quarta-feira, 31 de maio de 2023

Nossa Senhora da Visitação


    Assim narra São Lucas a Visitação de Nossa Senhora a Santa Isabel:

    "No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um homem que se chamava José, da casa de Davi, e o nome da virgem era Maria. Entrando, o anjo disse-lhe:
    - Ave, cheia de Graça, o Senhor é contigo!
    Perturbou-se ela com estas palavras, e pôs-se a pensar o que significaria tal saudação. O anjo disse-lhe:
    - Não temas, Maria, pois encontraste Graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um Filho, e por-Lhe-ás o Nome de Jesus. Ele será grande e chamar-Se-á Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus dá-Lhe-á o trono de Seu pai Davi. Ele reinará eternamente na Casa de Jacó, e Seu Reino não terá fim.
    Maria perguntou ao anjo:
    - Como se fará isso, pois não conheço homem?
    Respondeu-lhe o anjo:
    - O Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do Altíssimo envolvê-te-á com Sua sombra. Por isso, o Santo Ente que nascer de ti será chamado Filho de Deus. Isabel, tua parenta, também concebeu um filho em sua velhice. E já está no sexto mês aquela que é tida por estéril, porque a Deus nenhuma coisa é impossível.
    Então disse Maria:
    - Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo tua palavra.
    E o anjo afastou-se dela.
    Naqueles dias, Maria levantou-se e às pressas foi às montanhas, a uma cidade de Judá. Entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel.
    Ora, Isabel apenas ouviu a saudação de Maria e a criança estremeceu em seu seio. Isabel ficou cheia do Espírito Santo, e exclamou em alta voz:
    - Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto de teu ventre! Donde me vem esta honra? De vir a mim a Mãe de Meu Senhor? Pois assim que a voz de tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria em meu seio. Bem-aventurada és tu que creste, pois da parte do Senhor hão de cumprir-se as coisas que te foram ditas!
    E Maria disse:
    - Minha alma glorifica ao Senhor,
    meu espírito exulta de alegria em Deus, Meu Salvador,
    porque olhou para sua pobre serva.
    Por isto, desde agora todas gerações
    proclamá-me-ão bem-aventurada,
    porque em mim realizou maravilhas Aquele que é poderoso.
    Seu Nome é Santo,
    e Sua Misericórdia estende-se de geração em geração
    sobre os que O temem.
    Manifestou o poder de Seu braço,
    desconcertou os corações dos soberbos.
    Derrubou do trono os poderosos
    e exaltou os humildes.
    Saciou de bens os indigentes
    e despediu de mãos vazias os ricos.
    Acolheu a Israel, Seu servo,
    lembrado de Sua Misericórdia,
    conforme prometera a nossos pais,
    em favor de Abraão e sua posteridade, para sempre.

    Maria ficou com Isabel cerca de três meses. Depois voltou para casa." 
                                                 Lc 1,26-56


NOSSA MÃE EM VISITAÇÃO POR MUNDO TODO

    Avisada pelo Arcanjo São Gabriel da gravidez de sua parenta, Maria viajou aproximadamente 100 quilômetros em companhia de São José para visitá-la, numa cidade das montanhas de Judá. Ou seja, além da radiante alegria que por tão grandes Graças partilhavam entre si, mesmo durante a gravidez que traria ao mundo o Salvador ela não poupou esforços para servir a quem precisava. Ciosa dos cuidados da casa de Santa Isabel em tão especial momento, Nossa Senhora aí ficou até o Nascimento de São João Batista.
    Mas as visitações de Nossa Senhora não parariam por aí. Nem seus primorosos auxílios. Recordando o casamento em Caná da Galileia, Maria estava lá com Jesus e Seus discípulos. E sempre muito atenciosa e prestativa, Nossa Mãe percebeu que o vinho tinha acabado e avisou a Jesus, o único que poderia evitar uma vexaminosa situação para a família dos noivos. Como Deus, Ele já sabia do embaraço, mas não planejava manifestar-Se publicamente ali, e chegou a alegar que Sua hora ainda não havia chegado.
    Maria, entretanto, por compaixão à família amiga não media esforços. E instou que Jesus usasse de Seus divinos dons, com os quais ela já estava bem acostumada. Nesses dias falava alto seu coração de Mãe, não somente do Messias, mas, em seus primeiros raios, Mãe de toda humanidade. Sem dúvida, após Seu Batismo por São João no Jordão, ela sabia que a vida pública de Seu Filho já havia iniciado, e por isso não se contentou com a explicação que Ele lhe deu: tratou de avisar os serviçais.
    Dada a tão especial natureza de Jesus, os noivos e seus familiares deveriam ser Seus potenciais seguidores, pois fizeram questão de tê-Lo presente mesmo com quase todos Doze Apóstolos, a exceção de São Mateus. E como Maria, além de Perfeita Mãe, era a primeiríssima seguidora de Jesus, lá estava ela, silente, ouvindo cada palavra do Salvador, embora sempre igualmente atenta às alheias dificuldades.
    Ou se os noivos e familiares apenas eram íntimos amigos da Sagrada Família, pois Caná ficava a apenas 8 km de Nazaré, por certo fizeram questão da presença de Maria, atitude que é para todos nós um belo exemplo. Além da harmoniosa e santa interação ente ela e Seu Filho, eles já tinham uma razoável ideia de quem seria aquela flor, a Bem Aventurada, como dissera Santa Isabel.
    Nossa Mãe, contudo, foi muito além em suas visitações. Bem mais que as peregrinações junto a Seu Filho, enquanto Ele estava entre nós, ou junto aos Apóstolos, após Sua Ascensão, que inicialmente se detiveram em Jerusalém.
    Ela já visitou todos continentes por meio de esplendorosas manifestações que são suas Aparições. Aonde pelo mundo foram seus laboriosos filhos, os Sacerdotes, lá ela aparecia para ajudá-los na conversão e Salvação das almas. Veio ao México nos primeiros anos do descobrimento das Américas, em Guadalupe, estabelecer contato com os indígenas, assim como à América do Sul, a Quito, ainda nos anos de 1500, para alertar-nos dos difíceis séculos que se seguiriam.
    A Europa já é um privilegiado lugar com tantas visitas. Também apareceu na África, especialmente em Ruanda, quando tentou evitar o recente e terrível genocídio. Esteve, da mesma forma, na Ásia e na Oceania.
    Seus constantes cuidados, porém, terminam por 'atordoar' os religiosos que precisam dar a palavra final da Igreja a respeito da veracidade das Aparições. Por todo mundo, são listadas mais de 400 só no século passado. Por isso, na década de 1960, diante de tão frequentes afagos da Mãe do Céu, as autoridades eclesiais viram-se na obrigação de simplesmente autorizar a peregrinação e o culto em todos locais onde houver relatos de Aparição, apenas bastando que as mensagens a ela atribuídas não estejam em discordância com a Revelação, com os ensinamentos da Santa Igreja.
    É muito séria e complexa a tarefa de confirmação das aparições e de cada uma de suas mensagens. O certo é que temos muito especial e extremamente benevolente Mãe, correndo o mundo em socorro de seus filhos. E como se pode imaginar, nem todas aparições trazem novas revelações em suas mensagens, mas, mais frequentemente, trata-se de manifestações locais, com específicos objetivos para aquelas pessoas, história e época.
    Das mais recentes, entretanto, junto à Aparição de Medjugorje uma das mais importantes é Aparição de Akita, no Japão, em 1973, cuja mensagem teve aprovação da Igreja e é uma evidente continuação da Aparição de Fátima, como testemunhou a vidente, Irmã Agnes Sasagawa:


    O próprio Bispo de Niigata, antes de aposentar-se, viu-se obrigado a deixar seu relato, que pode ser visto neste sítio: http://www.adf.org.br/home/tag/nossa-senhora-de-akita/
    Assim é Nossa Senhora da Visitação, Nossa Mãe sempre tão ativa e presente apesar de requisitada a cada instante por todos cantos do mundo. Esses fenômenos são muito mais que simples maternal carência de humildes pessoas, como pretendem alguns incrédulos. A gritante Verdade é que boa parte da humanidade claramente percebe seus sobrenaturais cuidados. A quantidade de relatos é praticamente infindável.
    Mas nós podemos e devemos adiantar-nos e poupar-lhe algum esforço. Basta que obedeçamos a Seu Amado Filho e ajudemos a cuidar de nossos mais necessitados irmãos, seus filhos, e que, em agradecimento por seus silenciosos e constantes cuidados, diariamente dirijamos a ela nossas preces para manifestar-lhe amor. Pois com tantos e tão carentes filhos para cuidar, é muito bom que ela não tenha que se preocupar também conosco.
    Ainda podemos, e também devemos, imitá-la em seu maior exemplo como Filha da Deus, oferecendo-nos para mais intensamente trabalhar nas obras do Reino de Seu Filho. Após o anjo ter-lhe anunciado a Concepção do Messias em Seu ventre, ela prontamente respondeu com seu obediente e prestativo amor: "Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo tua palavra." Lc 1,38

    Nossa Senhora da Visitação, rogai por nós!

terça-feira, 30 de maio de 2023

Santa Joana d'Arc


    Nossa Santa viveu as últimas décadas da Guerra dos Cem Anos, dada entre França e Inglaterra. Filha de humildes camponeses, era pastora e não foi alfabetizada. Nascida em 1412, em Domrémy, região de Lorena, nordeste da França, seu pai era agricultor e sua mãe ensinou-lhe domésticos afazeres, que incluíam fiar e costurar. Sempre foi muito religiosa: gostava de rezar e assiduamente ia à Santa Missa. Muitas vezes confiantemente entregava o rebanho à Divina Providência e ia à igreja da cidade, onde passava horas em orações.
    Ainda aos 13 anos começou a ter experiências místicas: de longe ouviu vozes que vinham da igreja que frequentava. Elas provocavam uma inexplicável claridade à sua volta, fenômeno que chegava a repetir-se até três vezes por semana. Mais tarde, ela identificou-as como as vozes de São Gabriel Arcanjo, Santa Catarina de Alexandria e Santa Margarida de Antioquia, avisando da importância de firmemente perseverar na oração, pois Deus reservava-lhe uma difícil missão: haveria de expulsar os ingleses da região da cidade de Orleans. 


