segunda-feira, 22 de abril de 2024

A Grande Tribulação


HECATOMBE, ABALOS NO CÉU E NA TERRA

    Jesus, Nossa Senhora em várias de suas aparições, e os Profetas anunciaram que haverá uma Grande Tribulação antes do fim dos tempos. Serão aflições como nunca houve, marcadas por um período de evidentes trevas. Contudo, este ainda não será o fim. Dela sairá um 'pequeno resto', por Graça da Divina Misericórdia, ou Jesus não viria para 'julgar os vivos e os mortos', mas tão somente os mortos.
    O que sabemos, porém, sobre essa tribulação? O Profeta Joel, que se referindo à Igreja mencionou o 'pequeno resto', apontou um período imediatamente anterior ao Juízo Final: "O sol converter-se-á em trevas e a lua, em sangue, ao aproximar-se o grandioso e temível Dia do Senhor. Mas todo aquele que invocar o Nome do Senhor será poupado, porque sobre o Monte Sião e em Jerusalém haverá um resto, como o Senhor disse, e entre os sobreviventes estarão os que o Senhor tiver chamado." Jl 3,4-5
    O Profeta Abdias, da mesma forma, fala destes sobreviventes: "Não entres pelas portas das cidades de meu povo, no dia da catástrofe! Não contemples com alegria seus males no dia da calamidade! Não deites a mão às suas riquezas no dia de sua desventura! Não te ponhas nas encruzilhadas para matar os fugitivos, e não entregues os sobreviventes no Dia da Tribulação, porque o Dia do Senhor estará próximo para todas nações! Como tiveres feito, assim se fará contigo. Carregarás sobre a cabeça o peso de teus atos. Mas sobre o Monte Sião haverá sobreviventes, será um santo lugar, e a Casa de Jacó recuperará suas possessões." Ab 13-15.17
    E ainda através de Joel, Deus justifica tamanho castigo pela perseguição das nações ao Seu santo povo, ou seja, à Igreja, que Ele mesmo diz ter edificado: "Porquanto eis que, naqueles dias, no tempo em que Eu realizar a restauração de Judá e de Jerusalém, reunirei todas nações e fá-las-ei descer ao vale de Josafá. Ali entrarei em Juízo contra elas acerca de Israel, Meu povo e Minha herança, o qual dispersaram pelas pagãs nações depois de dividirem Minha terra. Rifaram Meu povo, davam um menino para pagar uma prostituta, e vendiam uma jovem em troca de vinho para beberem!" Jl 4,1-3
    Com efeito, Ele refere-Se a um período posterior ao Pentecostes, pois momentos antes havia prescrito a Vinda do Cristo, e assim o Nascimento da Igreja: "Então sabereis que Eu estou no meio de Israel, que sou o Senhor, Vosso Deus, e que não há outro. E Meu povo jamais será confundido. Depois disso, acontecerá que derramarei Meu Espírito sobre todo ser vivo: vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos anciãos terão sonhos e vossos jovens terão visões. Naqueles dias, também derramarei Meu Espírito sobre os escravos e as escravas." Jl 2,27;3,1-2
    Ao mais uma vez profetizar os cósmicos abalos, contudo, Joel deixa claro que eles antecedem o Dia do Julgamento: "Que multidão, que multidão no vale do Julgamento! Porque está chegando o Dia do Senhor no vale do Julgamento! O sol e a lua obscurecem-se, as estrelas empalidecem. O Senhor rugirá de Sião, trovejará de Jerusalém, os céus e a Terra serão abalados." Jl 4,14-16a
    O Profeta Ageu igualmente registrou-os como não definitivos abalos, embora generalizados, falando em grande proveito para a Igreja: "Porque isto diz o Senhor dos Exércitos: 'Ainda um pouco de tempo, e abalarei céu e Terra, mares e continentes, sacudirei todas nações. Afluirão riquezas de todos povos e encherei de Minha Glória esta Casa', diz o Senhor dos Exércitos." Ag 2,6-7
    Jesus confirmou tais visões, dizendo o que acontecerá a Seu povo durante esse período: "Porque naqueles dias haverá tribulações tais como nunca houve, desde o princípio do mundo que Deus criou até agora, nem jamais haverá. Se o Senhor não abreviasse aqueles dias, ninguém se salvaria, mas Ele abreviou-os em atenção a Seus escolhidos." Mc 13,19-20
