajosamente sempre tentava fugir, chegando a pular da janela da torre de um castelo, quando caiu num fosso seco e se feriu, os ingleses anteciparam-se e pagaram 10 000 libras tournois para obter sua guarda. Mas, como não podiam matá-la, porque era prisioneira de guerra, eles resolveram entregá-la a um bispo francês, traidor da pátria, que, simulando uma inquisição, a julgou como herege, movida por demoníacas visões. Em sua defesa, Santa Joana apenas dizia que suas visões a instruíam a derrotar os ingleses.
'Desiludido' com a derrota na batalha de Paris, o rei Carlos VII, mesmo informado de tudo, sequer tentou salvá-la.
Aos 19 anos, depois de receber a Comunhão Eucarística, Santa Joana d'Arc foi levada à fogueira, onde padeceu seu martírio murmurando os nomes de Jesus e Maria. Era 30 de maio de 1431, na Praça Vermelha, em Rouen, no noroeste de França.
Enquanto alguns gritavam 'bruxa', 'feiticeira', uma multidão de pobre gente comovidamente acompanhou seu sacrifício, que ela enfrentou com impressionante fé. Suas cinzas foram jogadas no Rio Sena, para que não fossem veneradas.
Enquanto alguns gritavam 'bruxa', 'feiticeira', uma multidão de pobre gente comovidamente acompanhou seu sacrifício, que ela enfrentou com impressionante fé. Suas cinzas foram jogadas no Rio Sena, para que não fossem veneradas.
Vinte anos mais tarde, por falta dos mais elementares fundamentos, o Papa Calisto III considerou inválido o processo de seu julgamento e reabilitou-a como perfeita cristã. No século XVI, contra a 'reforma protestante' sua memória foi invocada como símbolo pela Liga Católica, e em 1803 foi declarada símbolo de França pelo infame Napoleão Bonaparte. Enfim, foi beatificada em 1909 por nosso amado São Pio X, como havia muito já pedia o simples e devoto povo de seu país e de tantos outros lugares, pois sua história varreu o planeta. E em 1920, o Papa Bento XV canonizou-a e deu-lhe o título de Padroeira de França, que já tinha outros sete. E apesar de ter combatido os ingleses, ela também é venerada como Santa pela igreja anglicana.
O nome da vila em que nasceu passou a ser Domrémy-la-Pucelle, por causa do famoso título que lhe deram ainda a seu tempo: 'la pucelle d'Orléans', a donzela de Orleans. E pela grande gratidão que lhe tem o bom povo francês, sua casa desde sempre foi preservada, atualmente com ligeiras e essenciais reformas.
No lugar onde nossa Santa ouvia as primeiras vozes, enquanto pastoreava em Domrémy, foi erguida a partir de 1881 a Basílica de Bois-Chenu, nome do lugar, originalmente dedicada a São Miguel Arcanjo, mas que ficou conhecida como Basílica de Santa Joana d'Arc desde sua beatificação. Aí se tem uma imagem de Notre-Dame de Bermont, invocação à qual nossa Santa costumava rezar, e as imagens de São Gabriel Arcanjo no domo e no pátio, onde é ladeado por Santa Catarina de Alexandria e Santa Margarida de Antioquia.
Além de muitas igrejas e monumentos por toda França, o local de seu martírio, em Rouen, foi preservado e uma moderna igreja, dessas mórbidas inovações, foi construída em sua homenagem.