    Em 1428, aos 16 anos, recebeu mais específicas mensagens: deveria ir ao encontro do comandante do exército, numa cidade vizinha, e pedir uma escolta que a conduzisse ao rei da França. Seu tio levou-a, mas o comandante riu de suas motivações e das previsões que fazia sobre uma batalha que ocorreria nas proximidades de Orleans, no seguinte ano. Quando elas se cumpriram, porém, e com exatidão como Santa Joana d'Arc havia previsto, o comandante pessoalmente encaminhou-a com toda segurança ao rei. Viajou disfarçada de escudeiro, vestida de armadura como os soldados franceses, por sugestão das vozes que ouvia, artifício que acabou adotando em todas batalhas que liderava.
    Em Chinon, ao sul de Paris, onde o rei estava refugiado, ela reconheceu-o entre vários nobres sem nunca o ter visto, pois ele disfarçava-se por conta dos riscos que corria. Numa sala repleta, ela caminhou diretamente até ele e disse: "Senhor, vim conduzir seus exércitos à vitória!" Foi um grande sinal e muito impressionou o rei, mas ele foi convencido a entregá-la para ser examinada pelas autoridades eclesiásticas de Poitiers, que exaustivamente a interrogaram até convencerem-se de que suas mensagens, de fato, tinham origem divina.
    Ao retornar ao rei, mais uma vez causou-lhe profunda admiração ao demonstrar que conhecia segredos das forças armadas francesas. Absolutamente consciente que ela era inspirada por Deus, em suas mãos entregou um grupamento de 4 mil homens para que libertasse Orleans, conforme pediam-lhe as vozes. E mesmo posicionando-se em meio à batalha, comandando e incentivando os soldados franceses, os ingleses miraculosamente não a atacavam. Por fim, após dez dias de batalha, Orleans foi reconquistada. A despeito das pinturas que a retratam, como arma ela apenas empunhava uma branca bandeira em que ostentava a Cruz, o Nome de Jesus e o Nome de Maria.


    A vitória em Orleans, após tantas e frustradas tentativas, reergueu o moral das tropas e do povo francês, e foi o início da virada. Sob seu comando os franceses também impuseram fragorosas derrotas ao inimigo nas cidades vizinhas: Jargeau, Meung-sur-Loire e Beaugency. A fama de Santa Joana correu toda França e muitos combatentes franceses, que até então lutavam a favor da Inglaterra, passaram a temê-la e mudaram de lado. Os ingleses estavam assombrados com os relatos a seu respeito.


    A cerimônia de coroação de Carlos VII, na cidade de Reims, após uma arriscada viagem praticamente circundando toda Paris, que estava dominada, passando por várias áreas do exército inimigo, é um exemplo de como os caminhos se abriram para ela e para o rei, que fielmente acatava suas instruções. Várias autoridades que viajaram até Reims também tiveram suas passagens liberadas.
    Com a vitória em Orleans, os ingleses esperavam que ela atacasse Paris, mas Santa Joana, inspirada pelas vozes, convenceu o rei a firmar posição em Rouen, mais uma vez circundando Paris e cruzando com o exército francês algumas posições do invasor.


    Embora já tivesse cumprido sua missão, a pedido do rei e por própria vontade Santa Joana d'Arc também foi a campo na batalha pela reconquista de Paris, onde foi ferida por uma flecha. O rei, batendo em retirada, abandonou-a. Sozinha, mas ainda com o exército absolutamente solícito ao seu comando, ela mudou de estratégia e atacou Compiègne, uma pequena cidade ao norte de Paris, porém traiçoeiramente foi aprisionada por nobres da região, que se opunham ao rei da França. Como os soldados franceses não a esqueciam e iriam fazer de tudo para resgatá-la, os ingleses anteciparam-se e pagaram para obter sua guarda. Na verdade, como não podiam matá-la, pois era prisioneira de guerra, eles julgaram-na como feiticeira num processo pretensamente religioso, simulando uma inquisição.
    Aos 19 anos, depois de receber a Comunhão Eucarística, Santa Joana d'Arc foi levada à fogueira, onde padeceu martírio murmurando os nomes de Jesus e Maria. Era 30 de maio de 1431, na Praça Vermelha, em Rouen, no noroeste da França.
    Enquanto alguns gritavam 'bruxa', 'feiticeira', uma multidão de humilde gente comovidamente acompanhou seu sacrifício, que ela enfrentou com muita coragem e . Suas cinzas foram jogadas no Rio Sena, para que não fossem veneradas.
 

    20 anos mais tarde, por falta dos mais elementares fundamentos, o Papa Calisto III considerou inválido o processo de seu julgamento e reabilitou-a como perfeita cristã. Em 1920, como havia muito já pedia o simples e devoto povo do país e de outros lugares, o Papa Bento XV canonizou-a e deu-lhe o título de Padroeira da França.
    Além de muitas igrejas e monumentos por toda França, assim como imagens e estátuas nas principais catedrais, o local de seu martírio, em Rouen, foi preservado e uma moderna igreja, dessas mórbidas inovações, foi construída em sua homenagem.


    Santa Joana d'Arc, rogai por nós!