    De fato, o Profeta Zacarias deu voz ao anúncio de uma inimaginável mortandade, quando os sobreviventes serão caprichosamente depurados. Deus mesmo diz: "'Em toda Terra', Oráculo do Senhor, 'dois terços dos habitantes serão exterminados e um terço subsistirá. Mas este terço farei passar pelo fogo. Purificá-lo-ei como se purifica a prata, prová-lo-ei como se prova o ouro.'" Zc 13,7-8a
     No Livro do Apocalipse, São João Evangelista também menciona um enorme hecatombe, mas em invertidas proporções e com a continuação da pecaminosidade: "Então foram soltos os quatro anjos que se conservavam preparados para a hora, o dia, o mês e o ano da matança da terça parte dos homens... O número de soldados desta cavalaria era de duzentos milhões. Eu ouvi seu número. E foi assim que eu vi os cavalos e os que os montavam: estes últimos eram couraçados de uma azul e sulfurosa chama. Os cavalos tinham crina como uma juba de leão. e de suas narinas saíam fogo, fumaça e enxofre. E uma terça parte dos homens foi morta por esses três flagelos que lhes saíam das narinas. Mas o restante dos homens, que não foram mortos por esses três flagelos, não se arrependeu das obras de suas mãos. Não cessaram de adorar o Demônio e os ídolos de ouro, de prata, de bronze, de pedra e de madeira, que não podem ver, nem ouvir, nem andar. Não se arrependeram de seus homicídios, suas magias, suas prostituições e furtos." Ap 9,15-21
    E além de uma inaudita escuridão, Jesus avisou de uma grande instabilidade no Espaço, logo após a tribulação: "Naqueles dias, depois dessa tribulação, o sol escurecer-se-á, a lua não dará seu resplendor, os astros cairão e as forças que estão no céu serão abaladas." Mc 13, 24-25
    Análogas descrições são dadas pelo texto do Apocalipse, mas o Amado Discípulo já relatava a iminência do Dia da ira do Senhor: "O sol escureceu-se como um tecido de crina, a lua tornou-se toda vermelha como sangue e as estrelas do céu caíram na Terra, como verdes frutos que caem da figueira agitada por forte ventania. O céu desapareceu como um pedaço de papiro que se enrola, e todos montes e ilhas foram tirados de seus lugares." Ap 6,12-14
    Tal predição remonta as palavras do Profeta Isaías, nas quais tudo é apresentado com desconcertante fragilidade: "... os céus vão desvanecer-se como fumaça, como um vestido em farrapos ficará a Terra, e seus habitantes morrerão como moscas." Is 51,6
    Mas outra escuridão acontecerá antes da matança da terça parte dos homens, e, quando este anjo liberta maus espíritos, não se pode dizer que o castigo será menor: "O quinto anjo tocou a trombeta. Então vi uma estrela cair do céu na Terra, e foi-lhe dada a chave do poço do abismo. Ela abriu-o e do poço saiu uma fumaça como a de uma grande fornalha. O sol e o ar obscureceram-se com a fumaça do poço. Da fumaça saíram gafanhotos pela Terra, e foi-lhes dado poder semelhante ao dos escorpiões da Terra. Porém foi-lhes dito que não causassem dano à erva, verdura, ou árvore alguma, mas somente aos homens que na fronte não têm o selo de Deus. Foi-lhes ordenado que não os matassem, mas por cinco meses afligissem-nos. Seu tormento era como o da picada do escorpião. Naqueles dias, os homens buscarão a morte e não a conseguirão. Desejarão morrer, e a morte fugirá deles." Ap 9,1-6
    São Pedro, da mesma forma, deu detalhes de uma grande e sideral convulsão, embora também não falasse mais de uma 'grande aflição', senão do próprio fim do Universo, quando se dará a Recriação, o surgimento do novo céu e a nova Terra, há muito prometido por Deus: "... virá o Dia do Senhor como ladrão. Naquele dia, os céus passarão com ruído, os elementos abrasados dissolver-se-ão e será consumida a Terra com todas obras que ela contém... o Dia de Deus, em que hão de dissolver-se os céus inflamados e hão de fundir-se os elementos abrasados!" 2 Pd 3,10.11
