Era a mais velha de uma humilde família de 6 filhos. Teve cólera logo nos primeiros anos e contraiu asma aos 10, mas as condições de seus pais eram tão modestas que precisou assumir todos serviços domésticos, dos 12 aos 14 anos, e ainda ia pastorear.
Os problemas de saúde e as precoces responsabilidades causaram-lhe sérias dificuldades de aprendizagem na escola e na catequese. Isso retardou sua primeira Comunhão, pois se manteve analfabeta até aos 14 anos, quando começou a ver as aparições de Nossa Senhora. Lourdes, uma cidadezinha na parte alta da cordilheira dos Pirineus, no sudoeste da França, quase fronteira com a Espanha, tinha apenas quatro mil habitantes.
Ao todo, foram 18 aparições, entre 11 de fevereiro e 16 de julho de 1858. Quatro anos mais tarde, já alfabetizada, ela registrou:
"Eu tinha ido com duas outras meninas à margem do rio Gave, quando ouvi um som de sussurro. Olhei para as arvores e elas estavam paradas, e o ruído não eram delas. Então eu olhei e vi uma caverna e uma senhora usando um lindo vestido branco, com um cinto brilhante. Sobre cada pé havia uma pálida rosa, da mesma cor das contas do rosário que ela segurava. Eu queria fazer o Sinal da Cruz, mas não conseguia e minha mão ficava para baixo. Aí a senhora fez o Sinal da Cruz, ela mesma, e na segunda tentativa eu consegui fazer o Sinal da Cruz, embora minhas mãos tremessem. Então eu comecei a dizer o rosário, enquanto ela movia as contas com os dedos sem mover os lábios. Quando eu terminei a Ave Maria, ela desapareceu.
Eu perguntei às minhas duas companheiras se elas haviam notado algo, e elas responderam que não haviam visto nada. Naturalmente, elas queriam saber o que eu estava fazendo, e eu disse a elas que tinha visto uma senhora com um lindo vestido branco, embora eu não soubesse quem era. Disse a elas para não dizer nada sobre o assunto, porque iriam dizer que era coisa de criança.
Voltei no domingo ao mesmo lugar, sentindo que para lá era chamada. Na terceira vez que fui, a senhora reapareceu e falou comigo, pedindo-me para retornar todos próximos 15 dias. Eu disse que viria e então ela disse para dizer aos padres para fazerem uma capela ali. Ela também me disse para tomar a água da fonte. Eu fui ao rio, que era a única água que podia ver. Ela fez-me perceber que não falava do rio Gave, e sim de um pequeno fio d’água perto da caverna. Eu coloquei minhas mãos em concha e tentei pegar um pouco do liquido, sem sucesso. Aí comecei a cavar com as mãos o chão para encontrar mais água, e na quarta tentativa encontrei água suficiente para beber. A senhora desapareceu e fui para casa.
Voltei todos dias durante 15 dias e cada vez, exceto em uma segunda e uma sexta, a senhora apareceu e disse-me para olhar para a fonte e lavar-me nela, e ver se os padres poderiam fazer uma capela ali. Ainda disse que eu deveria orar pela conversão dos pecadores. Perguntei a ela, várias vezes, o que queria dizer com isto, mas ela somente sorria.
Uma vez, finalmente, com os braços para frente, ela olhou para o Céu e disse-me que era a Imaculada Conceição. Durante 15 dias, ela disse-me três segredos que não era para revelar a ninguém, e até hoje não os revelei."
Enquanto a Igreja não reconhecia as aparições, e à medida que crescia o afluxo de populares, miraculosas curas começaram a acontecer na gruta de Massabielle, que no dialeto local significa 'pedra velha'. Sob constrangedores interrogatórios, e até ameaças, Santa Bernardette Soubirous respondia com incomuns calma e segurança para uma modesta menina de 14 anos.
Entre as aparições, o padre, a quem ela se dirigia para levar as mensagens da Santíssima Virgem, pediu que lhe perguntasse seu nome. E quando Santa Bernardette voltou para dizer que ela havia se apresentado como a Imaculada Conceição, o Sacerdote, que ainda se mostrava muito incrédulo, tomou um grande susto. Como aquela humilde pastorinha poderia conhecer um título que a Igreja havia reconhecido oficialmente à Nossa Senhora havia menos de quatro anos? Muitos padres pelo mundo, por demora e dificuldades de comunicação, ainda nem tinham ouvido falar da proclamação desse Dogma!
Em 1860, por força do assédio dos peregrinos em natural curiosidade de conhecê-la, Santa Bernardette teve que se refugiar como 'pensionista indigente' no Hospital das Irmãs de Caridade de Nevers, na região central da França.
E em 1866 finalmente foi aceita pelo Convento de Saint Gildard, da mesma congregação, e no ano seguinte fez seus primeiros votos, servindo como enfermeira até 1878, quando uma doença a deixou imóvel até a morte, em 1879.
Seu funeral foi acompanhado por uma enorme multidão.
Em 1909, quando exumado, seu corpo encontrava-se absolutamente incorrupto.
Novo reconhecimento, feito em 1925, seguia mostrando-o em perfeito estado de conservação.
Como desejava a Santíssima Mãe, a gruta tornou-se lugar de peregrinação, chegando a receber 6 milhões de peregrinos por ano. Sobre ela foi erguida a monumental Basílica de Nossa Senhora do Rosário.
Em 1909, quando exumado, seu corpo encontrava-se absolutamente incorrupto.
Novo reconhecimento, feito em 1925, seguia mostrando-o em perfeito estado de conservação.
Como desejava a Santíssima Mãe, a gruta tornou-se lugar de peregrinação, chegando a receber 6 milhões de peregrinos por ano. Sobre ela foi erguida a monumental Basílica de Nossa Senhora do Rosário.
E desde 1925 o corpo de Santa Bernadete Soubirous encontra-se exposto, como um grande sinal de Deus e para veneração de seus devotos, no Convento de Saint Gildard, em Nevers, na Borgonha.
Santa Bernardette de Lourdes, rogai por nós!