segunda-feira, 29 de maio de 2023

O Ateísmo


    Os principais argumentos dos ateus para afirmar a 'inexistência' de Deus são Sua 'ausência' e Sua 'inoperância'. Como acreditar, dizem, se não se tem 'nenhuma evidência de Sua presença ou de Sua atividade'? Mas será que eles examinam com honestidade os sinais de Deus? Usam de alguma prudência ao analisá-los? Haveria sensatez em desprezar os testemunhos de milhões e milhões de pessoas por todo mundo? Ou só eles seriam inteligentes o bastante para aferir a Verdade?
    Para o ateu, o sofrimento está aí, as doenças continuam assolando muita gente a despeito de suas crenças, ou da falta de uma, os pobres e inocentes são sempre os mais explorados e maltratados, a maioria segue indiferente aos sentimentos alheios, o mundo não tem melhorado... Milhões de miseráveis, fome, guerras, enfermidades, catástrofes naturais... Enfim, onde estaria 'esse' Deus? Cadê Seu poder? Trata-se, apenas, de numa promessa de Vida Eterna? E essa 'vida eterna'? Algum sinal de que realmente exista?
    A ciência é que pode explicar tudo, segundo eles: o Universo, a origem do ser vivo, a 'humanização' e as civilizações através dos tempos. E, aos poucos, todos fenômenos da natureza seriam compreendidos. Ou seja, não 'precisaríamos' de Deus!
    Mas Jesus foi direto ao ponto. Demonstrando a grandeza e o amor à Verdade de São João Batista diante de religiosos de Jerusalém, Ele levantou a decisiva questão e denunciou as presunções dos que renegam : "Como podeis crer, vós que recebeis a glória uns dos outros, e não buscais a Glória que é só de Deus?" Jo 5,44
    Também acusou falsos religiosos, que abandonam a sincera busca da Verdade: "Vós procurais parecer justos aos olhos dos homens, mas Deus conhece-vos os corações. Pois o que é elevado aos olhos dos homens, é abominável aos olhos de Deus." Lc 16,15b
    A Nicodemos, um notável entre os fariseus que não percebia a ação do Espírito Santo sobre Seus ungidos, Ele vai perguntar: "És mestre em Israel e ignoras estas coisas?!... Se tenho-vos falado das terrenas coisas e não Me credes, como crereis se falar-vos das celestiais?" Jo 3,10.12
    E em debate com os judeus sobre Deus Pai, Ele apontou outra elementar questão que remete à má vontade de alguns, bem como à limitação das palavras para exprimir o inefável: "Por que não compreendeis Minha linguagem?" Jo 8,43a
    Ele vai dizer da inspiração do Espírito Santo a Nicodemos, ainda em Sua primeira Páscoa em vida pública: "Não te maravilhes que Eu te tenha dito: 'Necessário é-vos nascer de novo.' O vento sopra onde quer, ouves-lhe o ruído, mas não sabes de onde vem nem para onde vai. Assim acontece com aquele que nasceu do Espírito." Jo 3,7-8
    Citando a Revelação, Jesus evoca a essência da fé perante os judeus, para atestar Sua Encarnação: "Vós perscrutais as Escrituras, nelas julgando encontrar a Vida Eterna. Pois bem! São elas mesmas que dão testemunho de Mim." Jo 5,39
    Evoca o próprio Moisés: "Pois se crêsseis em Moisés, certamente creríeis em Mim, porque ele escreveu a Meu respeito. Mas, se não acreditais em seus escritos, como acreditareis em Minhas Palavras?" Jo 5,46-47
    Quando Se declarou a Luz do mundo no Templo de Jerusalém, foi categórico perante os fariseus, desmontando meras teorias e especulações, e apresentando-Se como a maior manifestação de Deus: "Não conheceis nem a Mim nem a Meu Pai. Se conhecêsseis-Me, certamente também conheceríeis a Meu Pai." Jo 8,19b
    Incitava-os a desvendar o Sagrado: "Se alguém quiser cumprir a vontade de Deus, distinguirá se Minha Doutrina é de Deus ou se falo de Mim mesmo." Jo 7,17
    E não hesitou em descartar a fé dos samaritanos: "Vós adorais o que não conheceis..." Jo 4,22a
    Foi sucinto quando os Apóstolos perguntaram sobre os fariseus: "Toda planta que Meu Pai Celeste não plantou, será arrancada pela raiz. Deixai-os. São cegos e guias de cegos. Ora, se um cego conduz a outro, ambos tombarão na mesma vala." Mt 15,13.14
    Realmente mostrava-Se irredutível quanto à importância de Sua Missão: "Aquele que não honra o Filho, não honra o Pai, que O enviou." Jo 5,23b
    Afirmando Sua própria divindade, Ele chegou a desafiar os religiosos de Jerusalém: "Quem de vós Me acusa de pecado?" Jo 8,46a
    E como eles restavam inertes, exigiu o respeito que cabe ao Seu testemunho: "E se falo-vos a Verdade, por que Me não credes?" Jo 8,46b
    Avisava, usando o título com que Deus Se apresentou a Moisés, do que representa não crer n'Ele: "... porque se não crerdes que EU SOU, morrereis em vosso pecado." Jo 8,24b
    Chegou a apelar tão somente para Seus milagres: "Se Eu não faço as obras de Meu Pai, não Me creiais. Mas se faço-as, e se não quiserdes crer em Mim, crede em Minhas obras para que saibais e reconheçais que o Pai está em Mim e Eu no Pai." Jo 10,37-38
    A pertinácia de Seus opositores, porém, era grande: "Mas alguns deles disseram: 'É por Beelzebul, príncipe dos demônios, que Ele expele os demônios.'" Lc 11,15
    E Jesus assim explicava-a: "... a Luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais as trevas que a Luz, pois suas obras eram más. Entretanto, aquele que pratica a Verdade vem para a Luz." Jo 3,19b.21a
    No Templo de Jerusalém, Ele foi breve ao responder ao povo: "Perguntaram-Lhe: 'Que faremos para praticar as obras de Deus?' Respondeu-lhes Jesus: 'A obra de Deus é esta: que creiais n'Aquele que Ele enviou.'" Jo 8,28-29
    Por isso, ante o anúncio que Ele fazia de Sua Paixão, de inevitáveis escândalos e da obrigação de perdoar arrependidos, os Apóstolos pediam-Lhe: "Aumentai-nos a fé!" Lc 17,5b
    Sem dúvida, os seguidores da tradição de São Paulo iriam apontá-Lo como o "... Autor e Consumador de nossa fé, Jesus." Hb 12,1c
    Seu proceder, de fato, impunha autoridade: "Enquanto Jesus celebrava em Jerusalém a festa da Páscoa, muitos creram em Seu Nome, à vista dos milagres que fazia. Mas Jesus mesmo não Se fiava neles, porque conhecia a todos. Ele não necessitava que alguém desse testemunho de nenhum homem, pois bem sabia o que havia no homem." Jo 2,23-25
    A própria guarda do sumo sacerdote, enviada para prendê-Lo na festa das Tendas, voltou sem Ele, afirmando: "Ninguém jamais falou como Este Homem!..." Jo 7,46
    E São João Batista mesmo atestou o poder de Sua Palavra, apontando-a como caminho para verificar quão veraz é o próprio Deus: "Aquele que vem de cima é superior a todos. Aquele que vem da terra é terreno e fala de terrenas coisas. Aquele que vem do Céu é superior a todos. Ele testemunha as coisas que viu e ouviu, mas ninguém recebe Seu testemunho. Aquele que recebe Seu testemunho, porém, confirma que Deus é verdadeiro." Jo 3,31-33
    Ele também apontou a questão da linguagem, testemunhando a Unção do Espírito de Deus sobre Jesus e abrindo caminho para a compreensão da Santíssima Trindade: "Com efeito, Aquele que Deus enviou fala a linguagem de Deus, porque Ele concede o Espírito sem medidas. O Pai ama o Filho e confiou-Lhe todas coisas." Jo 3,34-35
    E outra vez revelando a luminosa coerência das Escrituras, Jesus vai ensinar: "Deus é Espírito..." Jo 4,24
    Garantia, em Sua Pessoa, o cumprimento dos planos de Deus: "O Reino de Deus não virá de ostensivo modo. Nem se dirá: 'Ei-lo aqui', ou: 'Ei-lo ali.' Pois o Reino de Deus já está em meio a vós." Lc 17,20a-21
    São João Evangelista, por sua vez, vai ater-se à expressa manifestação do próprio Espírito Santo e cabalmente apontar: "Nisto reconhece-se o Espírito de Deus: todo espírito que proclama que o Cristo encarnou em Jesus é de Deus. E todo espírito que não proclama Jesus, esse não é de Deus, mas é o espírito do Anticristo, de cuja vinda tendes ouvido, e agora já está no mundo." 1 Jo 4,2-3
    Falando sobre o Pai, ele diz que Jesus é Seu principal testemunho: "Aquele que não crê em Deus, faz d'Ele mentiroso, porque não crê no testemunho que Ele deu em favor de Seu Filho." 1 Jo 5,10b
    Abrangendo a ampla dimensão da questão e tentando simplificar, este Apóstolo cunhou essa bela frase: "... Deus é amor." 1 Jo 4,8
    E alega esta razão: "Aquele que não ama, não conhece a Deus..." Idem
    De fato, como poderíamos quantificar o amor que está em ação, nesse momento, pelo mundo afora? Ora, os que mais amam são exatamente aqueles que mais sofrem, toleram e calam-se diante de injustiças e desgraças. Haveria maior mensagem que eles pudessem dar-nos? E, dadas as condições da vida humana, não é a Divina Consolação a mais frequente dádiva que Deus nos concede? Através do Profeta Isaías, Ele afirmou: "Eu, Eu mesmo sou Vosso Consolador!" Is 51,12
    Jesus revelou esse detalhe sobre Si mesmo quando falou do envio do Espírito Santo. De fato, se o Espírito de Deus é 'outro' consolador, é porque essa é uma das mais claras atribuições de Deus, seja Pai, Filho ou Espírito: "E Eu rogarei ao Pai, e Ele dá-vos-á outro Consolador, para que convosco fique eternamente." Jo 14,16
    Ele oferece, portanto, Aquele que nos conduz à verdadeira percepção da realidade: "É o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não O vê nem O conhece. Mas vós conhecê-Lo-eis, porque convosco permanecerá e em vós estará." Jo 14,17
    Pois o Espírito de Deus veio para revelar a Verdade: "E quando Ele vier, convencerá o mundo a respeito do pecado, da justiça e do Juízo." Jo 16,8
    Jesus também foi bem claro quando falou sobre Seus socorros, que dizem respeito às nossas almas: "Tomai Meu jugo sobre vós e recebei Minha Doutrina, porque Eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para vossas almas." Mt 11,29
    E igualmente dizem respeito à Ressurreição da carne e ao Eterno Banquete, mas apenas àqueles amados pelo Pai, que antes nos leva ao Cristo: "Ninguém pode vir a Mim se o Pai, que Me enviou, não o atrair. E Eu hei de ressuscitá-lo no Último Dia." Jo 6,44
    Ele antevia: "Se não ouvirem a Moisés e aos Profetas, tampouco deixar-se-ão convencer, ainda que algum dos mortos ressuscite." Lc 16,31
    Por isso, avisava a Igreja das tribulações que se enfrenta nesse mundo, como Ele mesmo enfrentou: "Referi-vos essas coisas para que em Mim tenhais a Paz. No mundo haveis de ter aflições. Coragem! Eu venci o mundo." Jo 16,33
    E enquanto Consolador, contra todas aflições e todo mal, Ele promete Sua indizível Paz, que só o próprio Deus pode oferecer: "Deixo-vos a Paz, dou-vos Minha Paz. Não vos dou como o mundo a dá. Não se perturbe vosso coração, nem se atemorize!" Jo 14,27
    São Paulo explicou a dádiva que é a Unção do Santo Paráclito, para a compreensão da realidade à nossa volta: "Ora, nós não recebemos o espírito do mundo, mas sim o Espírito que vem de Deus, que nos dá a conhecer as Graças que Deus nos prodigalizou e que pregamos numa linguagem que nos foi ensinada não pela sabedoria humana, mas pelo Espírito, que exprime as coisas espirituais em termos espirituais. Mas o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, pois para ele são loucuras. Nem pode compreendê-las, porque é pelo Espírito que se devem ponderar." 1 Cor 2,12-14
    Ele foi assertivo ao explicar a Paixão de Nosso Senhor: "A linguagem da Cruz é loucura para os que se perdem, mas, para os que foram salvos, para nós, é uma divina força." 1 Cor 1,18
    E garante, citando o Profeta Isaías, que Deus excede em muito todas nossas expectativas: "É como está escrito: 'Coisas que os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou' (Is 64,4), tais são os bens que Deus tem preparado para aqueles que O amam." 1 Cor 2,9