    E afirmando o poder do Verbo Encarnado, ele assim descreve a atual situação e o final destino de tudo que conhecemos: "Mas os céus e a Terra que agora existem são guardados pela mesma Palavra Divina, e reservados para o fogo no Dia do Juízo e da perdição dos ímpios." 2 Pd 3,7
    Os seguidores da tradição de São Paulo disseram o mesmo sobre Jesus: "Esplendor da Glória de Deus e imagem do Seu ser, Ele sustenta o universo com o poder de Sua Palavra." Hb 1,3a
    Jesus mesmo, entretanto, vaticinou de catástrofes num período muito anterior ao Juízo Final, especificamente sobre a destruição de Jerusalém, como se viu no ano 70 de nossa era, e deu apenas uma ligeira justificação: "Porque estes serão dias de castigo, para que se cumpra tudo que está escrito." Lc 21,22
    Contudo. igualmente indicou generalizados e ruinosos acontecimentos no céu e na Terra: "Haverá grandes terremotos, e pestes e fomes em todos lugares. Aparecerão pavorosos fenômenos e grandes sinais vindos do céu." Lc 21,11
    A Grande Tribulação, portanto, com clareza remete à descrição feita por São João Evangelista de um tempo que precede à definitiva instalação do Reino de Deus, e será relativamente curto, porém repleto de tentações, escândalos e destruições causadas pela influência do Maligno. De fato, tempos após a Vitória de Cristo, um anjo do Céu temporariamente prenderia o inimigo, e ele seria solto para combater a Santa Igreja: "Ele apanhou o Dragão, a primitiva Serpente, que é o Demônio e Satanás, e acorrentou-o por mil anos. Depois disso, ele deve ser solto por um pouco de tempo. Sairá da prisão para seduzir as nações dos quatro cantos da terra (Gog e Magog) e reuni-las para o combate. Serão numerosas como a areia do mar. Subiram à superfície da terra e cercaram o acampamento dos Santos e a querida cidade." Ap 20,2-3.8-9
    

"PRIMEIRO DEVE VIR A APOSTASIA"

    Ora, desde que vencido por Jesus e precipitado do Céu por São Miguel Arcanjo e seus anjos, o Diabo irritou-se contra a Santíssima Virgem. Mas como também não pôde vencê-La, passou a perseguir Seus filhos, ou seja, os Apóstolos e todos seguidores de Cristo, que formam Seu Corpo Místico, a Igreja Una: "Este, então, irritou-se contra a Mulher e foi fazer guerra ao resto de sua descendência, aos que guardam os Mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus." Ap 12,17
    São Paulo, da mesma forma, profetizou um tempo especificamente difícil, uma terrível manifestação graças ao poder do inimigo que acontecerá depois da apostasia, quer dizer, depois que uma parte da humanidade renegar a : "Ninguém de modo algum vos engane. Porque primeiro deve vir a apostasia, e deve manifestar-se o homem da iniquidade, o filho da perdição, o adversário, aquele que se levanta contra tudo que é divino e sagrado, a ponto de tomar lugar no Templo de Deus, e apresentar-se como se fosse Deus. Não vos lembrais de que vos dizia estas coisas, quando ainda estava convosco? Agora perfeitamente sabeis o que o detém, de modo que ele só se manifestará a seu tempo." 2 Ts 2,3-6
    De fato, esse abandono da fé havia sido previsto pelo próprio Jesus, quando perguntou aos Apóstolos falando de Sua Volta Triunfal: "Mas, quando vier o Filho do Homem, acaso achará fé sobre a Terra?" Lc 18,8b
    A libertação do inimigo, nos últimos tempos, claramente estará manifesta na mentalidade ateísta e anticristã de muitas nações. São João Evangelista já dizia: "Quem é mentiroso senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Esse é o Anticristo, que nega o Pai e o Filho." 1 Jo 2,22