A MAIOR MANIFESTAÇÃO DE DEUS

    Ademais, é de notar-se que a 'ausência' ou a 'inoperância' de Deus é 'denunciada', em geral, por aqueles que acham que tudo depende apenas de nós mesmos. São visivelmente movidos por ativismo, racionalismo e materialismo. Para eles, de fato, Deus não está aí para ser percebido, pois nenhuma dessas posturas, principalmente quando levadas ao extremo, permite boa observação das coisas ao redor. Falando dos pagãos, São Paulo diz que toda humanidade é originalmente dotada dessa capacidade: "Desde a criação do mundo, as invisíveis perfeições de Deus, Seu sempiterno poder e divindade, tornam-se visíveis à inteligência por Suas obras, de modo que não podem escusar-se." Rm 1,20
    O sentido da vida era-lhe bem claro: "Deus fez, a partir de um só homem, todo gênero humano para habitar em toda face da Terra. E fixou a sequência dos tempos e os limites para sua habitação, a fim de que os homens procurem a Deus e esforcem-se por encontrá-Lo, mesmo tateando, embora não Se encontre longe de cada um de nós. Porque é n'Ele que temos a vida, o movimento e o ser..." At 17,26-28a
    E que a relutância em negar esta capacidade significa atrair graves castigos: "A ira de Deus manifesta-se do alto do Céu contra toda impiedade e perversidade dos homens, que pela injustiça aprisionam a Verdade." Rm 1,18
    Ele diz aos coríntios: "Se nosso Evangelho ainda estiver encoberto, está encoberto para aqueles que se perdem, para os incrédulos, cujas inteligências o deus deste mundo obcecou a tal ponto que não percebem a Luz do Evangelho, onde resplandece a Glória de Cristo, que é a imagem de Deus. De fato, não pregamos a nós mesmos, mas a Jesus Cristo, o Senhor. Quanto a nós, consideramo-nos vossos servos por amor a Jesus. Porque Deus que disse: 'Das trevas brilhe a Luz', também é Aquele que fez brilhar Sua Luz em nossos corações, para que irradiássemos o conhecimento do esplendor de Deus, que se reflete na face de Cristo. Porém, temos este tesouro em vasos de barro, para que claramente transpareça que este extraordinário poder provém de Deus e não de nós." 2 Cor 4,3-7
    Para os mais humildes, pois, que são a imensa maioria, Deus está agindo e todos dias. Eles bem percebem Seus cuidados e em hipótese alguma abrirão mão da fé. O salmista já cantava: "Entretanto, Vós vedes tudo: observais os que penam e sofrem a fim de tomar a causa deles em Vossas mãos. É a Vós que se abandona o infortunado, sois Vós o amparo do órfão." Sl 9,35
    Não por acaso, Jesus afirmou em oração: "Eu bendigo-Te, Pai, Senhor do Céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e revelaste-as aos pequenos." Jo 11,25
    Quanto aos desmandos da própria humanidade, é bom que não se esqueça, Jesus também foi vítima: "Meu Reino não é deste mundo. Se Meu Reino fosse deste mundo, Meus súditos certamente teriam combatido para que Eu não fosse entregue aos judeus." Jo 18,36
    Ele expressou, pouco antes de ser preso, essa Verdade a São Pedro: "Não crês tu que posso invocar Meu Pai, e Ele imediatamente enviá-Me-ia mais de doze legiões de anjos?" Mt 26,53
    E quando falava do Reino deste 'mundo', Ele não Se referia ao planeta Terra, obra de Sua criação. Referia-Se às organizações instituídas por pessoas que renegam a Deus, nas quais não se solicita nem sequer se permite Sua participação. Porque, quanto à propriedade e ao controle de tudo, seja do Céu ou da Terra, o salmista já dizia que "... Deus é o Rei do universo..." Sl 46,8
    Ou porque, segundo o próprio Jesus, "... a Deus tudo é possível." Mc 10,27
    E quanto ao sofrimento existente no mundo, Ele não enganou ninguém. Ao contrário, deixou claro que se colocar em oposição à mundana lógica é atrair mais dificuldades: "Se alguém quer vir após Mim, renegue-se a si mesmo, tome cada dia sua Cruz e siga-Me." Lc 9,23
    Isto dá-se tão somente por amor à Verdade, como Ele vai dizer a Seus parentes: "O mundo não vos pode odiar, mas odeia-Me, porque contra ele Eu testemunho que suas obras são más." Jo 7,7
    Por isso, alertou os Apóstolos, garantindo também a eles a força do testemunho da Verdade: "Se o mundo odeia-vos, sabei que Me odiou antes que a vós. Se fôsseis do mundo, o mundo amá-vos-ia como sendo seus. Como, porém, não sois do mundo, mas do mundo escolhi-vos, por isso o mundo odeia-vos. Lembrai-vos da Palavra que vos disse: 'O servo não é maior que Seu Senhor.' Se perseguiram-Me, também hão de perseguir-vos. Se guardaram Minha Palavra, também hão de guardar a vossa." Jo 15,18-20
    A despeito dos inegáveis valores da ciência, pois a Sabedoria é mais um dom de Deus, a tentativa de tudo explicar exclusivamente por seus métodos já se revelou infrutífera em uma infinidade de casos. Como explicar, por exemplo, os milagres? As dezenas de milagres Eucarísticos? O Santo SudárioA Santa Casa do Loreto? Os corpos santos? Os tantos sinais de Deus? As inúmeras aparições de Nossa Senhora, entre ela a Aparição de Fátima, que predisse tudo que de mais importante aconteceria no século XX? Houve maior matança na face da terra que na instauração do comunismo pelo mundo afora? Foram mais de 110 milhões de mortos! E justamente por 'governos' que, querendo instituir o 'Céu' na terra, negam a existência de Deus! Eram 'governos naturalistas e cientificistas', que diziam aplicar técnica e racionalidade! Essa gente que acha 'bonito' e 'tolera' todas 'religiões', desde que elas não pretendam proclamar a Verdade!
    São Tiago Menor, por exemplo, denuncia o materialismo e o hedonismo, descaradamente adotados por certos 'libertadores': "De onde vêm as guerras? De onde vêm as brigas entre vós? Não vêm justamente das paixões que estão em conflito dentro de vós? Cobiçais, mas não conseguis ter. Matais e cultivais inveja, mas não conseguis êxito. Brigais e fazeis guerra, mas não conseguis possuir. E a razão está em que não pedis. Pedis, sim, mas não recebeis, porque pedis mal. Pois só quereis esbanjar o pedido em vossos prazeres." Tg 4,1-3
    Por fim, os ateus também apontam as catástrofes naturais como prova da 'inexistência' ou mesmo da 'impotência' de Deus. Esquecem, elementarmente, que a alma é eterna, e que Cristo alertava do perigo de uma repentina partida desse mundo sem o devido Sacramento da Confissão: "Ou cuidais que aqueles dezoito homens, sobre os quais caiu a torre de Siloé e matou-os, foram mais culpados que todos demais habitantes de Jerusalém? Não, digo-vos. Mas se não vos arrependerdes, perecereis todos do mesmo modo." Lc 13,4-5
    E mesmo estas catástrofes, não são muitas delas apenas o resultado da ambição e do consumismo materialista? Do selvagem capitalismo que 'venceu' o comunismo? E quem mais sofre com elas não são justamente os mais pobres? Acaso não é a pobreza a falta da partilha do pão? Então o 'milagre' da ciência só serve aos ricos? E não fomenta ainda mais ambição? Aonde vamos? À destruição do planeta? Essa é a 'inteligência' do ser humano? Não falta a ele a divina inspiração para realmente ir mais longe?
    São Paulo lamenta a desonestidade intelectual e a preguiçosa consciência dos que caem na eterna perdição "... por não terem cultivado o amor à Verdade que teria podido salvá-los." 2 Ts 2,10
    Pois Jesus prometeu cobrar por Sua Vinda e por Sua Palavra. Definitivamente, Sua manifestação não foi em vão! Não acolhê-la, segundo Ele mesmo, é um pecado: "Se Eu não viesse e não lhes tivesse falado, não teriam pecado. Mas agora não há desculpa para seu pecado." Jo 15,22
    Seus milagres também não foram em vão: "Se Eu não tivesse feito entre eles obras, como nenhum outro fez, não teriam pecado. Mas agora viram-nas e odiaram a Mim e a Meu Pai." Jo 15,24
    E ainda prometeu que a Vinda do Espírito Santo não passaria despercebida. Ao contrário, se temos alguma chance é porque Ele nos convence do erro que é não acolher Jesus: "Entretanto, digo-vos a Verdade: convém a vós que Eu vá! Porque, se Eu não for, o Paráclito não virá a vós. Mas se Eu for, enviá-Lo-ei. Ele convencerá o mundo a respeito do pecado, que consiste em não crer em Mim." Jo 16,7.9
    Entre os ateus, portanto, se é que realmente não creem, deve-se saber que não é muito sensato alimentar ódio a Deus. Jesus contou a parábola do Homem que partiu para ser investido da realeza, e que, ao voltar, declarou: "Quanto aos que Me odeiam e que não Me quiseram por Rei, trazei-os e massacrai-os em Minha presença." Lc 19,27


NA PRÁTICA, VERDADEIROS ATEUS

    Há, no entanto, casos ainda mais graves que o mero ateísmo: são os muitos que, apesar de jurarem acreditar em Deus, especialmente em Deus manifesto na Pessoa de Jesus, categoricamente rejeitam Seus ensinamentos e, na prática, vivem na mais completa devassidão. O destino destes não parece ser nenhuma surpresa, pois Jesus adverte: "Mas aquele que ouve Minhas Palavras e não as põe em prática é semelhante a um insensato homem, que construiu sua casa na areia. Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa. Ela caiu e grande foi sua ruína." Lc 7,26-27
    Aliás, muitos deles até apresentam-se como líderes religiosos e realizam 'sinais'. Jesus disse: "Nem todo aquele que Me diz: 'Senhor, Senhor', entrará no Reino dos Céus, mas sim aquele que faz a vontade de Meu Pai que está nos Céus. Muitos di-Me-ão naquele dia: 'Senhor, Senhor, não pregamos nós em Vosso Nome, e não foi em Vosso Nome que expulsamos os demônios e fizemos muitos milagres?' E, no entanto, Eu di-lhes-ei: 'Nunca vos conheci. Retirai-vos de Mim, maus operários!'" Mt 7,21-23
    Os que distorcem Sua Palavra, portanto, deveriam estar bem mais atentos: "Mas todo aquele que fizer cair em pecado a um destes pequeninos que creem em Mim, melhor seria que uma pedra de moinho lhe fosse posta ao pescoço e lançassem-no ao mar!" Mc 9,42
    E estejamos certos que isso não é nenhuma raridade. Ele mesmo denunciou: "Ai de vós, hipócritas escribas e fariseus! Percorreis mares e terras para fazer um prosélito e, quando o conseguis, fazeis dele um filho do inferno duas vezes pior que vós mesmos." Mt 23,15
    São Pedro acusa-os de grandes maculadores do Evangelho: "Assim como houve entre o povo falsos profetas, também haverá entre vós falsos doutores que disfarçadamente introduzirão perniciosas seitas. Renegando, assim, o Senhor que os resgatou, eles atrairão sobre si uma repentina ruína. Muitos segui-los-ão em suas desordens e deste modo serão a causa de o Caminho da Verdade ser caluniado." 2 Pd 2,1-2
    E assim explica o Antigo e o Novo Testamento, destacando o Ministério do Divino Paráclito: "Esta Salvação tem sido o objeto de investigações e de meditações dos Profetas, que proferiram Oráculos sobre a Graça que vos era destinada. Foi-lhes revelado que propunham não para si mesmos, senão para vós, estas revelações que agora vos têm sido anunciadas por aqueles que vos pregaram o Evangelho da parte do Espírito Santo, enviado do Céu." 1 Pd 1,10.12
    A Igreja, pois, ainda que reduzida a um pequeno número, santamente passará por tudo isso, porque assim Jesus quer, como São Paulo afirma: "... Cristo amou a Igreja e entregou-Se por ela, para santificá-la, purificando-a pela Água do Batismo com a Palavra, para a Si mesmo apresentá-la toda gloriosa, sem mácula, sem ruga, sem qualquer outro defeito, mas santa e irrepreensível." Ef 5,25b-27
    Ora, Jesus declarou que ela seria invencível, quando elegeu São Pedro como pedra fundamental, pois é Ele mesmo que a edifica: "E Eu declaro-te: tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a Minha Igreja. As portas do inferno não prevalecerão contra ela." Mt 16,18
    O fim de Judas, por sinal um dos escolhidos por Jesus, mas que tanto amava o dinheiro, foi muito triste. A vida, esse dom de Deus, para ele foi uma pedra de tropeço. Jesus sentenciou: "O Filho do Homem vai, como d'Ele está escrito. Mas ai daquele homem por quem o Filho do Homem é traído! Seria melhor para esse homem que jamais tivesse nascido!" Mt 26,24
    Aqueles que cometem escândalos, segundo Sua Palavra, também não estão em boa situação: "Ai do mundo por causa dos escândalos! Eles são inevitáveis, mas ai do homem que os causa! Por isso, se tua mão ou teu pé fazem-te cair em pecado, corta-os e lança-os longe de ti: é melhor entrares na vida coxo ou manco que, tendo dois pés e duas mãos, seres lançado no fogo eterno! Se teu olho leva-te ao pecado, arranca-o e lança-o longe de ti: é melhor entrares na vida cego de um olho que seres jogado com teus dois olhos no fogo da geena!" Mt 18,7-9
    Numa visão que teve São João Evangelista, registrado no livro do Apocalipse, Jesus foi ainda mais contundente com alguns acomodados dentro da Igreja: "Pois dizes: 'Sou rico, faço bons negócios, de nada necessito', e não sabes que és infeliz, miserável, pobre, cego e nu. Aconselho-te que de Mim  compres ouro provado ao fogo, para ficares rico; alvas roupas para vestir-te, a fim de que a vergonha de tua nudez não apareça; e um colírio para ungir os olhos, de modo que possas ver claro." Ap 3,17-18
    E referindo-Se a Ele mesmo como a pedra angular da obra de Deus, disse que Sua manifestação era um marco histórico para a humanidade, um divisor de águas, e que ninguém poderia valer-se dela por escusos motivos: "Aquele que tropeçar nesta pedra, far-se-á em pedaços. E aquele sobre quem ela cair, será esmagado." Mt 21,44
    Disse-o, aliás, aos próprios Apóstolos, referindo-Se ao 'escândalo da Cruz': "Esta noite serei para todos vós uma ocasião de queda, porque está escrito: 'Ferirei o Pastor, e as ovelhas do rebanho serão dispersadas (Zc 13,7).' Mas, depois de Minha Ressurreição, Eu precedê-vos-ei na Galileia." Mt 26,31-32
    Sua Palavra, portanto, deve ser intensamente vivida em nossas almas: "Mas vem a hora, e já chegou, em que os verdadeiros adoradores hão de adorar o Pai em espírito e Verdade, e são esses adoradores que o Pai deseja. Deus é Espírito, e Seus adoradores devem adorá-Lo em espírito e Verdade." Jo 4 23,24
    Com efeito, falando através de Isaías, Deus já havia denunciado a hipocrisia entre religiosos. Jesus vai invocá-lo: "Hipócritas! É bem de vós que fala o Profeta Isaías: 'Este povo só honra-me com os lábios. Seu coração, porém, está longe de Mim.'" Mt 15,7-8
    Por isso, São Tiago Menor prescreve: "Mas aquele que procura meditar com atenção a lei perfeita da liberdade e nela persevera não como ouvinte que facilmente se esquece, mas como fiel cumpridor do preceito, este será feliz em seu proceder." Tg 1,25
    Pois é ouvindo-a que se chega à fé, como São Paulo diz: "Logo, a fé provém da pregação, e a pregação exerce-se em razão da Palavra de Cristo." Rm 10,17
    A quem a vivencia, Jesus garantiu: "Aquele, pois, que ouve estas Minhas Palavras e põe-nas em prática é semelhante a um prudente homem, que edificou sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa. Ela, porém, não caiu, porque estava edificada na rocha." Mt 7,24-25
    Assim, lembrando a importância da Santa Missa e dos Sacramentos, tornam-se vitais as palavras do cego de nascença curado por Jesus: "Sabemos, porém, que Deus não ouve a pecadores, mas atende a quem Lhe presta culto e faz Sua vontade." Jo 9,31

    "Lembrai-Vos, ó Pai, de Vossos filhos!"