    Pois ele aponta na confirmação da Vinda do Messias a ação do Espírito Santo, bem como a do espírito do mal: "Nisto reconhece-se o Espírito de Deus: todo espírito que proclama que Jesus Cristo Se encarnou, é de Deus. E todo espírito que não proclama Jesus, esse não é de Deus, mas é o espírito do Anticristo de cuja vinda tendes ouvido, e agora já está no mundo." 1 Jo 4,2-3
    Ora, o próprio Jesus afirmou: "Porque, se Eu não for, o Paráclito não virá a vós. Mas se Eu for, enviá-Lo-ei. E, quando Ele vier, convencerá o mundo a respeito do pecado, da justiça e do Juízo. Convencerá o mundo a respeito do pecado, que consiste em não crer em Mim." Jo 16,7b-9
    E São João Evangelista já denunciava anticristos nas primeiras décadas, em gente que renegou a Igreja, verdadeiramente falsos profetas, pois a passagem do Cristo é o início dos últimos tempos: "O mundo passa com suas concupiscências, mas quem cumpre a vontade de Deus permanece eternamente. Filhinhos, esta é a última hora. Vós ouvistes dizer que o Anticristo vem. Eis que já há muitos anticristos, por isto conhecemos que é a última hora. Eles saíram dentre nós, mas não eram dos nossos. Se tivessem sido dos nossos, certamente ficariam conosco. Mas isto se dá para que se conheça que nem todos são dos nossos. Vós, porém, tendes a unção do Santo e sabeis todas coisas. Não vos escrevi como se ignorásseis a Verdade, mas porque a conheceis, e porque nenhuma mentira vem da Verdade." 1 Jo 2,17-21
    Lembrando o próprio caso de Judas Iscariotes, São Judas Tadeu também denunciava infiltrados na Igreja: "Pois certos ímpios homens furtivamente introduziram-se entre nós, os quais desde muito tempo estão destinados para este Julgamento. Eles transformam em licenciosidade a Graça de Nosso Deus, e negam Jesus Cristo, Nosso único Mestre e Senhor." Jd 4
    Sem dúvida, o Último Apóstolo diz que a prisão do inimigo não faz cessar o mal que aflige a Terra, que se dá pela atividade de seus anjos e das pessoas que de alguma forma lhe servem, ou seja, do joio por ele semeado (cf. Mt 13,39): "Porque o mistério do mal já está em ação, apenas esperando o afastamento daquele que o detém. Então o tal ímpio se manifestará. Mas o Senhor Jesus destruí-lo-á com o sopro de Sua boca e aniquilá-lo-á com o resplendor de Sua Vinda. A manifestação do ímpio será acompanhada, graças ao poder de Satanás, de toda sorte de enganadores portentos, sinais e prodígios. Ele usará de todas seduções do mal para com aqueles que se perdem, por não terem cultivado o amor à Verdade que teria podido salvá-los. Por isso, Deus enviá-lhes-á um poder que os enganará e os induzirá a acreditar no erro. Desse modo, serão julgados e condenados todos que não deram crédito à Verdade, mas consentiram no mal." 2 Ts 2,7-12
    Em sua Segunda Carta a São Timóteo, ele volta a falar dessa afronta à fé e dessa 'colaboração' dada pelo ser humano: "Nota bem o seguinte: nos últimos dias haverá um difícil período. Os homens tornar-se-ão egoístas, avarentos, fanfarrões, soberbos, rebeldes aos pais, ingratos, malvados, desalmados, desleais, caluniadores, devassos, cruéis, inimigos dos bons, traidores, insolentes, cegos de orgulho, amigos dos prazeres e não de Deus, ostentarão a aparência de piedade, mas desdenharão de sua autoridade. Como Janes e Jambres resistiram a Moisés, assim estes homens de pervertido coração, reprovados na fé, também tentam resistir à Verdade. Mas não irão longe, porque a todos será manifesta sua insensatez, como o foi a daqueles dois." 2 Tm 3,1-5a.8-9