domingo, 28 de maio de 2023

O Pentecostes


    O Pentecostes, na tradição judaica, é a festa que comemora o dia em que Moisés recebeu de Deus as Tábuas da Lei, no Monte Sinai. Também é chamada de Festa das Semanas, porque acontece sete semanas após a data da saída do Egito, e é comemorada no primeiro dia da oitava. São, pois, cinquenta dias, daí o nome grego "Pentecostes", que significa quinquagésimo. E por causa da estação do ano, ainda é chamada pelos judeus de Festa da Colheita, da Sega ou da Primícia dos Frutos.
    Assim como as Tábuas da Lei, portanto, Deus prometeu uma nova e ainda maior Revelação, e que didaticamente se cumpriria também num dia de Pentecostes: a Nova Aliança, anunciada por Jesus e consumada pela Vinda do Espírito Santo. Está no livro do Profeta Jeremias: "'Dias hão de vir,' Oráculo do Senhor, 'em que firmarei Nova Aliança com as casas de Israel e de Judá. Será diferente da que concluí com seus pais, no dia em que pela mão os tomei para tirá-los do Egito, Aliança que violaram embora Eu fosse o Esposo deles. Eis a Aliança, então, que farei com a casa de Israel.' Oráculo do Senhor: 'Incutir-lhe-ei Minha Lei; gravá-la-ei em seu coração. Serei Seu Deus e Israel será Meu povo.'" Jr 31,31-33
    Se, por mais falar-se, mais conhecemos a Deus Pai e a Deus Filho, também devemos uma especial atenção ao Divino Espírito, Cuja Vinda deu novo significado ao Pentecostes. 'Surpresa' guardada por Deus, assim como o próprio Jesus, para a plenitude dos tempos, Ele já aparecia, sempre sutilmente, desde as primeiras linhas das Escrituras: "... o Espírito de Deus pairava sobre as águas." Gn 1,2
    Mas a humanidade caiu em pecado, como sabemos, e assim levou Deus a essa decisão, tomada ainda antes do dilúvio: "Meu Espírito não permanecerá para sempre no ser humano, porque todo ele é carne, e a duração de sua vida será de cento e vinte anos." Gn 6,3
    Entretanto, mesmo que de episódico modo, o Divino Paráclito notoriamente continuava agindo sobre aqueles que eram fiéis aos planos de Deus: "Moisés saiu e referiu ao povo as palavras do Senhor. Reuniu setenta homens dos anciãos do povo e colocou-os em volta da Tenda. O Senhor desceu na nuvem e falou a Moisés. Tomou uma parte do Espírito que o animava e pô-la sobre os setenta anciãos. Apenas repousara o Espírito sobre eles, começaram a profetizar, mas não continuaram." Nm 11,24-25
    Assim também se deu com o rei Saul, enquanto era preparado pelo Profeta Samuel: "À entrada da cidade encontrarás um grupo de Profetas descendo do alto lugar, precedidos de saltérios, de tímpanos, de flautas e de cítaras, profetizando. O Espírito do Senhor também virá sobre ti, profetizarás com eles e tornar-te-ás um outro homem." 1 Sm 10,5b-6
    E falando sobre a teimosia do povo de Israel, Neemias assentiu perante Deus: "Vossa paciência para com eles durou muitos anos. Vós fazíeis-lhes admoestações pela inspiração de Vosso Espírito, que animava Vossos Profetas." Ne 9,30a
    Mesmo estrangeiros percebiam Sua ação, como foi o caso do faraó e da nobreza do Egito, referindo-se a São José do Egito, filho de Jacó: "'Poderíamos', disse-lhes ele, 'encontrar um homem que tenha, tanto quanto este, o Espírito de Deus?'" Gn 41,38
    E no livro da Sabedoria, o sagrado autor bem demonstra saber como e a Quem recorrer: "Que homem, pois, pode conhecer os desígnios de Deus, e penetrar nas determinações do Senhor? E quem conhece Vossas intenções, se Vós não lhe dais a Sabedoria, e se do mais alto dos Céus Vós não lhe enviais Vosso Espírito Santo?" Sb 9,13.17
    Até já descrevia Seu agir: "A Sabedoria não entrará na perversa alma, nem habitará no corpo sujeito ao pecado. O Espírito Santo Educador das almas fugirá da perfídia, afastar-Se-á de insensatos pensamentos, e a iniquidade que está por vir O repelirá." Sb 1,4-5
    Passados alguns séculos, contudo, Deus, através do Profeta Ezequiel, prometeu reunir Seu povo. Era a Unidade da Igreja, que o Espírito Santo iria realizar através da Comunhão: "... Eu dá-lhes-ei um só coração e animá-los-ei com um Novo Espírito. De seu corpo extrairei o coração de pedra para substituí-lo por um coração de carne, a fim de que observem Minhas Leis, guardem e pratiquem Meus Mandamentos, sejam Meu povo e Eu, Seu Deus." Ez 11,19-20
    Assim prometia que, em mais notória revelação, daria Nova Vida aos Seus fieis: "... quando Eu derramar em vós Meu Espírito para fazer-vos voltar à Vida, e quando hei de restabelecer-vos em vossa terra, então sabereis que Eu sou o Senhor..." Ez 36,14
    E que, pela Nova Aliança firmada por Jesus, o Divino Paráclito definitivamente permaneceria entre nós. Deus disse através do Profeta Isaías: "'Mas virá como Redentor a Sião e aos arrependidos filhos de Jacó,' Oráculo do Senhor. 'Eis Minha Aliança com eles', diz o Senhor: 'Meu Espírito, que sobre ti repousa, e Minhas Palavras, que coloquei em tua boca, não deixarão teus lábios nem os de teus filhos, nem os de seus descendentes', diz o Senhor, 'desde agora e para sempre.'" Is 59,20-21
    Com efeito, Jesus vai garantir aos Apóstolos, e assim a Igreja: "E Eu rogarei ao Pai, e Ele dá-vos-á outro Paráclito, para que convosco fique eternamente." Jo 14,16
    Mas, como visto, já era por inspiração do Espírito de Deus que Profetas e homens Santos escreviam o Antigo Testamento. São Pedro afirma: "Esta Salvação tem sido o objeto das investigações e das meditações dos Profetas, que proferiram Oráculos sobre a Graça que vos era destinada. Eles investigaram a época e as circunstâncias indicadas pelo Espírito de Cristo, que neles estava e que profetizava os sofrimentos do mesmo Cristo, e as Glórias que deviam segui-los." 1 Pd 1,10-11
    Também assim foi durante a própria passagem de Jesus entre os Apóstolos, como São Lucas registrou: "... contei toda sequência das ações e dos ensinamentos de Jesus, desde o princípio até o dia em que foi arrebatado ao Céu, depois de ter dado, pelo Espírito Santo, Suas instruções aos Apóstolos que escolhera." At 1,1a-2
    E desta forma tem sido desde então. São Paulo escreve aos efésios: "Lendo-me, podereis entender a noção que me foi concedida do Mistério de Cristo, que em outras gerações não foi manifestado aos homens da maneira como agora tem sido revelado pelo Espírito aos Seus Santos Apóstolos e profetas." Ef 3,4-5
    Alegando o Sacramento da Crisma, portanto, São João Evangelista garante: "Vós, porém, tendes a Unção do Santo e sabeis todas coisas. Que permaneça em vós o que tendes ouvido desde o princípio. Se em vós permanecer o que ouvistes desde o princípio, vós também permanecereis no Filho e no Pai. E não tendes necessidade de que alguém vos ensine. Mas, como Sua Unção vos ensina todas coisas, assim é ela verdadeira e não mentira. Permanecei n'Ele, como ela vos ensinou." 1 Jo 2,20.24.27b