    São Pedro também apontou: "Antes de tudo sabei o seguinte: nos últimos tempos virão escarnecedores cheios de zombaria, que viverão segundo suas próprias concupiscências. Eles dirão: 'Onde está a promessa de Sua Vinda? Desde que nossos pais morreram, tudo continua como desde o princípio do mundo.' Propositadamente esquecem que desde o princípio existiam os céus e igualmente uma Terra que a Palavra de Deus fizera surgir do seio das águas, no meio da água, e deste modo o mundo de então perecia afogado na água." 2 Pd 3,3-6
    Nos Céus, enfim, um anjo (serafim?), que se apresenta como um Ancião, fala a São João Evangelista de uma grande tribulação como da ocasião em que os Santos se purificam e alcançam a Glória: "Esses são os sobreviventes da grande tribulação. Lavaram suas vestes e alvejaram-nas no Sangue do Cordeiro. Por isso, estão diante do trono de Deus e dia e noite servem-nO em Seu Templo. Aquele que está sentado no Trono abrigá-los-á em Sua Tenda. Já não terão fome, nem sede, nem o sol ou calor algum abrasá-los-á, porque o Cordeiro, que está no meio do Trono, será Seu Pastor e levá-los-á às fontes das Águas Vivas. E Deus enxugará toda lágrima de seus olhos." Ap 7,14-16
    Outras interpretações, porém, pretendem associar a Grande Tribulação tão somente à destruição de Jerusalém pelos romanos. E assim leem a seguinte profecia de Jesus, que fala de uma abjeta profanação do Templo: "Quando virdes estabelecida no santo lugar a abominação da desolação que foi predita pelo Profeta Daniel (Dn 11,31) - o leitor entenda bem! - então os habitantes da Judeia fujam para as montanhas. Aquele que está no terraço não desça para tomar o que está em sua casa. E aquele que está no campo não volte para buscar suas vestimentas. Ai das mulheres que estiverem grávidas ou amamentarem naqueles dias! Rogai para que vossa fuga não seja no inverno, nem em dia de sábado." Mt 24,15-20
    Outros ainda a associam à perseguição aos primeiros cristãos pelos imperadores romanos. Inegavelmente, foram tempos de grandes tribulações movidas pela religião pagã, e Jesus previu-as: "Disse-vos essas coisas para preservar-vos de alguma queda. Expulsá-vos-ão das sinagogas, e virá a hora em que todo aquele que vos tirar a vida julgará prestar culto a Deus. Deste modo procederão porque não conheceram o Pai, nem a Mim." Jo 16,1-3


POUCO ANTES DO FIM DOS TEMPOS

    Para algumas igrejas locais, resta claro, foram sim previstas específicas tribulações, como no caso da igreja de Esmirna, em terras da atual Turquia. Jesus diz: "Nada temas ante o que hás de sofrer. Por estes dias, o Demônio vai lançar alguns de vós na prisão, para pôr-vos à prova. Tereis tribulações durante dez dias." Ap 2,10
    E a outra diocese, da Filadélfia, Ele promete proteção durante a grande provação, certamente da mesma forma alegando a perseguição promovida pelos césares: "Porque guardaste a Palavra de Minha paciência, Eu também te guardarei da hora da provação, que está para sobrevir ao mundo inteiro, para provar os habitantes da Terra. Venho em breve. Conserva o que tens, para que ninguém tome tua coroa." Ap 3,10-11
    Em geral, Ele previu difíceis tempos para todos Seu seguidores aqui na Terra: "No mundo haveis de ter aflições. Coragem! Eu venci o mundo." Jo 16,33
    Aliás, expressamente falou de tempos de radical impotência: "Enquanto for dia, cumpre-Me terminar as obras d'Aquele que Me enviou. Virá a noite, na qual já ninguém pode trabalhar." Jo 9,4
    Entretanto, Ele claramente disse que os maiores tormentos não se iniciariam com a destruição de Jerusalém, mas com o fim da dominação que ela sofreria dos estrangeiros, ou seja, após o fim dos 'tempos dos não judeus'. São Lucas registrou estas palavras, de Seus últimos dias entre os Apóstolos: "... e Jerusalém será pisada pelos não judeus, até completarem-se os tempos de suas nações. Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na Terra, a aflição e a angústia apoderar-se-ão das nações pelo bramido do mar e das ondas. Os homens definharão de medo, na expectativa dos males que devem sobrevir a toda Terra. As próprias forças dos céus serão abaladas." Lc 21,24-26