O SALVADOR ANUNCIA O ESPÍRITO DA PROMESSA

    Cumpriram-se, então, os tempos, e veio São João Batista para preparar o povo para a Vinda do Salvador. O Arcanjo São Gabriel, ao anunciar seu nascimento a Zacarias, seu pai, deixou informado Quem moveria este arauto: "... e desde o ventre de sua mãe será cheio do Espírito Santo..." Lc 1,15
    Tal unção deu-se através de Nossa Mãe Celeste, a Esposa do Divino Paráclito: "Naqueles dias, Maria levantou-se e foi às pressas às montanhas, a uma cidade de Judá. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Ora, apenas ouviu Isabel a saudação de Maria, a criança estremeceu em seu seio, e Isabel ficou cheia do Espírito Santo." Lc 1,39-41
    Pois ao receber a Anunciação, Nossa Senhora ouviu de São Gabriel como se daria a Encarnação do Salvador: "O Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do Altíssimo envolver-te-á com Sua sombra. Por isso, o Santo Ente que de ti nascer será chamado Filho de Deus." Lc 1,35
    E quando São João Batista batizou Jesus, lá estava o Santo Paráclito completando a primeira manifestação pública da Santíssima Trindade: o Pai falando do Céu, o Filho Encarnado e o Espírito como uma pomba: "Depois que Jesus foi batizado, logo saiu da água. Eis que os Céus se abriram e viu-se descer sobre Ele, em forma de pomba, o Espírito de Deus. E do Céu ouviu-se uma voz: 'Eis Meu Amado Filho, em Quem ponho Minha afeição.'" Mt 3,16-17
    Ao iniciar Sua vida pública, pois, na sinagoga Jesus leu uma profecia do livro do Profeta Isaías, que na verdade era o discurso inaugural de Sua Missão, antecipado pelas Escrituras ao povo de Deus havia sete séculos: "O Espírito do Senhor repousa sobre Mim, porque o Senhor Me consagrou pela Unção. Enviou-Me a levar a Boa Nova aos humildes, curar os corações doloridos, anunciar aos cativos a redenção, e aos prisioneiros a liberdade; proclamar o Ano da Graça do Senhor, e um dia de vingança de Nosso Deus; para consolar todos aflitos..." Is 61,1-2
    Porém, pouco antes de Sua Paixão, avisou que nem todas revelações seriam feitas por Ele mesmo, mas que o Divino Paráclito as arremataria: "Muitas coisas ainda tenho a dizer-vos, mas agora não podeis suportá-las. Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensiná-vos-á toda a Verdade, porque não falará por Si mesmo, mas dirá o que ouvir, e anunciá-vos-á as coisas que virão." Jo 16,12-13
    Com razão, eram pouco mais de três anos que Jesus estava na companhia dos Apóstolos, e eles já tinham esquecido algumas coisas e ainda precisavam entender outras. Mas Ele garantia que tudo seria recordado e todos esclarecimentos seriam feitos pelo Espírito de Deus: "Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em Meu Nome, ensiná-vos-á todas coisas e recordá-vos-á tudo que vos tenho dito." Jo 14,26
    Até ajudaria os Apóstolos a testemunhá-Lo nos mais difíceis momentos: "Porque não sereis vós que falareis, mas é o Espírito de Vosso Pai que falará em vós." Mt 10,20
    Sua Paixão, aliás, era condição para a Vinda do Divino Espírito: "Entretanto, digo-vos a Verdade: a vós convém que Eu vá! Porque se Eu não for, o Paráclito não virá a vós. Mas se Eu for, enviá-vo-Lo-ei." Jo 16,7
    Todavia, devido aos pecados sem o devido arrependimento, Ele não é derramado sobre todos, mas apenas sobre a Igreja. Jesus disse: "É o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber porque não O vê nem O conhece. Mas vós conhecê-Lo-eis, porque convosco permanecerá e em vós estará." Jo 14,17
    Por isso, a mera leitura da Palavra de Deus sem os auxílios do Santo Espírito, ou seja, a tentativa de compreensão das Escrituras sem a assistência da Igreja, leva tão somente ao erro e à morte. São Paulo diz deste Ministério, exclusivamente dado por Jesus: "Ele é que nos fez aptos para ser Ministros da Nova Aliança, não a da letra, e sim a do Espírito. Porque a letra mata, mas o Espírito vivifica." 2 Cor 3,6
    Por isso, exige a devida reverência aos membros da Igreja: "Por conseguinte, desprezar estes preceitos é desprezar não a um homem, mas a Deus, que nos infundiu Seu Espírito Santo." 1 Ts 4,8
    São Pedro, de fato, com toda sua autoridade vetou qualquer pessoal entendimento das Escrituras. Ou seja, só a interpretação dada pelo próprio Espírito da Verdade, Aquele que inspirou os sagrados livros, deve prevalecer: "Antes de tudo, sabei que nenhuma profecia da Escritura é de pessoal interpretação. Porque jamais uma profecia foi proferida por efeito de humana vontade. Homens inspirados pelo Espírito Santo falaram da parte de Deus." 2 Pd 1,20-21
    E assim a verdadeira Palavra de Deus vem sendo anunciada. Falando sobre os Profetas, o Príncipe dos Apóstolos diz aos cristãos: "Foi-lhes revelado que propunham não para si mesmos, senão para vós, estas revelações que agora vos têm sido anunciadas por aqueles que vos pregaram o Evangelho da parte do Espírito Santo, enviado do Céu. Revelações estas, que os próprios anjos desejam contemplar." 1 Pd 1,12
    Ora, o Espírito Santo é o próprio Deus, e só Ele pode iluminar-nos para a Verdade que liberta. São Paulo diz: "... o Senhor é o Espírito, e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade." 2 Cor 3,17
    Verdade essa que é o próprio Jesus, o Verbo Encarnado, o Único que nos leva a Deus: "Jesus respondeu-lhe: 'Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vem ao Pai senão por Mim.'" Jo 14,6
    E é fazendo-nos compreender Sua Palavra, isto é, mediante nossa prévia obediência, que Ele nos liberta: "Portanto, se o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres." Jo 8,38
    Sem dúvida, Santo Estevão, ao condenar o Sinédrio, diz que aqueles que não acolhem Jesus e Sua Igreja estão em oposição ao Espírito de Deus: "Homens de dura cerviz, e de incircuncisos corações e ouvidos! Vós sempre resistis ao Espírito Santo." At 7,51
    Pois só Ele pode revelar propriamente as coisas de Deus, como o Apóstolo do Gentios diz aos coríntios: "Assim também as coisas de Deus: ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus." 1 Cor 2,11
    É por Ele que todas Graças nos são derramadas, segundo os seguidores de sua tradição: "... o Espírito Santo, Autor da Graça!" Hb 10,29
    É por Ele que se alcança a santidade, cuja finalidade São Pedro diz aos fiéis: "... eleitos segundo a presciência de Deus Pai e santificados pelo Espírito para obedecer a Jesus Cristo..." 1 Pd 2a
    Jesus foi bem explícito ao dizer como o Santo Paráclito cumpriria Sua missão, abrindo-nos os olhos à Verdade: "E, quando Ele vier, convencerá o mundo a respeito do pecado, da justiça e do Juízo." Jo 16,8
    E depois de ressuscitado, em Sua última aparição ao colégio dos Apóstolos Ele disse: "Eu mandá-vos-ei o Prometido de Meu Pai. Entretanto, permanecei em Jerusalém até que sejais revestidos da força do alto." Lc 24,49
    Por isso, falando sobre o Pentecostes que acabara de acontecer, São Pedro assegurou aos peregrinos em Jerusalém: "... Jesus recebeu do Pai o Espírito Prometido e derramou-O, como estais vendo e ouvindo." At 2,33
    O Paráclito, pois, como São Paulo afirma, é a própria garantia da Salvação: "N'Ele (Cristo) também vós, depois de terdes ouvido a Palavra da Verdade, o Evangelho de vossa Salvação no qual tendes crido, fostes selados com o Espírito Santo que fora prometido, que é o penhor de nossa herança, enquanto esperamos a completa redenção daqueles que Deus adquiriu para o louvor da Sua Glória." Ef 1,13-14
    Ele assim explica o Pentecostes aos romanos: "A Lei do Espírito de Vida libertou-me, em Jesus Cristo... O que era impossível à Lei, visto que a carne a tornava impotente, Deus fez. Enviando, por causa do pecado, Seu próprio Filho numa carne semelhante à do pecado, condenou o pecado na carne, a fim de que a justiça prescrita pela Lei fosse realizada em nós que vivemos não segundo a carne, mas segundo o espírito. Vós, porém, não viveis segundo a carne, mas segundo o espírito, se é que o Espírito de Deus realmente habita em vós. Se alguém não possui o Espírito de Cristo, este não é d'Ele. De fato, se viverdes segundo a carne, haveis de morrer; mas, se pelo espírito mortificardes as obras da carne, vivereis, pois todos que são conduzidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus." Rm 8,2a.3-4.9.13-14
    O cumprimento dessa promessa, portanto, marcaria um novo tempo, o tempo do Espírito Santo, o tempo da Igreja. De fato, em Suas últimas Palavras, ou seja, pouco antes de Sua Ascensão aos Céus, Jesus vai dizer: "... descerá sobre vós o Espírito Santo e dá-vos-á força. E sereis Minhas testemunhas em Jerusalém, em toda Judeia e Samaria, e até os confins do mundo." At 1,8
    Aliás, na Festa das Tendas, conforme São João Evangelista, Ele já havia prometido esse indizível dom: "No último dia, que é o principal dia de Festa, estava Jesus de pé e clamava: 'Se alguém tiver sede, venha a Mim e beba. Quem crê em Mim, como diz a Escritura: De seu interior manarão rios de Água Viva (Zc 14,8; Is 58,11).' Dizia isso referindo-Se ao Espírito que haviam de receber os que n'Ele cressem, pois ainda não fora dado o Espírito, visto que Jesus ainda não tinha sido glorificado." Jo 7,37-39

O NASCIMENTO DA IGREJA

    No livro dos Atos dos Apóstolos, São Lucas deu mais detalhes da última aparição de Jesus aos Onze, antes de iniciar a caminhada final até Betânia, onde ocorreria a Ascensão: "E a eles manifestou-Se vivo depois de Sua Paixão, com muitas provas, aparecendo-lhes durante quarenta dias e falando das coisas do Reino de Deus. E comendo com eles, ordenou-lhes que não se afastassem de Jerusalém, mas que esperassem o cumprimento da promessa de Seu Pai, 'que ouvistes', disse Ele, 'da Minha boca. Porque João batizou na água, mas vós sereis batizados no Espírito Santo daqui a poucos dias.'" At 1,3-5
    Cinquenta dias após a Páscoa da Ressurreição, por fim, chegou o grande momento. A confusão de línguas da Torre de Babel seria desfeita, a Igreja já nasceria católica, quer dizer, universal, falando a todas nações, pois através dela o Espírito de Deus manifestou-Se por completo, e em profusão a humanidade voltou a experimentar a natureza divina: "Todos eles unanimemente perseveravam na oração, e com eles as mulheres, entre elas Maria, mãe de Jesus, e os irmãos d'Ele. Quando chegou o dia de Pentecostes, todos eles estavam reunidos no mesmo lugar. De repente, do céu veio um barulho como o sopro de um forte vendaval, e encheu a casa onde eles se encontravam. Apareceram, então, umas como línguas de fogo, que se espalharam e foram pousar sobre cada um deles. Todos ficaram repletos do Espírito Santo, e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem." At 1,14;2,1-4