    Pois, ainda segundo Jesus, até lá haverá tempo para que a humanidade tome notícia da Salvação oferecida através de Sua Palavra: "Este Evangelho do Reino será pregado pelo mundo inteiro, para servir de testemunho a todas nações, e então chegará o fim." Mt 24,14
    Pelo Profeta Joel, de fato, Deus garantiu que o tempo da dominação dos estrangeiros sobre Jerusalém viria a término: "Então sabereis que Eu sou o Senhor, Vosso Deus, que habita em Sião, Minha santa montanha. Jerusalém será um lugar sagrado, onde os estrangeiros não tornarão mais a passar." Jl 4,17
    E todavia segundo São Lucas, Jesus sentenciou que estes tormentos prenunciariam a definitiva vinda do Reino dos Céus, quer dizer, o fim do mundo e o Juízo Final: "'Quando começarem a acontecer estas coisas, reanimai-vos e levantai vossas cabeças, porque se aproxima vossa libertação.' Ainda acrescentou esta comparação: 'Olhai para a figueira e para as demais árvores. Quando elas lançam os brotos, vós julgais que está perto o Verão. Assim, quando virdes que vão sucedendo estas coisas, também sabereis que se aproxima o Reino de Deus.'" Lc 21,28-31
    São Paulo também fez referência a esse tempo das nações não judias, assim como à rejeição dos judeus ao Cristo: "... esta cegueira de uma parte de Israel só durará até que haja entrado a totalidade dos nãos judeus. Então Israel em peso será salvo, como está escrito: 'Virá de Sião o Libertador, apartará de Jacó a impiedade.'" Rm 11,25-26
    É o que está no livro do Profeta Daniel, que em seguida menciona a Ressurreição da Carne, quando Deus lhe falou: "Naquele tempo levantar-se-á Miguel, o grande príncipe, defensor dos filhos de teu povo, e será um tempo de angústia como nunca houve até então, desde que começaram a existir nações. Mas nesse tempo teu povo será salvo, todos que se acharem inscritos no Livro. Muitos dos que dormem no pó da terra despertarão, uns para a Vida Eterna, outros para o eterno opróbrio. Porém os que tiverem sido sábios brilharão como o firmamento, e os que tiverem ensinado a muitos homens os caminhos da virtude brilharão como as estrelas, por toda eternidade." Dn 12,1-3
    Antes, porém, este Profeta diz que haverá um período de trevas: "... no momento em que a força do povo santo for inteiramente rompida..." Dn 12,7
    E as recomendações de Jesus para enfrentar esses tempos são as permanentes orações e vigílias: "Velai sobre vós mesmos, para que vossos corações não se tornem pesados com o excesso do comer, com a embriaguez e com as preocupações da vida, para que aquele Dia não vos apanhe de surpresa. Como um laço, cairá sobre aqueles que habitam a face de toda Terra. Vigiai, pois, em todo tempo e orai, a fim de que vos torneis dignos de escapar a todos estes males que hão de acontecer, e de apresentar-vos de pé diante do Filho do Homem." Lc 21,34-36
    Essa mensagem Ele não dava apenas aos Apóstolos, mas também aos discípulos e ao mundo todo: "O que vos digo, digo a todos: vigiai!" Mc 13,37
    Eis que São Pedro exorta: "Caríssimos, não vos perturbeis no fogo da provação, como se vos acontecesse alguma extraordinária coisa. Pelo contrário, alegrai-vos em ser participantes dos sofrimentos de Cristo, para que possais alegrar-vos e exultar no Dia em que Sua Glória for manifestada." 1 Pd 4,12-13
    Na seriíssima Aparição de Akita, que se deu na década de 1970, em semelhança com a Aparição de Garabandal, nos anos 60, e também de Medjugorje, nos anos 80, ao referir-se a iminentes catástrofes, Nossa Senhora expressamente menciona uma Grande Tribulação.
    E tão pertinente é esse assunto que intimamente ninguém o ignora.

    "Lembrai-Vos, ó Pai, de Vossos filhos!"