    E como São Pedro iria invocar em pregação aos israelitas que ali acorreram, deu-se o cumprimento da profecia de Joel: "Depois disso, derramarei Meu Espírito sobre todos viventes, e vossos filhos e as filhas tornar-se-ão profetas. Entre vós, os velhos terão sonhos e os jovens terão visões! Nesses dias, até sobre escravos e escravas derramarei Meu Espírito!" Jl 3,1-2
    Assim, movida por tão poderosa Graça, a força da Igreja tornava-se irresistível. Muitos religiosos judeus eram tocados: "Grande número de sacerdotes também aderia à ." At 6,7
    E como previsto por Jesus, que disse que o testemunho dos Apóstolos se daria na Judeia, na Samaria e nos confins da terra, veio em seguida o 'Pentecostes dos Samaritanos': "Os Apóstolos que se achavam em Jerusalém, tendo ouvido que a Samaria recebera a Palavra de Deus, enviaram-lhe Pedro e João. Estes, assim que chegaram, fizeram oração pelos novos fiéis, a fim de receberem o Espírito Santo, visto que ainda não havia descido sobre nenhum deles, mas somente tinham sido batizados em Nome do Senhor Jesus. Então os dois Apóstolos impuseram-lhes as mãos e receberam o Espírito Santo." At 8,14-17
    E assim, através dos auxílios do Santo Paráclito, a Igreja estabeleceu-se e cresceu: "A Igreja então gozava de Paz por toda Judeia, Galileia e Samaria. Ela estabelecia-se caminhando no temor do Senhor, e a assistência do Espírito Santo fazia-a crescer em número." At 9,31
    Por fim, sempre sobre a guia do Espírito de Deus e mais uma vez através da pregação de São Pedro, em breve também os não judeus, ou seja, os povos dos 'confins da terra' participariam da Comunhão Espiritual: "Enquanto Pedro refletia sobre a visão, disse-lhe o Espírito: 'Eis aí três homens que te procuram. Levanta-te! Desce e vai com eles sem hesitar, porque sou Eu Quem os enviou.'" At 10,19-20
    Era o "Pentecostes dos Gentios", que se deu na casa de Cornélio: "Ainda estando Pedro a falar, o Espírito Santo desceu sobre todos que ouviam a Santa Palavra. Os fiéis da circuncisão, que tinham vindo com Pedro, profundamente admiraram-se vendo que o dom do Espírito Santo também era derramado sobre os pagãos, pois eles ouviam-nos falar em outras línguas e glorificar a Deus. Pedro então tomou a palavra: 'Porventura pode-se negar a Água do Batismo a estes que receberam o Espírito Santo como nós?'" At 10,44-47
    Sim, pois a pregação dos Apóstolos não eram só palavras, como São Paulo atesta em carta aos tessalonicenses: "Nosso Evangelho foi-vos pregado não somente por palavra, mas também com poder, com o Espírito Santo e com plena convicção." 1 Ts 1,5
    Ele é a força que auxiliava os Apóstolos a testemunhar a Ressurreição de Jesus, como visto perante o Sinédrio, porque a obediência a Deus é inalienável condição para recebê-Lo: "Pedro e os Apóstolos replicaram: 'Antes importa obedecer a Deus que aos homens. O Deus de nossos pais ressuscitou Jesus, que vós matastes, suspendendo-O num madeiro. Deus elevou-O pela mão direita como Príncipe e Salvador, a fim de dar a Israel o arrependimento e a remissão dos pecados. Deste fato, nós somos testemunhas, nós e o Espírito Santo, que Deus deu a todos aqueles que Lhe obedecem.'" At 5,29-32
    Desde o nascimento da Igreja, portanto, os caminhos são decididos por Ele: "Enquanto celebravam o culto do Senhor, depois de terem jejuado, disse-lhes o Espírito Santo: 'Separai-Me Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho destinado.' Então, jejuando e orando, impuseram-lhes as mãos e despediram-nos." At 13,2-3
    Pelo sim e pelo não: "Ao chegarem aos confins da Mísia, tencionavam seguir para a Bitínia, mas o Espírito de Jesus não o permitiu." At 16,7
    Principalmente nos assuntos de alta relevância, como aconteceu no Concílio de Jerusalém. São Tiago Menor vai concluir: "Com efeito, bem pareceu ao Espírito Santo e a nós não vos impor outro peso além do indispensável seguinte..." At 15,28
    Ele é que constitui os diferentes graus dos sacerdócios, como São Paulo disse aos Anciãos de Éfeso: "Cuidai de vós mesmos e de todo rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastorear a Igreja de Deus, que Ele adquiriu com Seu próprio Sangue." At 20,28
    Ele é Deus de amor manifestando-Se em Sua plenitude: "Porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado." Rm 5,5
    É Ele que nos concede a Comunhão Espiritual: "A Graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a Comunhão do Espírito Santo estejam com todos vós!" 2 Cor 13,13
    O Amado Discípulo assegura: "Se mutuamente nos amarmos, Deus permanece em nós e Seu amor é perfeito em nós. Nisto é que conhecemos que estamos n'Ele e Ele em nós, por Ele ter-nos dado Seu Espírito." 1 Jo 4,12b-13
    Essa Comunhão, porém, só é possível através do perdão dos pecados exclusivamente concedido pela Igreja, conforme prescrição de Jesus, que o ministra por ação de Seu Espírito, soprado por Ele mesmo sobre Seus escolhidos para este fim: "Depois dessas palavras, soprou sobre eles dizendo-lhes: 'Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, sê-lhes-ão perdoados. Àqueles a quem os retiverdes, sê-lhes-ão retidos.'" Jo 20,22-23
    Por isso, ainda no dia do Pentecostes, São Pedro exigia a devida penitência: "Pedro respondeu-lhes: 'Arrependei-vos e cada um de vós seja batizado em Nome de Jesus Cristo para remissão de vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.'" At 2,38
    Dos já convertidos, São Paulo exigia o devido respeito: "Ou não sabeis que vosso corpo é Templo do Espírito Santo, que em vós habita, o Qual recebestes de Deus e que, por isso mesmo, já não vos pertenceis?" 1 Cor 6,19
    Diz que Ele é nossa via de acesso à Igreja: "É n'Ele (Cristo) que vós também entrais, pelo Espírito, na estrutura do edifício que se torna a habitação de Deus." Ef 2,22
    Lembrando a garantia que Ele representa, pedia mais: "Não contristeis o Santo Espírito de Deus, com o Qual estais selados para o Dia da Redenção." Ef 4,30
    Referindo-se aos ensinamentos de Jesus, São João Evangelista afirma que Ele é a marca de todo cristão: "Quem observa Seus Mandamentos permanece em Deus e Deus nele. É nisto que reconhecemos que Ele permanece em nós: pelo Espírito que nos deu." 1 Jo 3,24
    E também menciona a obediência à Igreja: "Quem conhece a Deus, ouve-nos; quem não é de Deus, não nos ouve. É nisto que conhecemos o Espírito da Verdade e o espírito do erro." 1 Jo 4,6b
    É o Paráclito, enfim, que, além da Comunhão Eucarística, distribui os dons de Deus: "Mas um e o mesmo Espírito distribui todos estes dons, repartindo a cada um como Lhe apraz." 1 Cor 12,11
    E todos eles são-nos concedidos especificamente para a construção da Igreja, que é uma só: "Assim, uma vez que aspirais aos dons espirituais, procurai tê-los em abundância para edificação da Igreja." 1 Cor 14,12
    Por isso, como vimos, São Paulo diz: "Se alguém não possui o Espírito de Cristo, este não é d'Ele." Rm 8,9
    Ora, ele avisou que sem os auxílios do Santo Paráclito sequer podemos reconhecer que Jesus é Deus: "... ninguém pode dizer: Jesus é o Senhor, senão sob a ação do Espírito Santo." 1 Cor 12,3
    De fato, como o Profeta Zacarias previu, é Ele que nos faz olhar com outros olhos para o Crucificado: "Derramarei um Espírito de Graça e oração sobre a casa de Davi e sobre os moradores de Jerusalém, e eles olharão para Mim. Quanto Àquele que transpassaram, chorarão por Ele como se chora pelo único filho. Amargamente vão chorá-Lo, como se chora por um primogênito." Zc 12,10
    Esse 'Batismo' do Pentecostes também havia sido previsto por São João Batista, que disse a seus discípulos: "Eu batizo-vos com água, em sinal de penitência, mas Aquele que virá depois de mim é mais poderoso que eu e nem sou digno de carregar Seus calçados. Ele batizar-vos-á no Espírito Santo e em fogo." Mt 3,11
    E as línguas de fogo sobre as cabeças dos membros da Igreja foram mencionadas por Jesus: "Vim trazer fogo à terra, e quanto desejaria que já estivesse aceso!" Lc 12,49
    Fogo esse que inicialmente nos vem por Sua Palavra, com o poder de Seu Espírito, como foi aceso no coração dos discípulos que iam a Emaús no Domingo da Ressurreição: "Não se nos abrasava o coração, quando Ele nos falava pelo caminho e explicava as Escrituras?" Lc 24,32
    São Paulo, pois, zelosamente cuidando da missão da Igreja, trata de exortar-nos: "Não extingais o Espírito." 1 Ts 5,19
    Porque se o ministério de Moisés foi grandioso graças às Tábuas da Lei, ele compara: "... quanto mais glorioso não será o Ministério do Espírito?" 2 Cor 3,14
    Sem o Espírito de Deus, portanto, não temos Vida. E, olhando para o mundo, vemos como nos falta ser insuflada uma verdadeira renovação... Cantemos, pois, com o Salmista: "Todos esses seres esperam de Vós que lhes deis de comer em seu tempo. Vós dai-lhes e eles recolhem-no; abris a mão, e fartam-se de bens. Se desviais o rosto, eles perturbam-se; se retirai-lhes o sopro, expiram e voltam ao pó donde saíram. Se enviais, porém, Vosso Espírito, eles revivem e renovais a face da terra." Sl 103,27-30

    "Vinde, Espírito Santo, enchei os corações de Vossos fiéis e acendei neles o fogo de Vosso amor! Enviai, Senhor, Vosso Espírito, e tudo será recriado. E renovareis a face da terra!"